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História Ma Petite - Capítulo Único


Escrita por: yourhighness

Notas do Autor


Por Deus <<o>

Estou no limite. Talvez eu venha escrever notas mais decentes depois, mas caso não,quero deixar registrado aqui meu agradecimento à Edgar pela capa
À Jaque e Carol (meninas, amo vocês) por tudo e... Espero que gostem \o/

Capítulo 1 - Capítulo Único


- Sabia que o croissant tem origem austríaca?

A voz de YiXing soava doce e gentil, como sua figura sempre demonstrava. Os olhos parecendo chocolate derretido e os cachos querendo escapar do chapéu de chefe. Sempre que o encarava assim, tão de perto, MinSeok nunca sabia para onde olhar primeiro. Se para os olhos caidinhos e sempre sonolentos, ou o sorriso nos lábios cheios do garoto chinês que faziam aparecer covinhas adoravelmente fundas em suas bochechas. Seu olhar se perdia no do mais velho, e descia até o avental sujo de padeiro e a farinha que, ocasionalmente, ficava em seu rosto.

Hoje seu nariz e bochechas estavam quase que completamente brancos. MinSeok não evitou sorrir divertidamente depois de ter esquadrinhado, quase que detalhadamente, o rapaz ao seu lado.

- Mesmo? – o outro apenas anuiu com um aceno enquanto depositava seu pedido a sua frente – Me conte esta história, deve ser tão interessante quanto às outras.

O mais alto, naquele momento, apenas aumentou o sorriso que trazia no rosto e fez um sinal com as mãos ara que MinSeok começasse a comer, enquanto ele terminaria de por o restante dos pães que fizera aquela tarde no balcão. O mais novo dos dois fechou os livros da escola que carregava e, com um gesto delicado no próprio rosto, indicou para YiXing que este limpasse a farinha que tinha nas bochechas.

YiXing corou um pouco enquanto usava a manga de sua roupa para limpar o rosto, mas logo um sorriso caloroso voltou ao seu rosto e sua voz voltava a preencher o ambiente.

- É mais uma lenda do que um fato real, mas... – os olhos sonolentos do rapaz passaram pelo restante da confeitaria observando os clientes com carinho, e quando seus olhos voltaram a encontrar os de MinSeok, ele não pode deixar de soltar uma risada soprada, o que só fez o menor revirar os olhos enquanto voltava a mastigar – Eu gosto dela mesmo assim.

MinSeok sempre achou que YiXing era muito tranqüilo enquanto falava. Parecia estar sempre sonolento ou extremamente preguiçoso, mas aquilo não o desagradava em absoluto. Tudo no confeiteiro era encantador, desde sua forma serena de ser e falar, aos cachos de seus cabelos que insistiam em não ficarem dentro da touca do uniforme. Mais de uma vez presenciara o mais alto resmungar que iria cortar o cabelo, pois vivia atrapalhando-o durante o dia, ou dava-lhe muito trabalho pelas manhãs, mas era só até receber o elogio de algum cliente que estes pensamentos abandonavam a cabeça do rapaz e ele deixava seu cabelo naturalmente rebelde de novo.

- Há boatos de que o croissant foi inventado em Viena, por volta de 1683. – YiXing tinha aquela mania engraçada de ficar tempo demais em silencio e, voltar a falar como se nada tivesse acontecido ou não tivesse feito uma pausa grande demais. MinSeok desconfiava que ele fazia isso para ver até onde o interesse do ouvinte ia – Estava havendo uma guerra naquela época e, se não me engano o nome, o Império Otomano tentava aumentar seus territórios na Europa.

“Como as batalhas pelas linhas dianteiras não estava tendo grande progresso, os Otomanos acharam que seria uma boa idéia tentar invadir Viena fazendo um túnel em baixo da cidade. Assim, ninguém perceberia eles se aproximando e não soariam o alarme. Mas, eles não contavam com uma coisa.”

YiXing voltou a sorrir quando percebeu que MinSeok o olhava intrigado, com as sobrancelhas unidas em concentração e as bochechas infladas com o pedaço de pão que ainda tinha na boca. O chocolate quente a sua frente estava praticamente intocado e, o contorno de sua boca, estava sujo com os farelos que saiam da massa folhada que comia. Toda vez que YiXing Le contava historias, o pequeno ficava da mesma forma e, em algumas vezes, acabava por deixar sua refeição completamente de lado enquanto apoiava o rosto em uma das mãos e deixava seus olhos fixos no mais velho.

Desde que se conheceram era a mesma coisa, e a cada dia que passava o confeiteiro de covinhas ficava mais e mais encantado com o jovem estudante que insistia em sentar-se junto ao balcão. Mesmo que YiXing não tivesse muito tempo para conversar com o rapaz, por estar ocupado demais com os afazeres da cozinha ou administrando os outros empregados, MinSeok o esperava pacientemente sentado em seu lugar de costume. Ele dizia que ali, na confeitaria que vivia com cheiro de açúcar e chocolate, sempre se sentia mais a vontade para fazer suas tarefas e se concentrar melhor quando era necessário estudar para as provas.

Segundo ele, falar com YiXing era apenas um bônus.

- O túnel dos Otomanos passava bem em baixo de uma padaria da cidade, e durante a madrugada, os padeiros ouviram os invasores e deram o alarme.

- Mas como eles ouviram? – MinSeok falou com a boca cheia, causando uma risada em YiXing, e acabou ficando sem graça pela infantilidade em seu tom de voz – Quero dizer, se era de madrugada, não era para eles estarem acordados. Não é?

- Os padeiros tinham costume de acordar bem cedo, para ter pães logo que a padaria abrisse. – o mais velho falou enquanto usava um guardanapo que havia perto de si para limpar o rosto de MinSeok, acabando por deixá-lo ainda mais corado com a situação. O pequeno era simplesmente adorável. – Posso continuar?

- Claro. Quero saber como o croissant surge nisso tudo.

- Pois bem. – MinSeok se aprumou inconscientemente na cadeira onde estava e enfiou todo o restante do pão doce que comia na boca. YiXing o encarou divertido, se deliciando com a forma como os olhos felinos do menor brilhavam a cada historia que contava – Os padeiros recusaram qualquer tipo de recompensa que ofereceram, e pediram somente uma coisa.

“Como reconhecimento pelo auxilio na vitória contra os inimigos, eles decidiram criar pãezinhos folhados em formato de meia lua. O formato, claro era proposital, pois a meia lua era um símbolo presente na bandeira da Turquia. Ai, toda vez que algum vienense comesse o pãozinho, ele estaria destruindo o símbolo do inimigo.”

O mais novo sorriu enquanto ainda mastigava, e resolveu tomar um gole de seu chocolate, agora morno, para conseguir responder o outro. Sempre que YiXing começava com suas historias sobre comida, MinSeok se sentia transportado para a época que o confeiteiro se referia, muitas vezes já tendo ido atrás de datas e locais em seus livros de história e geografia, somente para dar um fundo a mais de verdade naquilo tudo que o mais velho sempre lhe contava.

Era inegável dizer que, desde que começara a freqüentar a confeitaria e ouvir todas aquelas lendas, MinSeok começara a ir melhor na escola. Vezes sem conta, acabava por lembrar-se do que uma vez lera em suas buscas incessantes pela internet, em algum site de psicologia ou qualquer coisa do gênero algo que dizia: “o cérebro humano capta mensagens melhor, se elas lhe forem transmitidas através de historias. Então, se você quer ir bem em algum teste, inclua o que precisa saber em uma historia.”

- Muito interessante, mas... – o pequeno, com as bochechas coradas pelo calor da bebia que ingeria chamou a atenção do mais velho mais uma vez, antes que ele resolvesse voltar para a cozinha e encerrar o expediente do dia - Como foi que o croissant veio parar na França?

- Ah... Eu já ia me esquecendo deste detalhe.

O pequeno riu gostosamente da fala perdida do mais velho, pouco se importando se estava mostrando mais gengivas do que dentes conforme sorria. Ou se estava parecendo um louco por quebrar o silêncio daquele lugar, sempre tão tranqüilo, de forma abrupta. MinSeok ainda se lembrava da primeira vez que havia ido até a confeitaria, e em como o jeito perdido de YiXing o atraiu logo de cara. O mais velho era tão encantador aos seus olhos, quanto ele sabia ser também para o outro.

- O croissant, que antes era conhecido como viennoiserie, pelos motivos que disse antes, chegou à França somente por volta de 1770. Uma rainha, muito conhecida, era apaixonada pelo pão e resolveu trazê-lo junto consigo quando foi de sua terra natal até lá. – o mais velho sorriu de lado fazendo com que MinSeok o olhasse desconfiado pela mudança no tom de voz que usava. O menor jamais se habituaria aquelas mudanças de humor tão repentinas do rapaz. Ele era adepto da frase ‘não consigo lidar nem com minhas próprias loucuras, não sou obrigado a lidar com a dos outros também’. – Sabe a quem me refiro?

Qualquer sombra de sorriso que poderia haver no rosto de MinSeok até o momento, sumira ao ouvir aquela pergunta. Seus olhos se estreitaram perigosamente na direção do mais velho, pois já devia estranhar que ele não tinha feito de toda aquela conversa nenhum teste pessoal. Era a maneira dele de ajudar seu pequeno a ir bem na escola. Era o argumento que usava quando o Kim se revoltava contra si, e se contentava em resmungar e bagunçar os cabelos multicoloridos ou, em alguns casos, tentar acertar-lhe com um dos livros que sempre carregava em baixo do braço.

Ele se pôs a pensar, e enquanto via YiXing levar as louças que havia sujado para a cozinha do lugar, tentou repassar todas as aulas de historia que já tivera até então. Rainha austríaca que se mudara para França. Não deveria ser tão difícil, mas acabara sendo. MinSeok deixou o rosto afundar entre as mãos enluvadas, e prendeu a respiração enquanto contava até quinze. Seu fôlego nunca fora exatamente dos melhores, e ele algumas vezes se envergonhava disso, pois certa vez havia ficado todo vermelho e suado ao tentar subir as escadaria da torre de Notredame e ter uma vista panorâmica de Paris. Ele subira, mas quase desmaiara ao lembrar que teria de descer todos aqueles degraus de novo.

Em um lampejo, sua mente desenhou a figura de uma rainha bastante respeitada na época referida, mas que sofrera um bocado ao ter sido condenada a morte. O motivo que a levaram a sofrer por tal destino não lhe vinha à mente, mas no momento não era importante de qualquer forma. Com um sorriso que lhe tomava o rosto quase todo, MinSeok esperou pacientemente até que YiXing pudesse chegar novamente perto de si para ouvir sua resposta.

O mais velho reconheceria de longe aquele olhar. Os olhos felinos e bem delineados brilhando em expectativa e sagacidade, o sorriso brilhante no rosto e o peito praticamente estufado de orgulho próprio. Aquela era uma, das tantas expressões do mais novo, que mais lhe agradava.

- Já sabe? – ele apenas recebeu um aceno afirmativo, e sorriu ao ver a cena e, mesmo sem querer, lembrar-se das crianças do jardim de infância que volta e meia iam até a confeitaria atrás de doces – Pois me diga então.

- Maria Antonieta.

- Pois muito bem. – YiXing não pode deixar de rir ao ver o menor ficar em pé em frente ao balcão e, tão teatralmente quanto fosse possível, fazer uma reverência em agradecimento aos elogios que lhe eram direcionados. Toda vez era a mesma coisa, mas cada vez era como a primeira.

Todos os dias, há quase dois anos, YiXing sentia o coração disparar ao ouvir o sino de sua loja tocar e seus olhos visualizarem a cabeleira laranja de MinSeok. Cada vez que via os olhos brilhantes do mais novo, ou sabia ser o motivo das risadas gostosas do estudante, o confeiteiro sentia que sua vida tinha um sentido novamente. O pequeno Kim lhe dava a alegria que precisava todos os dias para continuar ali, tão longe de casa, mas tão perto do lar que encontrara no ruivo.

- Já vai fechar?

MinSeok quis saber, com seus olhos pendendo entre a curiosidade e a esperança. O brilho da curiosidade já era algo característico seu, pois sempre que lhe era permitido, o rapaz gostava de perguntar e pesquisar coisas novas. A esperança, ou o que quer que fosse aquele brilho diferente que aparecia vez ou outra nas íris clarinhas, era algo recente e que normalmente só aparecia quando o menor tinha a possibilidade de passar mais algum tempo com YiXing.

Ficar perto do mais velho sempre lhe trazia borboletas no estômago, calafrios na coluna e calor na altura das maçãs do rosto. Calor suficiente para saber que corava vergonhosamente, em sua opinião, mas mais do que de forma adorável para o confeiteiro. O pequeno estudante gostava das sensações que sentia quando YiXing, finalmente, fechava a confeitaria somente com os dois lá dentro e tirava o chapéu de chefe, deixando os cachos largos de seus cabelos livres para que MinSeok os escovasse com os próprios dedos.

O Kim gostava, principalmente, da forma como seu estômago parecia afundar e, seu coração dar saltinhos, quando YiXing deixava as mãos em sua cintura e dizia bem baixinho, de encontro aos seus lábios um: “Je t'aime, ma petite"


Notas Finais


okok

Final lixo? Confere
Fic tão doce que, meus dedos grudaram no teclado do pc e não querem mais sair? Confere

Criterios basicos pra uma fic minha pelo jeito uahuha
Espero não ter fugido do tema, mas tudo isso foi muito mais difícil do que eu pensei que seria TT.TT lágrimas de dor inundam minha alma, apenas.
Er... Não sei o que dizer, só que corri demais com isso e, espero, na próxima fase me sair melhor.

Quem leu, obrigado <3
Quem curtir, VALEUUUU <33

Confiram as outras fics da tag. É isso. Fui.


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