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História Lua de Sangue - Confronto


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 27 - Confronto


Arabella

Eu caminhava de forma decidida enquanto o caos se formava à minha volta, caçadores e bruxas, vampiros e até mesmo alguns lobisomens lutavam entre si. Por incrível que pareça conseguimos reunir um número assustadoramente grande de pessoas que concordavam que já estava mais do que na hora de acabar com esses caçadores, de extingui-los de New Orleans de uma vez por todas, até mesmo Margot juntou-se a nós de última hora, o que achei estranho, mas não podia negar qualquer ajuda nesse momento.

Pude ver Hailey lutando ao lado de Tommy e também Selene derrotando um caçador que possuía duas vezes seu tamanho. Estava sendo uma luta fácil para nós já que, com a ajuda de Will, essas porcarias de pós paralisantes não surtiam mais efeito. Pensar no meu irmão me fez começar a correr, eu precisava encontrar minha mãe em toda essa bagunça, não que eu tivesse qualquer garantia de que ela estivesse viva, mas eu precisava ao menos tentar. Não podia acreditar que eu havia perdido mais alguém que amo, não queria acreditar. 

Entrei em um corredor paralelo ao saguão do hotel e deparei-me com dois caras, sendo um deles caçador, pude perceber por suas roupas pretas e espadas. O caçador distribuía socos por toda a face do outro, que já não reagia. Ergui a mão e com um único movimento joguei o corpo do caçador para longe, pude ouvi-lo gritar antes de cair desacordado. Corri até o homem com o rosto ensanguentado e o sussurrei alguns encantamentos para que ele reagisse.

- O que... - Ele me olhava aturdido. Parecia tão novo, mais ou menos a idade de meu irmão, e senti meu coração apertar só de pensar na ideia de que haviam várias vidas em risco nesse momento. Agradeci mentalmente por Will ter concordado, mesmo que a contragosto, em ficar no apartamento com Ruby. 

- Você precisa tomar... - comecei a falar, mas uma porta de vidro se quebrou e estilhaços voaram por toda a parte quando um corpo de uma jovem caçadora foi arremessado sobre ela. Só tive tempo de levantar as mãos e desviar os pedaços de vidro que vieram em minha direção. 

A garota colocou a mão na cabeça e gemeu de dor, mas logo puxou uma lamina do seu cinto antes de se levantar, devo admitir que a determinação dos caçadores era algo admirável. Ela correu para onde antes existia uma porta de vidro, porém mãos a agarraram pelo pescoço e a ergueram do chão. A caçadora se debatia tentando inutilmente libertar-se e eu não deveria, mas senti pena de vê-la sendo sufocada. A pessoa deu um passo à frente entrando no corredor e senti minha boca se abrir levemente quando vi que era Brad que segurava a caçadora pelo pescoço. 

Olhei para o lado e o garoto que eu havia ajudado já não estava mais ali, isso me fez recuperar o foco e segui adiante. Eu não sabia exatamente aonde estava indo, era como se algo estivesse me guiando inconscientemente. Encontrei uma porta de acesso para as escadas e subi correndo parando somente quando cheguei ao quinto andar. Havia vidro e alguns corpos de alguns vampiros e caçadores pelo chão, tive que tomar cuidado para não pisar neles enquanto seguia para uma grande porta de madeira no final do corredor. Algo me dizia que eu tinha que entrar ali, mas quando coloquei a mão na maçaneta uma voz disse:

- Você não vai entrar aí, bruxa.

Virei-me lentamente e deparei-me com uma mulher ruiva, que arremessou sua adaga em minha direção. Desviei a lamina por pouco e a caçadora bufou irritada antes de começar a correr de encontro a mim, sem se importar em pisar nos corpos no chão. Ela arremessou outra lâmina e eu a desviei mais uma vez. A ruiva já estava próxima o suficiente e puxou uma espada de seu cinto pronta para crava-la em meu peito, mas consegui ser mais rápida e sair de seu alcance. Ergui a mão em sua direção antes que ela se preparasse para atacar novamente e a fiz levitar de forma que ficasse impotente. 

- Você achou mesmo que ia conseguir me impedir de fazer algo? - perguntei enquanto a observava se debater. 

Sempre a mesma coisa, pensei antes de torcer o seu pescoço e seu corpo cair com um baque no chão. Desviei os olhos do corpo da mulher, não me sentia bem em ter que fazer isso, mas não havia outra maneira. Já ia voltar para o que eu precisava fazer quando a porta de acesso as escadas se abriu e Sebastian apareceu em minha frente. Senti meu estomago revirar e meu coração acelerar, fazia tempo que eu não o encontrava. 

- Mel... - ele começou, mas parou quando seus olhos encontraram os meus, logo indo para o corpo da caçadora aos meus pés. 

- Olá, Sebastian - foi tudo o que eu consegui dizer quando seus olhos focaram em mim novamente. 

 

Sebastian

Arabella me fitava com seus enormes olhos azuis, o corpo de Mel caído no chão não deixava eu focar em mais nada além de ataca-la. Assim que corri em sua direção ela ergueu a mão e me lançou pelo ar até minhas costas atingirem a porta do elevador. Dor, era o ponto chave nesse momento. Me levantei com dificuldade e a porta atrás de mim se abriu fazendo dois homens com suas presas expostas me agarrarem, um segurou o meu pescoço e o outro, meus braços atrás de mim.

- Tem cara de ser... saboroso. - Olhei de queixo erguido para o homem que apertava a minha garganta.

Senti a perda do ar em meus pulmões, mas agi rápido chutando suas bolas o fazendo afrouxar a mão, em um golpe rápido eu virei a minha cabeça para trás e acertei o outro vampiro atrás de mim que se afastou. Peguei a faca que estava no meu sobretudo e enfiei no coração do vampiro que estava na minha frente. O vampiro que antes segurou meus braços grunhiu algo e socou meu rosto me fazendo cambalear para trás, me recompus, mas ele segurou na minha calça e no meu braço e me lançou no teto, cai sentindo que havia quebrado minha perna esquerda.

- Seu merda! - ele gritou e eu sorri cuspindo o sangue que saia da minha boca.

Ele veio correndo até mim, mas eu peguei a arma que estava na minha cintura e atirei contra sua cabeça. Ele caiu desacordado, me arrastei até ele e enfiei uma adaga em seu coração e depois limpei em meu casaco.

- Então... - Olhei para Arabella que mirava a mão para a porta no final do corredor e citava algumas palavras. - Você não pode entrar ai! - Eu gritei e segurei a adaga com firmeza e lancei em sua direção.

- Por que não? - Ela se virou, mas não percebeu a adaga e logo a sentiu cravar em seu braço.

Eu aproveitei e lancei outra em direção ao seu peito, mas ela a lançou para longe fazendo-a cravar na parede.

- Droga. - Ela disse. - O que tem aqui!? Está protegido por um feitiço, não consigo abrir. - Ela segurou a adaga e fechou os olhos antes de puxar a mesma a largar no chão.

Eu a ignorei e caminhei o mais rápido que eu podia até ela.

- Você acha que tem chance? - Ela me encarava. 

- Posso morrer tentando. - Eu respondi, peguei a espada que estava com Mel no chão e fui para cima de Arabella.

Mas antes que eu pudesse iniciar a nossa pequena batalha ouvi gargalhadas vindas de trás da porta que Arabella insistia em entrar.

- O que tem aí, Sebastian? - Ela me perguntou enquanto segurava seu braço sangrando e me mantinha atenta.

- É o quarto da minha chefe - respondi em um impulso. - Que estranho... - Por um segundo eu desviei a minha atenção de Arabella para Grifh, em meio ao caos ela estava em seu conforto rindo como se isso tudo fosse uma grande piada?

- Visio manifesta. - Arabella tocou a porta e de repente parecia que ela não estava mais lá. - Eu fiz um feitiço para vermos o que tem lá dentro, mas ninguém ver o que tem aqui fora.

- Você não consegue abrir? - Eu perguntei, a essa altura, lutar com Arabella não era a minha prioridade, por mais que eu tivesse todos os motivos do mundo para matá-la, talvez eu faça isso mais tarde, ela pode ser útil agora.

- Não. Já tentei queima-la, explodi-la, evapora-la, mas nada funcionou. Creio que vocês estão escondendo a minha mãe aí dentro. - Ela parecia estar mais concentrada em entrar no quarto do que me matar, tínhamos uma trégua temporária por enquanto. 

- Não sei nada sobre isso, mas Grifh não é de fazer o trabalho sujo, ela não está aí dentro provavelmente sua mãe já está morta. - Afirmei.

- Eu... - Arabella fechou as mãos em punhos e eu a encarei sério, mas Grifh apareceu em nosso campo de visão e nos focamos nela.

- Não seja tolo, eles farão tudo o que eu mandar. - Grifh se sentou em uma cadeira na nossa frente, mas não parecia nos notar, o feitiço de Arabella deu certo.

- Mas e se eles descobrirem sobre... - Uma voz masculina disse um pouco distante e não estava no nosso campo de visão, me aproximei para tentar ver quem poderia ser, mas não consegui.

- Eles estão ocupados demais lutando para descobrirem a verdade, querido. - Grifh mexia no celular digitando algo. - Agora vá embora, eu tenho que descer daqui a pouco para dar um apoio para meus caçadores. 

- Não seja muito cruel com a nossa espécie. - O homem disse e tocou na maçaneta na nossa frente.

- Et invisibilia. - Arabella segurou no meu ombro e o homem beirando os quarenta e cinco anos passou por nós sem reparar que estávamos logo ao seu lado.

 

Hailey

Eu havia perdido as contas de quantos caçadores eu já tinha matado, estava até sendo divertido lutar ao lado de meu irmão e namorada. Nós basicamente brincávamos com os homens que se achavam mais inteligentes e fortes que a gente e matamos todos com satisfação. Estava tudo extremamente fácil para os seres sobrenaturais, nós demos uma trégua e todos lutávamos lado a lado e até mesmo a suprema do clã das bruxas estava presente lutando com todos que tentavam nos atingir, eu nunca tinha visto algo do tipo. 

Irina tomou a frente da guerra e foi passando com uma espécie de proteção que ninguém conseguia tocar-lhe, ela andou até as escadas e sumiu de minha visão. Vi de longe Sebastian lutando contra uns cinco vampiros ao mesmo tempo e ele estaria morto em alguns segundos, mas por um impulso eu corri até ele e o joguei dentro do elevador do hotel pois queria que ele tivesse sua morte pela mão de Arabella. 

- Saia daqui caçadorzinho, não chegou sua hora ainda - disse antes das portas se fecharem. 

Ver Sebastian me fez lembrar de Arabella que estava desaparecida e eu sabia que minha amiga não estava com o psicológico muito instável quando resolvi procurar por ela, Lauren e Tommy me seguiam como se eu fosse uma espécie de líder e aproveitei a segurança reforçada para andar no meio da guerra sem ser atingida nem uma vez. Alcançamos as escadas do hotel e um corpo de vampiro caiu bem na minha frente com o seu coração arrancado, certamente não foi morto por um caçador, mas sim por outro sobrenatural, revirei os olhos e continuei subindo as escadarias.

Ao alcançar o primeiro piso ouvi um grito de dor e logo algo se quebrando, eu fiz um sinal para que Lauren e Tommy parassem de andar, mas o barulho de nossos passos alertou quem quer que estivesse brigando. 

- Hailey. - Margot apareceu no topo da escada com um sorriso no rosto. 

- Margot! - Suspirei aliviada. 

Um sorriso psicopata tomava conta do rosto da mais nova, seus olhos pareciam queimar de loucura e antes que eu pudesse pensar qualquer coisa eu senti meu corpo sendo lançado contra a parede junto de meu irmão e Lauren. 

- O que você está fazendo? - perguntei me levantando do chão. 

- Eu sou a nova suprema, Hailey.  Vocês me devem respeito agora. - Ela movimentou a mão num gesto rápido lançando meu irmão para o andar de baixo. - E vou acabar com todos que estão aqui. 

- Você ainda não é a suprema, sua vagabundinha. - Irina a lançou contra os degraus com sua magia. 

Eu aproveitei a força de Irina para entrar na briga contra Margot que parecia ter perdido totalmente a cabeça com o poder que poderia ter. Eu corri em direção a Margot e a soquei no rosto com força, ela virou o rosto, mas logo voltou a me encarar e tentou me lançar contra a parede mais uma vez, mas Irina me protegeu com sua magia. 

- Parece que para me tocar vai precisar mais que isso. - Abri um sorriso e a soquei mais uma vez. 

- Vocês todos vão morrer. - Ela deu de ombros tranquila. 

Eu corri para trás dela e consegui lhe aplicar um mata leão sem pressionar muito meu braço contra seu pescoço. 

- Você sabe que eu poderia te matar, não sabe? - perguntei forçando um pouco o braço em seu pescoço. 

- Perdeu sua chance. - Ela fez um movimento com as duas mãos fazendo Irina desmoronar e meu corpo ser lançado ao chão. 

Lauren quebrou o vidro de emergência e tirou um machado o lançando contra a menina que parou o objeto no ar e o pegou. 

- Merda. - Eu precisava pensar em alguma coisa antes de atacar. 

Margot começou a pronunciar algumas palavras em latim que eu não fazia ideia do significado e se aproximou mais e mais de Irina até lhe alcançar. 

- Omnes vires, mea sunt. - Ela tocou a testa da mais velha.

O corpo de Irina ficou mole e seus olhos se reviraram enquanto uma luz e um vento forte tomaram conta da escada onde estávamos. Lauren tentou se aproximar mais era impossível, o vento não deixava que chegássemos perto dela, de repente tudo se acalmou quando o corpo de Margot foi ao chão desacordado, nos aproximamos sem entender muita coisa e antes que pudéssemos tocar na menina ela abriu os olhos e levantou rapidamente flutuando. 

- Eu sou a suprema. - Ela juntou as mãos e tudo em sua volta levitou e foi atirado contra nós. 

As coisas já não estavam boas e o surto de Margot só as fez piorar, me joguei no chão para que nada me atingisse e vi Lauren fazer o mesmo. Tommy estava subindo os degraus quando gritei para que ele voltasse para o térreo e lutasse por lá e ele me atendeu prontamente. 

- Margot, o que está fazendo? Nós precisamos derrotar os caçadores! - gritei e ela fez tudo cair. 

- Eu não vou lutar por ninguém, Hailey. Tenho tudo o que eu preciso, poder. - Sorriu e fez uma bola iluminada em sua mão. 

- E por isso quer matar todos? - perguntei me levantando.

 - Sim, vou começar por vocês. - Ela lançou a luz contra nós. 

Onde a luz me atingiu foi a dor de um corte e ao olhar para o meu braço percebi que havia realmente cortado e começava a sangrar, Lauren não tinha sido atingida e seu maxilar estava travado de raiva. Nós avançamos juntas sem pensar muito e fomos lançadas para longe, Margot apontou uma mão em direção a Lauren e ela não conseguia se mover vi então o machado que estava caído no chão levitar e logo tomar velocidade contra o corpo da minha namorada. 

- NÃO! - gritei. 

Eu vi a cabeça de Lauren rolar para um lado e seu corpo cair no chão escorrendo o sangue, minhas presas se fizeram presentes e minhas garras também quando eu corri em disparada para cima de Margot. Ela fez com que o lustre caísse de forma que viesse em minha direção, mas eu desviei e tudo que antes estava no chão voltou a flutuar e voar em minha direção, mas qualquer coisa que batesse em mim eu não sentia, pois, o ódio tinha dominado todo o meu corpo me tirando a dor que eu poderia sentir. 

Eu estava quase a alcançando quando eu peguei um pedaço de madeira que foi atirado contra mim e atirei contra ela, ela desviou o objeto com a mão e eu comecei a jogar tudo que vi pela frente em cima dela mesmo sabendo que nada a atingiria eu só queria chegar mais perto, mas antes que eu pudesse ela me paralisou e afastou mais o meu corpo do dela. 

- Você acha que é capaz de me atacar? - Ela gargalhou. 

- Eu tenho certeza. - Trinquei os dentes. 

- Uma pena, Hailey. Eu até gostava de você. - Deu de ombros e vi o machado levitar mais uma vez. 

Antes do machado me atingir Sebastian pulou agarrando o machado e jogando contra Margot que não esperava por ninguém e quase foi atingida. Sua desconcentração me fez sair da paralisação e a primeira coisa que eu fiz foi segurar Sebastian e correr para longe dali. 

- Não chegou sua hora ainda. - Sebastian repetiu minhas palavras e seguiu escadaria a cima. 

Eu não pensei duas vezes antes de descer e procurar por Tommy, pois sabia que a partir de agora as coisas estariam muito além do nosso controle. Eu desci pelas cordas do elevador que estava ainda em movimento e abri a porta do primeiro andar com certo esforço, um caçador correu para cima de mim. 

- Não estou num bom humor. - Mostrei as presas e o ataquei. 

Todos os caçadores que estavam próximos vieram me atacar e eu agradeci a Deus, eu estava com ódio e eu precisava descarregar então aquilo era a minha terapia. Eu matei mais de quinze caçadores em questão de minutos e quando parei com a respiração ofegante olhei para todos os corpos estirados no chão. Vi Tommy correr na minha direção. 

- Hailey. - Ele parecia desesperado. - Nosso pai está aqui. 

Aquela era a informação que eu menos precisava no dia.



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