Vellen, 10:00, nublado.
Lunor estav a procura de seu velho amigo Akito, que havia desaparecido. Enquanto o procurava, Lunor ficou sabendo que Nilfgaardianos capturaram um bruxo, e que ele poderia estar em Poleiro do corvo ou no QG de Nilfgaard. E para chegar em Poleiro do corvo, Lunor só precisaria andar uns poucos quilômetros, porém, como nosso herói está desprovido de mapas e senso de direção, ele conseguiu transformar essa caminhada, em uma viagem de 7 dias.
Chegando lá, Lunor foi barrado na entrada.
-Desculpe, mas não pode passar. – disse um dos dois guardas que protegiam o portão.
-Hã? E por quê não? Nem se eu pedir “por favor”? – disse Lunor, obviamente tirando sarro dos guardas.
-Nem se fizer striptease ... espere, você é um bruxo? – perguntou o segundo guarda.
-Dããã! Imagino quantas pessoas vão me perguntar isso até o final da temporada. Sim, eu ando com duas espadas, tenho esse medalhão maneiro e esses olhos amarelos. Tem mais alguma coisa que precisa saber pra ter certeza, seu panacão!!! – disse Lunor cutucando a ponta do nariz do segundo guarda.
O segundo guarda recuou um pouco e encarou o outro, os dois sorriram:
-Claro, pode passar! Fale com o general, ele deve estar em seus aposentos, que é a casa mais distante daqui. – disse o guarda, apontando pra uma casa que também parecia ser a maior.
-Obrigado... acho. – disse Lunor, enquanto andava meio desconfiado.
Lunor entrou na vila, e antes de chegar na casa, encontrou o general no celeiro.
-Você é o tal general? – disse Lunor, não demonstrando nenhum respeito.
-Sim, sou o general Diego! San Diego! – disse ele apertando a mão de Lunor. – E você é um bruxo, o que deseja de mim?
-Então... na verdade, seu Diego... – disse Lunor coçando a cabeça.
-Não é seu Diego! É San Diego! NÃO! É general San Diego! – disse ele tentando não perder a compostura.
-Como eu estava dizendo, Diego, é que ...
-NÃO VAI NEM FALAR O SEU?! – disse o general, obviamente, perdendo a compostura.
-ENFIM! – disse Lunor, já cansado de ser interrompido. – Fiquei sabendo que pegaram um bruxo uns dias atrás, vim pra tirá-lo daqui.
-Não sei do que está falando. – disse o general virando a cabeça e assobiando .
-Maldito! – a temperatura na vila começou a subir, como se o Sol se aproximasse rapidamente da Terra. – Não me faça perder tempo! – disse Lunor com uma feição assustadoramente séria.
-Bom... talvez eu saiba de algo. – diz o general, obviamente notando o calor insuportável. – Mas não direi nada de graça, se quiser saber de algo, terá que me dar algo em troca, que tal um contra...
Lunor estalou os dedos e interrompeu o general:
-Não tente negociar. Você me levará até Akito, e em troca eu não te mato. – disse Lunor intimidador.
O general trocou olhares com um soldado que se esgueirava para trás de Lunor, e então ele o algemou.
-Mas o que... – disse Lunor percebendo que estava imobilizado.
-Desista, bruxo! Isso é uma algema de dimerítio, ela sela seus poderes mágicos, acabando com qualquer vantagem sua na luta. – disse o general, todo confiante. – Agora, vamos te levar para o QG, de lá, nós iremos até Vizima, onde você trabalhará sob ordens do rei.
-Pois bem, posso saber se meu amiguinho vai estar lá também? – disse Lunor, não parecendo se importar com sua situação.
-Não diremos nada, bruxo! No momento em que negou demonstrar sua força, você se tornou só mais um prisioneiro. – disse o general, já abusando da sorte.
-Se ele não quer me contar, quer dizer que está escondendo algo. Provavelmente, vão me levar até o Akito. Chegando lá, o que eu faço? Salvo o Akito e corro? Mas já tem uma grande possibilidade de Nyatty ter sido presa também. Acho melhor planejar tudo depois que eu chegar lá. - pensou Lunor.
A viagem terminou em um dia apenas, já que foram de carroça. Chegando lá, eles desceram numa enorme prisão Nilfgaardiana.
-Ei! Que tal você me passar o número do quarto do Akito, hein? – disse Lunor à um dos dois guardas. – A Nyatty está aqui também? Se vocês colocarem ela numa dessas celas imundas eu juro que eu ... – Lunor fora interrompido.
-Ora, ora! O que temos aqui? – disse um prisioneiro dentro de uma cela.
-Você... não pode ser?! – disse Lunor, espantado.
-Como assim “Não pode ser?!”, sou eu, porra! O Marcos! – disse o prisioneiro com pavio curto.
Marcos é um bruxo da escola do lobo, assim como Lunor, Akito e Nyatty. Por praticamente todos terem a mesma idade, a maioria dos bruxos dessa escola se dão bem.
Marcos é loiro, e aparenta ter a mesma idade de Lunor (parece 15, mas na verdade é 215), tem uma expressão desleixada, ao mesmo tempo é bem pavio curto. Por causa de sua falta de paciência, também é o mais boca suja de Kaer Morhen.
Lunor não conseguiu esconder a decepção quando viu Marcos.
-Oh! Então você é o bruxo que estava aqui, é? – disse Lunor, completamente desanimado.
-Ei! Que é? Tá tristinho porque eu não sou o Akito? Deixa de ser baitola! – disse o Marcos furioso, grudado nas grades.
-Que tal me deixarem nessa cela da frente? – disse Lunor, crente que eles iriam aceitar.
-Mas nem ferrando! Vai saber o que vocês podem aprontar juntos? – disse um dos guardas.
Lunor nem hesitou ao ouvir a resposta. Rapidamente chutou as bolas de um dos guardas, e enquanto ele gemia de dor, Lunor lhe deu uma cabeçada tão forte que ele desmaiou instantaneamente. O outro guarda tentou fugir, mas com um chute, Lunor esmagou sua cabeça na parede, fazendo-o desmaiar também.
-É, sem o Axii eles não iam me obedecer mesmo. – suspirou Lunor.
-Pega a espada de um dos manés, aí! Eu vou cortar as suas algemas, e depois você abre a cela e corta a minha também. – disse Marcos, dessa vez com o humor normal.
Pegando as espadas e as chaves dos guardas, Lunor e Marcos estavam soltos agora.
-Que tal me explicar agora o porquê de você estar atrás do Akito? – disse Marcos, examinando a espada que pegou do guarda.
-Bom... por onde eu começo? – disse Lunor, colocando a mão no queixo.
Lunor contou tudo o que ele sabia sobre a situação atual.
-Então é isso... – disse Marcos rabiscando palavrões nas paredes com a espada.
-Pois é! Não sei nada sobre o paradeiro atual de Akito, o rastro acabou esfriando! – disse Lunor socando a parede, rachando-a.
-Um tempinho atrás eu topei com ele. – disse Marcos desenhando partes íntimas masculinas na parede com a espada.
-Droga! Nem sei por onde come... Peraí! O quê? – perguntou Lunor com cara de idiota.
-Tô dizendo! Uns meses atrás, eu topei com ele aqui em Vellen. – disse Marcos admirando sua arte (?).
-Tá me tirando?! E você sabe pra onde ele foi? – perguntou Lunor, agora, com uma cara mais animada.
-Bom... – disse Marcos botando a cachola pra funcionar. – Acho que ele disse que ia para Novigrad, ele tava atrás de um cara.
-Novigrad, é? – disse Lunor, pensativo.
Os dois ficaram quietos por um tempo.
-A Viviane ainda mora lá? – perguntou Lunor.
-Acho que sim. – respondeu Marcos.
O silêncio voltou.
-Essa não! Eu não vou! Eu não vou! Eu não quero! – disse Lunor, muito assustado.
-Foi bom te conhecer, vacilão. – disse Marcos, abaixando sua cabeça.
-Mesmo com o mestre Geralt me nomeando líder dos alunos, ela não me respeita! Qual o problema dela? – disse Lunor, chorando de medo.
-Hehe! Da última vez ela quase te matou, né? – disse Marcos com um ar nostálgico.
-Não diga essas merdas com essa cara de idiota! – gritou Lunor, jogando uma pedra na cabeça do Marcos.
-Ai! Caralho, qual o teu problema?! – disse Marcos, chutando a mesma pedra na cara de Lunor.
Os dois começaram a se espancar no meio do corredor de celas.
-Acho que é melhor nós sairmos antes de brigar, né? – disse Lunor, com a mão esquerda no pescoço de Marcos, e a mão direita pronta pra socar.
-Pensou nisso sozinho? – disse Marcos, com os dois dedos (indicador e médio) enfiados no nariz de Lunor, e sua mão direita pronta pra socar.
Os dois começaram a correr, desgovernados, pela prisão.
-Espero que lembre o caminho, estou aqui a uma semana, nem sei onde fica o banheiro. – disse Marcos seguindo Lunor.
-Se não me engano era bem aqui. – disse Lunor apontando para uma porta.
Os dois pararam na frente da porta, que estava fechada.
-Eu entro, você fica de vigia e me avisa se você ver alguém chegando. – disse Lunor.
-Beleza, pode deixar! – disse Marcos, convicto.
Lunor entrou, e Marcos ficou de prontidão na frente da porta, porém, Lunor estava demorando um pouco.
-Que diabos ele tá fazendo aí, pra demorar tanto? – disse Marcos, meio impaciente. – Espera! A gente tá tentando escapar, então pra quê ele se enfiou nesse quarto? – deduziu isso e abriu a porta. – Ei! Vamos vazar! – disse Marcos, mas então, ele notou que eles estavam numa cozinha, e viu Lunor, sentado em frente à uma mesa, e nela, havia um esqueleto de urso.
-Opa! (nhac) E aí? Tem alguém chegando? (chomp) – disse Lunor enquanto devorava um urso inteiro sozinho.
-“E AÍ?” É O CACETE!!! - gritou Marcos jogando a mesa longe. – POR QUE, CARALHOS, VOCÊ ESTÁ AQUI COMENDO?!
-Bem, eu tava com fome! Já faz um dia que eu não como nada! – disse Lunor, tentando parecer certo.
-FODA-SE!!! FODA-SE TAMBÉM O FATO DE VOCÊ SER O LÍDER, SE CONTINUAR DESSE JEITO, VOU TE MATAR ANTES DA VIVIANE!!! – gritou Marcos, quase enlouquecendo.
-Ei! Vocês ouviram isso? Acho que veio da cozinha! – disse um guarda.
-AAAAHHH! NOS ACHARAM!!! – gritou Marcos, em pânico.
-Isso tudo porque você não para de gritar! – disse Lunor tirando um pedaço de carne, preso entre os dentes. – Relaxa! Eu tenho um plano. – disse Lunor, confiante.
Três guardas entraram na cozinha, e se depararam com a estranha visão de Lunor e Marcos completamente imóveis, tentando fingir que são estátuas.
Os três ficaram os encarando por um tempo, até que cansaram.
-Parece que não tem nada aqui. – disse um deles, e os três andavam em direção à saída.
-ATÉ PARECE!!! – gritaram os três guardas, enquanto davam uma voadora em Lunor.
Lunor caiu no chão, e deslizou até bater a cabeça na parede.
-Conseguiram nos descobrir?! Incrível! – disse Lunor, admirado.
-NÃO TEM NADA DE INCRÍVEL NISSO!!! ONDE JÁ SE VIU ESTÁTUAS NO MEIO DE UMA COZINHA?!- disse um dos guardas.
-Conseguiu perceber até mesmo esse detalhe? Impressionante! – disse Marcos, impressionado.
-NÃO É IMPRESSIONANTE! VOCÊS É QUE SÃO MUITO BURROS! ALIÁS, VOCÊ É O BRUXO QUE PRENDEMOS SEMANA PASSADA, É CLARO QUE EU TE RECONHECI!!! – disse o outro guarda.
-Conseguiu se lembrar de meu rosto? Que memória assustadora! Você... por acaso é um daqueles gênios que falam por aí? – disse Marcos, realmente impressionado.
-Bom... gênio? Acho que nunca me vi assim... – disse o mesmo guarda.
-PARA DE SE ACHAR!!! – gritou Marcos, decepando a cabeça do guarda. – Não fique se gabando só porque desvendou nosso disfarce, vocês ainda são muito fracos. – disse Marcos brincando com a cabeça do guarda.
Os outros dois guardas se assustaram, mas não tiveram tempo para fugir.
-Onde pensam que vão? – disse Lunor, fechando a saída.
-Como ele chegou aí tão rápido?! – pensou um dos guardas.
-Ele tava caído há um segundo atrás! – pensou o outro guarda.
Marcos e Lunor usaram Axii para manipular os guardas.
-Que tal nos mostrarem a saída? – disse Lunor, sorrindo tranquilamente.
-Claro! Vamos logo! – disse um dos guardas.
-Hehe! Tudo de acordo com meu plano! – disse Lunor, sorrindo.
-Mentiroso da porra! – disse Marcos, sorrindo também.
Enquanto eles caminhavam em direção à saída, Marcos e Lunor resolveram bater papo.
-Então... continua o mesmo boca suja? – disse Lunor, meio sarcástico.
-HÁ! – berrou Marcos. – Engraçado você perguntar isso, já que só parou de xingar porque começou a namorar! – disse Marcos, obviamente, tirando sarro de Lunor.
-Claro! Nyatty me pediu isso, e eu parei porque achei que era a coisa certa a se fazer. Aliás, é um preço bem pequeno pra ficar ao lado dela. – disse Lunor tentando filosofar.
-Resumindo: você foi castrado e colocado na coleira. – disse Marcos, segurando o riso.
-Todos fazemos alguns sacrifícios por amor. – disse Lunor, tentando filosofar novamente.
-Pff! Quanta besteira! – disse Marcos acabando com o momento filósofo de Lunor.
-Mas é claro que você nunca vai saber disso, afinal de contas, nunca namorou, não é mesmo? Nem mesmo já ficou com alguém! Seu BV! BVzão! – disse Lunor, saindo do modo maduro e entrando no modo infantil.
Os guardas começaram a rir baixinho, para que Marcos não escutasse.
-Vocês sabiam? Esse cara nunca beijou uma garota! Nem sabe como se faz! Não é triste? 215 anos e nunca beijou uma garota! Isso é muito triste! Aposto que você quer chorar agora! HUAHUAHUA! – Lunor começou a gargalhar.
Os guardas também não conseguiram se segurar, e começaram a rir.
Marcos ficou sem-graça e não disse nada até avistarem a saída.
-Hahaha... Olhem! É a saída! – disse um dos guardas apontando pra saída.
Lunor e Marcos rapidamente saíram, mas foram surpreendidos quando viram que tinha uma emboscada esperando por eles.
-Uma emboscada? Como nos descobriram tão rápido? – disse Lunor, surpreso.
-Depois daquele tempão que você gastou comendo, acho que era óbvio que isso aconteceria. – disse Marcos, irritado.
-Aaaai, que saco! Hoje não é um bom dia para matança, sabe? – disse Lunor, coçando sua cabeça.
-Paciência! Tem quantos caras aqui? Duzentos? Trezentos? – disse Marcos, tentando adivinhar.
-Se a única saída for lutar... – disse Lunor, sacando sua espada de aço.
-Preparado? – disse Marcos, sacando sua espada de aço também.
-Vamos logo, não aguento mais esse cheiro de Nilfgaardianos! – disse Lunor apertando seu nariz.
Então Marcos colocou, rapidamente, sua palma da mão no chão, e com o Aard (explosão telecinética), fez um pequeno terremoto, desestabilizando todos os soldados.
Lunor aproveitou a brecha, e no primeiro golpe com a espada, matou 60 soldados, e no segundo mais 45. Marcos não perdeu a chance, e passando por cima de Lunor, usou Igni para incinerar 80 soldados. Os soldados que sobraram fugiram desesperados.
-Só isso que sabe fazer? – disse Lunor, decepcionado.
-Você faz melhor? – disse Marcos, subestimando Lunor.
-Se eu tivesse usado Igni, teria acabado com isso antes mesmo de sairmos da prisão. – disse Lunor, convencido.
-Tudo que ouço são desculpas de um fracote domado pela mulher! – disse Marcos, rindo da cara de Lunor.
Os dois riram.
-Eu vou para Novigrad agora. E você? – disse Lunor.
-Se for verdade que “aqueles caras” estão atrás do Akito, acho que é melhor nos reunirmos em Kaer Morhen pra discutir melhor o assunto. Então vou pra lá, esperar você voltar com o Akito, e então, planejaremos nosso contra-ataque. – disse Marcos, animado.
-Muito bem! Tentarei voltar logo! – disse Lunor estendendo a mão para Marcos.
-Esperarei ansioso! – disse Marcos, apertando a mão de Lunor. – Tente não morrer, líder!
-É claro que não vou morrer, idiota! Como eu poderia morrer e deixar um monte de idiotas como vocês pra trás? A Nyatty não me perdoaria se eu morresse! Acho que ela me mataria! – disse Lunor, com uma cara de medo.
Os dois deram risadas, e seguiram cada um com seus caminhos. E agora, Lunor tem um novo destino: Novigrad! Que tipo de surpresas o aguardam lá?
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