História Lucy In The Sky With Diamonds - Capítulo Quatorze

Capítulo quatorze

Eram nove horas da noite quando Lucy e os quatro garotos foram para o prédio de Ringo, a garota reclamou algumas vezes de ter uma áurea estranha. Ringo se fez de ofendido, se recusando a falar com Lucy, o que rendeu gargalhadas. Assim quebrando o clima tenso que só Lucy sentia.

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Eu sei que parecia paranóico, mais aquele prédio era estranho. Tudo bem, não faz muito sentido.

—Ahh, vou fumar. -Disse me levantando. A síndica odiava o cheiro de cigarro, por isso Ringo nos proibira de fumar, não desceria todos aquele lance de escada para fumar lá em baixo. E já que o prédio tinha quatorze andares e Ringo morava no décimo primeiro achei mais fácil subir até o terraço do que descer. Não tinha elevador.

Sentia-me entranha. Suspirei passando a mão pelos cabelos.

—Não seja paranóica Lucy. -Falei para mim mesma. Apoei-me no para-peito, olhando para baixo enquanto dava a primeira tragada.

Meu problema era abstinência. Ri com a piada só minha, sempre que fazia as melhores piadas, ninguém estava ali para ouvir. O céu estava levemente estrelado, e já eram dez horas.

—Merda. -Grunhi.

Terminaria de fumar e desceria, John disse que me levaria ao clube e depois voltaria para pegar os instrumentos com os garotos. Ouvi passos atrás de mim e suspirei.

—Sei que não vive sem mim mas, poxa George, poderia me esperar terminar de fumar? -Disse em tom divertido, quando me virei para mostra-lo meu sorriso irônico, deixei o cigarro cair ao ver que não George. Definitivamente não era George.

—Awn, tão fofo. -Disse o cara na minha frente, devia estar a alguns passos de distância.

—O que está fazendo aqui? -Indaguei, tentando ir mais para trás, ele se aproximava. Encostei no para-peito. Sentia o vento jogando meu cabelo pra frente.

—Buscando você. -Falou frio, segurou no meu braço, dessa vez arrumei forças para o empurrar.

—Desista Andrew. -Um sorriso cínico nasceu em meu lábios. —Eu não vou embora. -Disse me afastando dele.

—Papai ficou decepcionado quando contei que você havia virado prostituta. -Disse e eu arregalei os olhos, abri a boca para falar mas ele continuou. —Mamãe foi parar no hospital depois da notícia. -Senti meus olhos molhados, lágrimas quentes escorriam, estava com ódio.

—Prostituta?- Falei alto, ele sorriu cínico. —Eu era a droga de uma garçonete seu idiota. -Grunhi. —Não te devo explicações. -O sorriso cínico voltou ao meu rosto. —Mas aposto que se virasse prostituta o salário seria maior. -O sorriso dele fechou e ele me deu um tapa, não tão forte como o da última vez.

Segurou firme em meus ombros sacudido e gritando coisas sem nexo. Consegui entender poucas palavras, ele me xingava de vadia, dizia que eu era a vergonha da família, mas o que me fez gelar foi a última frase.

—Vai acabar como Arthur. -Falou, e quando me dei conta estávamos próximos do para peito. Foi rápido, num momento suas mãos apertavam meus braços e no outro, eu caia.

Eu sei que pode parecer clichê, mas tudo aconteceu em câmera lenta. Sabe aquela coisa de "Quando você morre sua vida passa como um filme"? Não sei se deu errado só comigo, mas a única coisa que me veio a mente foi que o céu, naquele momento estava lindo. E as estrelas brilhavam tanto, que pareciam até mesmo diamantes.

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Ele havia perdido Lucy. Ainda não parecia real, era como um pesadelo, daqueles que você não consegue acordar.

Os outros três garotos estavam sentados ao lado de George, todos eles com os olhos cheios de lágrimas. Depois de mais ou menos trinta minutos, viu o irmão de Lucy sendo algemado. Num pulo estava em pé. Os três o seguiram. George em momento algum pensou no que fazia, num momento andava em direção a Andrew, no outro, socava sua cara com tamanha força, sangue escorria do nariz quebrado, supercílio, boca, bochecha. E George sabia que só havia conseguido bater nele por causa das algemas.

Graças a confusão George também foi levado a delegacia. Quando os outros três garotos foram contar a Rick ele chorara de maneira como nunca viram, a namorada estava lá quando deram a notícia, e graças ao ataque de ciúmes dela sobre 'Quem era Lucy' Rick rompeu o namoro. Foi uma discussão feia.

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George estava deitado na sua cama, lembrando que Lucy estivera ali. Girava a palheta nos dedos, palheta qual nunca havia devolvido a Lucy. Limpou as lágrimas, ele não queria acreditar, doía muito. George entendeu logo que a saudade que ele sentia por Lucy, era igual ao amor que sentia por ela, apenas crescia.