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História Maçãs & Carmesim - Explicação


Escrita por: RuiMiori

Notas do Autor


Oi oi oi!
Como passaram esses dias? Espero que estejam todos bem :3
O capítulo não é dos maiores, mas foi feito com o mesmo carinho de sempre!
Desculpem qualquer erro, e nos vemos nas notas finais, ok?

Capítulo 20 - Explicação


“Era complicado, talvez porque a mulher passasse longe do simples.”

 

YOONGI ON

 

Eu sabia que estava caminhando para a boca do leão, mas também sabia que atitudes tomar para não servir de almoço.

Hoje seria apenas o segundo dia da Caçadora aqui na mansão, e infelizmente essas poucas horas que tive sua presença já foram o suficiente para meu amado papai a notar — o aroma humano era sempre chamativo — Eu podia estar agora no meu quarto, rolando em meus lençóis de tanto rir com o terceiro capítulo de Romeu & Julieta — havia lido e relido este conto, mas nunca perdia a graça, os sentimentos, a paixão, a dor... Era tudo tão exagerado e cômico. Shakespeare devia ter sido um humorista na vida passada — Mas não, eram sete da manhã, e eu já estava a me arrastar pelos corredores.

Podia ter uma ideia do estado que KangJoo deveria se encontrar, todavia com certeza a realidade seria dez vezes mais horripilante.

Julgando pelo provável estado ele seria capaz de arrancar até o coração do primeiro Nobre que encontrasse — no caso era eu — O que poderia fazer?

1- Me esconder.

Não daria certo, ele conhece essa casa melhor do que as empregadas. Cada cantinho, passagem secreta, tudo, absolutamente tudo foi projetado por ele.

 

2- Passar uns dias no país vizinho.

Fora de cogitação. Só confio em meus dois olhos para ficar de olho na Park.

 

3- Combater de frente.

A pior das opções, mas ainda sim a melhor, até porque Min Yoongi não é um covarde com medo do papaizinho.

 

A biblioteca parecia ter vindo até mim de tão rápido que cheguei.

Respirei fundo, ajeitei a gravata — sim, não queria dar mais motivos para acrescentar seu mau humor — e fiz sinal para que mordomo Lee abrisse a porta.

— Ele parece bravo, senhor — o vampiro de meia idade alerta-me antes que entre.

— Me diga algo que eu não preveja, mordomo Lee — eu conseguiria ler os pensamentos do meu pai se quisesse, estava em um raio de metros compatível com meu dom, mas eu não queria revelações a essa altura. Este talento mal me era útil já que a surpresa sempre parecia mais divertida — É hora de encarar a fera.

Ele não entrou comigo, aquele senhor era perspicaz demais para não entender que aquela “reunião” familiar não diria respeito a ele, muito menos seria agradável de se ver.

Contudo eu sabia que ele continuava lá, imóvel, me esperando pacientemente sair para acompanhar-me de volta ao quarto, assim evitando que quebrasse algo na raiva quando saísse — era sempre assim.

 

O som da porta sendo fechada sutilmente foi o aviso para que tudo começasse. Pude contemplar as costas largas do homem e seus sutis cabelos grisalhos que paralisaram no tempo quando este adquiriu sua imortalidade.

O livro que carregava foi fechado brutalmente e ainda sem virar-se ele fez a primeira ameaça.

— Me de motivos para não mata-lo, Yoongi.

Tiro de meu bolso um pergaminho invisível, que na minha mente descia até o chão.

— Ok, por onde eu devo começar? Vejamos... — questiono a mim mesmo apontando um tópico que seria ótimo para o ponto de partida — Um, sou seu primogênito, portanto precisa de mim caso queira que a linhagem de líder do Conselho continue nesta família.

— Tenho certeza que Namjoon faria um ótimo trabalho no seu lugar.

Pigarreio notavelmente incrédulo pelo intervenção.

— Não acho que ele vá querer deixar a paz das montanhas para liderar um bando de imprestáveis, principalmente quando o senhor não tem com o que chantageá-lo — lembro-o — Afinal, ele já é imortal, e duvido que o senhor cogite o ameaçar usando um dos seus próprios pontos fracos.

O velhote engoliu em seco.

Sabia.

 — Dois — continuo — O meu plano beneficiará você e seus subordinados indiretamente. Três — meus lábios se movem em um sorriso de canto — eu sei que lá no fundo você me ama, papai.

Bem, bem, mais bem no fundo mesmo.

— Pensei que apoiasse a tese de que nós não temos sentimentos.

Aish, essa doeu.

— Exato, mas como o senhor cisma em ter semelhança com humanos, já que, bem... Hmm, a sua amante era humana, né? — ri em provocação — Decidi usar disso para ganhar uns pontinhos com você, paizinho.

O livro agora amaçado — devido ás mãos brutas que o apertavam com tamanha força para conter o ódio — foi depositado na mesa a sua frete.

Ele sempre ficava nesse estado quando eu mencionava essa vadia.

O que? Ele esperava que eu falasse com respeito de uma puta que por acaso o fez chorar mais com sua morte do que quando a mamãe morreu?!

Ah, papai...

 — Vamos conversar melhor sobre o número dois — propõe aliviando a tensão que se formou sobre seus ombros.

Mirei suas íris escuras que agora me queimavam.

— Já?! Poxa, tinha mais tantos tópicos para citar — entorto meus lábios em um biquinho tristonho e trato de enrolar o pergaminho imaginário e o guardar novamente — Certo, vou responder todas as suas perguntas

O mais velho se aproximou dois passos.

— Por que ela?

Porque ela... Essa é a pergunta que tenho me feito desde o dia que dei-me conta que algo batia aqui, papai, aqui dentro. Por ela, e simplesmente quando penso nela. Não, não me refiro a esse coração petrificado, mas ao meu cérebro que está em constante churrasco de neurônios toda vez que preciso revidar qualquer uma de suas provocações. Não que fosse amor, paixão, ou qualquer sentimento característico de Romeu & Julieta — eu não sou assim patético — porém também não é algo que eu, como vampiro, pudesse sentir.

Eu já lhe contei, não é desejo, por mais que o sabor de sua essência cause-me arrepios. Indescritível, era isso que esse algo me parecia ser. Nenhum dicionário poderia dar-me a definição, nem mesmo qualquer livro desta imensa biblioteca continha a explicação. Era complicado, talvez porque a mulher passasse longe do simples.

Eu só sabia que lava liquida corria minhas paralisadas veias quando esta se aproximava. Eu queimava. Des do ódio a curiosidade. Um precipício de sensações ameaçava descongelar em brasa ardente cada átomo que constitui este corpo.

Células que formavam tecidos, que formavam órgãos, e que por sua vez formavam esse sistema morto. E tudo se deixava queimar.

E em meio a este mar de dúvidas minha única certeza era que precisava ser ela, porque esse misto de sensações jamais fora sentido em qualquer outra presença.

Park Sue era um furacão que trazia harmonia em cada ameaça de morte.

— Você sabe que eu trabalho com lógica, papai, mas infelizmente, nesse caso, eu já dispensei qualquer estudo — digo já me aconchegando no sofá e vendo algo felpudo, marrom, e pequeno fazer cama em minhas pernas. Ah... Quanto tempo, Min Holly, seu traidor — Você só precisa saber que ela é tudo o que preciso.

Ele fez um sinal de afirmativo.

Mas a calmaria que aquele feito aparentou foi drasticamente desfeito com o jarro agora em cacos no chão.

Poxa, pai, era porcelana.

— DE TODAS AS MULHERES DO MUNDO TINHA QUE SER JUSTO UMA CAÇADORA?! — sinto-me obrigado a levantar quando meu colarinho é puxado — QUE TIPO DE VAMPIRO É VOCÊ?!

— Eu me fiz essa mesma pergunta em relação a você, papai — não era sarcasmo, era revolta — Eu tinha o que? Dez anos quando sem querer o vi com aquela mulher na cama que deveria ser dividida apenas com a mamãe?! — afasto sua mão de minhas vestes quase quebrando seu pulso — Não sabia que de todos os seus defeitos hipocrisia estava incluso no pacote.

KangJoo passou os dedos pelos cabelos curtos em total desconcerto.

— Eu não vim aqui pedir a sua benção, caro líder supremo do Conselho — refaço os botões da manga esquerda — Só vim lhe explicar a situação porque não queria que o senhor agredisse a minha noiva pensando ser um ataque da Associação.

— Noiva — o ouso rir em desgosto — Já esta chamando-a assim? Vai me dizer agora que já decidiram até o nome dos filhos?!

— Olha, se for menino eu pensei em MinHyuk e caso seja menina Haeryung — eram nomes a se cogitar — Está chocado, papai? O que foi? Não gostou do nome dos netinhos?

Terminei de recompor o paletó e afaguei a cabeça do cachorrinho ainda deitado.

 — O senhor não tem, digamos, caráter para me julgar, porque, como disse, já o vi de trajes íntimos em... Uma posição comprometedora com uma mulher que não era sua falecida esposa, mais de uma vez aliás  — complemento — E graças a máquina fotográfica que ganhei na época posso levar ao Conselho provas de sua infidelidade — vejo seu rosto cair em cinco tons mais brancos — Quem acha que eles irão apedrejar primeiro? Eu, por desejar me casar com uma humana que por acaso é uma das questões atuais ou estarão mais preocupados em tirar do trono o senhor, que mesmo estando casado com uma das mais belas Nobres já vistas escolheu adulterar com uma Caçadora? E vamos levar em conta que ela, assim como Park Sue, também foi um problema em seu tempo.

Ele engoliu em seco, o suor escorria por sua testa, e de seus lábios trêmulos finalmente saiu uma frase.

— Seria capaz de levar a lama seu próprio pai?

Fala sério, velhote, está mesmo apelando pra isso?!

— Eu não tenho sentimentos.

Touché.

Essa sempre foi minha arma secreta.

— A eternidade é muito curta para me preocupar com os outros, papai, foi você quem me ensinou.

— Família não é “os outros”, Yoongi.

— A partir do momento em que se intrometem nos meus interesses são sim — revido — E em todo caso, não é como se você tivesse algum apego a essa família, certo? Porque, recordando, você tem um belo filho que lhe odeia, outro que á séculos não vê a sua cara, uma filha em estado catatônico e uma esposa traída — enumero em meus dedos — Não acha que já chega de pecados?

O vejo encher a taça da mesa com um líquido tão bem conhecido e depois acender mais um de seus incontáveis charutos.

Quando estressado mais seu vício o sucumbia.

— Família — retomo — foi um laço criado pela humanidade, um ponto fraco que não pretendo copiar. Então se essa é sua cartada espero que faça melhor, caso contrario não ouse se dizer meu pai, você não merece tal privilégio.

Caminho até o ser imóvel e tomo de suas mãos o copo transbordante.

Toda essa conversa me deixou com sede.

— Esfria a cabeça, KangJoo, a sua imortalidade não é a prova de rugas, viu? — brinco, mas aparentemente só eu acho graça — Cara feia não desfaz casamento, papai, você devia ficar feliz pelo seu filho que está se tornando responsável! — dou tapinhas em suas costas — Vou ganhar imortalidade, manter na linha seu atual maior problema, condená-la por nos dar tanto trabalho e de sobra você ganhará netinhos lindos! — digo com todo entusiasmo.

Não importa que traços eu pegue, qualquer combinação minha com a Caçadora só me dá mais um excelente resultado de beleza. Se juntarmos nossos cromossomos nem quero pensar que tipo de perfeição essa mulher pode gerar!

Avaliando melhor agora, Yoongi Junior também é legal.

— Trate de já preparar tanto o seu terno pra festa de noivado quanto á mente dos seus coleguinhas Nobres — falo caminhando até a porta e a abrindo, claro, com Min Holly ao meu lado. Onde você esteve, cachorro? Também foi preparar seus filhos, é?!

Ele ficou cabisbaixo, engolindo minhas palavras, um bom tempo. Só reergueu o olhar quando escutou seu nome ser chamado uma ultima vez.

— Só se preocupe em como irá chamar a Sue — esse sorriso diabólico combina comigo — Nora ou enteada, grande escolha, hein?

Quando a porta se fechou atrás de mim pude respirar.

— Como foi, mestre? — quis saber Mordomo Lee.

Ponderei um pouco e depois respondi.

 — Mais uma vez consegui sobreviver ao KangJoo, mereço um premio, não acha?

Ele assenti.

— Sem duvida.

Entrego-lhe a taça após beber o que nela continha.

— E onde está minha noiva?

— Na cozinha. Ela deve gostar de cozinhar, senhor — intui o mais velho.

Molho os lábios finos com a língua e assim se forma um novo sorriso, um que nem eu posso descrever.

— Acho mais provável que goste do cozinheiro.

 


Notas Finais


Então, vou primeiro falar a parte séria.
Reparei que não só nesta fanfic, mas em todas do spirit o número de visualizações é maior que o de comentários, e isso é triste, porque não a nada pior para escritores do que "leitores fantasmas". Nós gostamos de interagir com vocês, é a nossa felicidade, então eu peço não só por mim, mas para que todas as fanfics tenham sentido: Comentem.
É sério, não a nada melhor do que entrar no site e ver "um novo comentário na sua fanfic", alegre o dia de um autor!
Adotei está prática pra mim tbm pq não queria que a falta de comentários fosse um motivo para as fanfics que amo acabarem do nada ( penso q nossos comentários são um aviso, tipo, "Hey, tem pessoas que gostam do seu trabalho! Fighting!").
Essa é uma tecla que vou sempre bater, acho importante. Meu objetivo ao criar esta história não foi só dar vida aos personagens que a tempo muito sonhei, mas tbm alegrar um pouquinho que seja o dia dos leitores. Morro só de pensar que um de vcs possa estar cansado, triste, e então percebe um novo cap aqui, e isso arranca um suspiro, sorriso ou lágrima. Quero distraí-los de seus problemas, faze-los fugir um pouco desta realidade, e amar as vidas dessa história assim como eu amo.
Pq falei isso? Simples, sempre que estou tendo um dia ruim venho reler os comentários, isso me faz bem, já até decorei alguns kkkkk

E, para finalizar, a perguntinha de sempre: Estão gostando? Ainda aceito criticas, especulações, shippes, perguntas, duvidas e dicas.
Bjs, amo cada um de vocês <3


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