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História Lua de Sangue - Preparativos


Escrita por: fifthondrugs , Finallais e RenaTriz

Capítulo 5 - Preparativos


Arabella

- O que você acha? - Hailey saiu de um dos provadores da loja de fantasia de onde estávamos e fez uma pose sensual exibindo sua fantasia de bruxa, na qual era composta por uma saia preta colada curtíssima, uma blusa de mesma cor que deixava sua barriga branca à amostra e um chapéu pontudo, também preto. Fala sério, como se nós bruxas tivéssemos feito algum tipo pacto e não pudéssemos mais usar as outras cores existentes.

- Bonita, mas nós não nos vestimos assim - eu disse enquanto apontava para meus jeans rasgado e meus velhos coturnos.

- Nos filmes se vestem sim - Hailey disse enquanto tirava aquele chapéu ridículo da cabeça. - Estou tão animada para o Halloween! Adoro o ar festivo e os turistas curiosos que vêm até New Orleans buscando algum tipo de aventura sobrenatural. - Ela riu.

- Eu sinceramente não estou com a menor animo para as festas esse ano - falei, sentando-me em um dos pufes coloridos da loja. - Não precisa ser uma bruxa para saber o quão errado essa noite pode dar.

Hailey fez uma careta.

- Não acho que os caçadores iriam se arriscar a travar uma batalha contra nós com tantos mortais queridinhos por perto - ela disse e logo depois abriu um largo sorriso. - Além do mais, Enzo vai estar lá... Ele não para de perguntar por você. - Ela riu maliciosamente.

Revirei os olhos.

- Eu salvei a vida dele, mas isso não significa que ele esteja interessado em mim - falei e depois pensei em como minha mãe enfartaria se eu aparecesse com um lobisomem em casa.

- Meu Deus, Arabella! Você precisa melhorar essa sua autoestima de bruxa rapidamente - ela disse impaciente e andou até uma das araras de roupas puxando uma fantasia e jogando-a em meus braços. - Experimenta isso, acho que pode ajudar.

Levantei e segui para uma das cabines do provador, sabia que Hailey iria encher o meu saco se eu não experimentasse a bendita roupa. A fantasia era composta por corpete branco apertado e uma saia branca rodada, que batia pouco acima da metade de minhas coxas. Percebi que preso ao cabide havia uma asa e ri ao perceber que Hailey havia pegado uma fantasia de anjo. Eu não achava que anjos se vestiam assim com roupas tão curtas.

- Hailey, eu não acho que... - eu ia dizendo enquanto saía da cabine, mas parei de falar quando dei de cara com o irmão do caçador que eu havia matado. Sebastian era seu nome. Parecia que ele estava me perseguindo.

Seus olhos azuis examinaram-me de cima a baixo e eu nunca havia me sentido tão exposta.

- Que coincidência encontrar você novamente - ele disse quando seu olhar finalmente chegou em meu rosto

Abri um sorriso forçado.

- Eu poderia concordar com você, mas não acredito em coincidências - falei enquanto procurava Hailey com os olhos.

Sebastian assentiu e abriu um sorriso sacana.

- Então meu irmão ter ido até a loja de discos no dia do seu desaparecimento e eu ter encontrado um objeto dele na lixeira atrás da loja teria sido o destino? - Ergueu uma sobrancelha.

Tentei fazer a maior cara de indiferença que conseguia.

- Talvez - eu disse olhando em seus olhos. - Não sou capaz de dizer o que aconteceu com seu irmão, mas você parece não...

- Arabella, acho que encontrei... - Hailey parou de falar quando percebeu a presença de Sebastian. - Você não é o cara gato da loja de discos?

Sebastian sorriu para ela e depois dirigiu seu olhar para mim novamente.

- A fantasia lhe caiu muito bem - ele disse antes de se afastar para o outro lado da loja, se perdendo por entre as araras de roupas.

- Se ele não fosse um ca... - Hailey começou a falar, mas fiz sinal para que se calasse pois tinha certeza de que estávamos sendo observadas.

 

Sebastian

- Fala logo o que você sabe, bonitão. - Lucy estava em cima de um bruxo o enforcando com seu chicote.

- Eu não... - Ela apertou e ele engasgou. - O pó!

- Espera um pouco. - Eu me aproximei deles e encarei o bruxo. - Que pó?

- Surgiram boatos de que estão tentando produzir uma espécie de antidoto para o pó de girassol. - O bruxo disse com dificuldade, Lucy e eu trocamos olhares intencionais.

- Mais alguma coisa? - Lucy perguntou.

- Não, eu juro que só sei disso... - Ele respondeu.

- Não sabe nada sobre onde os seus amigos demônios possam estar? - Lucy cuspiu as palavras.

- Eu não sei - ele disse baixinho.

- Mate-o - eu disse para Lucy.

Eu entreguei a adaga para ela, mas antes que ela pudesse apunhala-lo no coração, o bruxo criou uma luz forte com uma das mãos que pareciam lasers e arrancou o chicote de seu pescoço. Lucy segurou-o pelo braço, mas ele encostou a mão iluminada em sua barriga a empurrando para longe, ela gritou e largou a adaga no chão, o corpo de Lucy estava encolhido em um canto, eu notei que a barriga dela estava queimada no formato da mão dele, eu retirei do bolso do sobretudo o pó de girassol, mas ele chutou a trouxa da minha mão para longe, eu sorri e estalei o pescoço.

- Pode vim. - Eu o chamei com uma das mãos.

Ele se aproximou e eu acertei um soco em sua face o fazendo virar o rosto instantaneamente, ele abriu a palma da mão iluminada e tentou acertar o meu rosto, mas eu desviei e chutei o pé dele fazendo ele se desequilibrar, Lucy levantou e me jogou a adaga, eu a segurei com firmeza e arremessei rapidamente no peito do bruxo, mas acertei um pouco acima de seu coração, ele gemeu de dor mas retirou a adaga com facilidade e veio novamente para cima de mim. Ele mirou a faca no meu abdômen e lançou, eu desviei para o lado, mas senti a faca cortar de leve a lateral do meu corpo, o bruxo veio para cima de mim e tocou a mão iluminada no meu braço e me acertou um soco com a outra mão, eu segurei a dor da queimadura e gritei para Lucy.

- Agora! - Jogou o pó de girassol no rosto do bruxo e ele caiu.

- Se não fosse por mim... - Ela tentou falar, mas caiu de joelhos no chão.

- Eu sei. - Eu sorri tentando motiva-la.

Peguei a adaga do chão e acertei o coração dele. Fui até a Lucy e a peguei no colo, deixei de lado a minha dor para ajudá-la, pois ela estava muito ferida, pude reparar a sua barriga em carne viva e desviei a minha atenção para os olhos dela que estavam fechando.

- Ei, acorda! - Eu disse um pouco alto.

- Eu estou acordada - ela disse entre alguns tossidos.

Caminhei com ela até o lado de fora do armazém do qual fomos enviados para analisar e chamei Alex que estava esperando no carro. Ele pegou ela do meu colo e colocou seu corpo no banco de trás, sentei no banco do carona e Alex entrou logo em seguida.

- Parece que ele não era tão fácil de lidar... - Ele disse acelerando o carro.

- Ele estragou o meu sobretudo. - Eu apontei para o buraco no formato da mão dele que estava exibindo o meu braço repleto de sangue devido a queimadura. - Mereceu morrer.

- Viado. - Ouvi Lucy dizer.

- Mas em Manhattan você não parava de gemer o nome do viado aqui - disse tentando mantê-la acordada.

- Eu estava bêbada... - Ela tossiu sangue e segurei na não dela.

- Você estava muito sóbria. - Ela fechou os olhos novamente. - Ei, olha para mim...

- Eu já disse que estou acordada. - Ela sorriu e seus dentes estavam vermelhos do sangue. - Tá bom você não é viado, mas acho que Alex é... - Ela tossiu novamente. - Ele me negou vári... - Ele a interrompeu.

- Se você sobreviver, eu te mostro que sou homem. - Alex entrou na trilha que dava para a floresta, precisávamos chegar na cabana para cura-la logo.

- Eu vou cobrar... - Eu apertei a mão dela e ela apertou de volta.

- Camila não vai gostar de saber que você fodeu com a Lucy em Manhattan, você sabe que ela a odeia... - Alex comentou.

- Não vai nos dedurar, vai? - Lucy tentou levantar mas recuou. - Eu mato você por trair a minha confi... - Ela diminuiu o tom e cuspiu mais sangue.

- Não vou dedurar vocês - ele disse se virando para trás. - Chegamos, aguenta firme.

 

Hailey

Eu já estava cansada de me manter em casa a maior parte do tempo, eu já havia comprado minha fantasia e esperava a festa ansiosamente.

- Hails, por que não saímos da cidade? - Enzo me perguntou enquanto jogava Xbox.

- Enzo, eu espero por esse festival durante todo o ano. Por que eu iria sair da cidade? - Arqueei a sobrancelha.

- Tem caçadores à solta, eles estarão mascarados e aí será mais difícil saber quem são eles. - Ele não desviava os olhos do jogo.

- E daí? Eu também estarei fantasiada. - Dei de ombros.

- Eu não concordo com isso. - Negou com a cabeça.

- Arabella vai, ao invés de ficar bancando de baba comigo, por que não toma vergonha e a agarra de vez? - Segurei a risada.

- Para. Arabella é uma bela menina, mas ela é bruxa. - Ele fez cara de nojo.

- Foda-se, Enzo. Eu sou híbrida, você é lobo, o que tem? - perguntei cruzando os braços.

- O pai dela me jogaria o feitiço mais forte que ele tem. - Deu de ombros e eu dei uma gargalhada.

- Medroso demais, larga de ser gay. - Ele soltou o ar pelo nariz. - Bem, eu vou dar uma volta, estou com sede. - Dei um tapinha em sua perna e me levantei.

- Tome cuidado, qualquer coisa me ligue! - Ele gritou antes que eu saísse de casa.

Segui um caminho aleatório pela rua e senti que estava sendo seguida, olhei para trás na tentativa de ver alguém suspeito, mas nada além de um casal na mesma calçada. Apressei meu passo entrando em um beco e antes que eu pudesse sair, fui lançada na parede com certa força. Me levantei e fiquei atenta a qualquer mínimo barulho ao meu redor, eu não consegui ver quem tinha feito aquilo.

- Sentiu minha falta lobinha? - Ouvi uma voz mais que conhecida.

- Tommy? - Minha expressão se tornou confusa.

- Olá irmãzinha. - Ele correu e parou ficando de frente para mim.

- O que você está fazendo aqui? - O empurrei e ele deu alguns passos para trás.

- Achei que iria me receber melhor. - Colocou as mãos no bolso e abriu um sorriso.

- Eu não sabia nem que você estava vivo. - Dei de ombros.

- Desejando minha morte? Achei que você só odiasse nosso pai.

- Nada contra você. - Sorri e andei até ele o abraçando.

- Como você está? Soube que sua cidadezinha está com pragas. - Ele me abraçou com força.

- Nada que os vampiros e lobos não coloquem para correr. - Ele revirou os olhos.

- Lobos não fazem nada além de uivar para a lua. - Dei um tapa em seu ombro.

- Olha como fala da minha raça. - Apontei para ele.

- Tudo bem, você não tem culpa de ser assim. - Ele colocou a mão no meu ombro como se fosse me consolar.

- Vai se foder Tommy. - Neguei com a cabeça, rindo.

- Então, o que acha de me mostrar a cidade? Pretendo passar o festival de Halloween por aqui, disseram que é um prato cheio para vampiros e muitos se reúnem aqui nessa época. - Assenti. - Me surpreenda irmãzinha. - Ele se posicionou e me ofereceu o braço.

- Eu até te levaria para o melhor bar daqui, se ele não tivesse sido destruído por caçadores imbecis. - Respirei fundo relembrando da luta.

- Deixou que caçadores quebrassem seu lugar favorito? Nem parece a... - Ele foi interrompido.

- Hailey, Tommy.... Não achei que fosse ver vocês dois juntos e vivos. - Um frio percorreu minha espinha.

- Olha se não é nosso pai. - Tommy se virou para trás encarando o homem.

- Vamos, Tom. - Puxei seu braço para que andasse comigo.

- Onde vão? Não podem levar seu querido pai? - O homem correu parando na minha frente.

- Saia da minha frente. - Cerrei o punho.

- Ou o que? Sabe que eu acabaria com essa tua raça de merda sem pensar duas vezes sua vadiazinha. Não me faça repetir o que eu fiz com sua mãe. - Ele tinha um sorriso no rosto que me fez querer socar a cara dele.

- Deixe-nos em paz, Charlie. - Tom se manifestou.

- Vai protege-la? Por causa dela muitos de seus amigos estão mortos - ele cuspiu as palavras na minha cara.

- EU NÃO MATEI NINGUÉM! - Gritei.

- Abaixe o tom de voz se não quiser que todos saibam o lixo que você é. - Ele negou com a cabeça e respirou fundo. - Já que não fui convidado para a festinha em família, tenho mais o que fazer.

Ele disparou em nossa direção passando no meio de nós dois fazendo a gente se separar.

- É, eu tinha me esquecido porque você odiava ele, mas já lembrei. - Tom disse brincalhão.

- Eu ainda vou mata-lo Tommy, isso é questão de honra. - Senti todo meu sangue ferver.

- Acalme-se irmãzinha, ele não vai te irritar mais. - Respirei fundo.

Levei meu irmão mais velho até uma cafeteria e fizemos nossos pedidos, após comermos eu o levei até meu apartamento onde ele se juntou ao jogo que Enzo jogava. Os dois eram grandes amigos, creio que Enzo e eu éramos os únicos lobisomens que Tommy respeitava e tinha algum laço. Tom se recusou a ficar em minha casa, já que havia alugado um quarto em um hotel próximo.

 

Noah

Todo mundo estava na correria com os preparativos para o começo do festival, enquanto eu estava cagando para isso tudo. Eu poderia me alimentar até jorrar sangue? Sim. Poderia transar com quem eu quisesse? Sim. Mas os caçadores conseguiram me desanimar totalmente. Até planejava dar uma volta por aí, mas não pretendia chamar nenhum tipo de atenção. Estava caminhando pela rua das lojas e vi Hailey caminhando em minha direção.

- Está perdida? - Parei em sua frente e ela bateu de cara no meu peito.

- Tinha que ser você, né? - Ajeitou o cabelo enquanto dirigia-me um olhar com desprezo.

- Se você não andasse tão distraída, isso não teria acontecido. - Fiquei ao seu lado, passei meu braço pelo seu ombro e fui caminhando com ela. - Ainda mais com.... - Cheguei perto de seu ouvido - ... caçadores - sussurrei - Andando por aí.

- Eu sei me virar sozinha. - Tirou meu braço de seu ombro e apressou o passo.

- Eu vi. - Dei uma corridinha até ficar ao seu lado novamente. - É assim que você trata quem salva sua vida? Da próxima vez te deixo na mão.

- Em algum momento eu pedi sua ajuda? - Ela nem olhava na minha cara, mas eu amava isso. Me fazia ficar com mais vontade de falar com ela.

- Você não precisou pedir, estava na cara que precisava de mim. - Ri e ela ficou ainda mais brava. - Até que você fica uma graça quando está putinha.

- Ah, muito obrigada. - Deu o sorriso mais falso e forçado que conseguiu.

- Vai fazer o que hoje à noite? - Eu era uma pessoa insistente, ainda mais quando sabia que estava incomodando.

- Vou me fantasiar e sair com uns amigos - ela amenizou o tom de voz.

- E por acaso eu poderia me juntar a vocês? Você me levar para um encontro seria uma bela maneira de dizer obrigada. - Botei as mãos nos bolsos e dei um sorriso bobo.

- Oi? - Ela parou e começou a gargalhar. - Um encontro? Eu e você? Não, não vai rolar.

- Você vai dispensar um cara que nem eu? - Dei uma voltinha e ela riu ainda mais.

- Tá, pode ir com a gente, mas isso não é um encontro. - Eu ri enquanto ela saiu andando.

- E onde eu te encontro? - Gritei.

- No centro, vamos ficar em frente ao palco principal, onde terá o show meia noite! - gritou de volta.

Bom, agora eu começava a ficar animado. A ideia de ter algo com Hailey me deixava animado. Por incrível que pareça, eu nunca tinha transado com uma híbrida. Até porque é difícil encontrar por aí, mas quem sabe hoje não seria a primeira vez?



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