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História Luz e Sombra (Saint Seiya The Lost Canvas) - Satã Imperial


Escrita por: Datenshi

Notas do Autor


Para entenderem melhor esse capítulo, é recomendável que leiam o gaiden do Defteros e também o capítulo 154 do The Lost Canvas. Espero que gostem!

Capítulo 5 - Satã Imperial


Fanfic / Fanfiction Luz e Sombra (Saint Seiya The Lost Canvas) - Satã Imperial

Nove anos se passaram desde aquele dia. Já era discutido quem seria o novo Grande Mestre do Santuário, e os boatos mais fortes apontavam para Aspros e Sísifo. Muitas coisas haviam mudado; as doze casas zodiacais já estavam quase todas preenchidas por seus cavaleiros. O paradeiro de Athena já era conhecido. Ainda estava cedo, mas o Sol havia sido coberto por nuvens que provocavam uma fina garoa. Na beirada da Casa de Gêmeos estava Defteros, sentado em um dos degraus. Havia se tornado um homem alto e musculoso, e seus cabelos, de uma cor azul petróleo, estavam tão longos que praticamente já haviam alcançado suas pernas. Poucas vezes o moreno conversou com Asmita desde aquele dia, quando eram crianças, pois Defteros havia notado o quão frustrado ficava Aspros, sempre que o assunto era o loiro.

 

O relacionamento dos dois irmãos havia mudado muito nos últimos dias. Ainda que quase sempre ficassem juntos, ainda que trocassem carícias e fizessem amor, nada era mais como antes. Afinal, há pouco menos de um mês coisas estranhas estavam acontecendo: o assassinato das pítias, ninfas encarregadas de predizerem o futuro aos mortais, e um incidente na qual aprisionou Defteros e o cavaleiro de ouro de Aquário, Dégel, em uma dimensão alternativa, fazendo com que fossem forçados a enfrentar os Berserkers, guerreiros do deus da Guerra, Ares. Defteros possuía certeza de que fora seu irmão maior quem havia feito tais maléficos atos, mas por quê? Isso era algo que ele constantemente perguntava a si mesmo. Ainda assim, por amor ao irmão, resolveu manter-se em silêncio, fazendo vistas grossas a tudo o que acontecia.

 

O moreno olhava os arredores do santuário, e sentia uma enorme dor no coração por saber que não poderia se tornar um cavaleiro de ouro, mas ao mesmo tempo sentia orgulho de Aspros. De repente, sentiu como se uma capa tivesse envolvido seu corpo e sua cabeça, protegendo-o da garoa. Defteros então ergueu o rosto e viu, reluzindo por causa da imponente armadura dourada e os poucos raios de Sol que atravessavam as nuvens, seu querido irmão maior. A armadura de Aspros era realmente bela, e brilhava como se tivesse sido banhada pelas estrelas. Em sua face, possuía um sorriso protetor e um olhar penetrante.

 

"No que será que está pensando, Defteros... ?" Pensava Aspros. Notara que Defteros então desviou o olhar, encarando alguma coisa. O irmão maior acompanhou o olhar, e viu quem Defteros estava fitando. Estava longe, saindo do santuário; Asmita, que também havia conseguido uma armadura de ouro. Talvez fosse visitar os vilarejos próximos dali, ou havia sido mandado para alguma missão. "Oh, ele..." Voltou a fitar Defteros. "Está tudo bem, meu irmão... não deixarei ninguém afastar nós dois... hoje irão escolher o novo Grande Mestre, e quando eu for o escolhido, as pessoas não mais te chamarão de Segundo."

 

Ainda naquele dia Aspros soube, o verdadeiro escolhido fora Sísifo. Tal notícia se tornou a gota da água para Aspros, que naquela noite, em segredo, invadiu Star Hill. Ainda que fosse dentro do Santuário, Star Hill era longe das doze casas, um alto pico que em seu topo possuía um pequeno lugar. Uma pequena casa que, apesar de simples, era bela. Nem mesmo cavaleiros de ouro possuíam permissão para entrar naquele sagrado local, que mantinha guardado os maiores segredos do Santuário e da própria Athena. Apesar de saber os riscos que corria, Defteros subira o pico, em busca do irmão. Assim que abrira a porta, encontrou o irmão debruçado na mesa do local. Caixas, livros e pergaminhos velhos estavam jogados em sua volta, e o cheiro de mofo era evidente. Uma estranha sensação dominava Defteros, como se aquela casa fosse ainda mais velha que o próprio Santuário.

 

—O que me faltou? O que me faltou para ser o escolhido?— Dizia Aspros nervoso, falando sozinho e então batendo o punho na mesa, quase quebrando-a. Não havia notado o irmão menor observando-o na porta. —Maldição! Eu estava tão perto... por que eu não fui o escolhido?

 

—Vamos embora daqui, Aspros.— Disse Defteros. —Eu sei que você trabalhou duro para conseguir se tornar o Grande Mestre, mas está tudo bem... essas coisas acontecem. Agora vamos embora, você não é assim.

 

—Não! Ainda não, meu irmão...— Disse Aspros, virando o rosto e fitando Defteros. —Eu ainda não me dei por vencido. Me tornarei o Grande Mestre, e assim o nosso sonho se completará, ninguém mais te verá como uma Sombra. Veja... aqui existe muita coisa... toda a história do Santuário, a leitura das estrelas... o próprio Satã Imperial— Virava as páginas de alguns livros, mantendo uma malícia em seu sorriso. Em seguida segurou um frasco de vidro, contendo um líquido vermelho. —Até mesmo... o sagrado sangue de Athena. —Virou-se, mostrando o frasco para o irmão.

 

—Aspros!— Defteros rapidamente tomou o frasco da mão de seu irmão maior. —Ficou louco, Aspros?! Você... você realmente mudou, de uns tempos pra cá...

 

—O que quer dizer com isso?

 

Defteros virou as costas, caminhando para fora de Star Hill e parando na porta, fitando o horizonte. —O que eu quero dizer, é que não podemos viver juntos assim... não arriscando nossas próprias vidas e comprometendo todo o Santuário. Me desculpe, Aspros, mas os momentos felizes que uma vez pudemos ver em nossos sonhos... —o moreno suspirou. —se foram há muito tempo. Agora vamos, precisamos sair daqui antes que nos descubram.

 

Aspros estava sem reação, surpreso com a atitude do irmão menor. Porém, logo se formou um maldoso sorriso em seus lábios. —Espere, Defteros.

 

—Hm?— Defteros virou-se para o irmão, e naquele momento sentiu como se um rápido e agressivo feixe de luz cortasse o ar e atravessasse sua cabeça. Com tal golpe, Defteros foi arremessado para fora de Star Hill, caindo do pico. Enquanto caía, lágrimas começavam a sair de seus olhos. "Aspros... por quê?"

 

Aspros saiu de Star Hill, permanecendo em pé na beirada do precipício enquanto olhava para baixo. —Me desculpe, Defteros... mas não posso deixar que vá embora... fizemos uma promessa, não é? Não deixarei que tirem você de mim.


Notas Finais


Essa frase que Defteros falou para Aspros antes de ser golpeado é uma das mais marcantes que já vi... e é da obra Shingeki no Kyojin (Attack on Titan). Espero que tenham gostado!


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