Vellen, 13:00, calor de rachar o coco.
Lunor havia chegado em Vellen, como de costume, estava com fome e sem dinheiro. Enquanto caminhava usando sua espada de aço como apoio, ele se deparou com uma multidão barulhenta.
- Mas o quê (arf) está acontecendo (arf) ali? - disse Lunor olhando para a multidão na entrada de uma floresta.
Lunor se aproximou de lá, e logo alguém o perguntou:
-Por acaso você seria um bruxo? - perguntou um rapaz segurando um ancinho.
-Por aqui é normal (arf) ver pessoas com olhos amarelos andando com duas espadas?- disse Lunor.
-Como assim? - disse uma mulher se intrometendo - Ou você é, ou você não é.
-Se vocês forem me oferecer um serviço, (arf) estou ao seu dispor. - disse Lunor colocando a mão na barriga.
-Temos um serviço. - disse o rapaz. - Está vendo aquela mulher ali? - apontou para mulher que estava chorando no centro da multidão. - O marido dela foi morto por um monstro que habita esta floresta.
-Se eu for aceitar o serviço, (arf) vou precisar de um pouco mais de informações. - disse Lunor meio cansado.
-Quer detalhes?! - disse o homem indignado. - Pois bem, o bom homem saiu na semana passada para comprar mercadorias em Novigrad. Ontem, as crianças acharam o corpo dele na floresta, porém, o corpo estava tão destruído, que só conseguimos reconhecê-lo agora. - disse o homem, ficando nervoso.
-Espere um pouco. E as roupas? Não daria para reconhecê-lo pelas roupas? - perguntou Lunor.
-Até daria, mas o corpo estava pelado quando o encontraram. - disse a mulher intrometida.
-Pelado? - disse Lunor confuso.
Lunor pensou um pouco, até que decidiu aceitar o contrato.
-Muito bem, estou dentro! Mas antes vamos falar de minha recompensa! - disse Lunor com um sorriso malicioso.
-Ugh! Bem que dizem que os bruxos não movem os traseiros se não por uma boa quantia. Quanto quer? - disse o rapaz.
Lunor estendeu a mão, fazendo o sinal de 2.
-D-Dois mil?! Pode esquecer!!! Eu não ...
-Quero 2kg de carne adiantado, e mais 2kg para quando eu terminar o serviço. - disse Lunor interrompendo o rapaz.
Todos estavam boquiabertos. Onde já se viu? Matar monstros em troca de carne?
Lunor havia acabado de comer sua carne e entrado na floresta com o rapaz.
-É aqui. - disse o rapaz, apontando para o chão.
Lunor examinou rapidamente o local, viu as marcas de sangue no chão, e sentiu o forte cheiro de sangue pairando no ar.
-É melhor você voltar pra vila agora, como pode ver, aqui é perigoso. - disse Lunor.
-Tudo bem, tenha sorte em sua caçada. - disse o rapaz já correndo de volta pra vila.
Lunor, usando seus sentidos de bruxo, começou a examinar a área de forma mais minunciosa.
-O sangue está seco, mas toda essa quantidade fez com que o cheiro permanecesse até agora. -Lunor olhou no chão e viu pegadas enormes perto de onde o corpo havia sido destroçado. - Pelo tamanho e a profundidade das pegadas, diria que é um Demônio. As pegadas vieram dali e ... hã? - Lunor havia notado algo estranho.
Ele rapidamente correu para ver o que era, e atrás de uma árvore achou algo interessante.
-Mas isso aqui são ... roupas? Por que as roupas dele estão jogadas aqui?
Lunor começou a se lembrar de todas as informações.
-Espera um pouco, se ele ia para Novigrad comprar mercadorias, por quê ele não foi de carroça? Andar milhares de metros carregando compras, quem é o idiota que faria isso? Tem algo errado, alguém mentiu.
Lunor olhou novamente no chão e notou que havia mais de um rastro de pegadas.
-Analisando os dois rastros, dá pra ver que a outra pessoa estava com o cara na hora do ataque. Lunor se levantou - Essa pessoa deve ter as respostas, embora eu já tenha uma ideia do que aconteceu.
Lunor seguiu o rastro de pegadas que acabou em uma outra vila. Chegando lá, ele perguntou para uma mulher que passava carregando uma bacia de madeira com roupas.
-Com licença, a senhora poderia me aju... - disse Lunor, mas fora interrompido.
-UM BRUXO?! AAAHHHHH!!! SOCORRO!!! - gritou a mulher que saiu correndo, acabou tropeçando e derrubando a bacia, não se abalando, levantou rapidamente e correu desesperadamente, esquecendo as roupas no chão.
Lunor estava se segurando para não rir e perder sua postura de homem sério, então ele foi recolher as roupas para se distrair.
-Cacetada! Mas que catinga! Parece que alguém morreu aqui e... - Lunor achou um vestido ensanguentado no meio das roupas sujas. - MAS O QUÊ?!
Lunor se levantou rapidamente e perguntou para um grupo de 4 homens que estavam voltando da roça:
-Ei! Aquela mulher que saiu correndo gritando, alguém sabe se esse vestido é dela? - disse Lunor mostrando o vestido fedido.
-Ah! É dela! - disse um dos homens - Eu a vi com esse vestido numa noite em que ela foi para a floresta sozinha, mas ele não estava sujo assim.
-Ah, é mesmo? Muito obrigado, rapazes! - disse Lunor correndo para seguir as pegadas da mulher.
Seguindo as pegadas, ele facilmente a encontrou escondida atrás de uma árvore.
-Olá, minha senhora! - disse Lunor, com um sorriso malicioso. - A senhora tem um minuto?
-Por favor, não me mate!!! - disse a mulher se ajoelhando e chorando.
-Espere, não vou te matar, contanto que responda as minhas perguntas. - disse Lunor tirando sorriso da cara, e colocando uma expresssão totalmente séria, e sacando sua espada de aço para abalá-la psicologicamente, facilitando, assim, perceber se ela mentir.
-Pode perguntar. - disse a mulher, soluçando.
-Este vestido ... - disse Lunor pegando o vestido. - ... porque está manchado com sangue?
-Foi o monstro!!! - disse a mulher, se levantando mas não parando de chorar.
-Sim, mas esse sangue não é seu, é do... do... ué? - disse Lunor percebendo que não sabia o nome do felizardo.
-O nome dele era Gale. - disse a mulher limpando as lágrimas.
-Espera um pouco! O cara que morreu, o Gale, ele queria pular a cerca, mas por quê na floresta? Isso era algum fetiche dele? - disse Lunor, com cara de nojo.
-Não... - disse a mulher hesitante.
-Então era seu?! - disse Lunor, com cara de nojo.
-NÃO!!! É que... - disse a mulher, com um pouco de medo.
-O que aconteceu? - perguntou Lunor.
-Na verdade, me pagaram para levá-lo na floresta e matá-lo.
-Oh, então foi isso. - disse Lunor, como se confirmasse uma hipótese. - E quem seria o contratante?
-Foi Kraven, um ex-caçador que mora na mesma vila de Gale. - disse a mulher apontando na direção da vila.
-Mais uma pergunta. - disse Lunor, num tom de voz mais calmo.
-Sim? - disse a mulher, agora, relaxada.
-Como vocês sabiam que o demônio iria atacar vocês? Vocês poderiam ter feito a festa lá, e o monstro poderia não ter atacado. Se isso acontecesse, o que você e Kraven fariam? Você transaria com Gale toda noite na floresta, até que o Demônio atacasse? - perguntou Lunor.
-Quanto a isso, Kraven me deu este óleo, ele me disse que isto atrairia o monstro rapidamente. - disse a mulher tirando um frasco de seu bolso.
-Eu sabia! Me dê isto! Vou usá-lo para atrair o demônio para fora da toca. Em um local fechado ele teria vantagem de terreno, mas em um local aberto, eu poderei me movimentar melhor.
-Agora eu posso ir? - disse a mulher, com um pouco de pressa.
-Só mais uma coisa, você usou o óleo como isca, mas porque o demônio só atacou o Gale?
-Eu disse para ele que esse cheiro me excitava, nem precisei pedir, e ele derramou o óleo sobre o corpo.
-Agora tudo faz sentido: Só as roupas dele estavam lá, porque ele tirou as roupas para passar o óleo no corpo, e antes que você se despisse também, o demônio atacou. Como Gale estava coberto pelo óleo, o demônio foi atrás dele, e após tê-lo matado, deve ter revirado o cadáver até o cheiro sumir, deixando assim, o cadáver praticamente irreconhecível. - disse Lunor, explicando para a mulher, tudo o que ela já sabia. - Tudo se encaixa, mas... essa explicação é meio... idiota. - disse ele com cara de decepcionado.
Lunor dispensou a mulher, e voltou para o local da morte de Gale.
-Bom, vamos começar! - disse Lunor despejando todo o óleo no chão.
Lunor rapidamente se escondeu, e após alguns segundos o demônio apareceu.
-Que gigante! Faz tempo que eu não vejo um desses! - pensou Lunor.
Aproveitando que o demônio estava distraído com o cheiro da isca, Lunor avançou por um ponto cego, e perfurou várias vezes a cabeça do demônio com sua espada de prata.
O demônio se assustou e arremessou Lunor para longe, e quando abriu a boca para devorá-lo, Lunor usou Igni para incinerá-lo por dentro.
-Só tinha tamanho. - disse Lunor, pegando um pouco das entranhas do demônio, para provar que havia matado o demônio.
Chegando na vila, Lunor estava indo em direção à casa de seu contratante, para pegar sua recompensa. No caminho, ele se encontrou com a viúva.
-IAE!!! Matei o monstro da floresta. - disse ele, parecendo insensível.
Os olhos da moça se encheram de lágrimas.
-Não se preocupe, eu vou matar o demônio que matou seu marido. - disse Lunor com a mão no ombro da mulher confusa.
Lunor bateu na porta, e entrou logo em seguida, sem esperar resposta.
-Não ensinam modos na escola de bruxos? - diz o homem do ancinho, sentado na cama.
-Estou com um pouquinho de fome. - disse Lunor pegando as entranhas de seu bolso.
-Oh! Claro, ali está! - disse apontando os 2kg de carne sobre a mesa.
-Opa, é disso que eu tô falando! - disse Lunor salivando, e enquanto se preparava para comer, disse: Posso fazer algumas perguntas?
-Claro, porque não? - disse o cara se sentando à frente de Lunor.
-Por acaso um bruxo da escola do lobo passou por aqui? - disse Lunor, enquanto comia.
-Escola do lobo?- disse o cara confuso.
-Um bruxo com esse mesmo medalhão que o meu, com a cabeça de lobo. - disse Lunor, mostrando o medalhão.
-Na verdade, os Nilfgaardianos passaram por aqui levando um bruxo semana passada. - disse o homem colocando a mão no queixo.
-Akito com os Nilfgaardianos? Mas isso quer dizer que Nyatty vai se encontrar com ele antes. Ou não, isso não parece ser coisa do Akito. - pensou Lunor. - Para onde acha que levaram ele?
-Provavelmente levaram ele para Poleiro do corvo, talvez ainda esteja lá, ou talvez já o tenham transferido para o QG de Nilfgaard em Vellen.
-Entendo. - disse Lunor se levantando de sua cadeira.
O homem se levantou também para acompanhá-lo até a saída de sua casa.
-Obrigado pelas informações, Kraven. - disse Lunor estendendo o braço para um aperto de mão.
-Ora, engraçado, não lembro de ter lhe dito meu nome. - disse Kraven, com um olhar preocupado.
-Você não disse, foi a sua amiga da vila vizinha quem me contou, a propósito, ela te agradece pelo óleo. - disse Lunor entregando o óleo para Kraven. - Parece que faz muito bem pra pele, segundo o Gale.
-Então você sabe. - disse Kraven, com um olhar ameaçador.
-Sim, acho que sei até o motivo, dá pra sentir o cheiro do perfume da viúva pela casa inteira. - disse Lunor, com um sorriso cínico.
-É isso mesmo, aquele cara não merecia a mulher que tinha, Chloe merece um homem melhor, por isso, ele tinha que morrer. - disse Kraven, com seus ideais malucos
-Concordo com você, um homem que trai sua mulher não é mesmo um bom caráter. - disse Lunor, assentindo com a cabeça.
-Sim, e logo, logo, ela será minha. O coração dela está frágil, basta um empurrãozinho e eu a terei de corpo e alma. - disse Kraven, quase enlouquecendo.
-Me desculpe, mas acho que você não terá tempo para isso. - disse Lunor, estampando um sorriso maligno no rosto.
-Hã? - disse Kraven ao notar a espada de aço perfurando seu estômago. - Mas o que você ...
-Não importa se matou por amor, o fato é que você fez uma dama chorar, e ainda quer se aproveitar do luto dela para satisfazer seus próprios desejos. Isso eu não posso perdoar, colega.
-Maldito! Cof! Cof! - Kraven estava tossindo sangue.
-Um cara que passa por cima dos sentimentos da mulher para ficar com ela, é pior do que um demônio que mata por instinto, o verdadeiro monstro aqui... - Lunor tiirou sua espada do estômago de Kraven, embainhando-a, e colocou sua outra mão no peito dele. - ...é você!
Lunor usou o sinal Igni que incendiou Kraven, e parte da casa.
Mesmo com os gritos e as chamas que saíam de dentro da casa, Lunor estava saindo tranquilamente, pela porta da frente.
-Então minha próxima parada é: Poleiro do corvo!
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