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História LUPUSGRAY: A matilha renasce. - O escolhido


Escrita por: kadushhhgah

Notas do Autor


Sem muito o que comentar, espero que se envolvam do mesmo jeito que me envolvi para com esta trama.

Capítulo 1 - O escolhido


Fanfic / Fanfiction LUPUSGRAY: A matilha renasce. - O escolhido

Só o que se ouvia, eram passos e mais passos secos ecoando pelo corredor escuro e solitário do castelo, com pisos de mármore frio como o inverno mais rigoroso da planície, paredes de madeira nobre revestidas de uma grossa camada de verniz que as conservavam durante os longos e duros anos de existência do castelo de Cerberus, no reino do norte. O som dos passos estava cada vez mais próximo e estava acompanhado por uma estranha penumbra, originária da pequena emissão de luz de uma vela antiga cuja silhueta circular estava tomada por cera derretida que formavam camadas e mais camadas de lamentação e choro.

De uma sala longínqua e distante de todas do corredor do castelo um par astuto de olhos atentos observava a aproximação do elemento não identificado, podia ser um de seus maiores temores, o rei Gallus, vagando mais uma vez em suas noites sonâmbulas, se ele o encontrasse ali ia ser horrível, quem sabe do que o rei era capaz de fazer, ainda mais com um intruso que havia invadido o seu castelo, podia ser também um empregado qualquer do castelo realizando rondas noturnas, ou qualquer outra coisa que não vinha ao caso.

__Huuumm! Foi o que ecoou do corredor vindo do elemento misterioso em uma viagem direta até o intruso.

A penumbra havia se aproximado tanto que era possível identificar a silhueta do elemento.

__Não é possível! Questionou solitário, é o rei Gallus.

O rei Gallus era conhecido por ser desconfiado e inquieto e realizava diversas rondas noturnas para verificar se sua fortaleza estava protegida de intrusos que pudessem querer matá-lo devido aos seus diversos feitos heróicos ou não, mas mesmo assim, eram seus.

 O intruso fazia de tudo para não omitir nenhuma espécie de ruído que alertasse sua presença ao rei, porém foi impossível controlar a necessidade de espirrar causada pela impressionante quantidade de poeira daquela sala.

__Eles deviam limpar mais vezes isso! Pensou com esforço, lutando com a vontade de espirrar que o tomava por completo.

Depois de tanto segurar, o espirro veio à tona, em seus cento e sessenta quilômetros por hora tomou o lugar do inquietante som dos passos e o transformou em um estrondo que percorreu todas as entranhas do castelo. Nesse mesmo instante a figura que caminhava calmamente pelo corredor frio do castelo, apressou seus longos passos percorrendo uma distância de cinqüenta metros em poucos segundos.A figura alcançou a porta que o separava do intruso e a abriu foi quando:

__Maaaaarrk! Venha logo me ajudar a fazer o café. Gritou seu mestre.

__Hmmmmmmm. Gemeu Mark, sonolento, em tom de reclamação.

__Estou indo Mestre! Foram as primeiras palavras de seu dia seguido de uma noite um tanto quanto conturbada.

As pálpebras pesadas se abriram então, vistoriando o local onde se repousaram, mesmo já o conhecendo muito bem durante os quatorze anos de vida de Mark .

O garoto não teve boas experiências de vida em seu primeiro ano no mundo, idade em que foi acolhido por mestre Hunt. Sua mãe, Emilly Grayjoy, morreu ao dar à luz, já seu pai, Sir Edgar Grayjoy, estilhaçado por mágoa devido à morte de sua amada nutriu seu ódio pelo filho, o qual acusou de ter matado sua querida esposa, foi então que abandonou o garoto em uma pequena e modesta vila do reino, onde viviam os principais ferreiros e mecânicos da região. O garoto foi deixado às portas de um pequeno casebre, cujo qual o pai achava pertencer à um ferreiro que denominava “amigo”, o senhor Gray Munsk, porém era apenas o fabricante das espadas do reino, é claro, ele e mais uma boa quantidade de ajudantes, afinal o reino era imenso, e sua horda de guerreiros fazia juz ao seu tamanho.

Com o passar da longa noite fria, natural no lado norte da planície, afinal era o lado mais próximo das montanhas gélidas de Antarus, os primeiros raios de sol iam surgindo, preguiçosos admito, atrás das distantes montanhas que acercavam a pequena vila como se fosse uma grande boca de um vulcão inativo, coberta por vegetação e uma pequena fração por civilização. O clima frio da noite ia sendo substituído vagarosamente por um confortante clima de primavera à medida que o sol ia tomando seu lugar e se mostrando vigoroso e forte para enfrentar mais um dia de trabalho árduo.

Os raios atingiram a pequena cesta colocada sobre as poucas escadas na entrada do casebre e iluminaram o rosto pálido e fino de um ser pequeno e frágil, que tinha abandonado à pouco a proteção do ventre materno para enfrentar a batalha pela vida que se iniciara. Foi como uma ingestão de vitaminas para o ser recém-nascido que respondia a generosidade com uma sensação de abandono expressada por meio de um choro característico que tomou todo o silêncio da vila, que ainda dormia pela manhã, e o transformou em uma seção de gritos desesperados por ajuda.

__Innhhéééemm! Ouviu-se acompanhado pelo choro do pequeno ser. Era a porta do pequeno casebre se abrindo curiosa para saber o que atormentava o silêncio agradável daquela vizinhança.

De dentro do casebre uma figura jovem, aparentando ter aproximadamente seus 30 anos de idade, com cabelos raspados para dar lugar à uma tatuagem um tanto quanto intrigante de aparência próxima à um rosto de dragão, entretanto, um pouco mais alongado, uma barba cumprida, presa por anéis de metal, roubava toda a juventude daquele rosto repleto de cicatrizes de batalha, vindas de espadas e sabe mais o que. A figura esbanjava um corpo sarado, com músculos grandes e definidos, resultado de longos anos de treinamento, o sonho de muitas mulheres do reino, coberto por uma túnica alaranjada com bordas douradas que escorriam pelo tecido até seu término próximo aos pés do mestre que ali havia.

Tomado pelo dever de proteção o homem levou o recém-nascido para dentro de sua moradia, colocou-o aconchegadamente envolto em uma manta bem grossa em um aposento bem aclimatado, deu a ele alimento, ou seja, o mais próximo de um alimento adequado, o leite de suas cabras, colhidos a pouco. Após todos os cuidados oferecidos ao pequeno ser, refletiu profundamente sobre o que fazer com o mesmo, se permanecia ou não com ele.

Para a profunda angústia e desespero do pai da criança, rei Edgar, o mestre Hunt, um homem profundo e misterioso havia comprado o casebre do então ferreiro amigo do rei, que necessitava de uma moradia mais ampla para trabalhar confortavelmente em suas espadas. Diziam pelo reino que mestre Hunt havia sido mestre dos “lobos cinzentos” há alguns anos atrás, o que era perturbador pois mestre Hunt aparentava ser jovem e a organização secreta muito antiga, como ele poderia ter sido mestre da organização? “Eles” não iriam deixa-lo sair assim ser mais nem menos, iriam mata-lo para não correrem o risco de seus segredos serem expostos aos demais de toda a planície, diziam que os “cinzentos” escondiam segredos que fariam os dois reinos, norte e sul, desabarem e então a paz daria lugar à guerra iminente, fora isso, diziam também que possuíam poderes místicos, ou magia negra, que usavam em suas batalhas por justiça. Enfim tudo era dito pelo povo, não era certo que estava correto, mas que dava um arrepio na mais profunda espinha do corpo, isso dava.

Mesmo sendo o homem mais místico do vilarejo, o ser mais inquietante e misterioso, visto raramente vagando pelas ruas, foi ele quem acolheu Mark em seu momento mais trágico e frágil da vida, o deu de comer, onde morar, tudo o que necessitava, menos carinho e amor e o garoto cresceu assim até que atingisse a idade correta para ser um aprendiz de mestre Hunt.

__Bom dia mestre! Disse Mark curvando-se lentamente em um sinal de respeito para com seu mestre.

Foi retribuído igualitariamente por Hunt.

__Que demora Mark, nesse tempo já teria tomado o café sem a sua presença, mas como sou um homem gentil, resolvi esperar-lhe.

__Estou impressionado. Respondeu Mark em um tom sarcástico.

Por um momento as duas figuras permaneceram quietas, com leves sorrisos de canto de rosto um para com o outro. 

Os dois se sentaram à pequena mesa feita de bambu, com cadeiras de bambu, ornamentadas com cobre, com capacidade para meio homem, ajeitaram-se e partilharam um pão caseiro de ótima qualidade, feito por ninguém mais do que mestre Hunt, um ótimo cozinheiro. Mark apreciava o sabor de seu alimento acompanhado de uma bebida quente chamada de Cruk pelos nativos daquela região, era um coquetel com vários ingredientes, apresentava um leve gosto de café, porém com um sabor mais delicado e ao mesmo tempo amargo que contrastava com o pedaço de pão seco que era digerido aos poucos.

Durante os poucos minutos que permaneceram tomando o café as duas figuras não pronunciaram nem uma sílaba sequer, o mais próximo que chegaram de falar foi a comunicação mental um para com o outro, o que era de se impressionar qualquer um que viesse de fora. Na verdade palavras eram desnecessárias quando as mentes estavam conectadas. As figuras trocavam gestos como se estivessem concordando um com o outro, o que sera que estavam comentando? Quem sabe falando das nativas do vilarejo, que por sinal, não eram de se jogar fora, ou apenas conversando sobre assuntos de interesse mútuo, ou quem sabe sobre assuntos secretos que só os dois haviam de saber, ninguém sabe, mas a conversa mental não durou muito, os afazeres diários os chamavam a atenção.

O dia começou normal para o mestre e seu aprendiz. Realizaram os afazeres domésticos necessários e partiram para o treinamento árduo.

Mark se questionava se era realmente necessário o treinamento pesado que realizava todos os dias com seu mestre, levantando mais do que o dobro de seu peso em formato de troncos, atirando com arcos e flechas, treinando com espadas, treinando com cavalos, treinando de diversas maneiras. 

Afinal quando isso iria ser realmente necessário, o reino do norte passava por um momento que não podia ser melhor, estava em plena paz, um exército de mais de cinquenta mil homens, com sua cavalaria, seus arqueiros reais, tudo estava em perfeitas condições, pode parecer impossível, mas até tinham um tratado de paz com o reino do sul, seu arquirrival desde os tempos antes da extinção.

Os pensamentos e possibilidades não saíam da cabeça de Mark durante seu duro treinamento, de tanto se perguntar à si mesmo sobre todas as possibilidades de uso de seus treinamentos resolveu expandir seus pensamentos até um questionamento à seu mestre que o observava de perto.

__Mestre, se permite-me perguntar quando eu irei usar toda essa experiência que adquiri nesses treinamentos? Pois eu treino e treino e treino e até hoje não sei para que! Perguntou Mark com um esforço de quem lutara com a falta de fôlego.

__Acredite na palavra de seu mestre Mark, você desejará não saber para que está treinando tanto, por enquanto que ainda é jovem treine muito e se esforce para aprender cada vez mais, pois eu garanto a você, um dia, todo este treinamento lhe será útil. Chegará a hora de você saber para que treina tanto, mas esta hora não é agora, quando a mesma chegar eu mesmo lhe direi tudo o que precisa saber.

Com um rápido gesto de esquiva para a direita Mark interrompeu seu treinamento de espadas que realizava com um poste acolchoado do lado de fora do casebre e se concentrou em seu mestre que o olhava com olhares acolhedores e atentos.

__Mas porque eu não posso saber agora do que se trata? Perguntou o aprendiz.

__Pois ainda não está preparado para encarar o seu destino meu aprendiz, disse Hunt, ele é mais desafiador do que parece, você irá saber, mas acalme-se e aproveite enquanto ainda está treinando, pois quando chegar a hora todo este treinamento irá ser colocado em teste e você desejará nunca ter parado de treinar.

Com o clima tenso o sol vai dando adeus por trás das montanhas que cercam o vilarejo, mais uma vez o ar gelado da noite cai como chumbo sobre os telhados de palhados pequenos casebres e Mark percebe que é hora de se recolher para estar disposto no dia seguinte e enfrentar mais um longo período de treinamento.

 

 



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