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História Lua de Sangue - Certo


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 12 - Certo


Arabella

Eu não falei mais com Enzo depois do que aconteceu no Red e também não encontrei com Sebastian, o que era bom porque eu não saberia como agir depois de tudo. Mas não eram somente coisas que envolviam minha vida pessoal que me preocupava, Irina havia convocado o clã para uma reunião na clareira e boatos corriam de que haviam cada vez mais seres do submundo aliando-se aos caçadores, coisa que eu não conseguia compreender. Por que você se juntaria com alguém que se pudesse atiraria em sua cabeça? Havia algo que não se encaixava.

Quanto aos caçadores, bem, esses estavam cada vez mais ativos na cidade, histórias de que haviam externando um clã inteiro de vampiros corriam por toda New Orleans. Também ouvimos dizer que estavam atrás do cara que estava por trás do antídoto do pó de girassol, isso me deixou assustada e apreensiva, porém meu pai não se deixou abater e continuava com as pesquisas, o que Will não gostava nada, pois com a poção em fase de testes ele era a cobaia número um e tinha que passar por todos os efeitos colaterais das poções de testes.

- Arabella, você ouviu o que eu disse? - A voz de Margot trouxe-me de volta à realidade.

- Desculpe, o que? - Eu tinha esquecido completamente de sua presença.

Era terça feira e estávamos caminhando pelo centro para depois irmos à clareira. Margot não parava de falar do que aconteceu com ela no Halloween e quando a confidenciei sobre a visão que tive com Selene, ela não parou de especular sobre.

- Acho um absurdo eu não ter desenvolvido o dom da visão ainda - ela explicou. - Em minha opinião é um dos melhores dons!

Franzi a testa.

- Depende do ponto de vista - eu disse enquanto desviava de um casal. - Nós não podemos controlar esse dom, você saber, elas simplesmente veem quando querem.

Margot suspirou.

- Sim, sim, já sei, mas não vou descansar enquanto não conseguir desenvolver minha visão - ela disse com determinação.

Eu ri e tentei compreender porque Margot estava tão obcecada nisso, mas talvez fosse coisa de adolescente e sua ambição em se tornar líder de nosso clã.

- Ouvi dizer que essa Selene é uma bruxa fantástica e que...

Margot continuou a tagarelar sobre Selene, mas eu já não prestava atenção, pois do outro lado da rua avistei Noah. Ele estava com um homem que eu nunca havia visto na cidade e pareciam desconfiados, pois lançavam olhares de esguelha para quem passasse perto.

- Pensei que ele estivesse fora da cidade - eu disse para mim mesma e Margot encarou-me sem entender.

Hailey estava puta com Noah depois dele ter ido embora na noite no qual eles transaram. Ele disse que tinha algo para fazer, mas simplesmente não a procurou mais. O que seria de tão importante?

- Margot, espera aqui - falei e segui para onde o híbrido estava, deixando a Margot confusa e curiosa para trás.

Atravessei a rua com o sinal aberto e alguns motoristas buzinaram irritados. Tentei passar o máximo despercebida e quando cheguei próximo o suficiente pude ouvir o que falavam.

-.... Não acho que ela seja capaz, Brad - Noah dizia para o desconhecido. - Nós sabemos a merda que foi da última vez.

O homem balançou a cabeça.

- Foi o que ouvi dizer, Noah. Além do mais você sabe que Selene não é....- ele parou de falar quando percebeu que eu estava ouvindo e fez um sinal com a cabeça para Noah.

O híbrido se virou e encarou-me surpreso.

- Arabella?

Senti minhas bochechas corarem por ter sido pega em flagrante.

- Pensei que não estivesse em New Orleans - eu disse a primeira coisa que me passou pela cabeça.

Noah franziu a testa e passou as mãos pelos cabelos.

- Ah, sobre isso...

- Arabella! - Margot tocou eu ombro. - Temos que ir.

Olhei para Margot e assenti, no fundo eu estava agradecida por sua intromissão.

- Bom, preciso ir. - Abri meu melhor sorriso. - Legal de ver, Noah.

Ele acenou com a cabeça e eu saí dali com Margot.

- Desde quando você fala com híbridos? - Margot disse com repulsa. - Francamente Arabella, eu não a...

Fingi ouvir as baboseiras que Margot falava enquanto voltávamos a caminhar, mas meus pensamentos estavam na conversa de Noah com o estranho. Ou pedaço se conversa. O que será que aconteceu da última vez? Por que o nome de Selene estava envolvido? Desde quando Noah a conhece? Eu estava cansada de tantas perguntas sem respostas, precisava fazer alguma coisa. 

 

Sebastian

Eu estava sozinho na cabana finalmente, Alex estava na sede dos caçadores para se recuperar da mordida de vampiro, Lucy e Bjorn estavam fora da cidade para buscar por mais armas e instrumentos de combate contra criaturas mágicas pois o meu arsenal estava ficando decadente. Os caçadores estavam na cidade para começar a limpeza, agora o trabalho ficaria mais fácil. Meu celular vibrou e eu notei a mensagem da Grifhtti, que era a presidente da organização de caçadores de todo o mundo.

"Peço para todos os caçadores que estão na missão de New Orleans que eliminem todos os seres que não estão dispostos a colaborar com a nossa filosofia, não tenham pena, apenas os clãs e criaturas que fazem parte das alianças podem ser poupados, mas lembrem-se, os colaboradores não ficaram impunes por muito tempo, somente até tudo se acalmar. Peço a Mãe Lua que protejam vocês. "

A Grifhtti era uma caçadora sensacional, antes de se tornar presidente da sede, ela era como nós guerreiros, alguns caçadores que tiveram o prazer de lutar ao lado dela disseram que ela matava mais de 10 vampiros sozinha, que lutou contra feiticeiros e ogros sem sofrer um arranhão ou transformação exótica, com certeza era uma guerreira admirada e respeitada. Mas alguns de nós não concordamos com essas alianças que estavam rolando, até por que não deveríamos nos unir com seres que deveríamos matar; não tem sentido nenhum e o pior é que ela não nos contava qual era o objetivo disso, somente respondia "é por um bem maior" e tínhamos que obedecer. O único lado bom disso, era que no final todos eles iriam morrer independentemente de aliança.

A tarde já estava no fim, decidi tirar a noite de folga já que tinham muitos caçadores por aí. Me arrumei e peguei apenas a minha fiel adaga e um pouco de pó de girassol e pó de diamante para me defender caso acontecesse algo. Sai da minha cabana rogando por proteção e fui em direção a cidade.

Enquanto caminhava pensativo pelas ruas, o cheiro do café de uma lanchonete me deu vontade de me embebedar de um bom cappuccino. Entrei e pedi um com bastante chantilly, enquanto esperava vi a amiga de Arabella sentada sozinha comendo rosquinhas e ouvindo música no fone, peguei o meu cappuccino e me sentei na mesma mesa que ela só que na sua frente.

- Olá- eu disse enquanto mexia a xícara.

- Oi. - Ela não ligou para a minha presença, apenas tirou um dos fones do ouvido. - Que honra ter a sua presença aqui... Mas o que você quer? Talvez saber se Arabella suponho...

- Só queria uma companhia para o café. Eu sei que Arabella está me evitando - disse francamente. - Se vocês são grandes amigas, deve saber o motivo.

- Claro que somos grandes amigas. - Ela mordeu a rosquinha. - A minha companhia não está sendo muito agradável esses dias. - Ela parecia distante.

- Quer conversar sobre isso? - Não queria saber, mas não teria nada melhor para fazer hoje, bebi um gole do cappuccino que estava sensacional.

- Não - ela disse e eu fiquei aliviado. - São só problemas com homens... Vocês são uns idiotas. - Eu sorri e ela riu.

- Somos mesmo. - Era um fato, não poderia negar.

- Você até parece ser legal, mas vê se fica longe da minha amiga, ok? - Ela tocou no assunto do nada.

- Por que eu deveria te ouvir?

- É que vocês dois não tem nada a ver um com o outro e... - Ela pareceu cautelosa, mas eu a interrompi.

- E ela tem namorado, sim eu sei - eu disse.

- Não é isso, só fique longe dela. - Ela se levantou. - Tchau. - Vi ela se locomover lentamente até sair da minha vista.

- Que garota estranha... - Disse a mim mesmo.

Depois que tomei meu cappuccino, sai da lanchonete e continuei caminhando até esbarrar com namorado de Arabella, nossa que ironia da vida. Ele me olhou e eu o cumprimentei fazendo um gesto com a cabeça.

- Foi você! Só pode ter sido você! - Ele gritou em minha direção. - Na festa de Halloween ficou em cima dela. - Eu gargalhei ao perceber que ele falava de Arabella, então o casal não estava indo bem, que ótima notícia.

- Não sei do que você está falando. - Eu continuei o meu caminho, mas ele segurou meu braço e me virou, notei seus olhos amarelos.

- Ah, eu vou te lembrar então...- Ele acertou um soco na minha barriga que pude sentir uma das minhas costelas quebrando.

Merda! Me soltei e me afastei segurando minha barriga tentando evitar a dor, taquei o pó de diamante no rosto dele, ele passou a mão no rosto e cambaleou para o lado, talvez só tivesse mais impacto com híbridos porque mesmo um pouco tonto, ele veio em minha direção, eu peguei a adaga e enfiei na lateral do corpo dele e depois rodei a mesma, ele gritou ou rosnou algo que eu não entendi.

- Ela sabe o que você é? - Retirei a adaga e enfiei de novo, mas ele me segurou pelo pescoço e me lançou pelo ar, senti meu corpo bater contra algo sólido e apaguei por uns segundos, quando fiquei sã, o namorado de Arabella estava pisando nos meus pulmões e eu estava em um beco escuro.

- Não, ela não sabe o que eu sou. - Ele disse e levantou o pé para afundar o mesmo em mim, mas eu rolei pelo chão e com dificuldade me levantei.

Procurei pela a minha adaga e notei que ainda estava presa nele, maldito dia para tirar uma noite de folga. Eu fui até ele, que mirou um soco no meu rosto, me abaixei sentindo a dor das minhas costelas devastar o meu corpo, retirei a adaga e em um golpe rápido enfiei na lateral de seu crânio. Ele caiu morto no chão e eu tive que fazer um grande esforço para decapita-lo apenas com a adaga, arrastei o corpo dele até a grande lixeira do beco e o coloquei lá junto com a cabeça.

- Agradeço por essa cidade ter tantos becos. - Cuspo um pouco de sangue. - Vou sumir com você depois.

Andei alguns passos em direção as ruas, mas senti a minha cabeça doer de uma forma agonizante, caí de joelhos no chão sem forças para continuar andando e logo apaguei.

 

Hailey

Enzo estava sumido e não dava a mínima para mim, já que não me ligava nem para dizer "oi, estou bem", e confesso que isso estava me deixando preocupada, mas ao mesmo tempo mais puta com ele. A cidade estava rodeada de caçadores, e aí o babaca do meu melhor amigo resolve sumir e não mandar notícias? Juro que quando o encontrar não será necessário caçador para tirar sua vida.

- Hails? - Tom chamou minha atenção.

- Que foi? - Virei minha cabeça para poder o olhar.

- Vamos ficar mofando em casa? Somos vampiros, criaturas da noite, vamos sair. - Ele se levantou da poltrona e andou até mim.

- Desculpe, Tommy, mas não estou muito afim de sair. - Suspirei.

- Qual é Hailey, levanta desse sofá e vamos dar uma volta. Desde que o lobinho e o moleque lá sumiram você só quer ficar em casa. - Ele negou com a cabeça.

- Isso não tem nada a ver com eles, só não estou afim de sair de casa. - Dei de ombros e me levantei do sofá.

- Você não tem escolha hoje, Hails. - Foi tudo que eu ouvi antes de sentir meu irmão me jogando em seu ombro.

- Me solta, Tom, eu estou de pijama. - Comecei a me debater.

- Então eu te coloco no chão e você coloca uma roupa para a gente sair, está bom? - Neguei com a cabeça rindo.

- Me coloca logo no chão. - Soquei suas costas com mais força.

- Você tem alguns minutos para se arrumar, tá? Seja rápida. - ele disse me colocando no chão.

- Por que você não faz que nem praticamente todos os homens que eu conheço e some em? - Bufei impaciente e comecei a caminhar até meu quarto.

- Porque você tem meu sangue correndo nessas suas veias de híbrido, e eu te amo. - Sorri ao ouvi-lo, mas segui andando.

Peguei praticamente a primeira roupa que vi no armário e tomei um banho rápido para então começar a me arrumar, ao sair do quarto encontrei Tommy assistindo a algum jogo estúpido na televisão.

- Estou pronta - disse, colocando a mão na cintura.

- Um século depois. - Revirou os olhos.

Saímos do meu apartamento e ficamos vagando pelas ruas de New Orleans até encontrarmos algo que nos chamasse atenção. Uma mansão com grandes portões estava aberta e uma música alta vinha de dentro da casa, alguns jovens entravam na casa animados.

- Acho que encontramos nossa primeira parada da noite. - Apontei com a cabeça para o local.

- Só temos que hipnotizar aquele brutamonte na porta. - Meu irmão fez eu ver um homem de terno parado na porta.

- Isso é mole. Vamos. - Comecei a andar, mas fui parada com Tommy me puxando.

- Seja discreta Hailey, tente não chamar muita atenção - ele disse sério.

- Eu sou mulher meu bem, se tem uma coisa que eu sei é ser discreta. Sem contar que não preciso usar a vantagem de ser vampira para entrar numa festa como essa, apenas me siga, Tom. - Peguei a mão dele que ainda se encontrava em meu braço e o puxei comigo.

Ao chegar bem perto do homem, notei que ele olhava para uma espécie de convite antes de deixar qualquer pessoa entrar. Olhei rapidamente para a casa e com a euforia de alguns jovens atrás de mim, fiquei sabendo que quem morava naquele local agora era um dos descendentes dos fundadores da cidade.

- Parece que alguém vai ter um banquete hoje. - Dei uma risadinha.

- O que? - Tom perguntou confuso.

- O anfitrião da festa é um descendente dos fundadores Tom, quer meu palpite? - Cruzei os braços e me encostei na parede.

- Quem acha que é? - Me perguntou curioso.

- Quem você acha que daria uma festa atraindo quase todos os jovens da cidade, Tom? Só podem ser duas pessoas: Lauren ou Scott! - Dei de ombros.

- Scott? Eh... - ele coçou a cabeça. - Vejo que não soube do que aconteceu com nosso amigo.

- O que? - Meu coração se apertou.

- Digamos que os caçadores estão tirando mais do que a gente pensa de nós. Mas, não foi bem um caçador quem deu um fim a vida de luxo que Scott tinha. - Ele suspirou. - Agradeça ao nosso pai depois.

- Como é? Charlie matou Scott? A troco de que? - A notícia realmente havia me abalado.

Scott e Lauren foram as pessoas mais chegadas a minha família por um século inteiro praticamente, e saber que um deles havia sido morto e ainda por cima pelo meu pai.

- Próximo. - O homem de terno gritou.

- Depois lhe explico melhor, Hails. Vamos. - Tom me guiou até o homem.

- Ingressos, por favor. - O segurança nos analisou de cima a baixo.

- Me desculpe, mas o idiota do meu irmão jogou os nossos ingressos naquele bueiro ali quando foi tirar o maço de cigarro do bolso. - Abri meu melhor sorriso.

- Sem ingresso, sem festa. - O homem nos empurrou.

- Você não vai querer irritar Lauren, se ela souber que você está barrando a namorada dela ela vai ficar uma fera. - Ajeitei a blusa em meu corpo mostrando decote.

Vi os olhos do homem focarem nos meus seios e logo seu olhar subiu para os meus lábios, que fiz questão de umedecê-los com minha língua.

- Me deixará entrar? Mais tarde posso lhe agradecer por isso. - Abri um sorriso safado e o homem abriu caminho.

- Me encontre mais tarde aqui na porta. - Assenti e puxei Tommy.

- Homens são tão tolos. - Revirei os olhos.

- Mulher que é manipuladora. - Deu de ombros.

Andamos no meio dos jovens agitados pela música eletrônica que tocava e não foi difícil de encontrar a anfitriã da festa. Lauren estava no topo da escada apenas observando a movimentação, seus cabelos numa coloração quase cinza caiam por seus ombros e seios, um vestido vermelho colado a sua pele branca a deixava a mulher mais sexy daquele lugar. Senti todo o meu corpo se esquentar quando seus olhos castanhos encontraram os meus, um sorriso lhe surgiu nos lábios e então ela começou a descer as escadas vindo em minha direção.

- Porra, ela parece mais gostosa do que era antes. - Tommy estava quase babando por ela.

- Ela definitivamente está mais gostosa do que era antes. - Imediatamente assumi um sorriso ao vê-la se aproximando.

- Tommy, Hailey. Que surpresa mais agradável. - Nos cumprimentou.

- Não sabia que estava na cidade, já teria visitado antes se soubesse. - A abracei.

- Cheguei tem pouco tempo - ela disse abraçando meu irmão.

Eu sabia que Tom estava desejando ela como nunca antes, e sabia também que ele sempre teve sentimentos por ela. Então resolvi dar espaço para os dois conversarem, e caso meu irmãozinho não conquistasse a dama da noite, certamente eu conquistaria. Caminhei pela festa em busca de alguma bebida quando meus olhos pararam em uma fisionomia um tanto familiar, Noah. Ele estava acompanhado de uma jovem de cabelos negros e olhos verde. Ele parecia bem próximo da menina pela forma que eles dançavam juntos. Cerrei meu punho, as veias do meu rosto próximo aos meus olhos, começaram a assumir um tom escuro denunciando minha raiva. Antes que minhas presas pudessem se mostrar, apenas pisquei o olho algumas vezes voltando ao normal e assumindo o controle. A menina se virou para ele e se aproximou tanto de seus lábios que pude jurar que eles se beijariam, mas apenas dançavam e pareciam se conhecer a anos, eu nunca havia visto Noah sorrir daquele jeito.

Voltei a andar ignorando a cena e por fim encontrei um minibar com um belo rapaz pronto para me atender. Pedi um drink e o rapaz prontamente o fez e me entregou, voltei para onde antes estava meu irmão e Lauren e pude perceber que os dois não estavam nem um pouco no clima. Tommy era tão lerdo.

- Tom, o que acha de ir conversar com Noah? Ele está na festa. - Abri um sorriso.

- Noah? O seu... - antes que ele pudesse falar o puxei pelo ombro.

- Vai conversar com seu amigo, tchau. - O empurrei e ele ficou sem entender nada.

- Vamos dançar? - Perguntei a Lauren que segurava um copo com um líquido dourado.

- Não sou de dançar, na verdade nem sei. Mas eu já vi do que você é capaz. - Ela me analisou.

- Posso lhe garantir que dançar não é o que eu sei fazer de melhor. - Pisquei para ela, que sorriu.

Vi suas bochechas assumirem a tonalidade vermelha.

- Sobre a dança, vamos dançar. - Ela esticou a mão para mim e eu rapidamente a peguei.

Ela começou a andar comigo pela festa e vi a escadaria de perto, ela subiu o primeiro degrau e então a confusão se instalou em minha mente.

- Onde vamos? - Perguntei.

- Você não quer dançar? - Assenti. - Então dance para mim. - Ela abriu um sorriso.

Eu apenas continuei a seguindo pela mansão, ela se virou no corredor e então me guiou até uma das portas que quando abriu pude ver um enorme quarto. A música alta ainda era escutada, então me aproximei de uma das poltronas do quarto e a sentei na mesma, deixei o ritmo da música guiar meu corpo. Coloquei minhas duas mãos em seus ombros e comecei a rebolar lentamente na sua frente, seus olhos estavam presos aos meus, me virei de costas para Lauren e desci rebolando até estar sentada em seu colo, senti uma de suas mãos me segurarem com firmeza contra seu corpo e a outra empurrou minha cabeça me deixando mais empinada para ela. Continuei rebolando e esfregando meu corpo contra o dela, até que a música chegou ao fim, e na última batida meu corpo foi lançado na cama.

- Senti sua falta, Hails. - Lauren disse me virando de frente para ela antes de me beijar.

Sua língua invadiu minha boca e seu corpo se encaixou no meu, entrelacei minhas pernas em sua cintura tendo o máximo de contato corporal possível e minhas mãos ficaram em suas costas. Não demorou para que seu vestido fosse lançado por mim na porta, eu fui rápida a empurrando até a parede mais próxima e desci minha mão até sua calcinha penetrando dois dedos de uma só vez. Ela arfou no meu ouvido e logo cravou suas presas no meu pescoço, eu metia meus dedos nela e seu corpo respondia aos meus toques, ela levou sua mão até meio seio ainda coberto pela blusa e o sutiã e então puxou o zíper na frente da blusa de uma só vez, mas antes que pudesse tirar minha blusa, a porta foi aberta bruscamente.

- Hailey? - Ouvi a voz de Noah.

Ao me virar Noah estava com a menina que antes havia visto com ele, Tommy estava ao seu lado com uma loira.

- O que vocês estão fazendo aqui? - Tirei meus dedos de Lauren rapidamente e fiquei com o corpo na frente do dela

Lauren me abraçou por trás e afundou o rosto no meu pescoço.

- Nada diferente do que vocês estão fazendo. - Noah disse com um sorriso no rosto.

- Saiam daqui agora - gritei com os dois.

- Tudo bem, tem um monte de quartos por aqui. - Tommy deu de ombros e puxou Noah e as meninas com ele.

- Desculpe por isso. - Suspirei me virando pra Lauren.

- Você não teve culpa. - Ela deu de ombros sorrindo.

Caminhamos juntas até a cama e nos afundamos na mesma voltando a sessão de beijos.

 

Noah

Naquela noite com Hailey, fui embora porque não gostava de passar a noite com ninguém, para mim isso era um jeito de criar intimidade e com isso algo a mais. Na verdade, só fui andando tranquilamente até minha casa observando as pessoas de dispersando, afinal já era bem tarde. Quando estava quase chegando em frente ao meu prédio, meu celular começou a tocar e o nome de Brad apareceu no visor.

- Você está ligando porque tem algo importante para me contar ou é só saudade mesmo? - falei quando atendi e ouvi uma risada do outro lado da linha.

- Preferia que nesse caso fosse só saudade mesmo. - Ainda ria. - Mas o assunto é sério. Pode me encontrar aqui? Talvez tenhamos que fazer uma pequena viagem - falou, agora num tom sério.

- Tudo bem. - Eu não entendi nada, mas Brad não era de brincadeira. - Já chego aí - e desliguei.

Chegando em casa peguei algumas roupas e coloquei em minha mochila e fui até meu carro, fui a toda velocidade até o meu destino. Quando cheguei Brad já estava me esperando, com uma malinha na mão, o que achei engraçado.

- Finalmente. - Ele só sabia reclamar. - Então, nós vamos até Oklahoma.

- E posso saber o porquê ou vai ser segredinho? - Voltava com o carro para estrada para começar nossa viagem de mais ou menos 8 horas, que saco.

- Acho que descobri o porquê de tantos caçadores em New Orleans. - Ele mexia naquele maldito notebook. - Uma bruxa que conheço há muitos anos me contou sobre uma tal profecia, que seria tipo a guerra.

- Ahn. - Tentava processar tudo aquilo o mais rápido possível. - E o que essa viagem tem a ver com isso?

- Ela disse para que eu procurasse uma bruxa chamada Shiva, se quisesse saber mais. Ela teve a visão de como tudo irá acontecer.

Eu começava a ficar realmente preocupado, mas agora iria até o fim disso.

- Eu sabia que algo estava acontecendo. - Soquei o volante. - Não sei se consigo passar por isso de novo, Brad.

- Calma. - Ele deu dois tapinhas no meu ombro. - A gente ainda não sabe de nada, talvez tenha como reverter.

- Brad, é a porra de uma profecia, como se reverte uma PROFECIA? Aposto que você não vai achar a solução nem com essa bruxa e nem nesse notebook - bufei.

- Ficar putinho não vai adiantar nada, só dirija. - Ele estava tão calmo, que me deixava puto.

Ficamos em silêncio no resto da viagem, paramos várias vezes em postos ou no acostamento para esticar as pernas. Tinha esquecido como viajar era cansativo.

Quando finalmente chegamos em Oklahoma, ficamos na cidade de Okemah num hotel bem aconchegante. Assim que nos acomodamos, começamos nossa busca por Shiva, mas parecia que essa porra se escondia. Reviramos a cidade inteira atrás dessa vadia, mas nada! Nenhum sinal dela por lá. Ficamos quase uma semana para nada. Depois fomos em outras três cidades: Sapulpa, Wagoner e Pryor. Mas também não encontramos nada. Brad começava a achar que sua amiga o tinha enganado e depois de algumas ligações e ameaças, ela disse a localização exata da bruxa. STIGLER, era lá que ela estava. Nós já estávamos exaustos e só de pensar em arrancar respostas de uma bruxa, já sentia vontade de dormir!

Shiva era uma bruxa bem velha, vivia isolada, numa floresta de difícil acesso, mas não para nós. Fizemos uma trilha de aproximadamente uma hora, o que deixou puto, odiava esse tal contato com a natureza. Quando finalmente avistamos sua casa, foi um alívio para mim.

- Eu sei que você está aí - disse Brad logo após de dar três porradas na porta. - Só preciso fazer algumas perguntas.

Um silêncio se instalou naquele momento, mas logo a porta começou a se abrir sozinha.

- O que te faz pensar que irá obter respostas de mim? - Ouvimos sua voz no fundo da sala escura.

- Porque eu estou disposto a ajuda-la - Brad ia se aproximando cautelosamente. - A Judith disse que me diria mais sobre a tal profecia.

- E como você me ajudaria? - A mulher levantou e foi em sua direção.

- Primeiro você precisa me contar, preciso entender como e quando irá acontecer. - Ela olhava fixamente para Brad, mas logo desviou o olhar para mim.

- Noah? - Ela caminhava em minha direção.

- Sim - disse, confuso.

- Você realmente é um rapaz muito bonito. - Deu dois tapas leves no meu rosto e voltou sua atenção a algo que preparava.

- Você me conhece? Porque eu não lembro de você. - Bruxas....

- Eu não, mas já ouvi falar muito sobre você. - Ela se virou para nós. - Inclusive viajaram até aqui à toa. - Gargalhou.

- Por quê? - Brad começou a ficar puto.

- Era só falar com Selene, tivemos a visão juntas, ela viveu aqui comigo por um longo tempo. - Nós estávamos desacreditados. - E também não faço favores para híbridos, agora se me derem licença.

Ela voltou ao que estava fazendo e nós resolvemos ir embora. Então Selene sabia de tudo? Nada fazia sentido para mim agora. Ela com o caçador, ela com aquelas crianças no dia em que descobri que caçadores ainda as matavam. Se ela sabia de tudo, o certo seria ficar do lado das bruxas, né?

- Cara, só você pode fazer isso - Brad disse do nada.

- Fazer o que? - Me virei para ele, sem entender porra nenhuma.

- Você é bem lerdo as vezes hein... - ele bufou. - Você precisa arrancar respostas de Selene, você é o único que consegue.

- Mas não acho que ela vá me falar por livre e espontânea vontade - disse ironicamente.

- Seu idiota, vocês já foram amantes, lembra? Se aproxima dela e talvez você nem precise perguntar, ela acaba te dizendo por livre e espontânea vontade. - Ele deu uma piscadinha.

- Já pensou na parte de que ainda tenho sentimentos por ela? - Revirei os olhos.

- Noah, por favor, controle seus sentimentos. Isso é muito sério!

Faziam um mês que estávamos fora, estava com saudade de New Orleans, do meu apartamento e até de Hailey, nem tive tempo de me despedir. E agora teria que forçar algo com a Selene, não esperava que ela entendesse nada, porque no lugar dela eu também não entenderia, mas era o certo a se fazer e eu precisava fazer o certo pelo menos uma vez na "vida".



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