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História Lua de Sangue - Redenção


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 31 - Redenção


Arabella

— Então, vai me contar o que quer falar comigo ou vai ficar aí encarando suas mãos? — falei e Sebastian finalmente ergueu os olhos para mim.

Ele estava sentado em minha cama e eu em uma cadeira de modo que ficássemos frente a frente. Depois de ter ingerido o sangue de Hailey, sua melhora foi acelerada, mas Sebastian parecia perturbado e não falou uma palavra até agora. Eu estava começando a ficar preocupada de verdade.

— Eu não sei nem por onde começar — ele disse finalmente. — Minha vida parece que está virada de cabeça para baixo, tudo que eu acreditava e as pessoas em que confiava... — Negou com a cabeça e desviou os olhos para a janela.

Suspirei e levantei me aproximando.

— Hailey disse que você estava sendo atacado por vampiros. — Sentei na beirada da cama.

Sebastian assentiu e olhou para minhas pernas descobertas. Não estávamos tão perto, mas era próximo o suficiente para que ele percebesse a cicatriz que havia se formado ali, cicatriz que sua lamina havia deixado.

— Me desculpe por isso — ele disse depois de alguns segundos, mas eu apenas balancei a cabeça. Não era hora para isso, além do mais se tivéssemos que nos desculpar por cada mal que havíamos feito um ao outro... Bom, havia uma lista enorme.

— Está tudo bem, era uma guerra — falei e Sebastian assentiu.

Ficamos nos encarando e eu queria poder me inclinar para abraça-lo. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas podia ver o medo misturado com dor em seus olhos e isso era assustador até mesmo para mim, considerando o fato de que Sebastian era treinado para mascarar suas emoções. Havia algo de muito errado.

— A minha vida toda acreditei que estava fazendo a coisa certa, lutando para salvar pessoas desses monstros e... — O encarei com as sobrancelhas erguidas e ele se apressou em dizer: — Desculpe, não quis ofender.

— Sei que não. — Revirei os olhos.

— O fato é que sempre fui muito convicto dos meus valores, certo de que meus lideres eram pessoas tão éticas quanto eu sou! E agora descubro que são vampiros, Arabella. Tudo parece uma grande mentira. — Ele respirou fundo e eu o olhei sem acreditar.

— Você está me dizendo que existem caçadores vampiros? — eu disse estupidamente.

Sebastian assentiu.

— Eu vi Grifh, a líder dos caçadores, lembra? — Assenti. — Bom, eu a vi morrer em minha frente naquele dia no hotel, mas de repente ela estava lá em nossa nova sede nos dando ordens. Eu queria alertar meus irmãos caçadores, mas então Grifh tentou me matar, Arabella. Ou melhor, mandou um dos seus fazer isso. Agora não sei quantos caçadores reais ainda existem dentro de nossa sede e nem quantos já estão corrompidos — ele falou com repulsa, o que me incomodou, mas acho que o fato de outros caçadores terem traído algum tipo de código de honra bizarro de caçadores era o que deixava Sebastian com mais raiva.

Respirei fundo.

— E você veio até aqui para pedir minha ajuda? — Presumi suas intenções.

Sebastian assentiu.

— Sei que não tenho o direito, tem muita coisa entre nós, muita mágoa, mas agora você é a única pessoa em quem ainda me resta algum tipo de confiança — ele dizia enquanto me encarava. — E prometo que assim que conseguir eliminar esses vampiros de nosso meio, vamos deixar New Orleans. Não haverá mais guerra.

Mordi o lábio. Sebastian ainda não sabia sobre a profecia, não sabia que sua promessa seria impossível de ser cumprida caso ela viesse a acontecer. No final não haveria caçadores ou qualquer um de nós.

— Deixar New Orleans? — perguntei sentindo meu estomago afundar com a possibilidade de não ver Sebastian nunca mais. Era tão estranho esse misto de emoções que eu conseguia sentir quando estava com ele.

— Sim — ele confirmou e ficamos nos encarando em silêncio.

Sebastian estava certo, havia sim muita mágoa entre nós, mas também havia muito sentimento, eu conseguia sentir isso só de olhar em seus olhos azuis. Era loucura sentir toda essa merda por um cara como ele, que matava pessoas por serem diferentes, eu não queria, mas ao mesmo tempo era algo inevitável, incontrolável. Parecia que eu havia voltado ao início, quando me dei conta de que estava apaixonada por um caçador, exatamente o mesmo dilema.

Sem que me dessa conta, Sebastian se inclinou para frente de modo que a distância entre nós fosse mínima. Senti minha respiração acelerar quando ele pegou em minha mão.

— Obrigado — disse baixinho.

— Eu não salvei você, foi a Hailey — falei e ele balançou a cabeça.

— Nós sabemos o porquê de ela ter feito isso — falou e meus olhos foram para seus lábios. Estávamos próximos demais...

— Sebastian, eu vou te ajudar, mas isso não muda nada. — Retomei o foco e levantei me afastando. Ele ainda era um caçador, ainda era o assassino do meu pai e isso eu nunca iria perdoar.

Ele assentiu e também se levantou.

— Ótimo, temos um acordo? — Esticou o braço em minha direção.

— Temos um acordo. — Apertei sua mão, mas Sebastian me impediu de soltar puxando-me para perto. — Por que você tem que dificultar tanto as coisas? — perguntei sem encara-lo.

Senti seus braços me envolverem.

— Acho que quando se trata de nós nunca é tão simples — ele disse e eu fiz a idiotice de erguer o rosto para olha-lo.

Não precisou de mais nada para Sebastian colocar a mão em minha nuca e grudar nossos lábios, havia tanta saudade em nosso beijo, tanto desejo. Passei as mãos por baixo de sua camisa alisando sua barriga, e ele pressionou minha nuca levemente.

— Que droga, Arabella — sussurrou, mas sem desgrudar nossas bocas.

Eu ri e aprofundei nosso beijo novamente. Sebastian pressionou nossos corpos e começou a nos guiar para cama, mas a porta de meu quarto foi escancarada e pude ouvir a voz de Will.

— Arabella!

Me separei de Sebastian e encarei meu irmão sem saber ao certo o que dizer. Will parecia um pouco envergonhado também, claro que não esperava me encontrar aos beijos com um caçador.

— Desculpe, não quis interromper, mas é importante — meu irmão disse encarando seus pés.

Balancei a cabeça e passei a mão pelos meus cabelos bagunçados.

— Tudo bem, não estávamos fazendo nada — falei e Wes, que estava atrás de Will, soltou uma risadinha.

Will assentiu e me olhou de forma séria.

— Tommy acabou de ligar desesperado, sequestraram a Hailey — disse rapidamente e eu arregalei os olhos.

— O que?

— Pelo que me parece foi o Charlie, Tommy estava muito nervoso no telefone e não entendi muito bem, mas ele está vindo para cá com Ruby. Vamos bolar um plano para resgata-la.

Neguei com a cabeça.

— Não, você fica aqui. Eu e Tommy vamos salvar a Hailey — falei e meu irmão me olhou com raiva.

— Eu não sou mais uma criança, Arabella! — Will aumentou o tom de voz e eu o encarei surpresa.

— Ele tem razão — Sebastian disse de repente e nós o olhamos sem acreditar. — O que? Nós caçadores começamos as missões bem mais jovem que o seu irmão aí e pelo que me parece vamos precisar de bastante gente para salvar Hailey.

— Você está se incluindo no plano? — Olhei para Sebastian ainda sem saber se eu estava ouvindo certo.

Ele respirou fundo.

— Acho que devo isso a sua amiga e eu odeio ficar em dívida com qualquer um, mesmo uma hibrida — ele disse.

Olhei para Will que tinha um sorriso vencedor nos lábios e revirei os olhos. Eu ainda não concordava com a ideia de leva-lo, mas não era hora para discussões estupidas. Charlie havia sequestrado Hailey sabe-se lá o porquê e minha amiga não tinha a melhor relação pai/filha com ele, isso me fazia sentir muito medo do que poderia vir a acontecer.

 

Sebastian

— Acho que sei como posso ajudar — anunciei me lembrando da van repleta de armas que eu abandonei no bairro francês.

O irmão de Hailey, Tommy, andava de um lado para o outro sem parar. Will lia um livro de feitiços climáticos ao lado do seu amigo, que falava com a garotinha que chegou junto com Tommy, pelo que parecia ele seria o responsável por ela enquanto nós íamos ao resgate de Hailey.

— Como? – Tommy parou de andar e me encarou. – Fala logo, caçador! – Engoli o seco e respirei fundo, já era difícil lidar com bruxos e híbridos, mas vampiros... eu juro que estou me segurando para não enfiar um pedaço de madeira no peito desse moleque.

— Está nervoso, vampirinho? — perguntei erguendo minhas sobrancelhas.

— Sebastian... – Arabella tentou acalmar a situação, mas Tommy a interrompeu.

— Olha só caçador, eu quero saber como você vai ajudar! Me diz um bom motivo para eu não matar você aqui e agora. – Ele se aproximou de mim e me encarou de queixo erguido, eu cerrei a minha mão em punho e me preparei.

— Parem os dois. – Will disse calmo. – Eu faço um feitiço de localização.

— Finalmente alguém útil. – Tommy sorriu debochadamente sem tirar os olhos de mim.

— Preciso do seu sangue, Tommy. – Ele se levantou deixando o livro nas mãos do amigo dele.

— Aqui. – Tommy mordeu o pulso e o sangue começou a escorrer.

Will pegou o mapa da cidade e fez o vampiro pingar o sangue sobre o papel antes de cicatrizar. O bruxo começou a dizer umas palavras das quais eu não pretendia entender e logo um círculo vermelho se formou em volta de um nome.

— Galpão Shinin. – Will anunciou.

— Vamos! – Tommy começou a caminhar em direção a porta.

— Espere. – Eu o fiz parar. – Você acha mesmo que o lugar vai estar desprotegido?

— Não me importa! – Ele disse quase que gritando.

— Eu sei que vocês têm seus recursos mágicos, mas eu tenho armas. – Sorri ao dizer. – Muitas armas.

— E onde estão essas armas? Com certeza não estão aqui com você. – Tommy conseguia ser incrivelmente irritante.

— Porra, você é um puto de um ingrato! – Gritei e fui para cima dele.

Arabella levantou e se colocou na minha frente.

— Tudo bem, Se-bas-tian. – Ele disse pausadamente com um jeito irônico. – Agora pode me dizer onde estão as armas?

— Em uma van, eu vou busca-la e encontro vocês uma quadra antes do galpão, assim não levantaremos suspeitas ao invadir. – Expliquei o plano.

— Ok. – Arabella disse.

Todos saímos juntos mas seguimos nossos caminhos separados.

Andei pela rua pensando em Arabella, mesmo depois de tudo que passamos juntos, de todo o sofrimento que causamos um ao outro, era inevitável não a desejar. Quando eu a olhei pela primeira vez eu senti algo que eu nunca tinha sentido antes, nem mesmo com Camila, e esse sentimento não havia morrido desde então. Eu ficava ao lado dela e sentia nitidamente o meu coração acelerar. Seus olhos me dominavam, ela me fascinava. Eu conseguia sentir raiva por tudo que ela fez e ama-la com toda a força que eu tinha dentro de mim. E nossa, que beijo.

Quando dei por mim, já estava em frente a van. Entrei na mesma e comecei a dirigi até o ponto de encontro.

Os encontrei e parei a van.

— Aqui está. – Abri a porta lateral e mostrei todas as armas.

Comecei explicando como funciona as mais complexas, as armas de fogo. Depois entreguei uma arma branca para cada um, ensinei-os alguns golpes rápidos e práticos. Tommy revirava os olhos, mas participava. Depois de alguns minutos decidimos entrar logo no galpão.

Arabella segurava firmemente uma adaga em suas mãos. Will e opinou por pistolas; Tommy segurava uma besta e tinha duas espadas no suporte nas costas. Eu peguei algumas facas e armas cortantes.

Resolvemos entrar pela porta da frente sem mais delongas, afinal não tinha outra entrada. Tommy chutou a porta de madeira e logo o barulho atraiu mais de 20 vampiros para nós.

— Vamos procurar pela Hailey e matar o máximo de vampiros que pudermos. – Falei e me preparei.

Cada um seguiu para um canto no galpão e eu permaneci na porta. Dois vampiros vieram na minha direção. Eu estalei as minhas mãos e peguei as minhas facas.

— Eu não tenho um dia de paz. – Anunciei.

 

Hailey

Eu sabia que Tommy entraria numa missão suicida para me encontrar e saber disso me deixou com mais ódio de Charlie do que eu já tinha.

— Creio que seu irmão se juntará a nós nessa reunião — ele disse desligando a chamada.

— Tommy não tem nada a ver com a raiva que você sente de mim, deixe ele de fora disso. — Suspirei.

— É engraçado como mesmo fodida do jeito que você está, você continua a tentar ser forte. — Ele balançou a cabeça rindo.

— VÁ SE FODER CHARLIE! — Gritei.

— Vamos esperar por ele, ele vai ser o primeiro que você verá morrer e não poderá fazer nada para me impedir. — Ele deu de ombros e andou até uma cadeira para se sentar.

Depois de um tempo calada eu vi Enzo entrando pela porta e arregalei os olhos, ele estava morto, eu sabia que ele estava morto, como era possível ele estar na sala? Charlie pareceu não perceber sua presença e mexia em seu telefone enquanto Enzo caminhava até mim.

— Enzo? — eu sussurrei e o vi abrir um sorriso.

— Eu estou aqui, Hails, você vai ficar bem. — Ele tocou no meu rosto.

— Eu senti sua falta. — Abri um sorriso e senti as lágrimas dominarem meus olhos.

— Por quê? Eu sempre estive por perto. — Ele depositou um beijo na minha testa.

— Me tira daqui eu preciso sair daqui. — Eu disse um pouco mais alto.

Eu vi a imagem de Enzo desaparecer e Charlie se levantar da cadeira para andar até mim.

— Já está delirando? Tão rápido. — Ele riu e mexeu no soro diminuindo a dosagem em minhas veias.

Eu suspirei caindo na real e voltei a deixar a cabeça baixa, eu estava focada em algum ponto preto no chão quando ouvi um barulho vindo do lado de fora da porta, mas Charlie não pareceu se importar então eu ignorei.

— Será que vou ter que te tirar daqui? — Charlie disse me encarando.

— E vai me levar para onde? — Revirei os olhos.

— Onde eu quiser. — Ele deu de ombros.

— Isso é o que você pensa.

— Olhe para você Hailey, impotente. Você acha que está fraca por causa do soro e da villosa, mas você está fraca porque é isso o que você é. — Ele se levantou e veio andando em minha direção. — O que invade as suas veias só te ajuda a se conformar o quão inútil você é Hailey. Eu poderia ter simplesmente te amarrado e ficado aqui olhando para você que você estaria presa aqui da mesma forma.

Eu mantive meus olhos fechados e sentia a raiva aumentar o resto de força que eu ainda tinha dentro do meu corpo. Levantei o rosto e expus minhas presas para ele que começou a rir.

— Você acha que esses seus dentinhos me amedrontam? — Negou com a cabeça lentamente. — Isso só me faz ter pena de você. Você é uma vergonha para o sobrenome de nossa famí... — antes que ele pudesse terminar de falar seu pescoço foi virado.

— Espero que não tenha se contaminado com as merdas que ele fala. — Assim que o corpo foi ao chão tive a visão de Tommy.

Eu não sabia se eu deveria acreditar no que eu estava vendo por pensar que era apenas mais uma de minhas alucinações.

— Tommy? Você é real? — Ele pareceu confuso.

— Que? Acho que tem alguém alucinando por aqui. — Ele se aproximou de mim e arrebentou o que me prendia à cadeira.

— Enzo esteve aqui. — Eu falei para ele.

— Ok Hails, você não está nada bem. — Ele me deu a mão para me levantar.

— Só vamos sair daqui. – Tommy assentiu.

Ao tentar ficar em pé eu desmoronei no chão pois não aguentava nem mesmo sustentar meu corpo, Tommy me levantou e me pegou no colo antes de sair da sala onde antes eu estava presa.

— PEGUEI ELA. — Tommy gritou e vi algumas pessoas de forma bem embaçada.

Tommy correu comigo para fora do galpão e a luz do dia incomodou meus olhos me fazendo esconder meu rosto no pescoço do meu irmão, ele parou de correr e logo me fez sentar em uma van branca lotada de armas.

— O que é isso? — perguntei me escorando na porta.

— Armas. — Ele deu de ombros.

— Óbvio, mas de quem é isso? — Perguntei.

— Minhas. — Ouvi uma voz logo atrás de Tommy.

— Hailey, você está bem? — Arabella se aproximou de mim.

Ao olhar para o lado dela vi Sebastian e estranhei ele estar junto com meu irmão, Arabella e logo atrás vinha andando Will.

— O que ele está fazendo aqui? Ainda estou alucinando? — perguntei confusa.

— Ele ajudou a salvar você. — Will disse se encostando na van logo do meu lado.

— Ela precisa ir para casa, precisa de sangue. — Meu irmão disse e todos assentiram.

Sebastian deu a volta na van para assumir a posição de motorista, Arabella foi se sentar com ele e Tommy e Will se sentaram do meu lado junto com as armas. Antes deles fecharem a porta lateral da van uma mão impediu e logo vi Charlie abrindo a porta com certa facilidade.

Will teve o reflexo de lançar uma das adagas que estava do seu lado e acertou o braço do homem que deu alguns passos para trás. Tommy correu para cima dele com certo ódio e logo ouvi as portas de Arabella e Sebastian serem abertas e os vi correr em direção a meu pai e outros vampiros que vieram lutar também.

Eu comecei a me arrastar para sair e ir lutar também mas fui impedida por Will me segurando.

— Will, eu preciso ir. Essa luta é minha. — Eu disse olhando em seus olhos.

— Você está fraca Hailey, creio que precise de uma ajudinha. — Ele pegou uma flecha a seu alcance e cortou um pouco seu pulso. — Beba.

Eu o olhei assustada e primeiro neguei a ajuda dele, mas o corpo de Tommy foi lançado com certa brutalidade contra a van.

— Anda Hailey, não me cortei atoa. — Ele riu e eu não hesitei mais.

Cravei minhas presas no local onde ele havia se cortado e comecei a sugar o seu sangue, o sangue de um bruxo além de servir como uma droga para nós vampiros, tinha o fator de cura bem elevado perto dos humanos.

— Hailey? — Ouvi a voz distante de Will. — Hailey? HAILEY! — ele gritou. — DISCEDITE A ME.

No mesmo momento meu corpo foi empurrado para trás e ele ficou me olhando com a mão apontada na minha direção.

— Desculpe — disse limpando o canto da minha boca.

Eu já me sentia revitalizada e mordi o pulso para que o bruxinho pudesse beber e recuperar um pouco do sangue que eu havia lhe tirado. Ele bebeu um pouco e logo afastou meu braço de sua boca.

— Obrigada Will. — Eu sorri e saí da van.

Arabella e Sebastian lutavam com os vampiros enquanto Tommy enfrentava nosso pai que parecia se divertir com a batalha, o homem o empurrou com força contra o chão e eu corri em direção a eles acertando um soco no rosto de Charlie, Tommy abriu um sorriso ao me ver bem e eu estiquei a mão para que ele se levantasse.

— Vamos matar esse filho da puta. — Ele assentiu.

Nós nos revezávamos nos golpes contra o homem que se desviava quase de todos e nos acertava com uma força superior à nossa. Ele jogou o corpo de Tommy contra o meu fazendo com que eu caísse no chão com Tommy por cima de mim.

— Você foi um tolo a se juntar a essa garota Tommy, você tinha tudo para ser um líder — ele disse se aproximando de nós.

— Essa garota, é minha irmã. — Tommy se levantou e avançou contra o homem que o segurou pelo pescoço antes que pudesse lhe acertar.

Eu disparei em direção a ele e o fiz soltar meu irmão fazendo ele se concentrar somente em mim.

— Você disse que eu sou fraca — disse acertando um soco em seu rosto. — Disse que eu sou inútil. — Acertei agora um chute em sua perna. — Então por que tem tanta sede em me matar? — Ele segurou minha mão antes que eu pudesse o acertar.

— Por que você não é digna do mundo. — Ele virou meu braço quase o quebrando e então Tommy chutou seu braço.

Eu me virei para ele e deixei que minhas garras aparecessem e então rasguei seu peito com raiva.

— A única pessoa que não é digno de nada é você! — Gritei enfiando a mão em seu peito.

— Tommy. — Ele chamou por meu irmão ao sentir minha mão em seu coração.

— Você abandonou seus filhos, você negou seu próprio sangue, Charlie. — Tommy colocou sua mão em meu ombro. — Mate-o Hailey.

Eu olhei para o meu irmão que olhava para Charlie com ódio e esperou que eu matasse logo o homem, mas por um segundo eu não consegui puxar seu coração para fora e então senti a mão de Tommy deslizar de meus braços até alcançar minha mão dentro do peito do homem.

— Eu estou com você, maninha. — Ele sorriu para mim e segurou na minha mão me fazendo puxar.

O corpo do homem caiu sem vida no chão enquanto seu coração estava na minha mão, Tommy soltou minha mão e eu soltei o órgão logo em seguida o fazendo cair ao lado do corpo.

— Você está livre agora, Hails. — Meu irmão me abraçou.

— Esse foi o fim só de uma das guerras que enfrento, irmão. — Abracei ele com força.

— Desculpe interromper o momento família. — Sebastian disse olhando para o corpo. — Mas será que podemos ir embora? — Ele estava mancando um pouco.

— Temos mais coisas para resolver ainda hoje. — Arabella disse e eu assenti.

Andei com Tommy até a van e eu me sentia muito mais leve e tinha até um ponto de felicidade dentro de mim por ter vencido um dos meus maiores medos. Sebastian acelerou a van e só a parou quando estava na frente da casa da Arabella.



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