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História Lua de Sangue - Alerta


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 2 - Alerta


 

 

Arabella

O corpo de mais uma bruxa havia sido encontrada na floresta, mas Irina não permitia que saísse qualquer notícia sobre nos jornais, isso só atrairia mais atenção indesejada. Porém, enquanto nós, bruxas, tomávamos todo cuidado para não chamarmos atenção, os vampiros de New Orleans pareciam não dar a mínima. Matavam pessoas como se fosse algum esporte divertido e cada vez mais notícias de jovens desaparecidos ou mortos estampavam as manchetes dos telejornais. Eu podia pressentir algo muito ruim em nossa cidade, podia sentir a chegada de cada vez mais caçadores. Boatos de que alguns clãs de bruxas já se organizavam para ir atrás dos caçadores já corriam por entre os seres do submundo de New Orleans.

Respirei fundo enquanto passava um paninho úmido sobre o balcão onde eu passava a maior parte do tempo. Arabella Beauchamp grande bruxa com poderes mágicos durante a noite, mas de dia apenas uma funcionária da pequena Loja de Discos do Charlie. Eu sei, nome nada criativo, mas Charlie não é dotado de muita inteligência de qualquer forma. Mas, apesar de tudo eu gostava do meu emprego. Não que eu precisasse, quando me candidatei a essa vaga tudo o que eu buscava era apenas me enturmar e levar uma vida normal como qualquer outro. Minha família é totalmente contra apenas pelo fato de ter que interagir com mortais.

Charlie, um homem de meia idade e com a barriga protuberante, dormia sentado em um pequeno sofá no fundo da loja. ''Revolution'' do The Beatles tocava como som ambiente, a loja não tinha muito movimento nesse horário. Ok, ela não tinha movimento quase nunca. Fala sério, quem é que compra discos quando se pode fazer downloads das músicas? Mas Charlie mantinha seu negócio firme e forte e meu emprego também, talvez pelo fato de eu não me importar em ganhar menos do que o combinado.

Assim que limpei a última poeira do balcão pude ouvir o sininho da loja tocando anunciando a chegada de alguém. Era um homem alto, com roupas pretas e olhos muito verdes.

— Posso ajudá-lo em algo? — Prontifiquei-me assim que ele parou na primeira prateleira de discos.

O homem sorriu exibindo seus dentes perfeitamente brancos.

— Estou à procura de algo diferente, Arabella — ele pronunciou meu nome como se estivesse saboreando cada silaba.

— Como sabe meu nome? — perguntei engolindo em seco e segurando o balcão com força.

— Está no seu crachá. — Ele riu e voltou os olhos para os discos novamente.

Sorri sem graça ao mesmo tempo em que meu corpo relaxava. Ok, talvez esse negócio de caçadores na cidade estivesse me deixando paranoica.

O homem analisou prateleira por prateleira e mesmo com minhas constantes tentativas de ajuda, ele não conseguia decidir qual disco levaria. Já estava quase dando meu horário de ir embora e Charlie ainda dormia no sofá.

— Hum, senhor? — chamei enquanto saía de trás do balcão.

Ele virou-se para mim, estava com um disco nas mãos.

— Vou querer esse. — Estendeu o disco para mim.

Assenti e peguei o objeto de suas mãos logo pondo em uma sacola. Era um disco de rock de uma banda alternativa na qual eu não conhecia.

— Vinte dólares — avisei e ele prontamente estendeu as notas.

Quando fui pegar o dinheiro e nossos dedos tocaram-se levemente um presságio súbito chegou a mim. Olhei em seus olhos e fiquei paralisada, ele percebeu, pois, logo agarrou meu pulso com força.

— Bruxa — ele disse e fez um movimento rápido pegando uma lamina prateada de sua cintura.

Ignorando totalmente meu subconsciente apavorado consegui usar meus poderes de telecinese para jogar sua lamina para longe, derrubando um monte de discos no chão. Aproveitei o momento de distração e puxei meu braço com força libertando-me de seu poder. Dei alguns passos para trás e ele riu como se a situação fosse pura diversão, puxou mais uma lamina prateada de seu cinto, mas dessa vez a arremessou e eu juro que se eu não tivesse a parado no meio do caminho, ela teria perfurado meu coração. O sorriso presunçoso apagou-se de seus lábios.

— Maldita — ele praguejou enquanto caminhava em minha direção.

Apenas com um movimento de minhas mãos fiz seu corpo levitar e depois dirigi todo meu pensamento para seu pescoço, fazendo uma leve pressão com meus dedos.

— Sempre pensei que caçadores fossem mais inteligentes — eu disse e ele se debateu com raiva. 

Fechei minha mão em punho e logo o corpo do caçador estava sem vida no chão da loja. Eu repudiava qualquer tipo de violência, mas quando se tratava de caçadores não via o porquê de ter qualquer remorso. Olhei para trás e vi que Charlie ainda dormia. Que ótimo, eu ainda vou ter que limpar essa bagunça.

 

Sebastian

Essa cidade estava se tornando um caos, os caçadores já tinham sido convocados mas parece que ainda não havia um controle, as criaturas pareciam se multiplicar, eu havia matado sete bruxas, mas mesmo assim, não adiantava, elas eram como baratas.

O dia estava nublado para variar, eu não dormia faziam três dias e já estava tendo problemas de desgaste, por mais que eu tomasse um café forte a cada hora, não podia mais suportar o cansaço e se alguma criatura mágica me pegasse desprevenido poderia ser fatal para mim. Eu andei por dentro da floresta em direção a minha cabana, era necessário parar de caçar por hoje. Quando me aproximei da porta, tive um pressentimento estranho, peguei a minha adaga e entrei, meus passos estavam lentos demais, mas mesmo assim fiquei atento a qualquer coisa suspeita.

— Procurando alguém? – Uma voz feminina inundou a sala atrás de mim, me virei rapidamente seguindo a adaga diretamente para o pescoço da mulher, mas ela se abaixou esquivando-se do meu golpe.

— Porra, Camila... – eu disse ao perceber que a mulher era a minha namorada.

— Ainda bem que não faltei as aulas de defesa pessoal do instituto. – Ela sorriu e eu revirei os olhos.

— Eu quase te matei – eu disse enquanto tirava as minhas botas.

— Não chegou nem perto. – Camila me ajudou a tirar o sobretudo sujo com lama e sangue de bruxa. – Você parece exausto. – Era evidente.

— Faz um tempinho que eu não durmo e eu não parei um segundo se quer desde que cheguei – desabafei. – Mas o que faz aqui? Foi convocada para cá também? Pensei que você tinha uma missão em Los Angeles.

— Eu e Jacob limpamos tudo em Los Angeles, somos fodas...você sabe. – Ela era tão humilde quanto eu.

— Lidando com fadas rebeldes, nossa que prestigio – ironizei.

— Há! – Ela fingiu estar entretida. — Mas quando chegamos na sede dos caçadores, todos estavam sendo mandados para cá.

— Que bom que eles trataram isso como prioridade. Lembra do caso em Malibu? Foi trágico. – Afastei o pensamento dos 120 humanos mortos por um clã de vampiros. – Onde está Jacob? Estou com saudades do meu irmãozinho. Aquele viado esqueceu que tem família desde que começou a caçar.

— Ele quis comprar uns discos idiotas para você, mas acho que era para ser uma surpresa, então finge que se surpreendeu. – Ele sabia que eu colecionava discos antigos, o meu apartamento onde eu costumava ter um lar, tinha uma prateleira repleta de vinis. — Resolvi vir na frente para matar a saudade, mas ele deve estar chegando.

— Eu até te jogaria naquela cama e foderia com o teu juízo até você ficar louca e pedir para eu parar. – Eu caminhei até ela e sussurrei em seu ouvido tirando uma mecha de cabelo da frente da orelha dela. – Mas não quero que o meu irmão veja o quanto você é puta na cama. – Sorri e me afastei.

— Até porque você não está conseguindo nem deixar os olhos abertos – ela disse erguendo uma das sobrancelhas.

— Não me subestime – eu disse aumentando a voz.

— Não se preocupe, deite e descanse, só vou embora quando matar tudo que não seja humano. – Ela pegou as armas dela da mochila e foi para o meu arsenal no porão.

Eu tirei a minha roupa, tomei um banho e coloquei uma calça de moletom, deitei na cama e apaguei.

 

Hailey

Despertei sentindo alguns raios de sol entrando no quarto, ao me virar para o lado dei de cara com John, o universitário gato que deixei me levar para a cama. Me sentei na cama e catei as minhas peças de roupa pelo chão, as vesti rapidamente e sai do quarto do menino o deixando dormindo. Ao chegar na sala, me deparei com uma mulher que aparentava ter uns quarenta e cinco anos e ela me olhou assustada pelas minhas vestimentas.

— Olá, tchau. – Peguei uma maçã em cima da mesa antes de sair.

Todos que passavam na rua me olhavam e eu podia ouvir eles cochichando algo me julgando. Ok, minhas vestimentas não eram apropriadas para o dia. Apressei meu passo para meu apartamento e quando tive a certeza que não havia ninguém me seguindo ou olhando, corri o mais veloz que pude até minha casa. Cheguei e tomei um banho rápido, a casa estava uma verdadeira bagunça mas ignorei e apenas vesti uma roupa para sair novamente.

Deixei meu apartamento e resolvi passar na loja onde minha melhor amiga trabalhava, o sol forte estava me fazendo querer correr para qualquer canto com sombra. Eu não precisava de um anel, essa era uma das vantagens de ser um híbrido. Abri a porta da loja, mas não encontrei minha amiga no balcão, comecei então a andar pela loja e assim que virei num dos corredores tive a visão de um corpo sem vida. Dei alguns passos em direção ao corpo e ouvi um barulho atrás de mim, ao me virar para trás vi uma faca parada a centímetros do meu corpo.

— Você me assustou, Hailey – Arabella disse fazendo a faca cair.

— O que houve por aqui? O corpo está à venda também? – Dei uma risada.

— Era um caçador, está cidade está enfestada deles – ela disse se aproximando de mim.

— Temos que tomar cuidado. – Dei de ombros e fiquei olhando para ela. – Você está bem?

— Sim, ele não conseguiu meu atacar. Pode ajudar a me livrar dele? – perguntou e eu assenti.

— Eu até beberia um pouco do sangue dele, mas sabe como é tóxico para mim. – Revirei os olhos e peguei o corpo.

— Pare com isso, só pensa em beber sangue. – Ela me deu um tapa no ombro.

— É isso que vampiros fazem, meu amor. – Pisquei para ela.

— Preferia que fosse apenas lobo, teríamos menos problemas em ficarmos juntas. – Eu sabia o quanto ela odiava o que eu era.

— Hey bruxinha, não sabe o que está falando. – Apontei para ela deixando o corpo cair no chão.

Ela riu e me ajudou a pegar o corpo novamente, ajeitei o homem no meu colo e levei até os fundos da loja despejando o corpo dentro da grande lixeira. De manhã eu não poderia andar com um corpo pelas ruas de New Orleans tão tranquila, então me livraria do corpo mais tarde. Ao voltar para dentro da loja ouvi uma voz masculina.

— Ele é alto e cabelos loiros. – O homem dizia.

— Ele esteve aqui mais cedo, mas já faz tempo que foi embora. – Arabella explicou para o homem.

— Olá, quem é esse? – Apontei para o homem que me olhou assustado.

— Sebastian. – Ele esticou a mão, mas apenas o ignorei. – Vim saber do meu irmão.

— Ah, se ele for gato como você pode passar meunúmero. – Levei a mão até a orelha imitando um telefone. – Bem, tchau tchau. – Mandeium beijo no ar e vi Arabella rir antes de eu sair da loja.

 

   Noah

Era um domingo ensolarado, então resolvi ir até o centro de New Orleans onde era regado a jazz, bebida barata e muitas turistas curiosas. Peguei meu impala 67 e coloquei "It's a man's world — James Brown" para tocar, no momento essa era minha música favorita. Acendi um cigarro e fui apreciando a vista, quando de repente vi Selene, a bruxa que desgraçou minha vida. Não sabia que ela tinha voltado para a cidade, faziam anos que eu não a via. Ver ela me deixou perturbado, pensei em dar a volta com o carro umas mil vezes, mas acabei mantendo meu caminho. Aqueles cabelos pretos compridos e olhos cor de mel ainda mexiam comigo, e isso era uma merda! Ela foi uma das únicas pessoas por quem tentei me tornar uma pessoa melhor, mas no final das contas percebi que não tinha como. Selene sempre foi contra meu jeito de ser, por ela comecei a tomar sangue só nas bolsas que ela trazia do hospital para mim. Ela era enfermeira e vamos dizer que ela usava algo a mais para curar os pacientes, até que um dia ela tentou matar um dos pacientes, um cara que tinha feito algo contra sua família. Eu não sabia da história direito, ela nunca tinha me contado, mesmo depois de eu me abrir para ela. Contei coisas que nunca pensei que contaria para alguém. Mas enfim, sabia que em algum momento nós íamos nos esbarrar por aí e ela iria me explicar o porquê de ter ido embora sem falar comigo, por ter feito um feitiço que impedia que encontrasse sua localização, que foi o que mais me magoou. Ela foi embora, tudo bem. Mas por que não queria que eu a encontrasse? Assim, de uma hora para outra.

Cheguei na cidade, estacionei o carro e fui até o bar que era meu favorito. La não era permitido o uso de magia, ou seja, era frequentado por vampiros e híbridos, lá as bruxas não enchiam o saco. Era o lugar perfeito para beber o que quiser, você poderia escolher um whisky, tequila ou sangue, direto do pescoço de alguém, o que era uma delícia. Os humanos ficavam bêbados rapidamente e isso facilitava mais ainda as coisas para nós.

— Quanto tempo, vai querer o de sempre? — Mia, a garota do bar me perguntou, estendendo o pulso em direção a minha boca. Ela é a única bruxa que trabalha aqui. Quando era mais nova, foi expulsa do clã por usar feitiços proibidos, então a família de vampiros que era dona do bar a acolheu. Sempre bom manter uma bruxa por perto.

— Não, obrigado. — Parecia que eu tinha chateado ela, sempre desconfiei que ela quer me dar — Já tive o suficiente. — Dei um sorriso sarcástico e ela me encarou, puta. — Mas vou querer uma dose de whisky, por favor.

Ela pegou para mim com a maior má vontade, o que me deu muita vontade de rir. Se não tivesse transado com aquela bruxa ontem, certamente eu levaria ela para os fundos. Mas, eu estava tranquilo e ela nem me dava muito tesão, então assim que ela me entregou o copo fui até aos sofás que ficavam no fundo do bar e me sentei lá a fim de escolher alguém com quem pudesse me divertir hoje. Escolhi uma menina, com cabelos loiros, ela estava acompanhada pelo namorado, mas isso não seria um problema. Disse aos dois que iria leva-los a outro bar, onde teria um show essa noite e os dois toparam na hora. No caminho eles me fizeram um monte de perguntas, o que já estava me enchendo o saco.

— Vocês vão até o próximo beco e vão me esperar lá — disse, olhando nos olhos deles.

— Nós vamos até o próximo beco e vamos te esperar — eles repetiram e começaram a andar até lá.

Quando olhei para o outro lado da rua, um homem alto vestindo um sobretudo preto me olhava fixamente. Então comecei a andar em direção ao beco e o mesmo começou a andar também. Apressei os passos e quando virei e vi o casal, em vez de ir até eles, corri e escalei até o alto do prédio. Quando o homem virou a primeira coisa que fez foi ir até o casal e depois começou a procurar por mim. Sem sucesso, ele desfez a hipnose, provavelmente dando villosa a eles e os tirou dali.



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