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História Luz ou Trevas - Confiança


Escrita por: DayanaEspinoso

Notas do Autor


Desculpem a demora.
Tive uma semana muito corrida.
Espero que gostem <3

Capítulo 10 - Confiança


No dia seguinte, tentei voltar à rotina normal, para ver se a dor no meu peito amenizava a angustia já estava tomando conta de mim. Andando pelos corredores da academia senti lágrimas ameaçarem a cair, pisquei na tentativa de controlar a tristeza que crescia em mim, abaixei a cabeça evitando qualquer contado visual, indo em direção a primeira aula trombei com alguém. Desculpei-me com um sorriso mecânico segurando o colar inconscientemente e continuei andando. Sentei ao lado de Appolo, como de costume, me senti um pouco melhor com a presença dele, mas a angustia ainda queimava o meu peito. Não sabia ao certo o que pensar, ou o que fazer.

Quem seria essa Sophi? Eu queria mais respostas, mas talvez eu ouça o que eu não quero ouvir.

Por que me deixaram viver uma mentira? Será que a outra de mim queria mesmo isso tudo? Apertei o colar pela centésima vez. Eu sentia que o colar era importante para mim, sentia que havia visto esse colar antes, mas toda vez que eu tentava me lembra, as lembranças sumiam, e era assim com o meu passado também.

Senti uma cutucada na perna e olhei para Appolo mecanicamente, seus olhos negros procuravam os meus, ele parecia preocupado, abriu a boca para falar, mas desistiu assim que viu o colar, como se tivesse entendido o que se passava comigo.

- Professora, Amily não está se sentindo bem. Vou levá-la a enfermaria. – A professora me olhou e fez um sinal afirmativo com a cabeça. Meus pensamentos estavam a mil, não estava conseguindo prestar atenção na aula da professora, Appolo tomou minha mão e me levou em direção a porta, todos os olhares da sala estavam em nós, mas o de Fan era o que me chamava mais atenção. A professora pigarreou e retomou a aula normalmente.

Appolo não fez o caminho familiar da enfermaria, ao em vez disso, ele estava indo em direção a saída mais próxima, foi um longo percurso em silêncio. Observando suas costas a minha frente, senti o costumeiro calafrio percorrer minha espinha, ele me deixava meio nervosa, segurei mais uma vez o colar de minha mãe, não sabia ao certo o que pensar, nem o que ele queria de fato. Só conseguia pensar em como ele fazia meu estoma embrulhar.

- Quer conversar? – Ele quebrou o silêncio assim que chegamos ao campo de treinamento, completamente vazio. A brisa fresca sobrava calma acariciando minha face, era bom ver que apesar da minha vida ter virado de ponta cabeça o mundo ainda era o mesmo. – Você pode confiar em mim. Pode me contar tudo... – Ele me olhava com esperança, ele queria que eu confiasse nele, mas como contar uma coisa que nem mesmo eu quero acreditar? Seria como se eu tivesse aceitado? Eu realmente não quero acreditar naquela carta, não quero acreditar que meu pai não é o Will Ravens, não quero acreditar que sou essa tal de Sophi Ramona e muito menos que sou princesa de Angeles. Eu só queria ser eu, Amily Ravens, ser guardiã, achar minha mãe e protegê-la para o resto de nossas vidas. Era tudo o que eu queria. Arrisquei olhar para ele que ainda esperava uma resposta. Toda vez que olhava em seus olhos eu sentia algo estranho, aqueles olhos negros eram de algum jeito familiares. Podia mesmo contar? Podia mesmo confiar nele? Meu coração me dizia para confiar nele. Lembrei-me das palavras da minha mãe, escritas naquele bilhete, “siga o seu coração”. Eu me decidi. Decidi seguir o meu coração, decidir confiar em Appolo.

- Eu...

- Amily... – ouvi a voz de Fan chamar atrás de mim interrompendo o que eu estava prestes a dizer a Appolo, eu me virei bruscamente para vê-lo, ele parecia preocupado, olhei para Appolo que o olhava com o rosto sério. Voltei a olhar Fan, os olhos cor de mel dele procuravam os meus, ele esteve distante nos últimos dias, mas ainda sim se preocupava comigo. – Eu fui até a enfermaria, mas... Está tudo bem com você? – Me arrependi de imediato, por não ter contado nada a ele, por ter abandonado ele, ele estava distante, mas ainda era meu melhor amigo, pode ter sido só minha imaginação ou deve haver uma boa razão para isso.

- Está sim. – Menti, por quê? Ele é meu amigo, eu posso confiar nele. – Na verdade, não está... – olhei para baixo e em seguida para Appolo. Se contar significa que assumo ser essa tal de Sophi Ramona, que seja. Só não quero ter que mentir para os meus amigos, eles são os únicos que sei que me aceitariam, não importa meu status, nem o meu nome. Virei-me para Fan que me olhava ainda preocupado. – Lembra da carta que meu pai pediu para você me entregar? – Ele fez que sim. – Aquela carta revelava um pouco do meu passado, quem eu sou de verdade ou quem eu deveria ser de verdade. Não sei ao certo quanto a isso, mas na carta dizia o que aconteceu em Angeles dez anos atrás. Dizia que talvez a minha mãe tenha sido raptada pelo rei de Angeles. Dizia que minha memória foi apagada e que eu sou... Sophi Ramona, Princesa Herdeira do trono de Angeles. – As últimas palavras foram quase empurradas para fora de mim, minha voz saia tão baixo que eu mal podia ouvir. Fan ficou me olhando incrédulo como eu fiquei olhando para aquela carta. Appolo ficou olhando para ele e depois para  mim, mas eu não consegui entender o que aquele olhar significava, não conseguia decifrá-lo, a brisa soprava forte levando as nuvens no céu que cobriam parte do sol fazendo o campo de treinamento escurecer um pouco, como a minha alma, era assim que eu me sentia, um céu parcialmente nublado.

- Se é verdade, então... – Fan franziu o cenho e coçou a testa. – Do que eu vou chamar você agora? – Depois de tudo que eu acabei de contar, ele ficou preocupado com isso? Do que vai me chamar? Não pude evitar gargalhar da situação, Fan e Appolo me olharam sérios enquanto eu ria pela primeira vez em muito tempo.

- De Amy... – Disse entre um riso e outro. – Continua me chamando de Amy.

- Ela tem razão! – Appolo interveio. – Se as memórias dela foram apagadas significa que não era para ela se lembrar de nada. Seu... Pai contou por que enviou a carta agora? – Appolo perguntou de maneira muito curiosa.

- Ele disse que já estava na hora de eu saber o meu passado.

- Ele disse mais alguma coisa? Em que você podia confiar?

- Não... Na verdade ele disse para eu não confiar em ninguém. – Confessei olhando para o chão.

- Então... Por que contou para nós Amy? – A voz de Fan saiu um pouco rouca, quase como se estivesse com medo de perguntar.

- Por que meu coração diz que posso confiar em vocês.

 


Notas Finais


Eai? Gostaram?
Deixem ai nos comentários o que estão achando.
Até a próxima ^^


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