O carro estava silencioso desde a partida, e não me refiro ao seu motor.
-Nós estamos indo a um lugar extremamente importante! -Finalmente se pronunciou depois de um longo silêncio, o carro parou, o sinal estava vermelho.
Olhei para ele, quem não o conhecesse talvez o compraria, rapaz bonito, se veste apenas com roupas caras, um bom carro, deve ser o sonho de qualquer garota mimada e rica.
Seu olhar se mantinha firme a rua, suas mãos apertavam forte o volante, se ajeitou um pouco ao banco e me olhou, logo em seguida ergueu uma de suas sobrancelhas e se permite inclinar a cabeça para seu lado esquerdo.
-O que foi?! -Encarou fundo nos olhos, eu sabia que ele estava bem ali, parado, eu sabia que estávamos cercados de carros barulhentos, porém, seus olhos prenderam todos os meus sentidos me deixando vulnerável, eu não via, ouvia e nem sequer sentir mais nada que não se provesse de sua pessoa. -Está esperando eu lhe ameaçar para você poder se comportar?! -Riu debochado em seguida.
Talvez fosse uma pergunta retórica, talvez não, mas, eu estava paralisada demais para tentar descobrir. Apenas, de minha parte, minha respiração se fazia presente.
-Vou interpretar seu silêncio como um sim! -Disse voltando a seriedade -Mas, espero que eu seja claro vadia; eu odeio que não me respondam! -Seu rosto se aproximou do meu sem quebrar nosso olhar -Entendeu-me?!
Era quente. Nosso olhar só se quebrou quando descobri essa informação. Diferente dos outros, esse era ardido, quente e pesado; mais dolorido que os outros. Seus anéis me arranharam quando passaram por meu rosto; ardia. O impacto de meu corpo contra a porta do passageiro. Aquele foi um dos piores tapas que já havia levado.
-Deixe isso como um aviso! -Disse e senti o carro tornar a se movimentar
Queria ver, já que só conseguia sentir os estragos em meu rosto pois passava a mão no mesmo, mas, as janelas me impediam de olhar no retrovisor pois possuíam um insulfilm mais escuro que o permitido.
Uma virada brusca e o freio veio em seguida, o ouvi retirar o cinto de segurança, fiz o mesmo. E quando eu menos esperava…
-Esse lugar está cheio de homens que me respeitam pela minha reputação! -Disse bem próximo a meu rosto com o mesmo em suas mãos, ele apertava forte, talvez fosse necessário para ele deixar suas digitais gravadas ali. -E se você ousar fazer algo que não seja sentar e respirar eu te mostro o monstro que posso ser! -Disse a centímetros de meu rosto o apertando com mais força.
Levei minhas mãos até as suas tentando me soltar, em vão claramente, mas, eu não esperava que pudesse piorar a situação.
-Se ousar me desobedecer…-Suas mãos, agora, envolviam meu pescoço -Eu mato uma criança a sua frente e faço você se banhar com o sangue dela!
Arregalei os olhos com a última força que me restava. Tudo já estava cada vez mais escuro e mais escuro, minhas mãos não tinham forças para chegar às suas, minha boca não tinha força para protestar.
Ele largou meu pescoço quando percebeu que provavelmente a aquele ritmo me mataria, caí de qualquer jeito sobre ambos os bancos e suas pernas, ouvi uma porta ser aberta e meu rosto sentiu o couro do banco, ele havia saído do carro.
Recuperava meus sentidos aos poucos, minhas forças estavam voltando, mas, não o suficiente para me manter firmemente de pé. Ouvi a porta ser aberta novamente, senti suas mãos agarrarem meu corpo me jogando em seu ombro, tudo além de estar girando, agora, estava de cabeça para baixo.
-Solte-me -Disse baixo e fraco sentindo lágrimas escorrerem por meu rosto e as vendo cair ao asfalto de pedregulhos pontiagudos -Seu monstro!.
Minhas costas tiveram um nada agradável atrito a uma parede, antes que eu pudesse escorregar pela mesma senti suas mãos em meu ombros.
-Acorde agora! -Balançava-me com força me batendo a parede, cobri minha cabeça, aquilo atrito machucava todo o meu corpo -O que pensa que está fazendo!? -Atirou-me ao chão sem se preocupar.
Eu não podia ver mas já imaginava meu estado corporal, tossi levemente cobrindo minha boca com as mãos, mãos que depois estavam sujas com sangue!
-Se você não se levantar dai agora eu juro que te mato aqui e agora mesmo! -Disse alto, notei que ele andava de um lado para o outro.
Escorei-me na parede e ergui-me aos poucos, tossir freneticamente já havia virado algo normal naquela situação, senti suas mãos novamente em meu corpo ele me segurou pelos braços e me virou em sua direção.
-Agora sorria! -Disse sorrindo calmamente
Que tipo de doente mental esse homem é?! Me espanca e depois pede para que eu sorria?!
-Não sei se entendeu, não foi uma sugestão, conselho ou pedido! -Disse colando nossos corpos -Foi uma ordem! -Apertou meus braços
Ele me soltou devagar e se afastou alguns passos me encarando, sorriu debochado e disse em seguida encarando o chão
-Porque está sendo tão incompreensível assim?! -Olhou-me novamente -Nós estamos em um lugar bem longe da civilização civilizada, aqui matam e estupram sem pensar, afinal, ninguém é pego mesmo! -Deu um passo à frente -E eu só estou tentando fazer com que você e eu cheguemos aonde eu quero estar agora, não é difícil compreender! -Deu mais um passo, largo desta vez, ficando a poucos milímetros de mim -E eu quero que você sorria! -Colocou seu dedos nas laterais de meus lábios as esticando, formando um falso e doloroso sorriso, os retirou em seguida -Agora segure em minha mão e vamos entrar como pessoas civilizadas!
Ele se afastou bem pouco e esticou sua mão pegando a minha. Caminhava com rapidez me levando junto a sí, meu corpo estava tão dolorido que qualquer coisa poderia me fazer desmoronar, chegamos em frente a um grande portão totalmente preto, não havia maçaneta, fechadura, nada, havia apenas uma pequena janela na parte superior, da altura dos olhos do Sr. Park.
-Park Jimin! -Disse alto encarando a porta
Park Jimin! Jimin?! O cartão de visitas escuro da casa do Sr.Min seria o do Sr.Park?! Quantos malditos Jimin há no mundo?! Talvez, fosse ele, afinal, eu lembro-me de Min dizer:
“Eu tenho certeza que Park vai lhe botar na linha garota!”
A porta foi aberta sem cerimônia nenhuma, Sr.Park ou Jimin, me puxava para dentro do local escuro e silencioso.
Caminhamos pelo mesmo até ele parar de frente a uma escada levemente iluminada, olhei para o fim da mesma, haviam luzes fortes vindas de lá e uma música alta irritante.
-Acho que não preciso dizer nada a você não é!? -Olhou-me com raiva.
Balancei a cabeça de forma positiva e ele voltou a caminhar me arrastando atrás de sí.
A música ficava mais alta, mais irritante, meu corpo doía ainda mais pelo esforço de subir a escada que parecia ter milhares e milhares de degraus. Jimin parou e me puxou para seu lado, estávamos ao último degrau da escada, havia uma porta verde, ele agarrou minha cintura colando seu corpo ao meu, esse impacto doloroso, já que minhas costelas estavam machucadas, me fez emitir um gemido de dor e reprovação, Jimin me olhou e disse em meu ouvido:
-Guarde seus gemidos para quando eu te amarrar no teto bem no meio do meu escritório e te foder de noite até o dia amanhecer! -Soprou ali em seguida
Contorci-me um pouco e tentei me afastar, ele agarrou-me mais forte, colocou sua mão a maçaneta da porta e disse novamente em meu ouvido me fazer esbugalhar os olhos:
-Bem-vinda a casa dos Monstros!
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