1. Spirit Fanfics >
  2. Lua de Sangue >
  3. Corrompidos

História Lua de Sangue - Corrompidos


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 30 - Corrompidos


Arabella

- O que deu nela? - Tommy apontou para a porta na qual Hailey acabara de passar.

Apenas balancei a cabeça, não queria discutir isso na frente de Ruby.

- Tommy, fique aqui com Ruby. Vou buscar Will - falei e saí sem esperar por uma resposta.

A verdade é que eu só queria ficar sozinha com meus pensamentos por um momento e caminhar seria bom. Eu entendia a revolta de Hailey com relação a Margot, porém o fato era que haviam fatores demais a serem pesados antes de decidirmos se íamos ou não a matar. Havia Ruby no meio disso tudo, não sabíamos o que Margot havia feito com a própria mãe e não me parecia certo deixar uma garotinha sem ninguém. Se para nós já estava sendo difícil, eu não queria nem imaginar para Ruby.

O fato é que basear essa decisão em uma visão era loucura. Não havia certeza se Margot realmente era a causa de a profecia vir a acontecer. Lembro de minha conversa com Josephine, tudo isso foi previsto há anos e era assustador pensar que uma garota de dezesseis anos poderia ser a principal causa do fim.

Estava quase chegando em minha casa quando algo me veio à mente. No dia em que Noah havia sido morto e apareceu para mim em uma visão, ele disse que Selene tinha um papel importante na profecia e Josephine havia dito para que eu a procurasse. Ela estava do nosso lado sim, mas não tínhamos aprofundado nenhuma conversa sobre isso e acho que já é hora dela acontecer afinal.

Quando entrei em casa tive uma sensação estranha, era como se tudo estivesse como sempre. Como se meu pai fosse aparecer a qualquer momento para me dar um abraço e minha mãe iria aparecer logo depois reclamando de qualquer coisa, o que faria meu pai rir e dizer algo para irrita-la mais ainda. Ela ia fazer cara de brava, mas o sorriso em seus lábios não nos convenceria e então ele a beijaria.

Balancei a cabeça e limpei o rosto com as mãos. Droga, eu nem tinha percebido que estava chorando. Eu não podia deixar minhas emoções ficarem me dominando, não agora. Esperei alguns segundos até me recompor e caminhei para o laboratório de pesquisas, pois sabia que encontraria meu irmão lá.

- Não, você vai derramar tudo! - Pude ouvir a voz de Will e logo em seguida risadas de alguém que eu não conhecia.

Franzi a testa confusa e me aproximei até parar na soleira da porta, que estava aberta. Will e um garoto que eu nunca havia visto antes riam, enquanto o desconhecido fazia uma espécie de malabarismo com frascos de poções.

- Hm, oi - eu disse entrando no lugar e acho que os assuntando, já que meu irmão ficou mais branco que papel e o garoto do malabarismo deixou as poções caírem, porém fui rápida e as fiz pararem pouco antes de se espatifarem no chão.

- Arabella, o que está fazendo aqui? - Meu irmão perguntou, sua cor já voltando ao normal.

Dei de ombros.

- Eu moro aqui. - Olhei para o outro garoto, que parecia ter a mesma idade que Will. - Não vai me apresentar seu amigo?

Will assentiu.

- Ah sim, é... Esse é o Wesley, o conheci na biblioteca enquanto fazia umas pesquisas para o antídoto e achei que talvez ele pudesse me ajudar e tudo o mais.

Assenti.

- Mas pode simplesmente me chamar de Wes. - O garoto sorriu para mim e foi inevitável eu não retribuir. Wes era um pouco mais alto que Will e mais forte também, seu cabelo era castanho e os olhos verdes contrastavam perfeitamente com sua pele morena. Ele era bonito.

- E então.... Conseguiram algum progresso além de aperfeiçoar os malabares do Wes - falei em tom de brincadeira e as bochechas de Will ficaram levemente rosadas. Achei engraçado e bastante curioso.

- Há! Muito engraçado, Arabella. - Will revirou os olhos.

- Na verdade o antídoto para o pó que afeta os híbridos está perfeito, seu irmão é um gênio - Wes disse e olhou para Will com admiração.

Meu irmão balançou a cabeça.

- Você me ajudou bastante.

- Não importa quem ajudou quem, ok? O fato é que fizeram um bom trabalho. - Olhei para Will. - Nosso pai estaria orgulhoso.

Will sorriu de forma orgulhosa e segurei sua mão a apertando levemente. Eu já estava prestes a dizer que o amava, mas o barulho de algo se quebrando me fez parar. Fiz sinal para que os meninos ficassem aqui e segui para a sala. Será que aqueles malditos teriam a audácia de invadir minha casa novamente? Bom, dessa vez não seria tão fácil, isso eu podia lhes garantir.

Estava pronta para lutar com quem fosse quando cheguei até a sala, mas parei sem saber muito bem a como reagir ao que encontrei. Hailey de pé sustentava um Sebastian muito ferido com o vaso de flores que outrora fora o favorito de minha mãe em pedaços aos seus pés.

 

Sebastian

Acordei deitado sobre o corpo de Lucca, meus ferimentos estavam curados e eu me sentia perfeitamente bem. Mesmo achando nojento ter feito isso, foi necessário. Eu preciso lutar agora! Tenho que salvar os meus irmãos caçadores das garras daquela vampira. E isso me servia como motivação para continuar e fazer o que for preciso para sobreviver.

Resolvi que as armas que estavam na van seriam restritamente minhas. Eu não podia entrega-las para Grifh e tornar sei lá qual for o plano dela, mas fácil. O que eu tinha que fazer agora era reunir caçadores que:

1 - Não fossem vampiros e 2 - Acreditassem que nossa líder é uma vampira mentirosa.

O que seria praticamente impossível, mas eu tinha que tentar. E para eu ter um pouco de vantagem, eu precisaria de provas.

Entrei na van e dirigi até ficar à duas quadras de distância da base onde estava alojado. Caminhei lentamente pelas ruas tentando elaborar um plano para confrontar Grifh e seus seguidores. Era complicado ser o único a lidar com um problema tão grande, eu poderia simplesmente abandonar essa vida e deixar todo mundo se foder, mas tenho que bancar o herói para variar.

Hailey esbarrou em mim durante o caminho, mas meus problemas não se resumiam em matar híbridos no meio de uma rua movimentada. Somente a dispensei e continuei o meu caminho.

Entrei na loja que pelo horário já estava fechada. Me deparei com dois caçadores em frente a porta que dava para o subsolo.

- E aí, Sebastian? - Um dos caçadores me cumprimentou, mas eu não sabia o seu nome.

- E aí? - Respondi.

- Ei, você que é o Sebastian? - O outro caçador disse e eu tive medo de confirmar.

- Sim, sou eu.

- Atenção, Sebastian Theodore está aqui. Repito, Sebastian está aqui. - O segundo anunciou a minha chegada no pequeno walk talk que segurava em sua mão.

Mate-o. - Uma voz feminina retornou, provavelmente a vadia da Grifh.

- Matar o Seba...? - O primeiro caçador tentou entender a situação, mas acabou sendo atacado pelo segundo caçador com uma facada na cabeça.

Grifh quer me matar a qualquer custo. O fato de eu ser o único caçador a saber de seu segredo tornava as coisas mais complicadas para ele e por isso agora eu era um alvo para os seus vampiros infiltrados. O segundo caçador mostrou suas presas e eu lamentei não ter me armado antes de abandonar a van.

- Cara, eu não tenho nada contra você... eu até gosto de ser caçador, mas se a chefona mandou matar, eu tenho que matar. - O vampiro disse e veio em minha direção.

Ele acertou um soco no meu queixo e depois eu revidei acertando outro em seu rosto. Trocamos golpes até que mais dois vampiros apareceram e eu não teria chance sozinho. Um dos vampiros que havia chegado agora correu até mim e chutou-me tão forte que eu fui lançado pelo ar e acabei caindo derrubando uma das prateleiras da loja. Notei que tinha um pequeno porta-retratos de vidro que quebrou deixando uma ponta afiada como formato. O vampiro que me chutou agarrou uma faca e sorriu ao me ver caído. Agarrei o vidro e lancei no vampiro que vinha rapidamente ao meu encontro, por sorte o vidro atingiu o coração e ele caiu no chão morto, mas os outros dois vieram para cima de mim. Fui atingido no estomago diversas vezes e senti minha costela quebrar. Cai no chão e eles começaram a me chutar. Já estava ficando tonto quando notei a faca do vampiro que eu tinha matado, no chão ao meu lado. Segurei-a com força e cortei verticalmente a panturrilha de um dos vampiros. Ele caiu de joelhos ao meu lado e eu enfiei a faca no coração. Dois mortos. O único vampiro que sobrou agiu rápido e me segurou pelo pescoço. Eu perdi o ar rapidamente. Ele me lançou pela vidraça da loja e eu rolei pela calçada. Meu corpo estava dolorido e com estilhaços do vidro.

Me levantei antes que ele viesse finalizar o trabalho. Caminhei pela rua me arrastando pelas paredes. Algumas pessoas me olhavam curiosas, mas eu tentei manter o máximo de naturalidade possível. De repente um braço me puxo para um beco que era os fundos de um mercadinho. Era o vampiro.

- Pensou que iria fugir de mim? - Ele riu e mordeu meu pescoço, senti meu sangue sendo sugado.

Tentei empurra-lo, mas foi em vão. Foi então que Hailey apareceu.

- Mas que droga! - Ela gritou e quebrou o pescoço do vampiro rapidamente. - Quantas vezes - Ela enfiou a mão no peito dele. - Eu terei que salvar a porcaria - Ela agarrou o coração e puxou para fora. - Da sua vida.

- Eu não pedi a sua ajuda. - Eu disse tossindo um pouco.

- Ainda é um caçador ingrato. - Ela negou com a cabeça. - Toma. - Ela mordeu o pulso e seu sangue escorreu por ele. - Bebe.

- Não! - Eu não poderia fazer isso de novo. - Eu preciso falar com a Arabella. - Anunciei.

Mesmo não querendo confiar, ela era a única que eu poderia pedir ajuda nesse momento.

- O que? - Ela me olhou confusa.

- Eu só preciso... - Então me senti fraco e senti minhas pernas falharem.

Senti que eu iria cair, mas Hailey me segurou e me manteve erguido.

- Vamos lá, caçadorzinho. - Ela disse. - Até que você sabe apanhar bem.

 

Hailey

Depois de conseguir falar com Tommy por celular, corri rapidamente até a casa de Arabella com Sebastian desacordado em meus braços e ao chegar na casa da minha amiga, acabei por derrubar um vaso com flores dela.

- Desculpe - disse assim que vi Bella aparecendo pronta para atacar.

- Hailey? Sebastian? - Ela me olhou confusa.

Eu coloquei o corpo de Sebastian no sofá dela e ela se aproximou dele medindo sua pulsação.

- Hailey, o que aconteceu? Você o matou? - Neguei com a cabeça rapidamente.

- Ele estava lutando com alguns vampiros quando resolvi interferir. Saiba que eu ofereci meu sangue, mas ele se recusou a tomar, e trouxe ele aqui porque antes da Bela adormecida apagar ele disse que queria falar com você. - Dei de ombros.

- Vou levá-lo para o quarto e ver o que faço com ele. - Ela disse e eu não pude evitar um sorriso safado no rosto. - Vá se foder Hailey. - Revirou os olhos.

Sebastian pareceu tentar despertar, mas seu corpo se encontrava fraco demais pois havia perdido muito sangue, Arabella o levou para seu quarto com minha ajuda e lá obrigamos o caçador a tomar um pouco de meu sangue para que tivesse a melhora imediata e pudesse falar o que queria com Bella.

- Bem, já fiz meu trabalho. Se ele tentar te atacar é só me ligar, agora vou voltar para casa e ver como as coisas estão lá! - Ela assentiu.

Eu saí em direção ao meu apartamento e estava andando até mais distraída do que eu poderia e só me dei conta disso quando antes de conseguir entrar no meu prédio alguém me puxou e eu fui jogada contra algumas caixas de madeira em um beco ao lado de uma vendinha.

- QUE PORRA É ESSA? - Me levantei e quando me virei para ver quem era, dei de cara com meu pai.

- Olá, Hailey. - Ele tinha um sorriso no rosto.

- Olá, papai. - Dei um sorriso irônico.

- Vim aqui te parabenizar, ainda está viva no meio de toda essa guerra? - Bateu palmas pausadas. - Muito bem Hailey, quem está de protegendo?

- Eu não preciso de ninguém me protegendo porque eu sei me cuidar sozinha. - Meus olhos já assumiam a tonalidade escura.

- Será? - Ele começou a caminhar. - Você é fraca, Hailey, e você não ter me atacado nesses últimos 5 segundos só provou mais isso.

- Eu sou fraca? Desculpe, Charlie, mas não fui eu quem se uniu com os nossos inimigos naturais para ficar vivo. Eu estou viva porque eu luto, e sabe por que eu não te matei ainda? Esse prazer não deve ser só meu, Tommy tem que participar desse momento. - Apontei para ele.

- Tommy não me mataria. E eu me uni a eles porque sou um homem inteligente e não quero entrar nessa briguinha idiota que vocês estão. - Deu de ombros. - Mas fui informado que você, Hailey, tem sido vista em muitos lugares e está atrapalhando alguns planos de pessoas importantes. O que você acha que é? - Ele negou com a cabeça.

- Então está aqui por que alguém mandou vir atrás de mim? - Comecei a rir. - Engraçado, você está acatando ordens agora? Eu luto por que eu quero, diferente de você agora.

Ele avançou em minha direção e pressionou meu corpo contra a parede enquanto me segurava pelo pescoço.

- Eu não estou acatando ordens, eu vou te matar porque eu quero. - Ele apertou com mais força meu pescoço.

Eu consegui acertar um chute em suas partes íntimas e ele me soltou se afastando um pouco de mim, minhas garras apareceram e minhas presas também, tentei socar seu rosto, mas ele se esquivou me acertando um soco na barriga. Charlie me deu uma rasteira e eu caí e só então me dei conta de quantos pedaços de madeira aquele local tinha, peguei um pedaço com a ponta um pouco afiada e joguei em direção a ele que vitoriosamente pegou um pouco abaixo do seu coração fazendo o parar antes de me atacar.

Me levantei e empurrei um pouco mais o pedaço da madeira em seu corpo o fazendo gemer de dor, mas logo ele me acertou um soco no rosto e me empurrou para longe. Eu caí e comecei a lançar todos os pedaços de madeira que tinham ao meu alcance e alguns o acertaram, mas isso não pareceu o parar. Ele correu contra mim e eu acertei o máximo de socos que eu consegui em seu rosto, mas ele não parecia sentir, ele distribuiu alguns murros na minha barriga e eu tentei alcançar seu pescoço para o morder e assim o enfraquecer com o veneno de lobisomem, mas antes que eu pudesse alcançá-lo eu senti meu pescoço sendo quebrado e tudo ficou preto.

Quando eu abri os olhos eu notei que meus braços estavam acorrentados e ao tentar me movimentar percebi que meus pés também estavam, eu tentei me libertar, mas estava fraca demais para isso e ao olhar ao meu redor eu estava presa a uma sala escura e do meu lado tinha um saco com soro misturado com villosa vindo direto para meu corpo, aquele era o motivo de minha fraqueza.

- Pensei que não iria acordar mais. - Ouvi uma voz masculina e ao levantar o olhar vi Charlie.

- Seu filho da puta, por que não me mata de vez? - Abaixei o olhar novamente.

- E qual seria a graça? - Riu. - Você é uma aberração, Hailey, merece sofrer muito antes de morrer. - Ele se aproximou de mim.

- Ou será que você não tem coragem de matar sua filha? - Sorri de lado.

- Você não é minha filha, você é só uma aberração a solta. - Colocou as duas mãos nos braços da cadeira e eu me esquivei o máximo que pude para trás. - Parece que está com medo agora. - Ele passou a mão em meu rosto.

- Não tenho mais medo de você. - Revirei os olhos.

- Deveria. Eu vou deixar você viva para ver todos os seus amigos morrerem, um por um até você não ter mais ninguém e aí sim começará a sua tortura e você vai me implorar para que eu te mate e aí quando eu decidir te matar por um ato de misericórdia, você vai me amar. - Ele sorriu.

- Você chegou um pouco atrasado, Charlie, já que todos os próximos a mim já não estão aqui. - Dei de ombros.

- A bruxinha e seu irmão permanecem vivos e você será a culpada pela morte deles. Trágico, não? - Revirei os olhos.

- Você diz que eu sou uma aberração, mas você está pouco se fodendo para todo mundo e quer tirar a vida do próprio filho que você dizia amar tanto. - Neguei com a cabeça.

- Eu o amei, o criei para ser um vampiro guerreiro, mas ele me traiu quando escolheu ficar do teu lado e então agora ele não faz diferença estando vivo ou não, já que desde que ele fugiu com você ele morreu para... - ele foi interrompido pelo toque de meu celular.

Ele passou a mão pelos meus bolsos até encontrar o aparelho e então me mostrou o visor que mostrava o nome de Tommy.

- Olá, filho. - Ele disse com uma voz calma e vi um sorriso em seu rosto.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...