História Luz e escuridão - 2 Temp. - Acidente

Nunca saberei como explicar o amor
Seria ele a covardia, o medo ou a coragem?
Seria ele o ferimento, a cura ou a dor?
Seria então sério ou uma simples bobagem?
Talvez, descrever "amor" é  complicado
Não é um sentimento simples, fácil 
É algo que não bem se define nem em dicionário
Mas sei que sempre será, o que sinto ao seu lado
A noite, isso me ocupa a mente
Devo sentir o que palavra nenhuma diz?
Como pode algo me ferir e me deixar contente?                               
Não sei agora, mas quem sabe, com a demora
Com você eu entenda, e enfim, sejamos felizes. 

Estávamos indo para o Canadá, passar a lua de mel lá era realmente uma idéia ótima. Beatriz ficou com a Clara, que aliás, estava muito feliz com o nosso casamento. 

Estava extasiada. Sério mesmo? Nem acreditava que finalmente estávamos casados. Observei a face do Armin, ele dormia calmamente no meu lado, ele era realmente lindo. Foi quando tive um mal presentimento, tentei não ligar para isso, afinal, o que poderia dar errado? Exatamente, tudo. 

Estávamos em um avião, ele poderia cair e acabar com nossas vidas. Mas, seria muito trágico morrer e nem aproveitar a vida de casado; Mesmo assim, o motivo que mais me machucaria era: Se por um acaso, o meu ou o coração do Armin parasse de bater, a Beatriz não aguentaria. 

Ela, que tão nova já havia presenciado a morte dos pais, não aguentaria a nossa morte. Afinal, havíamos de certa forma, ocupado aquele espaço vazio em seu coração, agora éramos seus pais, e mesmo que adotivos,  amávamos ela como se fôssemos seus pais verdadeiros. 

- Amor, parece preocupada.. - Fui acordada por aquela voz doce de sono - O que foi? 

- Nada Armin - Respirei fundo, olhei pela janela do avião e vi um pôr-do-sol, que por mim, estava lindo - Estamos quase chegando. Falta só mais uma hora. 

- Vamos chegar lá e podemos ver um filme antes de irmos pra cama - Ele sorriu maliciosamente nas últimas palavras, o que me fez dar um riso abafado e bater de leve em seu ombro. 

- Você não presta Armin - Sorri observando aquele cara amável, e que agora estava com cara de safado - Larga de ser sem vergonha.

- Pelo menos eu presto pra te fazer sorrir - Ele sorriu e me deu um selinho - Eu realmente sou muito fofo. 

- Convencido - Revirei os olhos o fazendo rir - Sim, você é meu fofinho - Sorri e apertei as bochechas dele. 

Foi quando fomos avisados de uma turbulência. Meu coração batia acelerado, tentei controlar mas era impossível me manter calma, tentei focar minha atenção no Armin. Aliás, ele segurou minhas mãos para me tranquilizar. 

Era a primeira vez que viajava em um avião, tudo era novo e tinha medo de tudo aquilo. Deitei minha cabeça em seu ombro quando de repente senti uma queda. O avião... Estava caindo. 

Uma lágrima escorreu do meu olho, tudo acabaria ali? Olhei pela janela, no desespero e só via névoa, avisaram que abaixo de nós só havia água, simplesmente sussurrei um "eu te amo" pro Armin e fechei os olhos, esperando a morte.