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História Lua de Sangue - Ataque


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 26 - Ataque


Arabella

Por mais que eu tentasse, não conseguia dormir direto. Sonhos com a profecia misturado com a guerra entre nós e os caçadores atormentavam meus pensamentos e era angustiante essa espera pelo incerto. Will estava trabalhando na cura do pó de diamante com a amostra do sangue de Noah e como Tommy já estava recuperado, estava servindo de cobaia para testes. Minha mãe continuava em seu quarto mantendo o voto de silencio e apesar de odiar vê-la assim, no fundo eu estava meio que aliviada dela não estar envolvida em toda essa bagunça. Bom, eu esperava que não. 

Levantei de minha cama frustrada por não conseguir dormir e coloquei minhas botas. Já que estava acordada eu iria fazer as coisas que eu estava adiando como, por exemplo, falar com Margot. Depois de minha conversa com Irina comecei a pensar em minha amiga e em como fui tola por ignorar sua ambição constante por poder, pensava ser coisa de adolescente, passageiro, mas era pior. As coisas estavam saindo do controle e o clã estava dividido, só que não podíamos nos dar ao luxo de uma guerra entre nós bruxas, quando havia outra muito maior prestes a acontecer. Uma que poderia levar a nossa extinção e não haveria clã alguma para ser liderado. 

Desci as escadas apressada e segui para a saída, não vi Will ou Tommy e concluí que ainda deviam estar no laboratório. A casa de Margot ficava próxima a minha e não demorei a chegar, subi os pequenos degraus da entrada e toquei a campainha. Margot apareceu alguns segundos depois, seus cabelos pretos presos em um rabo de cavalo, ela parecia a mesma Margot de sempre. 

- O que está fazendo aqui? - Cruzou os braços. 

Respirei fundo.

- O que está pretendendo fazer dividindo o clã logo quando estamos à beira de uma guerra com caçadores? - fui direta e Margot ergueu as sobrancelhas. 

- Se veio aqui me dar algum tipo de sermão, pode ir embora. - Ela começou a fechar a porta, mas eu a impedi. 

- Você é uma menina, não está pronta para nos liderar - falei.

Margot soltou uma risadinha. 

- Irina é uma velha, Arabella. Seu tempo já passou e não sou só eu que penso assim, várias bruxas concordaram que no momento eu sou a mais poderosa e apta a nos liderar - ela disse de forma prepotente. 

Balancei a cabeça sem acreditar no que estava ouvindo. 

- Você enlouqueceu.... Onde está sua mãe? Helga concorda com isso? - perguntei e pude perceber que Margot ficou tensa com a pergunta, mas logo disfarçou.

- Vá embora, Arabella. Acho que está óbvio de que lado você está - ela disse antes de fechar a porta em minha cara. 

Fiquei parada ali durante uns segundos, havia algo muito estranho acontecendo. Helga era uma bruxa antiga e tradicional, eu duvidava que estivesse de acordo com os planos da filha, mas por que não havia feito algo a respeito ainda? Desci os degraus da entrada da casa de Margot e estava prestes a ir embora quando ouvi um ''psiu''. Olhei para trás, mas não havia ninguém. Estou delirando, pensei. Mas então ouvi a mesma coisa novamente. 

- Aqui - alguém disse baixinho e pude ver grandes olhos azuis me espiando por entre os arbustos. 

Me aproximei lentamente e um pouco receosa, mas quando pude ver de quem se tratava relaxei. Era Ruby, a irmã mais nova de Margot. Ruby tinha apenas oito anos e parecia uma versão de Margot em miniatura. 

- Ruby? O que está fazendo aqui? - perguntei me abaixando para que ficássemos cara a cara. 

A garotinha parecia nervosa e assustada, não parava de olhar para a entrada da casa. 

- Margot, me prendeu, mas eu consegui fugir. Ela ainda não sabe - ela disse com sua voz infantil e percebi que as coisas estavam piores do que eu pensava. 

- O que quer dizer, Ruby? Onde está sua mãe? - Segurei seus ombros e a olhei seriamente. 

- Margot prendeu a mamãe e fez um feitiço para retirar seus poderes. Ela vai fazer o mesmo comigo, Arabella. - Ruby falou rapidamente. 

Soltei a menininha sem poder acreditar. Margot estava usando magia proibida e pior, com a própria mãe. Olhei para a garotinha desesperada em minha frente e peguei em sua mão a puxando comigo. Eu sabia que não era momento oportuno para isso, mas não podia deixar uma criança de oito anos passar por isso. 

- Não se preocupe, eu vou... - Comecei, mas fui interrompida pelo toque de meu celular. 

 O nome de Will brilhava na tela. 

- Will? - atendi enquanto caminhava rapidamente com Ruby.

- Arabella, invadiram nossa casa.  Caçadores! - meu irmão falava rapidamente e percebi que estava ofegante. Senti meu coração se apertar. 

- Will, aonde você está? Que merda aconteceu? 

- Eu e Tommy estamos no apartamento de Hailey e... 

- E nossa mãe, Will? - O interrompi nervosa. 

Meu irmão fez silencio e apertei o celular com força.

- Eles a pegaram, não sei se está vi...

O celular caiu de minha mão e senti lagrimas descerem por minhas bochechas. Eu não podia acreditar que iria perder minha mãe também, não podia acreditar que isso estava acontecendo. Começou a ventar muito forte e percebi que eu estava fazendo isso, Ruby se aproximou ainda mais de mim e precisei de todo o controle para não sair correndo e fazer uma loucura.

Respirei fundo e peguei o celular do chão o enfiando no bolso novamente. Eu iria deixar Ruby no apartamento de Hailey e iria falar com Irina. Não iríamos esperar mais ou traçar plano algum, nós iríamos até os caçadores, afinal existe algo melhor e mais eficiente que o ataque surpresa? 

 

Sebastian

Eu carregava o corpo de Martin nas costas, Mel ajudava Vitorius a juntar alguns pedaços de madeira para podermos crema-lo antes de voltarmos para o hotel. Vitorius ajeitou a pequena cama de gravetos e eu coloquei o corpo do pequeno guerreiro sobre ela.

- Alguém quer dizer algumas palavras? - perguntei um pouco rouco.

- Ele era um homem bom, que agora desfrute a paz. - Vitorius disse com o rosto voltado para o corpo já pálido de Martin.

- Nossa mãe Lua terá orgulho em receber um guerreiro valente que morreu em combate e será lembrado como um grande caçador. - Mel jogou um pouco do perfume que tinha em sua bolsa sobre o peito de Martin, tinha que ser perfume pois foi a única inflamável que achamos para carboniza-lo. 

Eu acendi o isqueiro e lancei sobre o corpo, não demorou para tudo incendiar.

 Ao caminhar até o carro, todos olhávamos para chão, era difícil perder alguém que lutou ao seu lado, eu sabia disso mais do que qualquer um. A viagem de volta ao hotel foi silenciosa, não havia palavras de consolo, nós não iriamos deixar o que aconteceu para trás, fomos feitos para guerra e agora estávamos em guerra.

Assim que entramos no hotel, havia alvoroço, caçadores segurando suas armas e andando de um canto ao outro.

- Vou para quarto me curar. - Vitorius anunciou com a voz cansada.

Mel o ajudou a caminhar até o elevador e quando as portas se fecharam ela veio até mim.

- Eu vou procurar uns amigos para caçar hoje à noite, você quer ir? - O convite dela me fez perceber que nunca vamos descansar, nossa vida era simples, matamos para proteger a nossa raça e não temos tempo para nada além disso. 

- Eu prefiro lutar sozinho, não quero carregar mais uma morte nas costas - assumi.

- Ei amor, - Ela tocou o meu ombro - somos caçadores, sempre vamos carregar uma morte nas costas, mas a dessa vez, eu prometo - Ela sorriu. - A morte que você vai carregar hoje, será de um deles e não de um de nós. 

Já estava tarde realmente, o céu estava escurecendo e a maioria dos caçadores estavam prontos para partir. Eu não poderia lutar uma batalha dessa proporção sozinho por mais que eu não quisesse levar outras pessoas comigo. 

- Vamos - respondi e a segui pelo saguão.

Depois de alguns minutos, nos transformamos em sete, quatro homens contando comigo e três mulheres. Eu preferi não saber nomes e não me apresentar assim não criaria vínculo com ninguém e seria mais fácil aceitar a morte deles caso acontecesse, mas obviamente eu faria de tudo para protege-los. 

- Ou, fortinho... - Uma caçadora cheia de tatuagens e com cabelos curtos sinalizou para mim. - Você é o irmão do Jacob, certo? - Eu respirei fundo afastando toda a dor que vinha junto com o nome do meu irmão e apenas assenti. - Ótimo, sempre bom ter um Theodore por perto. 

- Você o conheceu? - perguntei. 

- Éramos amigos. - Ela abaixou a cabeça fazendo os cabelos caírem um pouco sobre o rosto, mas logo se recompôs. - Espero que você lute tão bem quanto ele.

- Eu não sei, não. - Um caçador com alargadores e cabelo arrepiado se pronunciou. - Dizem que quem luta ao lado dele, acaba morrendo. - Ele sorriu de um jeito diabólico e eu juro, que rezei para nossa deusa Lua por mil vezes antes de responde-lo.

- Qual o seu nome mesmo? - perguntei.

- Matheo. - Ele ergueu o queixo e me olhou com ar superior, não iria saber lidar com essa arrogância, que se foda a paciência. 

- Bom, Matheo... - Eu fechei a minha mão em punho e soquei o queixo dele fazendo ele cambalear para trás. - Não volte a falar comigo ou eu mesmo te mato. 

Ele se recompôs e veio para cima de mim, mas o barulho de vidro sendo quebrado nos tirou a atenção. 

- Que porra está acontecendo? - Mel perguntou. 

De repente um vento forte chiou dentro do hotel, o lustre do saguão balançou e caiu se estilhaçando no chão.

- BRUXAS! - Um grito feminino veio à tona.

Gritos, vidraças sendo quebradas, barulho de tiro e caçadores correndo para a entrada principal, foram o que os meus sentidos notaram a primeira vez.

- Que bom que não vamos perder tempo procurando. - Sorri e tirei as minhas adagas do suporte. 

- CAÇADORES, CHEGOU A HORA! - A voz afiada de Grifh anunciou a invasão, estávamos prontos.

 

Hailey

Selene e eu conversamos por longos minutos nos alfinetando, mas por fim conseguimos chegar a um acordo. Ela estava do nosso lado e estava louca para vingar a morte de seu queridinho, pelo menos uma coisa nós tínhamos em comum. 

- Então podemos contar com você e qualquer um que você confie? - perguntei. 

- Eu sou uma mulher de palavra, Hailey. - Ela revirou os olhos. 

- Prove. - Dei de ombros. 

- Eu provarei, querida. - Descruzou os braços. - Agora se me permite, vou voltar para casa e conversar com alguns contatos e se precisar de mim é só me ligar. 

- Por que eu teria seu número? - Franzi o cenho. 

- Me dê seu telefone. - Selene esticou a mão. - Anda. 

Eu respirei fundo para não partir para cima dela, a presença dela me irritava e saber que talvez eu tivesse que aguentar sua presença mais vezes e por bastante tempo já estava me deixando enlouquecida. Selene colocou o número em meu celular e me devolveu, eu guardei o mesmo no bolso e a vi sumindo da minha frente. 

- Sabe Hailey, eu acho que você não deveria tomar a frente dessa guerra. Você poderia ficar de fora, nós poderíamos sair da cidade e só voltar quando tudo acabasse e... - Lauren se pronunciou pela primeira vez desde que Selene chegou, mas interrompi. 

- Lauren, eu sou uma Larkin e não vou deixar os meus amigos morrerem e simplesmente fugir. Essa guerra é minha, ela me cerca por todos os lados e eu não vou deixar que todas as mortes de meus amigos saiam sem serem vingadas. - Apontei para ela. - Se você não quiser se envolver, saia da cidade sozinha e volte quando todos os caçadores estiverem em suas covas. 

- Você sabe que eu não vou deixá-la aqui para morrer, Hailey, você sabe que para nós seres sobrenaturais essa guerra é praticamente perdida. Há caçadores em cada esquina dessa cidade e cada vez mais eles chegam na cidade, eles são um exército, Hails. - Ela pegou na minha mão. - Vamos embora. 

- Aqui é a minha casa, Laur. Eu não vou embora. Eu vou lutar pela minha cidade, eu vou lutar ao lado dos meus amigos e vou morrer por um deles se for necessário. E daí que eles são um exército? Lauren, nós temos força suficiente para acabar com eles. Se ficar do meu lado nós temos mais chances de vencer essa guerra, nós temos os melhores do nosso lado. - Acariciei sua mão com o polegar. 

- Ok Hails. - Ela suspirou. - Que comece a guerra, eu vou lutar por você. - Abri um sorriso. 

- Obrigada. - Dei um abraço apertado nela. 

Meu celular disparou a tocar e vi a menina de cabelos claros revirar os olhos. 

- Esse seu celular me irrita. - Eu ri. 

- Tommy me irrita. - Mostrei o nome dele na tela. - Já está sentindo minha falta maninho? 

- Hailey, volte para casa agora porque a guerra começou e precisamos de você. - Ele estava esbaforido. 

- O que aconteceu Tommy? - Comecei a me desesperar.

- Invadiram a casa do Will e levaram a mãe dele, Hailey. Os caçadores estão acordados e estão prontos para a guerra. - Eu respirei fundo. 

- Estarei aí em alguns minutos. Arabella está aí? - perguntei pegando na mão de Lauren para começar a andar para a moto. 

- Não, ela foi resolver alguma coisa. Venha logo para casa. - Concordei com ele e desliguei a chamada. 

- A guerra começou Lauren, espero que não se arrependa de ter ficado. - Ela assentiu. 

Corremos até a moto e subi nela dando partida assim que estávamos prontas, parei na porta do prédio de qualquer jeito e subi correndo até meu apartamento. Ao abrir a porta me deparei com Will sentado escrevendo alguma coisa em um caderno, Tommy andando de um lado para o outro e uma criança sentada no sofá olhando para mim.

- Quem é essa? - Apontei para ela. 

- Oi, meu nome é Ruby. - Acenou para mim. 

- Adotamos uma criança? - Lauren me perguntou rindo. - Olá Ruby. 

- Até que ela é bonitinha, dá para criar. - Dei de ombros. 

- Arabella me deixou aqui porque minha irmã está louca... - ela disse torcendo a boca para o lado. 

- Qual o nome da sua irmã? - perguntei curiosa. 

- Margot, você conhece ela. - Apontou para mim. 

- Sim, ela é gata. - Recebi o olhar de Lauren me repreendendo. 

- Olá Hailey, temos que nos preparar para guerra. - Tommy disse chamando minha atenção. 

- Trago boas notícias, a bruxinha do Noah está do nosso lado e acho que podemos contar com mais uma bruxa poderosa. 

- Ótimo, vamos precisar de tudo que tiver. - Ouvi a voz de Arabella logo depois do barulho da porta batendo. - Irina concordou, vamos atacar hoje.



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