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História Lucy: O nome do Caos - Huh?


Escrita por: FresadelaLuna

Capítulo 6 - Huh?


Fanfic / Fanfiction Lucy: O nome do Caos - Huh?

“Sangue ainda mancha mesmo se os lençóis forem lavados

Sexo não acaba se as luzes forem apagadas

Crianças continuam deprimidas mesmo que bem vestidas

E xarope continua sendo xarope dentro de uma mamadeira

Ele continua morto quando você termina de tomar a garrafa

Claro que é um cadáver que você mantém no berço

Crianças continuam deprimidas mesmo que bem vestidas

E xarope continua sendo xarope dentro de uma mamadeira”

 

Mamãe me jogou para baixo da mesa, tapando a minha boca instintivamente.

- Shhh, docinho… - murmurou no meu ouvido, tentando manter a respiração, enquanto Bud e Lou corriam para baixo da mesa junto conosco.

Eles pareciam tremer de medo, enquanto arfavam com a língua para fora. Mamãe passou as mãos nos pelos deles, como que dizendo que estava tudo bem, mas… O que estava acontecendo de errado? Era o papai ali! Meu Deus, papai veio para a minha festa de aniversário!

Tentei falar, mas o som saiu abafado, os destroços ainda caíam e os pés pisando o que sobrara dos vidros das mesas me deixou curiosa.

- Vamos sair daqui, amorzinho, vamos sair daqui de algum jeito, tudo bem? - perguntou e eu, ainda sem entender, afirmei cautelosamente com a cabeça, respirando fundo, sentindo meus dedos tremendo enquanto minha garganta parecia querer vomitar todo o brigadeiro para fora de mim.

Mamãe olhou ao redor, além de mim, e me puxou para fora da mesa, em direção a um pequeno balcão de bebidas, que contornamos com facilidade sem sermos vistas.

A risada ainda me fazia sentir bem.

Era o papai! Eu podia enxergar o papai!

Seus cabelos verdes foram vistos facilmente assim que ele subiu em uma cadeira, batendo palmas.

- Ora, ora, o que temos aqui!? - disse ele, rindo assim que um homem engravatado parou ao seu lado, juntamente com dois homens fantasiados de forma engraçada, segurando armas grandes nas costas, como a da mamãe - Parece que alguém está fazendo aniversário hoje! O que é isso? Eu não fui convidado para a festa?

Riu, e eu tive vontade de rir também.

Um gorila gigante saltou por todos os lados, até chegar na mesa e enfiar as patas no meu bolo, lambuzando seu rosto com o glacê. Por um instante senti raiva, e queria segurar mais firme a faca que ainda tenho nas mãos e enfiá-la bem na garganta peluda dele.

Era o meu bolo! Qual era o problema dele entender isso?

Ninguém falava com o papai, alguns estavam com medo dele e eu fiquei feliz, porque isso significava que mamãe não era diferente dele, que as pessoas sentiam medo deles porque elas tinham problemas, e não o contrário. Mamãe e Papai eram tão parecidos e normais quanto todos eles aqui.

Mamãe tocou o meu ombro e apontou a cabeça em direção a saída de emergência. Afirmando, segui-a, mesmo que eu ainda quisesse ver o espetáculo do papai. Mamãe dizia que ele era tão, mais tão engraçado, que as pessoas morriam de rir.

Eu queria ver isso!

Queria saber o quanto o papai era hilário!

Toquei no meu corpo, sentindo a falta do meu brinquedo favorito.

- Mami…!?

- O que foi isso? O gato comeu a sua língua? - papai riu alto, pensei que ele tivesse falado com a mamãe, mas na verdade ele estava falando para um homem que tremia ao ser colocado na frente dele - Venha aqui! Que tal um aperto de mão? - esticou a palma para o homem, que a apertou e tremeu muitas vezes, até cuspir uma espuma branca pela boca e cair no chão, quieto, sem ao menos se mover, apenas os dedos das mãos e dos pés dançando vez ou outra.

Mamãe virou meu rosto para ela e voltou a apontar para a saída de emergência, tirando a faca da minha mão, talvez com medo de que eu pudesse fazer alguma coisa.

Lembrei-me novamente do que estava faltando.

- Mami, meu brinquedo! - sussurrei alto.

- Eu consigo outro, tudo bem? - perguntou ela, acariciando o meu rosto - Um milhão deles!

- Não Mami! - neguei - Esse é especial!

- Não discuta comigo Lucy Frances Napier! - gritou entre os dentes, tampando a boca rapidamente.

Olhei para trás, vendo papai olhar estranho para todos no salão. Tudo ficou silencioso.

- Que loucura! - riu, batendo o dedo indicador na cabeça - Pensei ter ouvido vozes! - bateu uma palma, pulando da cadeira num salto, andando até o bolo, que ainda era estraçalhado pelas patas do gorila - Olha só isso! - saltando o primeiro degrau, pegou o meu caminhão com saia de bailarina e começou a balançar ele no ar como se fosse um foguete - Eu gostei disso! - abriu o bolso do paletó roxo - Vou pegar para mim! Espero que não se importem. - guardou meu brinquedo no bolso falso frontal, deixando um caroço na frente do peito.

Suspirei, aliviada.

- Eu não me importo, papai! - sorri.

Mamãe me puxou pelo pulso pela última vez.

Só então consegui sentir meu corpo cair contra o chão do lado de fora do salão, dando visão para degraus escuros e duas hienas que corriam em direção a escuridão do outro lado da rua.

Mamãe fechou a porta da saída de emergência assim que eu vi o cravo do peito do papai espirrar alguma coisa no rosto de uma mulher, que fez com que toda a pele derretesse.

- Mami, o que foi isso?

Ela me agarrou pelo pulso, me fazendo correr atrás dela em disparado.

- É só um truque de mágicas, doçura.

Meu pulmão ardia quando chegamos à esquina, longe dos carros e furgões pretos que foram estacionados no meio da rua. Mamãe riu alto, passando as mãos pela testa suada e me agarrou pela cintura, jogando-me no ar como se eu fosse uma pena e me agarrando de novo, me fazendo rir sem parar.

- Essa foi por pouco, docinho. - beijou meu rosto com vontade, me pendurando nas costas, ao lado de sua arma grande e correndo pelas ruas.

Mais a frente, pude ver Bud e Lou abocanhando uma bolsa velha que encontraram no lixo, nos esperando enquanto riam um do outro.

- Mami? - ela parou, me olhando assim que a chamei - Porque você não deixou com que o papai me visse?

- Ah… Bem… - parou para pensar - Foi… Huh… Porque tem que ser um momento especial, entendeu?

"Será que existia algo mais especial que o meu aniversário?", pensei com os meus botões.

Eu não sabia se acreditava. Não que mamãe mentisse, mas eu não sabia se aceitava isso. Ele estava tão perto que eu poderia correr e abraçá-lo e dizer o quanto eu sentia sua falta, mesmo nunca tendo tido tempo de conhecê-lo, mas se ela escolheu assim, ela deveria estar certa, huh?


Notas Finais


Puddins, tenho uma nova fic porque sim, não tenho limites pra minha imaginação hfuashfuashffsuhaiua, então, quem quiser ver, eu iria a-d-o-r-a-r!!! <3
https://spiritfanfics.com/historia/i-still-love-him-7032052


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