História Mabill: Vamos brincar de nos amar. - Os Pensamentos de Bill.

Bill On:

Mabel saiu correndo, desesperada pela porta e indo embora. Eu apenas continuei deitado no chão, paralisado com o que tinha acabado de acontecer. Me levantei e fiquei sentado perto da lareira e fiquei encarando a lenha sendo queimada.

-Mas o que... o que foi isso?! Eu só queria provoca-la, nada a mais...–não vou mentir que, também, só queria me divertir um pouco com ela. Mas assim que nossos lábios se tocaram, levemente, senti meu coração apertar e bater em uma velocidade absurda, meu corpo havia ficado quente. Aah, que idiota, essa garota não sabe nem brincar, mas até que foi interessante. Me pergunto, o que foi aquela sensação? –Mabel... hm...seus lábios tem sabor de mel. Interessante. –soltei um sorriso malicioso. Me lembrei de quando ela estava em cima de mim, senti meu corpo todo se arrepiando, minhas orelhas queimando e um volume da minha calça. Eu fiquei exitado por bobagem...ou talvez não.

Me levantei para poder ir ao quarto trocar de roupa e quando vou passando pelo sofá, vejo na cadeira da mesa, perto da janela, um suéter rosa-claro.

-Que boba, esqueceu o suéter aqui. Lá vou eu ter o trabalho d- não consegui terminar de falar, fiquei hipnotizado pelo suéter. Algo nele me atraia fortemente. Peguei-o e o aproximei para mais perto do meu rosto e o cheirei. Era tão cheiroso, um cheiro doce de jasmim, que rapidamente invadiu meu corpo. O cheiro, realmente, era muito bom. Me lembrei do dia em que abracei Mabel no campinho e senti o cheiro de seus cabelos, cheiro de rosas. Logo me flagrei sorrindo alegremente, olhando para o suéter. Meu rosto fica fortemente vermelho e minhas orelhas queimam –O que?! Mas que b-bobagem...  –sinto meu coração acelerar e rapidamente largo o suéter na cadeira novamente.

Subo pro meu quarto e ponho uma camisa azul e uma bermuda jeans. Desço e vou pra cozinha pegar um refrigerante na geladeira. Me sentei na mesa e fiquei pensando.

–Melhor eu repara-la... –tirei o tapa olho e me concentrei. De baixo do tapa olho havia apenas um olho de vidro, mas era magico. Ele poderia fazer com que eu pudesse ver qualquer coisa que quisesse e quem eu quisesse, mas teria que deixar uma marca em um local ou em alguém. No caso, coloquei na Mabel quando fizemos o acordo e apenas inventei que era uma simples marca, também coloquei em outra pessoa, mas não vem ao caso. Quando a marca é colocada em uma pessoa, posso ver tudo o que ela vê e saber tudo o que pensa. Mas às vezes eu vacilo e falo o que não devia quando leio os pensamentos da Mabel.

*Aaahh o que foi aquilo?! Eu.. ele ...aquilo.. aquilo f-foi um beijo? N-Não, bobagem, né? Sera que eu ligo pra Candy?! M-Meu corpo esta ficando quente. Ai preciso de ajuda!!*

-Cara... ela é tagarela até em seus pensamentos. E por que ela ainda ta pensando nisso? –ela estava deitada em sua cama, agarrando um travesseiro e estava fortemente corada.  

*Nossos lábios se tocaram levemente mas... pude sentir que, os lábios do Bill são tão macios, doces e com uma certa refrescância... AAAAH O que eu estou pensando?! Melhor eu me distrair um pouco. Vou ver TV...*

Assim que ouço isso, meu coração aperta ainda mais e acelera, sinto meu rosto ficando vermelho novamente.

-Então, ela gostou, né? –soltei um sorriso malicioso. –Muito interessante. –Logo sinto uma dor inimaginável, vindo do meu olho de vidro e que rapidamente vai se espalhando pelo meu corpo. Perco força e fico exausto, cansado e fraco. –AAH, MERDA!! QUE DOR! –Coloco o tapa olho de volta e a dor vai passando aos poucos. Sinto uma fúria me invadindo e meu olho fica completamente vermelho. –MALDITO BEBÊ DO TEMPO! –pego o copo que estava o refrigerante e o jogo com força na parede.

Quanto mais uso minha magia, mais dor eu sinto e mais humano vou me tornando. Assim que meu olho de vidro se adaptar completamente ao meu corpo, serei humano para sempre.

Estou exausto. Me levanto com dificuldade e vou até a janela, encaro a paisagem das árvores molhadas pela chuva. Ainda estava chuviscando, um pouco. Olhei para o suéter da Mabel e fiquei hipnotizado novamente. O peguei e subi para meu quarto, queria descansar, estava muito cansado. Olhei para o relógio e eram 19:00.      

No segundo andar da casa na árvore, havia apenas um quarto imenso, não tinha porta, e nele não havia muita coisa, mas gosto de espaços grandes. Havia apenas uma cama de casal enorme, um guarda-roupa, uma escrivaninha, uns puffs no meio do quarto e a TV. Me joguei na cama ainda com o suéter da Mabel nas mãos, o cheirei de novo. Não entendi por que fiz aquilo, mas o cheiro era tão bom, que peguei no sono rapidamente.       

No dia seguinte...

Acordei eram 7:20 da manhã. Faltava apenas 10 minutos para a aula começar, mas estava tranquilo, só ia pra a escola para não ficar sem fazer nada.

Percebi que estava agarrado com o suéter.  

-Será que eu dormi assim? –meu rosto cora levemente só de imaginar a cena. Me lembrei de que havia sonhado com Mabel, ela estava ao meu lado, deitada comigo na minha cama, estavamos conversando alegremente, no meu sonho ela tinha um sorriso tão lindo...

Me levanto e me dirijo ao banheiro, faço minhas higienes matinais e subo pra trocar de roupa. Como estava frio, ponho uma camisa preta e por cima um moletom amarelo, coloco uma calça jeans azul e calço meus sapatos, vou saindo sem nem mesmo tomar café da manhã. Quando estou saindo esqueço algo, minha aparência.

Tiro o tapa olho e guardo na mochila, logo faço com que minhas escleras fiquem brancas e a íris de meus olhos fiquem amarelas. em seguida, com que meus cabelos fiquem mais curtos e por ultimo bagunço ele. Começo a caminhar em direção à escola.

Quebra de Tempo...

Já havia chegado na escola e todos os corredores estavam, obviamente, vazios. Devia ser umas 7:50 ou 8:00 da manhã. Fui em direção a minha sala e levei bronca do professor por ter chegado tarde. Costume.   

-Posso saber por que chegou tarde hoje Sr. Wheeler?! –dizia o professor de química furioso.

-É.. meu cachorro ficou doente.. –disse sorrindo de lado, com aquele ar de provocação.

-É mesmo? E desde quando você tem um cachorro se nunca te vi passear com ele?

-Eu adotei ele não faz muito tempo... -respondi.

-Qual o nome dele, posso saber? –já vi que ele não se convenceu muito com a minha desculpa.

-Totó. –todos na sala começaram a rir, quase caindo no chão, mas não me importei, esse era o objetivo. O professor lança um olhar para todos na sala se calarem e todos ficam quietos, alguns seguram o riso e outros ainda riem.

-Pode entrar, mas da próxima vez quero ver qual vai ser sua desculpa.

Dirijo-me ao meu lugar e olho para onde Mabel está senatda, ela me olha desapontada, alias ela sabe que não tenho um cachorro. Lhe lanço uma piscadinha sedutora, o que faz a mesma corar e abaixar a cabeça. Uma garota que esta sentada ao lado dela percebe e nos olha desconfiada. Apenas ignoro.

Sento no fundo da sala.

Quebra de Tempo...

Já era hora do intervalo e as aulas foram todas chatas, como sempre. Ia me levantando para sair da sala e vejo alguém batendo as mãos na minha mesa.

-Meu suéter. –era a Mabel. Ela falou baixo para que ninguém ouvisse e me olhava furiosa.  

-O que?! O que disse? Não ouvi! –ganhei a atenção de algumas pessoas na sala, outras apenas ignoraram. Mabel fica vermelha e infla as bochechas, ficando com mais raiva ainda. Ela ficou tão fofa quando fez essa expressão. Soltei uma leve risada para provoca-la.    

-MEU SUÉTER, POHA! –ela grita assim que percebe que todos na sala já tinham ido lanchar. Que chata, sabe nem brincar. –Devolva!

-Eu não. Você que esqueceu lá. Vá pegar você. –me levanto para sair da sala, mas ela me segura pelo braço.

-Não! Não vou voltar lá! –ela ficou vermelha igual um morango e seu corpo ficou quente. Resolvi espiar a mente dela.

*Não vou voltar lá depois... do que aconteceu ontem... nem ferrando! E se ele tentar algo?*  

-Por que não? Esta com medo do que aconteceu ontem? Se quiser podemos para de onde começamos. –solto um sorriso malicioso pra ela, o que a fez corar fortemente.

-Idiota! Traga amanhã! –ela diz se afastando de mim e indo em direção a porta. Quem ela pensa que é pra mandar em mim?

-Se não? -eu a desafio.

-Se não, todos vão saber do seu segredinho. –mas que palhaça! Ela nem se atreveria a fazer isso!

-Não vão, e você sabe por que. E afinal, não irão acreditar em você.–ela sai da sala batendo a porta com força. Sinto meu corpo perdendo força, usei minha magia por tempo de mais.

Desço até a cantina e compro um lanche. Caminho até chegar até atrás do ginásio, sento no chão me encostando na parede. Desfaço o encantamento e começo a comer tranquilamente.

 Logo começo a escutar passos de alguém correndo e vindo na direção em que eu estou. Antes que eu possa levantar e sair dali, chega uma garota se encostando na parede, estava ofegante e com a mão no coração. Só pelo cabelo longo pude perceber que era a Mabel. Que susto, pensei que fosse outra pessoa.

Ela não pareceu ter me notado. Apenas fiquei sentado e terminando meu lanche.

-Será que o despistei? –ela diz espiando pelo canto da parede. Ela estava de costas pra mim e pude ver claramente suas pernas, eram lindas. Sua saia era meio curta de mais, então conseguia ver um pouco sua calcinha, senti um leve volume em minhas calças. Ela estava vestindo uma saia azul marinho, uma camisa amarela com listras pretas e um tênis All Star.   

 -Belas coxas. –digo abaixando um pouco a cabeça para ver melhor de baixo da sua saia. Estava curioso. Sinto meu corpo ficando quente e minhas orelhas queimando. Ela leva um susto e se vira para mim. –Ah por que se virou? Estava quase vendo o paraíso. –solto um olhar pervertido e fazendo bico.

-O QUE?! O QUE ESTA FAZENDO AQUI?! O QUE VOCÊ VIU?!! –ela me olhava como se quisesse minha morte e estava quando explodindo de vergonha. Estava mais vermelha que nas outras vezes.

-Hm.. Vi tudo. Se não se importa, pode voltar na posição que estava. Quero vê o resto. –digo com a intenção de provoca-la. Ela ficava tão fofa quando estava com raiva, deixo escapar um risada.

-S-Seu pervertido!

-Você usa uma saia super curta e eu sou pervertido? –lhe lanço um sorriso provocador e antes dela poder responder ela fica pensativa. 

Ponto pra mim!

-Mabel?! Cadê você?! –grita alguém de não muito longe. Não reconheço muito bem a voz.

-Ah, não. Gideon, não! –ela desmorona no chão, totalmente decepcionada e sem saída. Começo a rir de sua expressão. –Palhaço. –me olha furiosa.

Faço com que minha aparência mude novamente, acho que ela nem percebeu. Me levanto para ir embora, o sinal já ia tocar e quem sabe eu possa ajudar a Mabel nessa. Assim que saio, vejo Gideon vindo na minha direção e quando o mesmo me vê faz uma cara de desprezo.

-Ah, é você. Affs. –ele da meia volta e depois vai embora.

-Foi um prazer te ver de novo, Gideon. –digo sorrindo sarcasticamente. Assim que ele sai da minha vista chamo a Mabel. –Ele já foi pode sair dai.

-Valeu.

-Tanto faz. –Voltamos para sala em silencio.

Quebra de tempo...

Estava arrumando minhas coisas para ir embora. Vou saindo pela porta e Mabel põe um bilhete discretamente na minha mão.

Traga meu suéter amanhã, seu cretino.

Mas que coragem. Gosto quando ela me desafia. Isso me atrai. Pego uma caneta do meu bolso e respondo o bilhete. Á procuro em meio a multidão de alunos e a vejo, não muito longe. Chego mais perto dela e lhe entrego o bilhete discretamente.

Saio da escola e ando o mais longe possível, para poder entrar na floresta sem ninguém perceber. 

Continua...