POV KATNISS
Quase congelo pela madrugada, o frio nao estava de brincadeira.
Amanhece, acordo ouvindo barulhos na mata.
-Peeta? Loiro, acorda!
Bato em seu peito e braços mas nada o faz despertar, dou uma olhada em sua perna.
Esta vermelha e bem inchada, vontade de juntar essas aranhas e tacar fogo nessas pragas!
Ronald Weasley, te entendo!
-Peeta, amor, voce tem que acordar!
-Estou com dor...
-Eu sei, querido! Mas tem alguma coisa vindo!
Ele abre um olho, aponto na direcão e de la aparece um cachorro selvagem.
-Nao. Se. Mexa!- ele sussurra, travo minha respiracao. O animal cheira tudo e sai quando nao consegue nada, suspiro deitando sobre o peito dele.
-Quero ir embora!
-Tem algum remedio pra dor?
-O que voce esta sentindo?
-Frio, dor no corpo e dormencia na perna.
Minha pressao cai, e se Peeta...
Nao. E se nada!
Vou cuidar dele!
Pego uns comprimidos que achei no kit, ele bebe tomando o ultimo gole de agua da ultima garrafa.
-Vou sair pra procurar alguma fruta, nao faça nada!- aviso lhe dando um beijo.
Corro com a faca na mão, me sinto a Jane do Tarzan explorando essa floresta assustadora.
O Sol esta fraco por ser tão cedo.
Analiso o chao pra ver se alguma cobra, aranha ou qualquer praga se esconde. Acho uma bananeira, vou ate la vendo um cacho maduro, é sorte demais.
Recolho as que estão boas, guardo na mochila. Vejo um outro pé de manga, terei que subir na arvore e pegar.
Respiro fundo e começo a pisar nos galhos, corto minha mão mas nao desisto.
Coloco algumas na bolsa e quando vou descer minha calça prende num galho, chuto tentando soltar.
-Mas que merda!- abomino minha atual situacão, quando consigo minha testa passa pela lamina da faca que seguro.
Por que fui nascer tão atrapalhada?
Agora estou com as mãos arranhadas e a testa cortada. Quando fui dar o impulso pra baixo, esqueci da tirar a faca da direcao da minha cabeca.
Caio da arvore vendo muito vermelho, mato a charada sentindo o molhado do sangue. Rasgo as mangas da minha blusa pra poder limpar e precionar o corte, a tontura chega mostrando que o ferimento nao foi brincadeira.
-Deus, eu grudei chiclete na cruz? Derrubei ela sem querer? Por que não é possivel!
Ando ate onde o loiro se encontra deitado, quando Peeta me ve, se assusta.
-O que voce fez?
-Me cortei sem querer!- tiro as frutas da bolsa e estendo pra ele.
-Coma, tem que permanecer forte!
Ele sai do tronco e vem ate mim mancando.
-Peeta, te mandei ficar quieto!
-Voce precisa cuidar desse corte!
-Senta ai!- ordeno, mas quem disse que o loiro me ouve?
- É serio, Mellark!
Ele pega a faca e corta um pedaço da sua propria blusa, passa na minha testa tirando o excesso de sangue.
Suspiro quando a dor fica insuportavel, so temos remedio pra 1 pessoa agora.
Ela é o Peeta!
-Amor, por favor, cuida de voce!
-Voce foi picado por uma aranha desconhecida, pode muito bem ser venenosa! Eu so cortei a testa!
-I dai? Se voce desmaiar, não teremos como fazer nada!
-É serio!
-Tambem estou falando serio com voce!- sentamos de frente pro outro, ele passa delicadamente o pano em mim.
Sua expressao tenta disfarçar a dor, sei que deve estar horrivel.
-Voce esta desidratada!
Passo a lingua por meus labios, mas nao tenho saliva. Estou com muita sede, dei toda a agua pro Peeta.
-Não tem mais agua.
-Como nao?
-Dei pra voce!
-Que merda, Katniss!- sua raiva assusta.
-Estou cuidando de voce, Peeta!
Seus olhos ficam marejados, é a primeira vez que ele se permite fraquejar.
-Oh, meu amor...
Agora é a minha vez de chorar.
-Não pode sentir dor, senao sinto tambem!- digo segurando sua mão, ele sorri me puxando pra um beijo.
Deito em seu peito, preciso sentir essa sensacao de segurança um pouco ou irei pirar!
-Esta com alguma dor?- ele nega.
-Acho que é uma boa hora pra ligar o GPS!
-E voce vai andar como? De bananeira?
-Cruzes, Everdeen!
-Nao me chama assim! Senão te chamo de Mellark.
-Para ja! Eu dou um jeito de ir apoiando nas arvores, nao podemos ficar aqui!
Penso nas possibilidades. Peeta pode desmaiar, não poderei carrega-lo.
Mas se por acaso conseguirmos chegar na civilizacao, iremos pro hospital e Peeta vai melhorar.
-Eu consigo andar, nao podemos ficar aqui!
Olho pros seus olhos, dor é o mais visivel.

-Peeta...
-Confie em mim, vamos conseguir juntos! Fora, que a essa hora todos devem esta me procurando!
-Oi?
-Meus fãs...minha familia...-ele para assim que percebe a merda toda que esta dizendo.
Levanto sentindo meus olhos lacrimejando, sinto muita falta deles.
Suas preocupaçoes, carinho e aconchego.
-Amor...
-Vamos andando!
-Kat...- Peeta segura meu braço, bufo sentindo a quentura de seus dedos.
-Espera...- coloco minhas maos em sua testa sentindo a temperatura alta.
-Voce esta queimando em febre!
-Estou? Sabia que eu amo seus olhos cinzas? Sao como uma forte tempestade, me deixa afogar nesse mar?
-Voce esta delirando!
-Nao...So quero te beijar muito, sabia que nao consigo ficar longe de voce? Morena...- sinto suas maos agarrando minha cintura, tento soltar mas Peeta é insistente.
-Nada disso...Voce precisa apagar meu fogo, minha garota em chamas!- rio beijando sua boca, ele esta muito quente.
-Voce ta com febre, muito alta!
-Estou bem, amor!
-Não! Olhe so pra voce!
-Morena, voce esta brilhando!
-Não estou, voce esta louco!- rio puxando seu corpo pro meu, logo estamos indo na direcao norte.
-Por que vamos pro norte?
-Nao sei, mas nas suas condições, não pode falar muita coisa!
-Nao estou delirando! Oh, olhe aquela borboleta!
-É uma aranha gigante!- puxo Peeta pra poder sair de perto, estou apoiando-o nas costas.
-Hey, eu consigo andar sozinho!
-Cala boca, nao esta facilitando as coisas pra mim!- ando com a faca sempre tomando cuidado pra não cair, Peeta é pesado e estou tonta.
-Podemos parar um pouco?
-Peeta, sua perna esta vermelha e provavelmente inflamada.
-Para de se prezudicar por minha causa!
Respiro fundo dando uma topada com uma arvore, da onde essa porra surgiu?
-Cuidado!
Ponho a mao na testa vendo o sangue sair pelo corte, agarro no loiro pra nao cair pra tras. O peso da mochila esta maior que o do meu corpo.
Peeta cai sem aguentar, vou junto ficando em cima dele.
Seu corpo esta quente e as batidas do seu coracao, embalam meu desmaio.
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