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História Lua de Sangue - Inevitável


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 10 - Inevitável


Arabella

As comemorações de Halloween haviam chegado ao fim, mas isso não fez com que os turistas parassem de chegar cada vez mais. É engraçado como os mortais tem essa fascinação pelo desconhecido e pelo sobrenatural, como se quando descobrissem a verdade fossem aceitar viver pacificamente conosco, nenhum mortal se sentiria seguro convivendo com seres que poderiam mata-los com um simples movimento de mãos. Se bem que os caçadores estão aí para provar que mortais não são tão frágeis assim... Pensar nisso me fez lembrar da garotinha na floresta e meu coração se apertava por eu ter sido uma inútil. Hailey e Enzo diziam que eu não deveria sentir culpa, mas eles não viram o corpo da menina cair como uma fruta podre no chão sob o olhar sem o menor remorso daquele caçador. Como eles podiam ser treinados para isso? Como podiam achar que estavam fazendo o bem?

Balancei a cabeça a fim de espantar esses pensamentos e caminhei até a prateleira de clássicos do rock para organizar os discos. Charlie havia saído para almoçar deixando-me responsável pelo lugar, não que fosse problema já que ninguém nesse raio de cidade parecia querer comprar discos. Olhei para a entrada da loja onde havia uma porta de vidro e pude ver Margot caminhando do outro lado da calçada, os cabelos negros presos em um coque e sua habitual cara de poucos amigos. Dei de ombros e retirei todos os discos da prateleira, usei meus poderes de telecinese para que ficassem perfeitamente alinhados. Ri enquanto discos do Nirvana e Ramones flutuavam pela loja, era tão bom poder usar meus dons sem me preocupar em ter alguém prestes a cortar minha garganta.

A voz de Kurt Cobain soava pelo lugar e fechei os olhos deixando-me levar pelas sensações que "Come As You Are" podiam causar. Sorri e balancei meu corpo de forma descontraída enquanto cantarolava a letra da música.

— .... As you were, as I want you to be...

— Hum! Hum!

Abri os olhos assustada e deparei-me com o par de olhos azuis de Sebastian encarando-me com uma expressão de divertimento.

— O que está fazendo aqui? — perguntei enquanto tentava ignorar o rubor em minhas bochechas.

Ele riu.

— O que mais eu poderia querer em uma loja de discos? — disse como se fosse obvio, o que me fez lembrar da vez que seu irmão esteve aqui. Como Sebastian poderia não saber o que eu era quando irmão dele precisou apenas de segundos para isso?

Balancei a cabeça e gesticulei com as mãos.

— E você procura algo em especial?

Sebastian passou os olhos pelas prateleiras de forma rápida e treinada. Pensei que como caçador ele tinha o habito de fazer o reconhecimento dos locais em que frequentava.

— Queria um disco do Michael Jackson — ele disse quando seus olhos finalmente pousaram novamente em mim.

Ergui as sobrancelhas.

— Uau, não esperava ouvir isso — falei enquanto seguia para a seção dos discos de pop fazendo sinal para que ele me seguisse.

— Eu acabei esquecendo meus discos no meu antigo apartamento e ultimamente tenho tido muita... Saudades das lembranças que eles me trazem — ele disse e pude ver um resquício de tristeza em seus olhos.

— Poderia ter baixado na internet. — Peguei alguns discos do rei do pop e estendi para que ele pegasse.

Sebastian franziu a testa e segurou os discos.

— É assim que você quer vender?

Abri a boca para responder, mas não consegui pensar em algo para dizer. Eu estava realmente de forma estúpida e olhar para ele fazia com que eu lembrasse do corpo de seu irmão, o remorso me corroendo. Entretanto, a imagem da pequena bruxa morta na floresta ainda estava fresca em minha memória e isso fazia com que eu quisesse matar Sebastian da mesma forma como fiz com seu irmão. Queria ver a dor em seus olhos e o medo da mesma forma que vi naquela garotinha.

— Vou querer esse — ele disse levantando um dos discos.

Pisquei algumas vezes e peguei o objeto de sua mão. Falei o valor e ele logo estendeu as notas.

— Esse disco me faz lembrar de Jacob — ele disse subitamente enquanto eu procurava uma sacola para pôr o disco.

Parei por um segundo e tentei não deixar esse comentário me abalar. Peguei a sacola e coloquei o disco dentro.

— Sinto muito pelo seu irmão — falei e estendi a bolsa para ele.

Sebastian assentiu e pegou a sacola.

— É o que todos dizem — ele falou e depois sorriu. — O que mais me chateia é não ter nem ao mesmo encontrado o corpo para dar um enterro digno.

Ele olhou em meus olhos e eu não sabia o que ele estava tentando fazer com todas essas palavras, se isso era alguma espécie de jogo psicológico de caçador ou sei lá o que. Eu só tinha a certeza de que precisava não me deixar abalar por essas palavras ou sentir qualquer tipo de remorso, ele era um monstro e não hesitaria em me matar se descobrisse que eu era uma bruxa. Pensei em como matei o irmão dele e em como havia sido fácil, será com Sebastian seria assim também?

— De qualquer forma, muito obrigado — o caçador disse e deu-me as costas para ir embora.

— Espera! — Falei em um impulso fazendo com que Sebastian se virasse novamente. — Você está a fim de dar uma volta? Conheço um lugar ótimo para pensar e, bom, espairecer.

Sebastian pareceu surpreso e desconfiado, mas por fim acabou dizendo:

— Tudo bem.

Sorri e disse para que ele esperasse que eu só iria deixar um bilhete para Charlie avisando que tive uma emergência. Enquanto rabiscava o recado em um post-it pensei no que estava prestes a fazer: Eu iria matar Sebastian hoje. 

 

Sebastian

— Eu gostaria de ajudar mais você, mas eu não sei como... – Arabella caminhava serenamente ao meu lado sobre o solo macio da floresta. – Não tenho mais informações além das quais eu já te disse. — Eu analisava cada gesto que vinha dela, ela parecia escolher bem as palavras.

— Eu sei, sinto muito por ter te importunado tantas vezes, eu só... – Antes de completar a minha frase, olhei a trilha escura que ela havia entrado, tateei o meu bolso até tocar a adaga para me defender de qualquer tentativa de ataque, mas ela me olhou ansiosa e esperançosa.

— Você vem? – Arabella sorriu e eu relaxei, talvez não fosse certo relaxar agora, mas não conseguia ver ameaça naquele sorriso. – Não se preocupe, eu não vou machucar você... – Ela ofereceu a mão para eu segura-la e assim o fiz.

— Eu espero que não – respondi enquanto andávamos trilha a dentro com as mãos dadas.

O lugar era sombrio mesmo estando de dia, a trilha tinha árvores queimadas, alguns pássaros mortos pelo caminho, as pétalas das flores estavam escuras assim como o lugar e tinham muitos espinhos, era quase como se alguém tivesse criado uma fortaleza para que ninguém pudesse ir trilha a dentro. Arabella me deixava calmo somente segurando a minha mão, como era possível? Ela era uma criatura mágica, todos os fatos indicavam isso e eu podia sentir, talvez fosse uma bruxa pois ela controlava os meus sentimentos com o toque, conhecia a floresta como se vivesse por aqui, mesmo depois de eu ter matado um vampiro na sua frente ela nunca havia tocado no assunto e aqui estava eu sendo guiado por ela como se não houvesse problema nenhum.

— Chegamos – ela disse e eu perdi toda a concentração.

— Que lugar é esse? – perguntei perplexo ao olhar o lugar onde ela havia me levado.

As árvores eram floridas e algumas tinham frutas, uma cachoeira caia tranquila sobre um rio que seguia lentamente para longe, o céu era azul e sem nuvens, o sol iluminava tudo, mas não estava calor, pássaros cantavam, pude notar alguns esquilos nas arvores e flores, muitas e muitas flores.

— Esse é o meu lugar – ela disse soltando a minha mão. – Eu vou te contar um segredo. – Eu olhava ainda sem acreditar que estávamos praticamente em um paraíso no meio de tanto caos. – Eu sou uma aventureira. – Eu soltei uma risada ao ouvi-la. – É sério. – Ela empurrou o meu ombro e eu fiquei sério esperando seu próximo golpe. – Ei, ei... Você fica sempre na defensiva?

— Sempre que uma estranha me leva para um lugar distante de tudo, acho que você é uma assassina e está esperando o momento certo para me matar. – Ela riu um pouco forçada e eu expressei um sorriso rápido tentando parecer descontraído, mas estava apenas dizendo a verdade.

— Eu não vou te matar. – Ela se aproximou de mim e eu a encarei sério. – Como eu estava dizendo, eu adoro explorar lugares e foi assim que acabei vencendo o meu medo e adentrando a "a trilha da morte" que é como chamamos o lugar assustador por onde entramos. – Ela caminhou até debaixo de uma árvore e se sentou, eu a acompanhei, deixando a sacola com o disco ao meu lado.

— E você sempre traz homens para caminhar pela trilha da morte com você? – Eu sentei ao lado dela, estávamos com os ombros encostados.

— Você é o único que veio aqui comigo. – Ela parecia sincera.

— Que antissocial, eu traria todos os meus amigos para cá, seria tipo um point... – Apontei para a cachoeira. – Iriamos nos banhar ali, comer essas maças... – Apontei para a arvore em que estávamos encostados.

— Mas se todos viessem para cá, não seria mais o meu lugar. Ele é especial, eu venho aqui para pensar, me acalmar... – Ela respirou fundo.

Eu olhei o lugar e notei as borboletas voando entre as flores no chão, vi a cor dos girassóis amarelos e das rosas vermelhas.

— Obrigada por me trazer para o seu lugar especial – eu disse tocando a mão dela e encarando.

— Era o mínimo que eu podia fazer para te ajudar de algum modo. – Ela me olhou e eu queria beija-la, algo estava errado, eu não podia aceitar tanto de alguém que não era quem parecia ser.

— Me conta mais sobre você? – Eu tentei retirar algumas informações dela.

— Ei, vamos nadar? – Ela mudou de assunto e antes que eu pudesse insistir na minha pergunta, ela já estava tirando as calças e as botas, eu notei seu belo corpo e me segurei para não arrancar o resto da roupa dela. – Vem... – Ela pedia e eu fazia, como se fosse um vampiro, mas creio que seja apenas o meu fraco por mulheres lindas me fazendo de trouxa como sempre.

— Tá bom. – Tirei a minha blusa preta e meus tênis, logo a calça, pulei no rio e ela pulou logo atrás de mim.

A água estava perfeitamente agradável, eu podia sentir alguns peixes nos meus pés e ela boiava com a calcinha e a blusa marcando seus seios, ela estava sem sutiã e eu desviei o olhar para não parecer um maníaco, até porquê, ela estava sendo muito gentil comigo.

— Você tem muitos segredos – eu disse me aproximando dela, ela parou de boiar e ficou parada olhando para mim.

— E você também... – Ela deu de ombros. – Mas todos as pessoas desse mundo têm, não é mesmo? – Eu estava a um palmo de distância dela, podia sentir a respiração forte em minha pele exposta.

— É... – Eu não evitei essa vontade contida dentro de mim, toquei o rosto dela com uma das mãos e guiei a boca dela até a minha e para a minha surpresa pude sentir a língua dela adentrando em minha boca como se ela já estivesse ciente de que isso iria acontecer.

Nunca havia beijado alguém que me fizesse sentir como se não estivesse na Terra, eu apertei a cintura dela e pressionei nossos corpos com força, sentia a língua dela se familiarizar com a minha.

— Sebastian... – Ela se afastou e eu notei seu rosto corado novamente, ela era linda, como eu poderia desconfiar de uma mulher tão linda assim? – Acho que devemos ir. – Ela disse se afastando para a margem.

— Devemos? – Eu fui atrás dela. – Podemos ficar um pouco mais e... – Ela me interrompeu.

— Eu tenho que voltar. – Ela torceu o cabelo e vestiu as roupas novamente.

— Tudo bem – eu respondi decepcionado.

 

Hailey

Tommy estava deitado em meu sofá jogando uma bola de rugby para o alto e a agarrando, enquanto eu estava sentada na poltrona mexendo em meu celular. Minha atenção logo foi desviada a batidas fortes na minha porta, me levantei e segui até a mesma olhando pelo olho mágico e me deparando com Arabella.

— Enzo está em casa? – perguntou entrando rapidamente.

— Não. Olá, Bella! – Cruzei os braços.

— Hails, eu beijei o caçador! – ela disse de uma vez e arregalei os olhos.

— VOCE O QUÊ? – gritei.

— Arabella, um lobo já é ruim... agora um caçador? – meu irmão se manifestou sentando-se no sofá.

— Eu ia mata-lo e o levei até a floresta, mas... – a interrompi.

— Planejava matar ele com os lábios? – Tommy disse rindo.

— Tom, cala a boca. – Segurei o riso.

— Eu demorei, mas logo me dei conta do que estava fazendo é o afastei de mim. – Ela suspirou.

— Vocês duas estão encantadas por babacas, mas você superou a Hailey. – Tom provocou e vi a bola pairar sobre o ar e logo voar em sua cara com certa força. – Ouch!

Arabella abriu um sorriso satisfeita com a ação.

— Você já pensou que você poderia ter dado o azar de ter caído numa armadilha? Ele é caçador e eu duvido que ele não saiba o que você é Arabella, já imaginou se ele se aproveitasse e te matasse? – Me sentei na poltrona.

— Eu iria mata-lo antes mesmo que conseguisse se aproximar de mim Hails, mas seus lábios são irresistíveis. – Suspirou.

— Lábios de quem? – Enzo disse entrando em casa.

Acho que esquecemos que estávamos numa casa com criaturas sobrenaturais cujo a audição é extremamente aguçada.

— Os meus. – Abri um sorriso e puxei Arabella para o meu colo. – Desculpe, mas ela vai te trocar por mim.

— Desculpe Enzo, mas ela é irresistível. – Ela se virou para mim e me roubou um selinho.

Enzo apenas mostrou o dedo do meio para nós e então foi deixar as sacolas que segurava em sua outra mão até a cozinha. Arabella balbuciou alguma coisa que não consegui entender, mas não me dei o trabalho de perguntar o que era, já que antes que pudesse pensar nisso Enzo voltou para a sala.

Ficamos os quatro conversando e resolvemos que todos iriamos para algum bar para passar a noite.

— Eu estou com sede, preciso de sangue. – Tommy reclamou assim que pisamos fora do prédio.

— Eu também. – Dei de ombros.

— Se controlem. – Arabella revirou os olhos.

— É, talvez eu perca o controle e antes de matar a pessoa eu posso acabar beijando. – Tommy abriu um sorrisinho após falar.

Dei uma cotovelada com certa força em suas costelas e ele gemeu de dor.

— Vai se foder – Arabella disse baixinho.

Enzo começou a prestar mais atenção em tudo que falávamos e estava com a expressão completamente fechada, não ria de nada e não parecia estar nada feliz em estar com a gente.

— Tommy contou para vocês quem está unido com os caçadores? – perguntei quebrando o silêncio.

— Não, quem? – Enzo pareceu interessado.

— Nosso pai. – Tommy disse um pouco animado demais.

— Charlie atingiu o ápice da filha da putagem, um vampiro se juntou aos caçadores, nossos maiores inimigos. – Revirei os olhos.

— Então podemos culpar vocês por todas as mortes que tem acontecido. – Ouvi uma voz atrás de mim e ao olhar vi Noah de pé.

— Ah não... – Respirei fundo.

— Posso me sentar? – Abriu um sorriso e Tommy foi mais para perto de mim dando espaço para ele.

— Olá, Noah. – Arabella abriu um sorriso.

— Olá, bruxinha. – Piscou para ela.

Pedimos mais bebidas e o silêncio ficou constrangedor.

— Acho que já vou indo – disse virando o resto do líquido que havia em meu copo.

— Vamos todos. – Enzo se levantou e parou do meu lado.

— Eu pago. – Tommy bateu na mesa e esperou a conta.

Ao saímos do local a chuva caía com força em nossos corpos.

— Cheiro de cachorro molhado. – Noah provocou.

— Vai se foder. – Vi os olhos de Enzo assumirem a tonalidade amarela e logo avançou em Noah.

— PARA. – Fui rápida e parei na frente do corpo de Noah.

— Vai defende-lo? – O olhar de ódio de Enzo agora era direcionado a mim.

— Claro que vai, ela é minha garota. – Noah colocou a mão em minha cintura.

Olhei para trás e pude ver um sorriso se formando em seu rosto, soquei seu rosto sem muita força e revirei os olhos, segui na direção que estávamos andando ignorando todos.

— Parece que alguém se descontrolou. – Ouvi a voz de Arabella cansada por estar correndo atrás de mim.

— Noah me irrita. – Ela riu.

— Espero que não me mate, mas o chamei para passar a noite com a gente. – Olhei para ela desacreditada.

Deus que me dê forças para aguentar as graças de Noah e Enzo

 

Noah

Hailey estava puta por Arabella ter me convidado para terminar a noite na casa dela. Mas eu não dava a mínima, não tinha mais o que fazer mesmo. Nós andamos até o prédio que ela morava, afinal não era tão longe. Todos estavam animados, menos Enzo, parecia um cachorrinho que não ganhou atenção do dono. Ele olhava toda hora para Arabella, como se esperasse que ela fizesse algo. Eles com certeza tinham alguma coisa, então era melhor não tentar nada com ela hoje, quem sabe outro dia. Voltei meu foco pra Hailey, ela estava muito gostosa. Com um jeans apertado, blusa e jaqueta preta, usava botas que eu achava extremamente sexy e nela ficava melhor ainda.

— Entrem — ela disse, ao abrir a porta do apartamento.

— Finalmente. — Tommy se jogou no sofá e pôs os pés na mesa de centro.

— Vocês precisam continuar bebendo, eu já estou chapada e vocês parecem sóbrios. — Arabella ria à toa e eu começava a rir dela também.

— Claro, vamos continuar! Vou ver se acho algo na cozinha. — Hailey saiu da sala e lógico que eu fui atrás dela.

Ela estava pegando algo na parte de baixo do armário e sua bunda estava empinada na minha direção, isso já era sacanagem.

— Vim te ajudar — disse e ela tomou um puta susto, chegou até a bater a cabeça.

— Porra Noah! — Eu não conseguia parar de rir. Eu realmente era irritante quando queria.

— Desculpa, não era a intenção — disse, chegando mais perto dela. — Vim aqui só para te ajudar, caso você precisasse. — Coloquei a mão em sua cintura e a pressionei contra o armário levemente.

— Noah — ela começou a fazer doce, virando o rosto para o lado, então fui até o seu pescoço e fui beijando até chegar em sua orelha.

— Por que resistir? — Sussurrei em seu ouvido. — Só tem eu e você aqui, eu não vou fazer nada que você não queira. — Desci a mão até sua bunda e a puxei, colocando nossos corpos.

— Eles estão na sala, temos que voltar. — Quase não ouvia nada do que ela dizia, estava concentrado olhando para sua boca.

— Shhh. — Passei meu dedo em sua boca, para que ela parasse de falar. — Relaxa. — Segurei em sua nuca e a beijei lentamente.

Ela finalmente retribuiu o beijo! Colocou sua mão por baixo de minha blusa e arranhou minha barriga de leve. Começamos a andar e nos beijar, quando cheguei perto do balcão a coloquei em cima dele e ela cruzou as pernas em minha cintura. Rasguei a camisa dela e fui dando leves beijos em seus seios, mas quando ela achou que eu fosse fazer alguma coisa, voltei a beijar sua boca. Ela puxava meu cabelo com força, inclinou minha cabeça para o lado e meteu suas presas em meu pescoço.

— Sempre tive curiosidade em saber como era o seu gosto. — Ela passou a língua na boca e com os dedos, limpou os cantos.

— É? — Peguei ela em meu colo, mas quando ia deitando ela no chão, Enzo entrou na cozinha.

— Ah, oi. Já estava voltando com as bebidas. — Ela saiu do meu colo bruscamente e fechou a jaqueta para esconder os seios.

— Sim, estou vendo. — Ele foi até o armário e pegou as duas garrafas de vodka que tinham lá. — Deixa que eu pego da próxima vez. — E saiu. Olhamos um para a cara do outro e começamos a rir.

— Acho que agora temos que voltar. — Pegou minha mão e me puxou em direção a sala.

Tinha que ser ele. Se fosse qualquer outra pessoa, confesso que ficaria menos puto. Mas tem alguma coisa nesse cara que me incomoda, não sei explicar.

— Nossa, vocês demoraram — Arabella falava alto, parecia estar mais bêbada.

— É, eles estavam pegando "bebida", sabe como é — Enzo disse ironicamente.

— E iriamos terminar de pegar a bebida, se você não fosse até lá. Mas pelo visto só porque você não vai se dar bem, ninguém mais pode — disse secamente.

— PORRA! — Já tinha dado para perceber que Tommy era um filho da puta e eu gostava dele.

— Acho que vou indo. — Ele realmente tinha ficado puto e eu começava a me animar.

— Não, fica! — Arabella tentou impedi-lo, mas ele passou direto por ela e bateu a porta.

— Deixa ele — Hailey disse para a amiga. — Ele está puto, sabe que estamos escondendo algo dele e Noah também não ajuda. — Ela virou para mim e fez uma cara feia.

Toda alegria de Arabella desapareceu no mesmo instante, parecia que algo estava afligindo ela. Vamos dizer que a famosa bad bateu e qual solução eu poderia dar a não ser beber mais? Peguei umas taças que ficavam na estante e coloquei uma dose para cada um de nós, mas botei menos para a bruxinha, senão ela ficaria de ressaca.

— Não deixa a bad bater. — Entreguei a ela uma das taças. — Vamos beber! Mas para você só mais essa dose, nós vamos precisar de muito mais!

Hailey ligou o som e colocou "Drake -Too Good" e veio dançar para mim, o que me deixou surpreso. Primeiro aquilo na cozinha e agora isso? Tudo bem, eu é que não ia reclamar. Ela rebolava no meu colo enquanto Tommy e Arabella dançavam um pouco mais para a frente.

— Gente, ainda são 2 da manhã, quero dançar, quero um lugar cheio de gente. — Arabella estava bebinha, do jeito que eu gostava.

— Vamos sair então, para onde vocês querem ir? — perguntei.

— Já sei, vamos — disse Hailey e nós a seguimos.



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