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História Lua de Sangue - Ajuda


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 16 - Ajuda


Arabella

Sentei na minha cama sem acreditar no que tinha acabado de acontecer. Ou quase acontecer. Não acredito que eu me deixei levar por Sebastian novamente e, pior, contei para ele que eu era virgem. Isso foi errado e inconsequente... Sem falar nas idiotices que aquele caçador começou a soltar.

- Virgens no século XXI... Babaca - murmurei para mim mesma, imitando as palavras de Sebastian.

A verdade é que eu estava confusa e puta comigo mesma. Como eu pude cair nos braços daquele caçador idiota novamente? Eu não podia deixar as coisas chegarem a um ponto que fosse impossível reverter. Eu sou uma bruxa e ele, bom, o trabalho dele é matar bruxas. Poderia fazer uma lista de possíveis coisas que com certeza dariam errado se eu continuasse permitindo Sebastian na minha vida.

Batidas soaram em minha janela fazendo com que eu interrompesse meu monólogo interior e pude ver Hailey e Noah parados do lado de fora de minha janela, na sacada.

- O que estão fazendo aqui? - perguntei quando abri a janela permitindo que eles entrassem.

Hailey entrou pisando duro e parou com as mãos na cintura, enquanto Noah deu um sorrisinho e sussurrou um "olá, bruxinha".

- Por que não me contou tudo sobre essa profecia? - Hailey disse irritada.

Franzi as sobrancelhas.

- Eu não tive tempo para isso, Hailey. Você sabe o quanto de coisas têm acontecido - falei andando até a cama e sentando, sendo seguida por Noah, que deitou de modo relaxado.

Hailey e eu o encaramos com as sobrancelhas erguidas.

- O que foi? - Noah perguntou enquanto colocava uma almofada atrás da cabeça.

Hailey revirou os olhos.

- O fato é que sou sua amiga, Arabella! Você podia ter desabafado comigo e tudo o mais - ela disse de forma mais calma.

Suspirei.

- Tudo bem, Hailey. Talvez eu devesse ter contado tudo com mais detalhes - admiti e levantei de modo que ficássemos frente à frente. - Não quis te sobrecarregar também porque você sabe, essa história com Enzo...

Hailey sorriu fraco.

- Está tudo bem, só quis fazer um drama - disse e eu ri.

- Como o amor é lindo - Noah disse e levantou-se. - Agora preciso ir, estou fedendo a fumaça.

Franzi a testa e observei ele e Hailey atentamente. Era realmente curioso os dois terem chegado juntos até aqui, já que estavam meio que brigados.

- Então quer dizer que fizeram as pazes? - Ergui uma sobrancelha de forma questionadora.

Hailey e Noah sorriram de um jeito cúmplice.

- Bom, nós meio que colocamos fogo em uma certa festa de caçadores... - Minha amiga riu.

- Uma coisa levou a outra e aqui estamos! - Noah sorriu ainda mais, porém eu já não prestava mais atenção em nada.

- Vocês o quê? - perguntei sem acreditar.

- É isso mesmo que você ouviu, Arabella - Hailey começou a ficar irritada novamente. - Ou vai dizer que agora você tem pena daqueles estúpidos?

Balancei a cabeça.

- Você não... - Fui interrompida por batidas, dessa vez na porta.

- Arabella - a voz de minha mãe soou do outro lado.

- Só um minuto! - gritei para ela e depois olhei para Noah e Hailey. - Vocês precisam ir.

Hailey assentiu e pegou na mão do híbrido.

- Tudo bem, apenas não fique chateada por termos matado seu amiguinho - ela disse antes de passar por mim indo em direção a janela.

Noah me lançou um olhar como se estivesse compreendendo o que eu estava sentindo, acho que por nós dois estarmos presos em pessoas que não gostaríamos. Respirei fundo e andei até a porta logo a abrindo. Minha mãe encarou-me de forma desconfiada.

- Por que demorou tanto? - ela disse entrando no quarto e observando tudo atentamente.

- Estava trocando de roupa - falei e sorri. - O que está fazendo aqui? Pensei que estivesse com Irina.

Minha mãe assentiu.

- Sim, estou indo encontra-la agora, apenas passei aqui para dizer que seu pai precisa de você lá embaixo. - Revirou os olhos. - Will está lá o ajudando com o pó de girassol e ao que tudo indica ele conseguiu criar a poção que nos deixa imune a esse mal. - Ela sorriu vitoriosa e levemente orgulhosa.

Tentei sorri e demonstrar animação, mas minha cabeça estava em uma certa floresta. Eu não queria me preocupar com caçadores morrendo queimados e, para falar a verdade, eu não me importava, mas não conseguia parar de pensar em Sebastian.

Olhei para minha mãe e respirei fundo sabendo que o que estava prestes a fazer era totalmente errado e insano.

- Preciso fazer uma coisa - eu disse antes de sair apressada do quarto sem qualquer explicação.

 

Sebastian

Eu tentava arrombar a janela chutando-a com toda força, mas o fogo queimava a madeira com tanta rapidez que chama alcançou a minha calça, Bjorn jogou o que parecia ser uma cortina na minha perna e abafou o fogo, eu olhei em volta e pude ver corpos queimando no chão ainda vivos, os gritos eram assustares, eu queria ajudar, mas a essa altura já era tarde demais, a pele parecia estar desgrudando do corpo, era melhor morrer do que sentir tanta dor. Lucy tentava arrastar a amiga desacordada para longe do fogo que estava dominando a sala, pude vê-las entrando no meu quarto e fechando a porta. Alguns caçadores que ainda estavam vivos, jogavam coisas contra a porta principal mas a fumaça começou a encher a sala com escuridão e alguns perderam oxigênio surpreendentemente rápido demais, comecei a tossir agonizando por ar e Bjorn caiu no chão em uma crise de tosse, eu o segurei apoiando o corpo dele no meu ombro mas a fumaça estava me deixando tonto, cambaleamos até a porta do porão, coloquei a minha blusa sobre a boca e o nariz para conseguir respirar pelo menos um pouco mais e abrir a porta, a maçaneta brilhava com o calor, eu a toquei sentindo a temperatura e gritei ao sentir minha pele queimando mas conseguimos entrar.

- Sebastian? - Pedro tinha acabado de sair do instituto e a sua primeira missão era aqui em New Orleans, eu estava feliz em saber que ele ainda estava vivo pois ele era jovem demais para morrer agora. - Eu vim buscar alguma arma para abrir um buraco na parede ou nas janelas. - Ele vasculhava as gavetas e jogava algumas adagas no chão.

- Me ajude com Bjorn. - Ordenei. - Vou pegar o machado e tirar a gente daqui.

Pedro colocou o corpo de Bjorn no chão, eu corri para o armário de armas e peguei o machado, subi as escadas correndo, tirei a minha blusa e a coloquei envolvida na minha mão para abrir a porta, mas quando abri, tudo estava domado pelo fogo, haviam corpos carbonizados, olhei em volta com certa dificuldade pois meus olhos ardiam com o calor e tentei procurar por alguém vivo, mas não havia, o teto estava caindo sobre o chão e a fumaça invadiu os meus pulmões. Fechei a porta novamente e desci as escadas.

- O que houve? - Pedro estava fazendo massagem cardíaca no corpo desacordado de Bjorn.

- Já era, cara, tudo lá em cima está em chamas. - Eu disse passando as mãos sobre o rosto.

- Tem alguma saída por aqui? - Agora Pedro fazia respiração boca a boca.

- Não cara, nem janelas, nem portas... - Eu olhei para cima e a fumaça entrava pelas brechas da porta fechada. - Logo o fogo vai chegar até aqui. - Me aproximei do corpo de Bjorn e me sentei ao lado dele.

- Não tem nada que a gente possa usar para apagar o fogo? - Pedro me fazia lembrar do meu irmão, sempre destemido e nunca desistia sem antes lutar. - Então é assim que vamos morrer? - Eu abaixei a cabeça e lamentei não poder fazer nada.

- Fica calmo, Pedro. - Eu toquei o ombro dele e olhei o fogo queimar as escadas de madeira. - Vai acabar rápido. - Pedro assentiu e deu de ombros, nós caçadores não tínhamos medo da morte.

O cheiro da fumaça era insuportável, Pedro tampava o rosto com a blusa, mas logo vi seus olhos revirarem e ele caiu em cima do corpo de Bjorn. Então era esse o fim de tudo, esperava morrer em batalha como um guerreiro, mas talvez seja menos cansativo assim, eu não conseguia mais respirar, cai no chão e fechei os olhos esperando tudo acabar, era melhor morrer sufocado do que sentir a pele queimar com o fogo. Meu corpo caiu sobre o chão e era questão de tempo, parecia que cada segundo eram horas, mas foi quando eu ouvi um barulho estranho vindo da parte de cima da cabana. Eu não conseguia abrir os olhos, senti um vento forte sobre o meu rosto como se algo estivesse me dando ar, eu podia respirar finalmente, mas ainda não tinha forças para abrir os olhos, senti uma mão fria sobre o meu pescoço, alguém estava tentando sentir a minha pulsação. Eu me esforcei para me mexer, mas era em vão, eu perdia a consciência e voltava a ser são praticamente de 10 em 10 segundos, eu definitivamente estava lutando contra a morte. Senti meu corpo repousar sobre algo macio, o cheiro de terra era forte, eu não estava mais dentro da cabana, não sentia mais a fumaça e nem o calor do fogo, tentei abrir os olhos e vi Arabella ajoelhada ao meu lado, ela parecia aliviada ao me ver.

- Você... - Tentei falar mas acabei desmaiando antes de terminar a frase.

Ou talvez eu já estivesse morto, afinal.

 

Hailey

Eu andava distraída pelas ruas em direção a minha casa, enquanto Noah falava alguma coisa da qual eu não estava prestando atenção. Eu não tinha mais raiva dele, eu tinha raiva de mim. Eu estava me sentindo mal, estava angustiada por ter ficado com ele e simplesmente esquecido de Lauren, a menina que estava do meu lado e estava fazendo de tudo para me ver alegre. Boa Hailey.

- Parece que chegamos. - Foi a única frase que prestei atenção.

- É... - Abri um meio sorriso.

- Nos vemos amanhã? - perguntou e eu apenas assenti.

- Vejo você por aí, Noah. - Ele balançou a cabeça e sumiu da minha visão rapidamente.

Eu esperei pelo elevador e quando dentro, apertei o número do meu andar. Não demorou para que as portas se abrissem, eu saí de dentro do elevador e segui até a porta do meu apartamento. Respirei fundo antes de abrir a porta, pois sabia que eu iria levar um baita esporro de Tommy por ter saído, e por ter quebrado seu pescoço. Abri a porta de uma vez e me deparei com ele sentado na poltrona tomando sua cerveja.

- Tommy. - Abri um sorriso falso.

Ele apenas me lançou um olhar, mas logo voltou sua atenção para a televisão que passava algum jogo idiota.

- Qual é Tommy, fale comigo. - Andei até o sofá e me sentei.

Ele deu um gole em sua cerveja e era como se eu simplesmente não tivesse ali.

- TOMMY! - gritei me levantando e parando na frente da tv.

- O que foi? - Direcionou seu olhar para mim, mas logo desviou.

- Me desculpa por ter quebrado seu pescoço. - Respirei fundo. - E por ter saído mesmo com você ficando preocupado em relação aos caçadores.

- Sabe qual o seu problema, Hailey? Eu estou pouco me fodendo para os caçadores a solta. Eu sei que você é capaz de enfrentá-los, mas você está se esquecendo que no meio deles você pode encontrar nosso pai. - Ele disse calmamente.

- Ele não me assusta. - Dei de ombros e voltei a me sentar.

- Ele não te assusta? - Deu uma risadinha. - Acho que eu tenho que te lembrar que você fugiu praticamente um século dele Hailey.

- Isso nunca mais vai acontecer Tom. Eu era uma babaca por deixar um homem como ele me botar medo, eu não sabia de metade das coisas que hoje eu posso fazer. E afinal, ele é apenas um vampiro, uma mordida minha e pronto, seremos órfãos de vez.

- Você não tem essa coragem toda Hailey, e não se esqueça da força que Charlie tem - disse finalizando sua cerveja e se levantando. - Você já está bem grandinha Hailey, sabe se cuidar. Estarei no quarto se precisar.

Fiquei calada e ele me deixou sozinha na sala com meus pensamentos. Eu havia enfrentado uma fase negra em minha vida, meu pai era sinônimo de ameaça para mim e isso me fez viver me escondendo por muito tempo. Cheguei a desligar a humanidade que tinha dentro de mim uma vez por causa de sua caçada sem final atrás de mim. O único problema é que eu era mulher, e mulher para ele nada mais era um objeto, e quando ele tentou me estuprar minha mãe não permitiu e isso resultou sua morte e meu sumiço. Charlie fez seu nome como um vampiro muito rápido, ele era temido por muitos e o sobrenome Larkin me trazia muitos inimigos graças a ele, mas também me trazia respeito e alguns aliados.

Tommy acompanhou parte de minha fase sem humanidade, e ele junto de Enzo conseguiu recuperar a Hails que eles tanto amavam. Hoje, meu pai já não era lá esse monstro todo o qual eu fugia, eu estava pronta para enfrentá-lo e se necessário matá-lo.

Meus devaneios foram afastados com o meu celular vibrando e me chamando a atenção. Desliei o dedo sobre a tela para atender a ligação de Arabella.

- Já está com saudades? - Dei uma risadinha.

- Preciso da sua ajuda agora - ela disse autoritária.

- Precisa da minha ajuda? Para que? - perguntei confusa.

- Me enc... - A ligação estava péssima. - Floresta.

Foi tudo que eu consegui ouvir, a ligação caiu e ao tentar ligar novamente para ela a ligação ia direto para a caixa posta, ótimo. Me levantei do sofá e fui até o quarto onde Tommy estava hospedado, o encontrei deitado na cama com o fone de ouvido super alto.

- TOMMY! - gritei e rapidamente ele se pôs de pé atrás de mim me dando um mata-leão.

- Você quer me matar porra? - Ele disse me soltando e tirando seus fones. - O que foi porra?

- Arabella me ligou e me deu duas palavras e meia, preciso que me ajude a encontrá-la, já que ela se esqueceu que quem tem os feitiços de busca é ela. - Revirei os olhos e deixei o quarto esperando que ele me acompanhasse.

Sai de casa e fiquei esperando na portaria até que Tommy apareceu ajeitando um casaco em seu corpo.

- Para onde vamos? - Me perguntou sério.

- Floresta. - Dei de ombros.

Eu tinha uma leve impressão de que eu sabia onde minha amiga estaria, então segui para onde antes incendiei a cabana. Após alguns minutos correndo, vi de longe a fumaça saindo ainda da cabana e não muito distante avistei Arabella segurando o rosto de um homem. Antes que eu pudesse me aproximar, uma flecha passou a centímetros do meu corpo e se não fosse por Tommy me puxando para trás, certamente teria me acertado. Ficamos então em alerta, vampiros e lobos tem uma ótima visão e audição e era a maior burrice do mundo um caçador querer competir conosco. Não demorou para que um homem de cabelos loiros me atacasse, Tommy o puxou de cima de mim e logo uma menina ruiva corria também em minha direção. Mas a movimentação não chamou a atenção de Arabella que continuava a olhar para o rosto do homem que parecia desacordado no chão, ela só podia estar de brincadeira. Tommy e eu lutávamos lado a lado e quando mais uma vez olhei para Arabella vi não muito distante dela, uma mulher de cabelos negros cumpridos correndo em sua direção com uma espada nas mãos.  

- Arabella! - gritei antes de levar um corte no braço.

- Vá até ela, Hails, eu os seguros aqui! - Meu irmão gritou enquanto avançava para cima do homem.

Corri o mais rápido que pude em direção a Arabella que me olhou assustada quando a puxei pelo braço com força a fazendo ficar de pé. Me posicionei em sua frente e deixei que minhas presas se fizessem presentes. A caçadora mudou seu alvo se direcionando para mim. Ela manuseava de forma rápida sua espada e levei alguns cortes da mesma, mas consegui chutar sua mão com certa força fazendo a espada cair no chão, avancei para cima dela e a segurei pela gola de sua camisa que deixava seus seios quase a mostra devido a alguns rasgos nela.

- Olhos bonitos - disse encarando seus olhos e ela tentou me socar, mas a joguei para longe a fazendo bater com força na árvore e cair no chão inconsciente. - O que porra você está fazendo aqui? - perguntei me direcionando a Arabella.

- Eu vim salvar o Sebastian. Como você pode matar tantas pessoas? - Cuspiu as palavras em cima de mim.

- Wow! Calma aí... pessoas? Quantas pessoas eles já mataram? Eles tiraram o Enzo de mim, Arabella! Eu quero a minha vingança. Sangue se paga com sangue - disse estressada.

- Não dessa forma. - Ela negou com a cabeça e fez um movimento com a mão me fazendo ouvir um grito logo atrás de mim.

A menina que eu havia lançado contra a árvore estava de pé, e agora flutuando, já que Arabella a manteve no ar para que ela não me atacasse. Arabella a lançou para longe mais uma vez.

- Para que precisa de mim? - Perguntei ficando mais atenta.

- Me ajude a tirar Sebastian daqui. Ele precisa de médico ou de sangue de... - ela não terminou de falar.

- Que? Você espera que eu ajude um caçador? - Gargalhei. - O que tem de errado com você? - Passei a mão no rosto de forma impaciente.

- O que tem de errado comigo? Eu não quero que ele morra, Hailey! Vai me ajudar ou não? Olha quando sangue já foi derramado hoje. Por favor, poupe o dele. - Cerrei meu punho com força e fechei meus olhos.

Respirei fundo algumas vezes e antes que eu pudesse respondê-la ouvi o grito de Tommy.

- MERDA! AJUDE LOGO A ARABELLA CARALHO! - gritou se levantando do chão e se preparando para continuar a luta.

- Se meu irmão morrer, porque você quer ajudar a porra de um caçador, você pode esquecer do meu nome Arabella. - Apontei o dedo para ela e peguei o corpo do caçador no chão.

O ajeitei em meu ombro e puxei Arabella com uma de minhas mãos. Eu corri até as estradas que ligavam a floresta com a cidade e então coloquei o corpo do caçador no chão e mordi meu pulso o rasgando e fazendo o sangue pingar, já que nosso sangue tinha o poder da cura. Arabella abriu a boca do caçador e vi meu sangue escorrendo para dentro dele.

- Ele já acorda. Eu vou ajudar Tommy, eu já volto - disse voltando para a mata.

Ao chegar ao local em que eu havia deixado Tommy, ele agora lutava com três caçadores. A menina ruiva, a morena e o homem que havia feito o primeiro ataque. Deixei as veias colorirem meu rosto e minhas presas se fazerem presentes. A menina da Katana estava prestes a cortar a cabeça do meu irmão enquanto os outros dois o seguravam contra o chão. Antes que ela pudesse descer sua mão, eu a golpeei na barriga com velocidade e força fazendo ela cambalear para trás, puxei os dois caçadores que seguravam meu irmão e então bati seus corpos um contra o outro e quando no chão apenas peguei o corpo de Tommy que estava quase desacordado e corri o segurando até a estrada.

- Obrigada por voltar. - Ele abriu um meio sorriso.

- Você tem meu sangue, e eu te amo. - Repeti as palavras que ele já havia falado para mim outrora.

 

Noah

Depois que deixei Hailey em casa, resolvi ir para minha, afinal a noite já tinha sido animada o suficiente. Fui andando calmamente entre as ruas escuras até chegar no meu apartamento. Subi as escadas, já que o elevador estava ruim, de novo. Quando abri a porta encontrei Selene sentada no sofá tomando uma taça de vinho.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntei, fechando a porta atrás de mim.

- Se eu não venho atrás de você, você não me procura. - Ela me encarava, com as pernas cruzadas.

- Não te procuro porque não sei se posso confiar em você. - Sentei na poltrona, longe dela. - Toda vez que tento, aparece alguma coisa que me impede.

- Aquele caçador... - deu uma pausa. - Não sei como ele foi parar lá, eu juro. - Foi até a mim e se agachou, apoiando em minhas pernas.

- Tá, mas e aquele dia? Naquele beco? Com o que estamos vivendo você não é uma pessoa confiável. - Um drama sempre caía bem, né?

- Noah, eu nunca faria mal algum a você. - Passou a mão suavemente em meu rosto.

- Será? - Levantei e fui até a varanda.

- Você não deveria nem duvidar, sabe que eu amo você. - Me abraçou por trás, com força.

- Ama? - Ri ironicamente. Agora ela tinha tocado no ponto fraco, que me fez lembrar quando ela me abandonou. - Não diga uma coisa dessas quando sabe que não é verdade, fica feio para você.

- Já te expliquei porque fui embora, por quê é tão difícil de entender? - Me pressionou contra a parede e esperava que eu dissesse alguma coisa.

- Porque não foi você quem ficou e teve que viver por anos sem saber de nada, sem entender o porquê - disse olhando em seus olhos. - Se você tivesse ficado, saberia porque é tão difícil entender.

Seus olhos começaram a lacrimejar, ela passou a mão no rosto antes que as primeiras lágrimas pudessem cair. Voltou para a sala, pegou suas coisas e foi embora.

Ela tocou naquela ferida, sabe? Por mais que tudo isso fosse um plano, agora, nosso passado ainda mexia comigo. Nunca iria entender o porquê de ela nunca ter me procurado, não importa quantas vezes ela explicasse. E eu precisava arrancar respostas dela, o que ficava difícil se eu deixasse os ressentimentos falarem mais alto, precisava focar no plano novamente. Pensei em ir procura-la amanhã e fazer o arrependido, eu era muito bom em ser cínico e devido ao que estava acontecendo, eu precisava concluir isso o mais rápido possível.

Fui para o chuveiro, precisava de um banho. Deixei a água quente cair sobre o meu corpo enquanto pensava em algo para fazer com Selene amanhã, algo que a fizesse se sentir especial. Depois de uns 15 minutos, ouvi meu celular tocar, enrolei a toalha em minha cintura e fui procura-lo.

- Não acredito - disse quando o encontrei.

- Sabia que ia dizer algo do tipo - Brad dizia do outro lado da linha e eu ri.

- Pode me dizer, qual foi a merda dessa vez? - Pude ouvir ele rindo também.

- Não é nada meu amigo, só pensei que você pudesse me fazer companhia. Estou aqui no Scorpions Bar, é perto da sua casa né?

- Sim, é. - Isso era realmente muito estranho. - Daqui a pouco estou aí, até mais - e desliguei.



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