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História Lucy: O nome do Caos - É tudo culpa da Sra. Tiny!


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 3 - É tudo culpa da Sra. Tiny!


Fanfic / Fanfiction Lucy: O nome do Caos - É tudo culpa da Sra. Tiny!

“Não vai ser bonita

Não vai ser doce

Ela está apenas ali sentada em seus pés cantando

Oh, Senhor, o céu sabe

Nosso lugar é bem lá embaixo”

 

 

Tic-Tac.

O som do relógio não parava de reverberar o mesmo soneto entediante.

Tic-Tac.

Minha cabeça balançava e girava. Meus cotovelos se afundavam na mesa de madeira enquanto meus dedos esfregavam minhas têmperas, tentando evitar que toda a dor de cabeça começasse novamente.

Bud e Lou estavam sentados ao lado da minha cadeira, me olhando intrigados, perguntando que merda eu havia feito de novo.

- Eu só bebi um pouco demais, tudo bem? - perguntei para eles, evitando soluçar - Faz parte da camuflagem! Preciso encontrar aquele idiota! - eles continuavam me olhando desconfiados - Não! Não é o papai! O capanga dele, aquele com cara de dor! O Jonny Frost. É, soube que o papai pediu para ele fazer uns trabalhos pesados. Eu não pretendo muita coisa por agora, na verdade nem sei se vou conseguir… - suspirei, afundando meu rosto na mão, ainda olhando para as duas hienas silenciosas - Que idade eu aparento ter? Quinze? O que eu conseguiria fazer com quinze anos?

Meu rosto esquentou e eu me encostei no espaldar da cadeira.

- Tudo parece tão mais quieto quando Mami não está, não é?

Puxei meu prato de plástico com um omelete de carne com bacon e o joguei no chão, vendo Bud e Lou atacarem a comida, famintos. Eu não queria cozinhar, não que eu não tenha aprendido, mas a preguiça e o dever falavam mais alto quando você acaba de crescer de um instante para o outro. Eu ainda consigo sentir toda a tontura e a ânsia, sem ter ideia de como ou quando isso vai acabar.

Eu precisava experimentar coisas de “gente grande”, então eu roubei um bar e trouxe duas vodcas e um maço de cigarros, eu bebi durante a noite e enfiei minha cabeça num balde de gelo durante a manhã, tentando amenizar a enxaqueca.

Eu tentei dizer a mim mesma que isso é para um bem maior, que é porque eu preciso mostrar que eu não estou para brincadeira. Mas o que isso tem a ver? Eu não consigo nem salvar a mamãe, imagina fazer algo para trazê-la de volta? A verdade é que eu estava arrasada, sem saber o que fazer, com uma puta dor de cabeça e sem nenhum plano na cabeça!

Suspirando, ergui o cigarro com a ponta acesa dentro do cinzeiro e olhei-o por alguns instantes, pensando em como alguém poderia experimentar uma coisa dessas. Mesmo assim eu coloquei-o na boca, me levantei da cadeira, enfiei meus braços em uma jaqueta de couro e sai para fora do apartamento, fechando a porta atrás de mim, trancando-a para que Bud e Lou não fugissem a minha procura.

Mamãe brigaria comigo por deixar seus dois amores trancados sem levá-los comigo, mas isso não era o ponto principal agora.

Enfiei as mãos nos bolsos, enquanto ainda mantinha o cigarro na boca, sem tragá-lo, e comecei a descer as escadas, descendo cada lance mais rápido que o outro, até chegar ao outro lado da rua.

Embora tudo fosse quieto do lado de dentro, aqui fora parecia um circo pegando fogo, literalmente. No lado leste de Gotham um Shopping estava em chamas, mas como estava abandonado desde a evacuação da cidade, ninguém foi atingido.

As ruas decrépitas com cheiro de mijo e ratos molhados eram uma bagunça de lixo revirado e pichações com: “Morte ao Batman!”, escrito em verde fosco.

- Olá Sra. Tiny! - acenei para uma senhora de idade, na casa dos cinquenta anos, de camisola bege, correndo com suas pantufas de ovelha pela rua - Roubaram sua bolsa de novo?

A idosa, ofegante, apoiou-se nos joelhos e afirmou com a cabeça.

- Para que lado ele foi? - perguntei.

Ela apontou para a esquina da quadra seguinte e eu afirmei, dando meia volta, cuspindo o cigarro e correndo pela rua. Tropecei em sacolas de lixo e poças de água de esgoto, aliviada por estar usando uma bota do exército que encontrei pendurada na antena do telhado da vizinha.

Segurei o poste para dar a curva e corri pela esquina que a Sra. Tiny havia apontado, ainda podendo ver o vulto negro correndo para o fim da calçada.

Avancei com mais afinco, sentindo meu peito arder e minhas pernas, agora do tamanho certo, tomar mais velocidade.

O vulto entrou num beco e eu continuei mais veloz, vendo o quanto eu me aproximava, até chegar perto o bastante para pular sobre o ladrão e eu o fiz, sentindo meu corpo colidir ao seu, jogando-o no chão.

Apertei seu rosto contra o chão úmido e imundo, puxando seu pulso e o prendendo atrás das costas.

- Sua mãe nunca te ensinou a não roubar bolsas de velhinhas indefesas? - indaguei.

O corpo, quase do tamanho do meu, começou a se debater abaixo de mim, tentando se soltar.

- O quê? - gritou - Sua louca! Me solta! Eu estou atrás dele também! Está vendo alguma bolsa comigo? Acho que não!

Olhei para ele, analisando-o, notando que ele não tinha mesmo bolsa alguma consigo.

Soltando-o, fiquei de pé no mesmo instante, vendo-o se levantar, segurando e esfregando o pulso.

- Desculpe. - pedi - A Sra. Tiny pede ajuda para qualquer um e aponta sempre para o mesmo lugar.

Seus cabelos negros caíram sobre os olhos, úmidos e sujos. Seu suéter preto parecia uma peça grudada a calça da mesma cor e o sapato de corrida.

- É, acho que essa Sra. Tiny acabou de perder a bolsa dela. - reclamou, parecendo frustrado.

- Uou! Calma aí caubói! Ainda vou achar aquele safado!

Revirando os olhos, andei em direção ao final do beco, que dava para uma rua com ligação à ferrovia de Gotham.

- Ele já está longe! - avisou, ainda atrás de mim.

Cruzando os braços, virei-me para ele.

- Olhe só, parece que encontramos um novo Sherlock Holmes! - ironizei, impaciente.

Ele ainda assim me olhava intrigado, porém, nada que deixasse com que a aparência durona se esvaísse de sua feição.

- Você vai correr atrás de nada!

- Escute aqui, Batman, eu vou correr se eu quiser!

Ele sorriu e quase riu por isso.

- O quê?

- Nada.

Ele negou com a cabeça, esticando sua mão e eu a apertei.

- Meu nome é Lucy. - disse eu - E o seu?

- Damian.



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