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História Macabre dreams - Palhaços infames


Escrita por: MSMorgado

Notas do Autor


Um dos capitulos que mais gosto! Espero que curtam também!

Capítulo 6 - Palhaços infames


Abro a torneira e deixo encher até quase a borda. Entro e relaxo o corpo. Nada melhor do que isso para esquecer tudo. Fecho os olhos e o silêncio toma o lugar, mas sinto uma presença aqui. Assim que abro as pálpebras vejo a garota ruiva sentada na banheira comigo.

Assusto-me e tento me cobrir, só que já estou vestido dentro da banheira sem água. Ela ri sem emitir som.

Não sei exatamente onde nós estamos. Há uma luz amarela em cima de nós, sem portas ou janelas. Entretanto, se ouve música de algum lugar, temática de um parque ou festival. Isso aqui parece tão pequeno.

— Sabe onde estamos? — ela nega com a cabeça. — Você não me disse seu nome...  — ela olha para o lado meio cabisbaixa. — Não consegue falar? — ela nega mais uma vez.

Ela está vestida diferente agora, me lembra um pouco os vestidos da Mel, cheio de rendas e laços, bem rodado e delicado. Seu rosto está visível.

— Eu tinha muito medo de você... — não sei por que me senti envergonhado em dizer isso, mas ela sorri como se quisesse se desculpar. — Não sei quanto a ti, mas não gosto de lugares apertados.

Isso aqui é um cubículo. Ela olha em volta e aponta para cima.

— O que? — tem uma abertura ali. Levanto e logo alcanço. Empurro a tampa que abre fácil, parece feita de papelão,e lá fora é mais iluminado.

Ajudo ela a subir primeiro e logo saio dali. Isso aqui é um parque do lado de fora e estávamos dentro de uma caixa de papelão.

— Nossa! — fico admirando o lugar. Não tem ninguém além de nós dois e também está rodeado com estátuas de palhaços, de todas as formas e tamanhos. Medonho. Desde pequeno odeio palhaços, mas esses não estão tão feios.

Reparo na garota, ela parece maravilhada com as luzes e tudo mais. Ela se parece comigo realmente, não apenas na aparência, mas na maneira de se comportar e agir também. Como se fosse uma versão feminina de mim, porém mais baixinha e de cabelo comprido.

— O que foi? — ela segura a minha mão e me arrasta para uma barraca de algodão doce.  — Você quer? — ela afirma tantas vezes que tive que rir. Como não tem ninguém aqui, peguei um e dei para ela. Sentamos em um banco de madeira para ela saborear o algodão. Muito fofa.

Tem alguma coisa me incomodando nesse lugar. Tudo funciona, mas não tem ninguém. Parece que o parque está aqui por nós… De repente a alegria da garota desaparece por completo virando espanto.

— Tudo bem? — encosto no ombro dela e esta acorda do transe levantando rápido e me puxando pela mão. — O que foi?...  — a música ambiente foi parando devagar e as luzes junto.

Ela me abraça forte quando a escuridão fica total. Silêncio. Não gosto nada disso. Aos poucos minha visão se acostumar com a falta de luz. Tudo como antes, só que mais escuro claro e os palhaços não estão mais aqui…

— Fodeu... — murmuro e agarro ela forte. Ao longe se ouve passos e risadinhas estranhas.  — Acorda João, acorda.  — falo para mim olhando para todos os lados. Não sei o que faço, se corro ou se fico, e nada de acordar.

Os barulhos vão ficando cada vez mais alto, sem ninguém aparecer realmente. De repente cessou.

— Já passou? — sussurro e a garota se aperta mais quase entrando em mim.

— IIHAHAHAHAHAHAHA!  — uma risada sinistra ecoa por tudo. Não dá para saber de onde veio, mas alguma coisa estava vindo com passos arrastados tomando o silêncio.

De todas as direções surgiam palhaços altos e baixos, sem olhos, sem partes do corpo, completamente deformados e vinham diretamente para nós com facas, foices, todos tipos de armas brancas e sujos de sangue também. A garota chora envolvida nos meus braços. Admito que também quero fazer isso, mas não posso desmoronar aqui e nem agora.

Eles estão a menos de dez passos de nos prendendo em um círculo. Preciso acordar. Olho para o chão e estamos meio que flutuando nele, ele começa a mudar criando dentes, impedindo que os palhaços se aproximassem. Uma boca enorme se forma e…



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