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História Ma belle princess - O ferimento e a prenda embrulhada


Escrita por: Elisynoir

Notas do Autor


Olá a todos!
Finalmente as aulas acabaram e eu posso postar capítulos à vontade.
Este foi feito com muito amor e carinho e é dedicado à ~Sofybug, que lê todas as minhas histórias e é a melhor amiga do mundo.
Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura!

Capítulo 7 - O ferimento e a prenda embrulhada


Pov. Marinette

  Não fiquei com muita boa impressão do tal conde Nathanael. 

  Ele é alto e musculado. Tem os cabelos laranjas avermelhados e aparenta ter uns trinta anos de idade. Está muito bem vestido para quem é um conde, mas o que se pode fazer? Tem calçadas umas botas castanhas de couro e botões de punho de oiro. Em cima da cabeça tem depositado um chapéu com duas penas. Pelas cores, as penas devem ser de um pássaro bem raro.

 Durante a nossa primeira refeição do dia, esteve sempre a elogiar-me a mim e ao meu pai. Ele fartava-se de elogiar as terras e os seus grandes feitos. Quanto a mim, dizia-me vezes sem conta que as suas expectativas estavam corretas e que eu era a princesa mais bela que ele alguma vez tinha visto. Para mim, ele é o maior gabarolas e convencido que já alguma vez conheci. 

  Quando me levantei para ir para o meu quarto procurar o colar lá escondido pela minha mãe, vi uma coisa que me deixou surpresa. No bolso esquerdo das calças do conde, estava à descoberta um lenço supostamente branco, mas em vez de branco, estava tingido de uma cor vermelha de sangue. Provavelmente devo estar a inventar coisas ou então foi tudo fruto da minha imaginação. 

Desta vez, o meu pai combinou que nos encontraríamos para almoçar numa sala ali perto da de refeições. 

  Subi então e tranquei a porta, não fosse alguém aparecer. Comecei por procurar debaixo da minha grande cama. Resultado: fiquei toda suja e não encontrei lá nada. Continuei à procura por todo o lado. Não encontrei absolutamente nada.

Com o tempo a passar, nem reparei que estava a chegar a hora do almoço. Só me apercebi quando a catedral da vila começou a tocar as doze badaladas do meio dia. Comecei a correr para a sala de combinada e tive de usar a passagem que a Tikki me tinha mostrado para ser mais rápida. Cheguei mesmo quando a última badalada soou. Ainda tive tempo de dar um jeitinho ao vestido e de sacudir algum pó que tinha em cima de uma das minhas mangas.

O meu pai chegou nesse preciso instante, acompanhado pelo conde. Eles falavam sobre algo que não percebi, e quando me viram, fizeram silêncio.

-Boa tarde.- disse eu tentando ser bem educada.

-Boa tarde Marinette.- disse o meu pai virando a cara logo de seguida.

-Boa tarde princesa Marinette. Parece que ficou ainda mais bela desde a última vez que a vi.

-Muito obrigada. Desculpem o incomodo, mas eu estou com alguma fome. Por acaso não podemos almoçar, por favor.-disse eu tentando desviar as conversas gabarolas do conde.

-Por mim tudo bem. Podemos almoçar El-Rei Tom? Eu também estou com muita fome.

-Claro. Avancem para a mesa. Mas antes, Marinette, tenho de falar contigo.- desesperei-me com este pedido e comecei a preparar-me para o pior.-Vamos ali para a sala ao lado.

-Vou deixar-vos mais à vontade para falarem.-o conde desapareceu pelo corredor, o que me deixou mais aflita do que nunca. Por mais que não quisesse nem gostasse desse conde estar no castelo, acho que nunca o desejei tanto em algum lugar.

-O que tem para me dizer pai?-perguntei eu na expectativa dele não ser tão duro comigo, ao ponto de me bater.

-Hoje tens estado a ser muito ignorante para o conde. Ele só está a tentar ficar bem visto por ambos e tu desvias sempre a conversa. Dá-me a tua mão, já!

-Por favor não me dê com o ferro.-pedi eu tentando não demonstrar o medo que me percorria o corpo.

-Já que estás com tanto medo, eu dou-te com o ferro.- eu comecei a chorar. Não sofregamente, mas muito discretamente, para o meu pai não reparar.

Ele voltou com um ferro ainda maior do que o da última vez. Aquilo ainda me assustou mais e eu tapei os olhos para não ver o estado em que a minha mão ia ficar.

Tra Tra Tra... Levei três ferroadas na minha mão. O meu pai ficou a assistir ao espetáculo, mesmo sendo ele a fazê-lo, e eu não conseguia parar de chorar.

-Deixa de ser uma menina medricas e vai lavar a cara, entendido?-ele segurou o meu queixo com força e exigiu a resposta brutalmente.

-S-s-sim.-disse eu entre soluços de choro.

-Espero que isto não volte a acontecer. E lembra-te, se voltar, o ferro ainda vai ser mais grosso e vai doer o dobro que doeu.- mal disse isto, ele desapareceu pelo corredor.

Quando ele saiu, eu caí ao chão. Não me conseguia segurar de tanta dor que sentia. Uns minutos depois, uma empregada passou pela sala onde eu me encontrava. Felizmente, não era daquelas empregadas do meu pai, e sim uma das do escalão da Tikki.

Ela segurou-me firmemente e levou-me a apanhar um pouco de ar. Ao que me pareceu, ela tinha ouvido a minha conversa com o meu pai, e demonstrou muita preocupação comigo. 

Ela passou a sua mão com água na minha cara, e de seguida, secou. Eu já não chorava, mas continuava com bastantes dores na minha mão.

Ela passou a minha mão por água e cobriu-a com uma planta curativa. A seguir, pôs um lenço na minha mão. Ela disse que se eu quisesse esconder o lenço, poderia usar luvas.

Eu agradeci muito à senhora e pedi que passasse pelo meu quarto mais tarde, mas sem i meu pai saber. 

Ela disse-me que ia passar de qualquer maneira, pois tinha de ver como a minha mão estava. Antes de eu voltar, ela ainda me recomendou que não olhasse para o ferimento, pois estava muito feio e podia dar vómitos.

Agradeci pela dica e pcorri para a sala de refeições, onde esperavam o meu pai e o conde Nathanaël. Na verdade, o curativo e a conversa não chegaram a demorar cinco minutos, de modo a que os dois adultos à minha frente não se parecessem preocupar muito.

O almoço foi igual aos outros, só que desta vez um pouco mais animado. Apesar de ser chato, o conde Nathanaël tinha piada a inventar prestígios que tinha conseguido. Ao contrário de mim, o meu pai acreditou, pois dizem que nunca se deve duvidar de uma pessoa nobre ou uma pessoa com poder. Parece que só eu é que reparo nestas coisas. 

O conde falava acerca de como vivia nas suas terras. Da maneira como ele inventou, qualquer pessoa podia sentir inveja. Especialmente o meu pai.

-E como eu estava a dizer, lá nas minhas terras ninguém passa fome. Existem muitas pessoas que abdicam da sua comida para dar aos outros. E quem dá um passeio nas minhas terras, fica sempre maravilhado e volta sempre para mais e mais.-gabou-se o conde.

-Isso é realmente muito bom conde. Um dia nós vamos lá fazer uma visita.-o conde ajeitou a sua gola e fez um sorriso forçado mal o meu pai disse isto.- Mas pelo que eu ouvi dizer, assassinaram as suas doze mulheres. Não é verdade?-disse o meu pai roído de inveja.

-Realmente sim. Não sei o que posso ter feito para tal vingança. Sempre que caso, no dia a seguir acordo com uma mulher morta a meu lado. Eu não me pretendo casar tão cedo, outra vez.- Ele baixou a cabeça num gesto rápido. Para mim, ele não pareceu ser muito convicente, mas para o meu pai, acho que foi a dose certa de más recordações.

-Eu vou retirar-me. Marinette, quero-te aqui às cinco em ponto, senão iram haver consequências. Percebido?-perguntou ele aguardando uma resposta clara.

-Sim meu pai.-ele saiu e eu suspirei de alívio.

-Ele é bruto contigo princesa?-ouvi a voz calma do conde atrás de mim. É claro que eu não lhe vou dizer nada. Não confio em nenhum homem a não ser no Adrien. Além disso, este tem o dobro da minha idade.

-Nem por isso. Só é assim quando falam sobre amor. Aconselho-o a não falar sobre isso à frente dele.

-Ups. Não era a minha intenção ofender o teu pai. Mudando de assunto, queres vir dar um passeio pelo jardim?

-Eu adoraria.- disse eu lembrando-me da ameaça que o meu pai me tinha feito.

Eu segui para o jardim, seguida pelo conde Nathanaël. Quando entrámos, havia muitas mais flores do que a última vez que lá tinha estado. Eu também não tinha muito tempo nos últimos tempos. O Adrien ocupávamos. A pensar no Adrien, lembrei-me do colar que lhe tinha comprado. Fiquei a pensar na forma como o Adrien ia gostar mais. Será que ele ia gostar mais dele numa caixinha? Ou num embrulho? Argg...É tão difícil escolher estas coisas sem ajuda. De tanto estar a pensar nestas coisas, acabei por me distrair enquanto o conde Nathanael falava comigo. Não ouvi absolutamente nada do que ele me disse. Quando reparei, já era tarde de mais...

-Princesa Marinette? Está tudo bem? Está a ouvir o que eu disse?

-Ahm? O que se passa?-O conde fez uma cara estranha e eu vi a porcaria que tinha feito. Tentei remediar um pouco as coisas.-Estava a falar comigo? Eu peço imensa desculpas, é que eu estava a pensar e depois lembrei-me de que tenho de fazer uma coisa e...

Fui interrompida por uns risos. Ao contrário do que eu tinha pensado, o conde não tinha ficado zangado comigo. Até se estava a rir sem motivo. Mal acabou de dar mais umas boas risadas, ele virou-se de novo para mim e disse:

-Não faz mal algum. Isso também me acontece às vezes. Vamos continuar o nosso passeio?

-Peço mesmo imensas desculpas. Eu sou mesmo uma parva. e sim, vamos lá continuar.

Continuamos a passear e eu desta vez já estava atenta ao que o conde dizia. Por mais que ele seja simpático, isso não muda o facto de eu não gostar dele. Além disso, só estou com ele para o meu pai não me bater de novo. Perguntou-me várias coisas acerca do meu pai, e de como tinha ganho os seus territórios e eu simplesmente menti ou disse que não sabia. Ele ficou desiludido com as minhas respostas, mas pareceu disfarçar com um sorriso bastante falso no rosto.

-Princesa Marinette, por acaso podemos sentar-nos ali naquele banco?-disse ele apontando para um banco coberto por uma cúpula de rosas vermelhas.

-Claro.

Sentámo-nos no banco e eu fiquei a observar as novas flores que havia no jardim, enquanto pensava no Adrien. Já o conde passou o tempo todo a olhar para mim. Não é por nada, mas eu odeio que fiquem a olhar para mim. Por mais tentativas de olhar para outro lado, ele não tirava os seus malditos olhos de cima de mim, o que me estava a irritar. 

De repente, ele pousou a sua mão em cima da minha e apertou-a, como se faz quando se quer ter momentos românticos. Infelizmente, aquela era a minha mão ferida, que apesar de ter o curativo, ainda estava a estacar a ferida. A dor foi tanta que eu retirei a minha mão bruscamente da dele e comecei a chorar muito. Ele olhou para mim, no meu ponto de vista, preocupado. Num impulso de que eu não estava à espera, tirou a minha luva. O seu ato aliviou-me um pouco a dor, mas ainda não conseguia falar de tanto me doer. Ele ficou a olhar para a minha mão e retirou-lhe o lenço de cima, encharcado de sangue. A minha mão estava coberta com uma camada de sangue com um restinho da planta curativa que a empregada tinha posto. Ahhh, a empregada. Não a posso deixar à espera.

-Desculpa-me. Se fosse eu tenho a certeza de que também iria ficar como tu estás agora. Peço imensa desculpas mesmo. Não pude deixar de reparar que esta ferida está muito feia. Como a fizeste?-perguntou ele docilmente, mas com o seu sentido interesseiro escondido por trás da doçura.

-Ah... Eu caí das escadas à pouco. Como não queria preocupar ninguém, não disse nada. Não se preocupe.

-Acho melhor ires lavar isso ali à fonte.-disse ele apontando para a fonte no meio do jardim- E podes tratar-me por tu. Apesar da nossa diferença de idade, eu gosto que me tratem por tu.

-Já que insiste...insistes. Eu lembrei-me de que agora tenho um, compromisso muito importante, a que não posso faltar. Vou ter de me retirar.-disse eu despedindo-me.

-Eu também vou ter de me retirar para as minhas terras. Talvez um dia nos voltemos a encontrar princesa Marinette. Foi um prazer conhecer uma princesa tão bela como tu. Na minha opinião, a mais bela do mundo.-disse ele tentando..engatar-me?

-Até à próxima senhor conde.- finalmente consegui livrar-me daquele conde gabarolas e interesseiro. 

Na ida para o meu quarto, tive de passar para o escritório onde estava o meu pai. Felizmente, o escritório estava com a porta fechada, o que foi mais fácil para mim de passar. Mesmo assim, tomei todas as precauções e fui pé ante pé.

Quando cheguei ao meu quarto, a empregada já lá estava.

-O que se passa princesa? Fiz alguma coisa que não lhe agradou?- perguntou ela bastante preocupada.

-Não se passa nada de errado. O que eu lhe queria pedir era um favor. Antes de mais, gosta da Tikki?

-Claro que gosto. Toda a gente gosta da Tikki. Além disso, desde que ela veio para cá, fui eu que cuidei dela. Ela veio trabalhar muito novinha. Tinha exatamente a sua idade.,

-Eu sei. É por isso que lhe quero pedir um favor. A Tikki está apaixonada e foi pedida em casamento. Pode ajudá-la a ter alguns encontros com o pretendente dela? Nem, que seja duas vezes por semana. E antes de mais, queria agradecer muito o que fez por mim ainda à pouco. Sei que infrigiu uma das leis do meu pai, e estou-lhe mesmo muito grata. Se precisar de alguma coisa, pode pedir-me. Eu estou ao seu dispor para o que precisar.

-Eu não fiz nada de mais. Apesar de desobedecer a uma regra, ajudei uma pessoa que deve ser a mais simpática da realeza. Em relação à Tikki, eu adoraria ajudar. Se for descoberta, também já não tenho muito para viver. Ajudo sem nenhum problema.

Tlim tlim tlim. Fez-se ouvir o sininho da secção das empregadas.

-Tenho de ir princesa Marinette. Conte comigo para tudo. Até sempre.

-Adeus...

-Susana.

-Adeus Susana. E pode-me tratar só por Mari.

Ela acenou afirmativamente com a cabeça e saiu a correr do meu quarto. Espero que ela não tenha problemas por causa desta pequena conversa.

 

Pov. Adrien

Acordei com uma grande fominha na barriga. Logo ao meu lado, ouvi um ronco vindo da barriga do Plagg. Se fosse noutro dia, eu teria rido, mas hoje estava com muita fome e muito empenhado para o meu trabalho.

Mal acabei de tomar o pequeno almoço, saí do orfanato e comecei à procura de um emprego provisório de um dia. Na parte externa mais externa da vila estava um senhor a precisar de ajuda. Ele estava a transportar lenha e parecia estar com muitas dificuldades. estava a coxear de um pé.

Ofereci-me logo para o ajudar. Ele ficou muito agradecido e no final deu-me duas mãos cheias de moedas. 

O dia continuou a passar, e bem depressa e rapidamente chegou a hora de deitar. Para mim chegou a hora de ir ter com a minha princesa tontinha.

Quando cheguei ao sítio combinado, a minha princesa estava lá à minha espera. Na sua mão estava um embrulho azul marinho. Fiquei por momentos curioso e decidi perguntar o que era.

-Olá Mari! Tudo bem?

-Sim e contigo?

-Também. O que tens aí nesse embrulho?

-É uma prenda para ti, Adrien. Toma.-ela estendeu-me o embrulho. Eu fiquei surpreso, nunca tinha recebido nada de ninguém, muito menos embrulhado.

Abri o embrulho azul marinho e deparei-me com duas belas correntes de oiro. Eram lindas e em formato de coração. De certeza que a Mari deve ter gasto um balúrdio.

-Muito obrigado Mari. Nunca ninguém me tinha oferecido nada como isto. Na verdade, nunca ninguém me ofereceu nada.-disse eu baixando a cabeça um pouco triste.

-Existe sempre uma primeira vez, e sinto-me muito honrada em ter sido a primeira a dar-te o primeiro em muitos presentes.- este comentário fez-me muito feliz. Peguei nas duas correntes de oiro e estendi um deles à Mari.

-Podes pôr-me a corrente, Mari? Por favor!- pedi eu desejoso por ter a corrente ao pescoço.

-Claro. E tu podes colocar a minha? Por favor!- pediu ela imitando a minha voz. Muito mal imitada, na minha opinião.

Já com as correntes postas, eu abracei-a. Foi um abraço cheio de amor, força e carinho, e que acabou num beijo.

 

" A MINHA FELICIDADE NÃO TEM PREÇO, TEM O TEU NOME."


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Se houver alguma coisa em que acham que eu devo mudar, comentem.
Se quiserem, dêm uma olhada nas minhas outras fics:
https://spiritfanfics.com/historia/reviravoltas-amorosas-6637730
https://spiritfanfics.com/historia/lua-vermelha-7200478
Até à próxima!


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