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História Lynn (Hiatus - Voltarei em breve) - Capítulo 1


Escrita por: lluanakaren

Notas do Autor


Heyyy!!! Enfim o primeiro capítulo. Espero que gostem! Amei escrever ele <3
Vamos ler???

Ps: Só eu que eu amo essa criatura com cabelos pretos?????? *_*

##### LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!! #####

Capítulo 2 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Lynn (Hiatus - Voltarei em breve) - Capítulo 1

Parada ao lado das roseiras plantadas ao longo da cerca, baixa, de madeira branca, Lynn se sentia uma verdadeira adolescente. Estava completamente fascinada pelo homem que deveria surgir na esquina a qualquer momento, e desejava chamar-lhe a atenção sem deixar dar na vista o interesse que sentia por ele. Consultou o relógio de pulso. Eram quase seis e quinze daquela manhã de verão. Mais tarde o calca: aumentaria, e devia ser por esse motivo que o tal sujeito praticava sua corrida diária tão cedo.

Lynn estremeceu ao pensar que não o teria visto se tivesse permanecido fiel à sua rotina de dormir até tarde. Se bem que não havia necessidade de dormir até tarde; desde que chegara a Seul, ela não fora se deitar nem uma noite depois das dez.

Olhou novamente para a esquina distante. Ainda nenhum sinal dele, mas nos dois últimos dias foi àquela hora que ele passou correndo pela rua. E foi então que ela ouviu o ruído abafado dos tênis sobre o asfalto. Com o coração aos saltos, curvou-se para as roseiras, pois não queria que ele percebesse sua ansiedade. Ela se preparou toda para vê-lo, com a maquiagem impecável e os cabelos cuidadosamente escovados. Cortando alguns botões de rosas, prendeu a respiração. Olhando de soslaio para a esquina, viu que ele virava para sua rua e vinha se aproximando cada vez mais, as pernas fortes mantendo um ritmo cadenciado. Engolindo em seco, Lynn ergueu a cabeça e sorriu.

Seu ex-noivo, algumas paixonites e numerosos diretores de estúdio já lhe haviam dito que seu sorriso era capaz de iluminar um quarteirão inteiro. Mais do que nunca, ela esperava que eles tivessem falado a verdade.

Usando um short jeans desbotado, uma camiseta molhada de suor e um par de tênis gastos, ele era um exemplo e tanto da perfeição masculina. Que ombros largos, que pernas e braços musculosos, que pedaço de homem! Seus cabelos negros cintilavam ao sol, úmidos de suor.

Vendo que Lynn o fitava, ele deu um sorriso e, cumprimentando-a com um breve aceno de cabeça, prosseguiu em seu caminho.
Haviam sido apenas alguns segundos, e aquele homem maravilhoso já apareceu e sumiu sem diminuir o passo.

Suspirando como uma adolescente deslumbrada, Lynn virou-se para entrar novamente em casa. O ponto alto de seu dia já havia passado, e ela teria de esperar mais vinte e quatro horas para vê-lo novamente. Entrou na pequena cozinha do bangalô onde morava sua irmã, JiHyun.

Alguns meses atrás, quando Lynn disse que gostaria de visitar a mãe em Seul, JiHyun lhe ofereceu a casa para ficar. Jihyun ia se casar e, até a ocasião do casamento, permaneceria na Califórnia com o noivo, Ray, e continuaria a pagar o aluguel da propriedade. De espírito inquieto e incapaz de ficar por muito tempo no mesmo lugar, Lynn embarcou para a Europa logo após o noivado da irmã. Já foi noiva de um francês muito rico chamado Jean du Mareei, mas nada cativava seu interesse de forma constante. Depois de restabelecer contato com a irmã, Lynn foi ficando cada vez com mais vontade de visitar a mãe que não via há cerca de dez anos, e de conhecer melhor seus dois meios-irmãos e sua meia-irmã. E, há quatro dias, sem avisar a família, ela chegou ao bangalô onde JiHyun morava antes de ir visitá-la na
Califórnia.

Seus pensamentos novamente se voltaram para o bonitão desconhecido que passava correndo em frente à casa todas as manhãs. Perguntando-se quem era ele e como faria para conhecê-lo, Lynn preparou um rápido café da manhã. Mais tarde iria até a casa da mãe. Enquanto saboreava o desjejum pensava que não haveria dificuldade em conseguir ser apresentada a alguém em um bairro pequeno de Seul, onde todo mundo conhecia todo mundo. Ela logo trataria de descobrir seu nome, onde ele trabalhava... e se era casado. No dia seguinte, talvez tomasse coragem de falar com o sujeito quando ele passasse pela rua. Se ele parasse para conversar por alguns minutos, ela conseguiria descobrir tudo o que desejava saber. Afinal, Choi Lynn sabia como lidar com os homens. 

Dezessete anos atrás os pais de Lynn se haviam divorciado, e cada um ficou Com uma das filhas para criar. JiHyun permaneceu em Seul com a mãe, Seulgi, enquanto Lynn saiu do país, foi para Hollywood e depois para Beverly Hills com o pai, Choi Doyun, um grande e renomado ator de cinema.

Ser criada como se fosse a única filha daquele homem famoso lhe proporcionou uma vida sofisticada e movimentada, tornando-a uma garota que se sentia à vontade em qualquer lugar e em qualquer situação. E também a tornou uma pessoa extremamente solitária. Lynn sentia muita falta da irmã e da mãe, e lamentava crescer sem irmãos e irmãs com quem brincar. Talvez a viagem a Seul servisse para
solidificar seu relacionamento com os meios-irmãos ChinHwa e ChungHoo e com a meia-irmã ChoHee. E se tivesse a oportunidade de conhecer seu atleta misterioso, quem sabe o que poderia acontecer?

 

**************

 

Algumas horas depois, caminhando por uma rua próxima, Lynn tentava analisar a fascinação que estava sentindo pelo desconhecido. Ela já conheceu dúzias de homens bonitos, desde astros de cinema e surfistas bronzeados da Califórnia até playboys franceses da Riviera. Por um breve período, permaneceu noiva com um francês absolutamente lindo, Jean du Mareei. Depois do término, tivera alguns casos discretos com homens atraentes e bem-sucedidos. A atração que sentia pelo tal atleta desconhecido, porém, era uma coisa completamente diferente. Para começar, ele era bem mais velho que ela. Tinha uma aparência sólida e substancial, não jovem e inconsistente. E tinha também um rosto e um corpo que o faziam parecer um top model da moda masculina. Lynn precisava encontrar uma forma de ser apresentada a ele em uma ocasião em que ela pudesse estar com a melhor aparência possível. Lembrou-se dos coquetéis para angariar fundos de pesquisa para a universidade, eventos que, segundo sua mãe, constituíam-se nos acontecimentos sociais da maior importância na cidade. Antes de mais nada, entretanto, ela precisava descobrir quem ele era e idealizar uma forma de conhecê-lo. E saber se ele era casado.

Lynn abriu o portão e subiu a entrada de carros da casa de sua mãe. Toda pintada de branco, a casa ficava mais para o fundo do terreno; na frente, estendia-se um gramado muito bem cuidado, ladeado por diversos canteiros de flores e dois carvalhos majestosos e antigos. A alta construção de dois andares refletia em suas paredes claras os raios do sol da manhã.

Até os seis anos de idade, Lynn foi criada naquela casa. Quando bateu à porta, porém, estava se sentindo uma verdadeira forasteira.
A tarde ela já se sentia mais à vontade, jogando futebol no gramado com os irmãos e a irmã. Aceitou o convite para jogar porque desejava se integrar melhor à família, mas muito pouco entendia daquele esporte. Eram ela e ChoHee contra ChungHoo e ChinHwa, e a distribuição dos "times" não parecia nada homogênea. Os dois garotos, de quinze e quatorze anos, tinham muito mais prática naquele tipo de jogo, o que deixava Lynn e a menina ChoHee, de doze anos, em nítida desvantagem.

ChoHee era o retrato da irmã quando pré-adolescente, e Lynn experimentava a sensação extremamente agradável de finalmente estar fazendo parte da vida dos irmãos mais novos. Sempre invejou JiHyun, que viveu ao lado deles desde que haviam nascido. O jogo estava sendo um verdadeiro massacre e, em certo momento, depois de levar um espetacular tombo, Lynn deixou-se, ficar sentada no chão, rindo a bandeiras despregadas. Fazia muito tempo que não se divertia tanto.

— Você está bem?

Aquela voz profunda não pertencia a nenhum dos dois garotos, e Lynn olhou para cima. Diante dela encontrava-se um par de pernas longas e fortes, acondicionadas dentro de uma calça jeans e posicionadas de uma forma tipicamente masculina, afastadas e com um dos joelhos ligeiramente flexionado. Uma camisa de algodão leve, com as mangas enroladas até pouco abaixo dos cotovelos e o colarinho aberto, deixava entrever um peito largo, musculoso e sem nenhum pelo, que não lhe era estranho. A mão pálida estendeu-se para ela, que, levantando ainda mais a cabeça, sentiu o coração dar um salto ao fitar um par de olhos negros que exibiam uma expressão divertida. Era o tal desconhecido que não lhe saía da cabeça!

Deus do céu, em vez de ser apresentada a ele em uma ocasião em que pudesse estar usando um vestido exclusivo, em um local tranquilo, sofisticado e elegante, Lynn se achava com os cabelos em desalinho, corada e suada de tanto correr de um lado para outro e com a roupa suja de terra e grama.

Segurando a mão que o desconhecido lhe oferecera, ela se pôs rapidamente de pé e, apesar de ser mais baixa do que a maioria das mulheres, sentiu-se ainda mais pequenina ali diante dele. O desconhecido devia ter pelo menos quinze centímetros a mais que ela... e
era ainda mais bonito de perto.

Para decepção de Lynn, naquele momento ele não estava usando o short e a camiseta de costume. Tinha os cabelos penteados, e ela sentiu falta das madeixas úmidas que se habituara a ver caídas na testa dele.

— Obrigada — murmurou, profundamente perturbada pela sensação de formigamento que se irradiava da mão que ele ainda segurava para todo o seu corpo.

Tentando, porém, agir de forma natural, levantou o rosto para ele e deu um de seus irresistíveis sorrisos.

— Meu nome é Choi Lynn, muito prazer.

— Ah, a moça das rosas — disse ele, apertando-lhe a mão e lhe provocando um arrepio de prazer ainda mais intenso. — O que está fazendo aqui? — perguntou, sorrindo também. — Quer dizer, além de jogar futebol. Neste jardim também há roseiras, mas você não está cuidando delas.

— Esta é a casa de minha mãe — respondeu Lynn e, percebendo que o desconhecido demorava para soltar-lhe a mão, sentiu um estranho calor espalhar-se por sua pele. Talvez ela não fosse a única dos dois a ter sido afetada por aquela atração esquisita e imediata.

— Não quero interromper seu jogo — afirmou ele, percebendo a presença dos garotos e finalmente soltando-lhe a mão.

— Meninos — gritou Lynn, voltando-se para os irmãos —, que tal um intervalo?! Está na hora de tomarmos um refresco.

ChungHoo fitou a irmã com uma expressão desconfiada, e depois olhou para o desconhecido que se achava tão próximo dela.

— Boa idéia — disse finalmente. — Vou ver se mamãe fez limonada. Podem esperar aqui mesmo, se quiserem. — Com uma piscadela para Lynn, agarrou ChinHwa pelo braço e arrastou-o para o interior da casa.

— Gostaria de vir com a gente? — perguntou Lynn, passando o braço em torno dos ombros de ChoHee.

O desconhecido ainda não lhe dissera como se chamava. Com um rápido olhar para sua mão esquerda, ela viu que ele não usava
aliança. Era verdade que nem todos os homens casados usavam aliança, mas aquela constatação lhe proporcionou uma pequena esperança.

— Obrigado — disse ele —, mas vim aqui para falar com ChinMae e não quero deixá-lo esperando. Só parei porque vi quando você caiu e quis saber se precisava de ajuda.

— Vou buscar um pouco de limonada para você, Lynn — disse ChoHee, saindo em direção à porta dos fundos.

— Obrigada, docinho — respondeu a irmã mais velha, voltando-se novamente para o desconhecido. — Ora, aquele tombo não foi nada, apenas tropecei e ChungHoo caiu em cima de mim — afirmou, começando a caminhar ao lado dele para a porta da frente.

— Mas não se machucou?

— Ah, não, claro que não!

A única coisa "machucada" em Lynn era o amor-próprio. Tanto planejara estar linda e bem vestida quando fosse oficialmente apresentada a ele... E o encontro acabara acontecendo quando ela estava suja, descabelada e mais parecendo uma adolescente rebelde.

— Por que não vem jogar com a gente um dia desses?

— É, uma hora dessas eu apareço. — Ele sorriu.

— Pelo seu físico, parece que costuma praticar muito esporte — observou Lynn à guisa de elogio.

— Já joguei muito futebol, mas somente quando era mais jovem. Faz um tempo.

— Você ainda não me disse seu nome — lembrou ela em tom gentil.

— Ah, é verdade, desculpe-me. Kim Sunggyu, muito prazer.

— Então seu apelido deve ser Gyu, não é mesmo? — perguntou Lynn, detendo-se junto à escadinha que dava acesso à varanda.

— É, é assim mesmo que o pessoal costuma me chamar — confirmou ele, observando-a atentamente.

— Se me permite, vou tomar a liberdade de fazer o mesmo — murmurou ela em tom provocante, sorrindo novamente.

— Fique à vontade.

Sunggyu aparentava estar chegando aos trinta anos, mas evidentemente se achava em melhor forma do que qualquer um dos outros que Lynn conhecia.

— Veio aqui para comprar alguma apólice de seguro de ChinMae? — perguntou ela.

Chun ChinMae, seu padrasto, era um dos maiores corretores de seguros de Seul.

— Não, nada disso. Ele me chamou para conversarmos a respeito da reforma da casa que herdou de uma tia.

— Ah, quer dizer que você reforma casas antigas?

— Faço isso também — disse Gyu —, mas minha atividade principal é a de empreiteiro de obras. Fiquei feliz por ChinMae ter ligado primeiro para mim; somos quase vizinhos há muito tempo. Moro aqui perto.

— E costuma correr todos os dias? — Lynn tinha de agir com presteza, se realmente quisesse "armar" um futuro encontro.

— Todo santo dia. E você, também corre?

Ela fez que não com um gesto de cabeça, mas não desistiu de aproveitar a oportunidade que o momento lhe oferecia.

— Por que não passa lá em casa amanhã? — sugeriu. — Poderemos tomar café juntos.

Sunggyu pareceu ficar indeciso, e seus olhos assumiram uma expressão aborrecida. Lynn sentiu que ele se retraiu, o que começou como uma conversa informal entre dois conhecidos mudou de tom, e era evidente que ele não gostou disso. Apesar daquela constatação, ela não deixava de fitá-lo nos olhos um só instante, e sua pele formigava só de estar perto dele. Não, Lynn queria porque queria saber mais a respeito daquele homem e não desistiria assim tão facilmente.

— Ora, estou apenas lhe oferecendo um café, e não sugerindo que pule de uma ponte — acrescentou, em tom de brincadeira.

— Vou pensar no assunto — respondeu ele finalmente, com a expressão de quem analisava os prós e os contras da situação.

— Ótimo! — exclamou Lynn. — Espero por você amanhã cedo. — Sabendo o momento certo de bater em retirada, dirigiu a Sunggyu mais um de seus sorrisos devastadores e saiu correndo para retomar o jogo com os irmãos.

Gyu ficou observando enquanto ela se afastava, o olhar fixo no vai e vem de seus quadris. Não havia como negar que a garota era de tirar o fôlego, mas ele não estava gostando do calor que lhe dominava o corpo. Não tinha tempo a perder com garotas frívolas e namoradeiras, trabalhava somente com homens, e tinha pouco contato com o sexo feminino. Fazia anos que vinha evitando envolvimentos amorosos, e não tinha a intenção de mudar o rumo de sua vida. Além do mais, não poderia se sentir atraído por uma moça tão jovem. Já
tinha quase trinta e cinco anos***, e ela parecia não ter muito mais de vinte. Gyu organizou sua vida da forma como desejava. A última coisa de que precisava era se envolver com uma garotinha como aquela, por mais sexy e atraente que ela fosse. Uma garota nova merecia um rapaz jovem, não um sujeito quase quarentão, que já se dera muito mal no amor e não queria saber de se arriscar novamente.

Quem sabe, porém, pensou Gyu ao subir os degraus que conduziam à porta de entrada, desse uma passadinha na casa dela só uma vez, apenas para conversar um pouco...

 

***************

 

Na manhã seguinte Lynn levantou-se muito cedo, vestiu-se com capricho e escovou os cabelos negros até fazê-los cintilar. Vestiu uma calça jeans, de marca famosa, e uma blusinha cor de rosa bem justa, que em nada contribuía para ocultar seus melhores atributos femininos. Após aplicar um pouquinho de sombra e rímel, contemplou-se no espelho e se sentiu satisfeita com a expressão misteriosa assumida por seus olhos pretos. Depois desceu correndo para a cozinha para preparar o "cenário". Tudo tinha de estar perfeito.

Depois de verificar se todos os detalhes estavam a seu gosto, consultou o relógio e viu que já estava quase na hora. Vestiu uma jaqueta leve e, no fundo não acreditando que Gyu realmente viesse, apanhou a tesoura como pretexto para estar mexendo nas rosas a uma hora tão matinal.

Ao sair da casa e se aproximar das roseiras, lembrou-se do comportamento de Sunggyu no dia anterior e percebeu que ele não agiu como outros homens que ela conheceu. Gyu não forçou a situação para se tornar mais íntimo, não fez elogios à sua aparência nem comentários maliciosos. Na tarde anterior, foi ela quem tomou todas as iniciativas. E então ouviu o ruído ritmado dos tênis no asfalto e, desapontada, percebeu que ele não ia parar.

— Bom dia! — gritou sorrindo, quando Gyu se aproximou; não iria deixar evidente sua decepção. Ele lhe acenou em resposta e prosseguiu, sem perder o ritmo. —Mas que droga! — murmurou Lynn, profundamente desapontada, quando ele desapareceu à distância.

Desde tempos de que quase não se lembrava mais, quando Lynn demonstrava interesse por um homem, ele sempre retribuía de forma imediata. Pelo que parecia, entretanto, Kim Sunggyu não era como a maioria dos homens. Ela precisava encontrar uma forma de conhecê-lo melhor... aquele homem a fascinava. Talvez até valesse o sacrifício de praticar corridas matinais somente para poder passar mais tempo com ele. A não ser que Gyu fosse casado. Teria sido aquele o motivo de ele não ter parado? Se fosse, porém, não lhe teria dito quando ela o convidara para o café? Casamento... Lynn já quase o experimentou . Ela e Jean haviam se apaixonado, mas a paixão se desvaneceu rapidamente. De uma coisa Lynn tinha absoluta certeza: não queria nem ouvir falar de casamento novamente. O término foi amigável, mas persistiu no fundo de seu peito uma sensação de fracasso e abandono que ela jamais admitiu para ninguém.

Desanimada, Lynn voltou para o interior da casa. Talvez no dia seguinte ele parasse. Ela preparou o café da manhã, ao mesmo tempo que lia o jornal local. E, quando estava no meio de um artigo sobre o cultivo de rosas, ouviu o inesperado ruído de alguém batendo à porta. Abrindo-a, ficou contemplando com um olhar atônito a pessoa que batera: Kim Sunggyu. Ele havia tomado uma ducha, feito a barba e vestido uma calça jeans e uma camisa azul que fazia seus olhos negros parecerem mais escuros.

— Resolvi aceitar seu convite para o café — disse ele, parecendo estar achando muita graça na expressão atônita de Lynn.

Tentando disfarçar sua surpresa, ela deu um largo sorriso.

— Ótimo. Cheguei a pensar que... Não, deixe para lá. Vamos, entre.

Sunggyu entrou no bangalô e olhou em volta, com ar de curiosidade, depois baixou o olhar para Lynn.

— Quando passei correndo agora há pouco, vi que você pensou que eu não vinha mais. Mas você realmente achava que um homem de bem iria aparecer na casa de uma garota bonita todo suado e fedorento?

O coração de Lynn disparou.

— N-não, não achava. Mas vamos deixar uma coisa clara desde já, Gyu: não sou nenhuma garotinha.

— Se não é, você me enganou direitinho... — Ele lhe fez uma breve carícia no rosto com a ponta do dedo, segurou-lhe o queixo e finalmente, com visível esforço, afastou a mão.

Lynn estremeceu da cabeça aos pés. Fitando os olhos de Gyu, sentiu o coração bater ainda mais rápido. Umedecendo os lábios com a ponta da língua, tentou sorrir despreocupadamente mais uma vez.

— Hoje temos café e croissants. Ou pãezinhos de creme, se você preferir.

— Para mim qualquer um deles está bom — afirmou ele, permanecendo a fitá-la nos olhos por mais um longo momento. Finalmente, virou-se para observar a cozinha. — Que casa bonita...

— É onde mora minha irmã — explicou Lynn. — Estou apenas passando uns tempos aqui. Não quer sentar-se?

Sunggyu puxou uma cadeira e acomodou-se, sem deixar de fitá-la um só instante.

— E sua irmã, onde está?

— Em minha casa, em Malibu, na Califórnia. Fica perto de Los Angeles.

— Vocês duas costumam trocar de casas durante as férias? — perguntou ele, em tom de brincadeira.

— Nem sempre. Acontece que JiHyun foi me visitar em Malibu, e imediatamente se apaixonou pelo meu vizinho do lado. Eles vão se casar em breve, mas não suportam ficar longe um do outro. Assim, ela ainda está em minha casa e eu vim para cá visitar minha mãe.

Retirando o guardanapo que cobria a travessa de pãezinhos, Lynn virou-se para encher uma xícara de café. Depois colocou a xícara na mesa, ao alcance da mão dele, e lhe deu as costas, constrangida como uma adolescente e sem saber o que dizer.

— Por quanto tempo pretende ficar em Seul? — perguntou Gyu após um longo silêncio.

— Não planejei nada de específico — disse ela. — Um ou dois meses, sei lá...

Sentando-se diante dele dali a alguns instantes, com outra xícara de café nas mãos, Lynn perguntava-se que fim havia levado sua habitual desenvoltura. Já enfrentou situações sociais bem mais sérias, e sempre se sentiu completamente à vontade! Quando, entretanto, Sunggyu se inclinou em sua direção para pegar o açucareiro, ela mal conseguia raciocinar, quanto mais fazer uma tentativa inteligente de estabelecer uma conversa.

Gyu deu uma mordida no pãozinho e perguntou a si mesmo o que estava fazendo ali. Quando foi convidado por aquela garota para tomar café, não teve a menor intenção de aceitar. Porém, a despeito daquela decisão, não conseguiu tirá-la da cabeça durante todo o dia anterior. O clima de interesse que se manifestara entre os dois foi surpreendentemente intenso, mas não passou de simples atração física. Não podia ter sido outra coisa. Eles nada tinham em comum. Ela era jovem, bonita e, evidentemente, gostava de flertar. E não ia permanecer por muito tempo na cidade. Ele, por sua vez, havia finalmente reorganizado sua vida; e um envolvimento passageiro com uma jovenzinha namoradeira não fazia parte de seus planos. Apesar disso, quando passou por ela cerca de meia hora atrás, percebeu que a moça ficou desapontada. E foi atormentado pelo remorso durante todo o restante da corrida. Assim, quando chegou em casa, apressou-se a tomar uma ducha e trocar de roupa, somente para não deixá-la decepcionada. Além do mais, Lynn era meio aparentada com ChinMae. Valia a pena manter um bom relacionamento com os clientes.

Tomando um gole de café, ele a fitou novamente. Sentiu vontade de acariciá-la desde a primeira vez em que a viu, há alguns dias. O que tinha a pele daquela garota, que fazia seus dedos formigarem de desejo de tocá-la?

— Quantos anos você tem? — perguntou Sunggyu de repente.

 Assim que tivesse certeza de que Lynn era realmente muito jovem, ele conseguiria refrear seus instintos. Terminaria de tomar o café da manhã com ela, iria embora e as coisas ficariam por isso mesmo.

— Por que quer saber minha idade? — retorquiu Lynn, surpresa. Seus olhos se estreitaram ligeiramente, fitando-o com uma expressão de desafio.

Sunggyu percebeu a provocação no olhar dela, e quase sorriu. Frívola, namoradeira... O que mais poderia esperar daquela moça? Recusando-se a responder sua pergunta, ela já não deixou evidente a resposta? Era óbvio que Lynn era jovem demais para ele.

— Por nada — desconversou Gyu. —Simples curiosidade.

— E você, é casado?

Sunggyu sentiu uma pontada de dor no fundo do peito.

— Já fui, não sou mais. E você?

— Não, mas quase me casei. — respondeu ela com firmeza. — Muito bem... Agora que já esclarecemos os detalhes importantes, que tal me contar um pouco a respeito de seu trabalho? Se eu soubesse que os empreiteiros tinham uma aparência como a sua, mandaria reformar minha casa pelo menos duas vezes por ano!

Para Lynn, flertar era tão natural quanto respirar. Bastava dizer uma coisa provocante e esperar que ele respondesse. Assim, sorriu novamente e esperou pela reação de Sunggyu...


Notas Finais


*** Essa não é a verdadeira idade do Sunggyu, caso não saibam, é meramente ficção! (Toda palavra que tiver *** será explicado aqui nas notas finais.)

E aí, o que acharam? Estão ansiosos para o próximo capítulo?

Gente, será postado um capítulo por semana, ok? Mas não se preocupem, porque se der para postar mais de um, irei postar. Conto com vocês, e até a próxima! Beijinhosssss :*****


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