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História MADE - I'm Loser - The beginning!


Escrita por: Milly_Tavares

Notas do Autor


Oi... Espero que gostem dessa minha outra fic... Dêem muito amor a ela, obrigada... ❤❤❤❤

Capítulo 1 - The beginning!


Fanfic / Fanfiction MADE - I'm Loser - The beginning!

"Fios negros jogados sobre o rosto pálido e oval, finas camadas de sangue descia de encontro ao chão, suas respirações descompassada e elevadas devido a intensa adrenalina sob seus corpos esquio. O denso suor mesclava-se ao líquido escarlate exibindo o cansaço e a tensão de ambas as partes ao deferir amistosos olhares banhados em fúria, naquele momento não existia mais piedade, era o fim para um e vitória para outro. Seu peito descia e subida freneticamente analisando seu alvo jorrado ao chão, seu olhar denunciava sua luxúria e desejo de poder e era isso que eles queriam. Queriam uma máquina de matar!

As ondas da areia que cobria a imensa arena estava em uma cor mais escura, pequenos bolinhos se formavam ao redor de ambos, e dentro das pequenas bolinhas haviam a prova da luta sangrenta que tivera ali minutos atrás. Não havia saída, ao adentrar naquela área era mesmo que declarar sua morte, a não ser que você fosse melhor do que seu oponente ao ponto de matá-lo e por fim sair andando dali como se nada estivesse acontecido. Mas, poucos tinham essa oportunidade.

Olhando melhor o amplo local, alguns metros acima do chão havia uma sacada que cobria toda a extensão ao redor, acima da sacada era coberta por um teto preto, sendo que apenas as luzes reluzentes clareavam o local. Ali, não passava luz solar, era definitivamente uma prisão para nós. Nas sacadas estavam os mais poderosos de toda a Ásia e seus herdeiro logo ao lado segurando suas mãos. Muitos ali perderiam seus filhos e outros sairiam com o gosto de vitória nos lábios.

E isso me preocupava: eu era boa o suficiente para derrotar meu oponente?

Meu pequeno pomo subiu e desceu com um mal pressentimento assustando-me ao ouvir leves gritos ecoarem pelo local opaco, abafando o som tornando-o irritante aos meus ouvidos. Elevo meu olhar novamente para ambos na arena, o corpo jogado ao chão estava irreconhecível, ensanguentado, deformado. O outro que o olhava em pé não ficava para  trás, mas ao contrário do perdedor se mantinha forte e destemido.

De repente um objeto negro caiu ao seu lado, fora jogado de cima da sacada adiante de mim. Forcei minha visão para analisar o objeto e por fim cheguei a conclusão de ser uma arma sofisticada e de alto poste, aliás todos naquele ambiente eram mais do que um simples milionário.

SeungHyun mal tinha forças para se manter em pé, era notável seu estado deplorável, suas pernas bambas e joelhos levemente curvados, ombros tombados para frente pelo excesso de cansaço devido ao longo período de luta que manteve com o seu oponente.

- Mate-o, SeungHyun! Mostre-me o quanto honra a família Choi! - berrava seu tutor.

- Vamos, seu filho de uma puta, acabe com a vida desse bastardo! - seu pai elevava o tom de sua voz pela demora de seu filho.

Era esse o fim para muitos aqui...

Todos da aliança estavam presentes com seus herdeiros para um combate. Ao atingir uma idade adequada eram obrigados a passar por esse processo de "aprendizado". Era uma lei da aliança.

Quem vencesse tomava o posto de seu pai ao chegar em uma certa idade, mas quem perdesse seria morto e mancharia o nome da família. E lá estava Choi SeungHyun vindo de uma ramificação forte e temida, mas nada era comparado à família Kwon e a família Voltolini. Ambas fundaram a organização que hoje é chamada de A.C.S.

Associação Coréia do Sul!

Era a sigla mais temida de toda a história da humanidade, banhado de poder e sangue. Passada de geração em geração. Procurada pelo mundo à fora, investigada por poderes políticos que teimavam em derrubar o império dos Kwon e Voltolini.

Aliás, tínhamos que estar fortes e aptos para tomar a posse de nossos superiores e esse combate era apenas o começo de nossa dolorosa vida no mundo do crime, o começo de uma tortura.

De repente o corpo de SeungHyun cambaleou para o lado abaixando-se pegando a arma, com muita determinação e insistência conseguiu novamente ficar em pé, estendeu a arma com a mão trêmula em direção à cabeça de seu oponente.

Apertei levemente a mão de meu pai na qual se mantinha fixa na minha e que por nenhum momento se desconectava.

Eu tinha medo do que poderia acontecer, tinha medo de ver SeungHyun matando aquele garoto. Nunca havia presenciado a morte de alguém, todos os herdeiros ali nunca tinham visto. E não seria a última vez.

O barulho da arma sendo destravada ecoou pelos meus ouvidos, um silêncio insuportável adentrou o local. Esse era o momento mais esperado daquela luta, o momento que mais temia. Apertei mais forte a mão de meu pai, e ele correspondeu meu desespero, apertando levemente a minha. Seus pequenos gestos já me diziam tudo o que precisava, eu nunca fora boa em demonstrar meus sentimentos, coisa que herdei de minha mãe. Mas, meu pai conhecia meus pensamentos em um pequeno olhar de eslaio.

O ar fez falta em meu cérebro e pulmão causando-me uma leve tontura e uma dor enorme no peito, abri levemente os lábios para tentar respirar melhor.

Mas, algo me chama a atenção!

Sinto minha outra destra ser envolvida por uma quentura diferente, aconchegante. Olho para meu lado  esquerdo avistando Ji Yong juntamente com seu pai e seu tutor, os seus olhos estavam fixados aos meus, sua destra tocava a minha massageando-a para me acalmar. Um leve curvar de seus lábios aqueceram meu coração, fazendo com que o desespero saísse de dentro de mim. Seus pequenos olhos banhados com um toque oriental quase sumiam devido ao seu caloroso sorriso mediano.

- Vai ficar tudo bem, hm? - disse ele.

Sorriu mais ainda tentando me passar confiança e forças, mas era impossível. Então, eu nada disse, apenas observava seu rosto e sua beleza. Ji Yong era apenas 2 anos mais velho do que eu, em seus plenos 12 anos era notável seu senso de superioridade herdada de sua família. Uma elegância incomparável.

Fomos criados juntos. Não nos separávamos por nada nesse mundo. Eu, uma descendente de uma Italiana e um Brasileiro sendo criada juntamente com um Coreano. Nossos pais comandavam toda a associação, ordenavam e controlavam boa parte do mundo, principalmente a Ásia e a América do Sul. Juntando esses poderes a A.C.S. se tornava incompatível.

De repente, meus pensamentos foram quebrados ao som do tiro irritando meus tímpanos. Direcionei rapidamente meus olhos para o corpo de SeungHyun, pela boca da armava emanava fumaça, sua destra ainda tremia deixando-a cair logo em seguida ao chão juntamente com seu corpo exausto. O seu adversário estava inerte ao chão, com um pequeno furo ao meio de sua testa, jorrando enfim uma pequena camada de sangue que sujava a areia. Seus olhos continuavam apertos encarando SeungHyun como se ainda estivesse vivo, aquilo era horrento de mais para suportar. Meus olhos se arregalaram com pavor, dei um pequeno passo para trás na tentativa de fugir. Mas, minha mão fora segurada pelo meu pai. Ele por sua vez, nem ao menos me encarava. Minha vida agora dependia somente de mim naquela arena.

Olhei novamente para Ji Yong que ainda analisava minhas expressões, seu senho franzido e preocupado me sufocava cada vez mais. Será se eu ainda iria ver seu rosto novamente?

Iria ser novamente derrotada por ele nas lutas que tínhamos?

E enquanto ficaria doente, iria receber novamente seus cuidados?

Sai dos meus devaneios ao sentir meu braço ser puxado para trás com brutalidade, fazendo-me soltar a mão de meu pai e a de Ji Yong. Olhei desesperada para a mulher magra e sofisticadamente vestida com seu vestido preto alinhando seu corpo, seu forte batom sangue emoldurava seus lábios finos. Eu sabia que essa seria a minha vez de adentrar aquele campo e pôr minha vida em risco para honrar o nome de minha família. Engoli em seco quando avistei seus lábios se curvarem em um leve sorriso frio divertindo-se com minhas expressões faciais.

- Sua vez, minha pequena Haruna! - disse ela.

Não... Eu não queria isso... Não queria lutar...

Era pedir muito para apenas seguir minha tão sonhada carreira de médica?

Senti meu corpo ser arrastado para uma porta enferrujada próximo aonde estávamos, mas antes de sumir naquela escuridão me pus ao luxo de olhar novamente para meu pai. Seus olhos estavam banhados de confiança e determinação, assim como minha tutora. Suas esperanças estavam depositadas em mim desde do momento em que nasci, não me cansava de lembrar o quando ele sentia orgulho de me ter como filha e isso enchia meu coração de esperança e força de vontade para deixá-lo orgulhoso.

Sorri para ele recebendo outro em troca. Eu o amava mais do que tudo em minha vida, era tudo o que tinha de mais precioso.

Mas, meu olhar se prendeu ao dele, em Kwon Ji Yong. Antes seu olhar preocupado me deixou sufocada, mas agora, podia ver claramente a sua confiança depositada em mim. Ele sabia de minha capacidade, sabia de minhas frutíferas habilidades.

Minha visão fora tomada pela escuridão, o barulho respetivo do salto irritava meus ouvidos pelo longo corredor. Adiante avistei uma escada que dava acesso para a arena. A cada passo que dava, mais nervosa me sentia. Eu estava na beira da morte, definitivamente.

Caminhei mais adiante, descendo pela escada de ferro tendo a ampla visão do enorme local opaco, era possível ver acima de mim todos os magnatas com os olhos fixados aos meus.

- Tenha uma ótima luta, Haruna! - sussurrou a mulher deixando-me sozinha.

Hesitei em continuar, queria poder desistir, queria não poder encarar essa realidade tão cedo. Só que as lembranças não me puseram a deixar, eu precisava honra meu pai e minha mãe, honra a mim mesmo e meu poder. Todos presentes ali queriam a queda dos Voltolini assim mesmo como a queda dos Kwon, era peso de mais para apenas uma criança de 10 anos como eu. Deveria lutar de corpo e alma para defender o trono de meu pai.

Meus passos eram temeroso, mas precisos. Lutei contra mim mesmo para ao abaixar a cabeça, não podia me redimir diante de meu oponente, muito menos diante de tantos superiores ali. Me mantive intacta e sem mover um músculo se quer ao chegar no centro da arena, meus olhos estavam fixados na porta adiante de mim, em uma distância enorme. De lá sairia meu oponente, iria enfrenta-lo e por fim, lutaria pela minha vida.

Longos e torturosos segundos se passaram antes do barulho da porta se abrindo, meus músculos se recontrairam ao avistar sua silhueta magra e desnutrida, condenava-me mentalmente por achar tão ridículo o padrão de beleza da Ásia. Mas, quem sou eu para mudar algo?

Por impulso coloquei uma de minhas mãos em frente aos meus lábios para conter o grito, eu não poderia lutar contra ela... Não podia.

Eu não podia lutar contra minha melhor amiga!

CL estava diante de mim, olhando-me como se pudesse me matar com os próprios olhos. E eu, como um Idiota, sentia meus joelhos tremerem em uma fúria misturada com o medo. Dei uma passo para trás mordendo o lábio inferior, tirando por fim minha mãos da frente do mesmo encarando um ponto qualquer no chão.

Não conseguia enfrentá-la!

Éramos da mesma idade, então por que foram tão injusto comigo ao ponto de me pôr ao mesmo combate com CL? Isso estava óbvio de mais para mim, mas não queria aceitar. A lógica de tudo isso, era para testar nosso poder e resistência, e não existia algo melhor do que colocá-lo para lutar com alguém que você tanto ama.

- CL, eu...

- Lute contra mim, Haruna! Lute! - esbravejou ela causando-me um leve espanto. Nunca à tinha visto agir dessa forma, sempre fora tão amável e calma.

Seus olhos estavam tomado pela possessão e desejo de vencer aquela batalha, e seu objetivo era bem claro naquele momento, ao ponto de revirar meu estômago. CL era capaz de me matar!

Minha melhor amiga era capaz de me matar!

- Eu jamais lutaria contra você, CL. Somos melhores amigas! - disse em desespero atrevendo-me a chegar próximo de seu corpo.

- Não haja como uma covarde, Haruna! - alfinetou dando-me um tapa em meu rosto.

Senti meu pomo descer anestesiada pelo ato repentino de CL, com minha cabeça curvada para o lado mantive minha expressão espantanda em sua direção. Por nenhum segundo deixei meus olhos desviarem dos seus. Meu rosto ardia e doía, engolia em seco diversas vezes tentando conter meu choro.

Eu queria protestar e me atrever a perguntar o por que de seu tal ato de infidelidade. Éramos amigas e não inimigas. Não queria aceitar que dentro daquela arena éramos desconhecidas para ambas as partes.

Senti meu corpo ser jogado contra ao chão, minhas costas doeram pelo impacto. CL havia se jogado em cima de mim, e dava golpes precisos em meu rosto. E eu como uma tola não me atrevi a impedir. Uma imatura, eu sei. Senti o gosto metálico em meus lábios, uma ardência se fez presente em meu cílio direito. Um líquido quente desceu de encontro ao meu ouvido, senti aquele cheio enjoativo que tanto conhecia.

Era sangue...

De repente senti minha visão ficar turva, e um desejo descomunal tomou conta de meu ser. Sem nem ao menos pensar duas vezes, enlacei com ambas as mãos no pescoço de CL fazendo com que seus golpes cessasse. Com dificuldade para respirar, senti suas mãos agarrarem meu pulso na tentativa de separar minhas mãos de seu pescoço.

Mas, aquilo foi um erro muito grande de sua parte!

Ao avistar o sangue em sua mão esquerda uma sede se fez presente em minha boca, CL sabia muito bem meu desejo peculiar por sangue. E era isso que meu pai confiava em mim, sabia muito bem que ao ver sangue eu me transformava em outra pessoa. Era automático, não podia evitar.

Nada mais me importava, pouco me fodia se CL era minha melhor amiga. Eu apenas tinha que honrar o nome de meu pai e principalmente o meu, aliás eu era filha do famoso Sr. Voltolini.

Com uma força sobrehumana joguei o seu corpo para trás com o pé, levantei-me rapidamente ficando por cima, assim podia deferir golpes precisos e sua face e em qualquer lugar de seu corpo exposto.

Uma luta sangrenta foi traçada ali, por ora CL parecia estar vencendo a luta e por ora eu. Era um empate impecável. Éramos fortes e bem treinada, o que me deixava em desvantagem era meu senso de proteção aos que amava tanto. Já CL não ligava para cousas secundárias, aliás havia puxado o gênio de inferioridade de sua mãe. CL se acha a melhor e tudo!

Longos e torturosos minutos se passaram. Sentia meu corpo exausto, e meus músculos ardiam se recontraindo devido ao excesso de força que exigi do mesmo. As vezes sentia que iria desmaiar, mas lutava ao máximo para não entregar de mãos beijadas à vitória para CL.

Meu coração latejava, minhas mãos tremiam ao ver CL esparramada ao chão, diante de mim. Sua face deformada à deixava irreconhecível, ao contrário de mim, que deveria estar apenas com alguns arranhões na face. Eu sempre fora boa em uma luta, mas era impossível vencer Ji Yong, o que me deixava impotente. Mas, era perceptível que sempre vencia com qualquer outra pessoa.

Era como se Ji Yong tirasse minhas forças!

Sabia muito bem que aquele momento era o final, que deveria acabar com a vida de CL. Teria que dar um basta e sair dali como se nada estivesse acontecido.

E a maldita arma fora jogada ao meu lado. Hesitante olhei para o lado e lá estava ela, dourada e brilhante. Arregalei os olhos.

Era a arma preferida de meu pai e ele não ousava deixar ninguém tocá-la, nunca alguém a tocou.

- Mate-a, Haruna! - berrava HyunA minha tutora. - Faça o que deve fazer!

Meu pomo desceu e subiu dolorosamente, agachei-me com contra gosto tateando a arma. Levantei-me fechado os olhos fortemente ao ter flashes da suposta conversa que tive com meu pai.

"Não me decepcione!"

Essa palavra se repetia freneticamente em minha cabeça desde do momento em que cheguei aqui, e agora era o momento.

Levantei minha destra em direção a cabeça de CL, seus olhos espantados caíram sobre mim. Seu corpo não mechia devido aos hematomas deferidos por mim, podia ver a agonia em seus olhos. Mantive-me indiferente, seu sangue exposto ali me excitava desconsideravelmente.

Destravei a brilhosa arma, e atirei!

Mas, antes de atirar, CL gritou e a bala perfurou sua boca e definitivamente atravessou sua nuca. O sangue fora se espalhando no chão, e seus olhos se fechando lentamente.

Aplausos foram dados!

Abaixei minha cabeça tocando minha testa. Eu tinha matado minha melhor amiga! Tinha matado CL!

Em seguida olhei para meu pai. Seus olhos estavam brilhando e um pequeno sorriso ladino banhava seis lábios, já HyunA ria descaradamente orgulhosa. E Ji Yong mordia o lábio inferior sorrindo e batendo palmas para mim, seu olhar era de admiração e eu nunca irei esquecer disso.

Nunca irei esquecer de sua face, de seu sorriso e do modo como mordia seus lábios. Mas ele sabia que eu perdia a razão apenas ao olhar aquele seu ato tão inocente."

E não me arrependo de nada do que fiz naquele dia, muito menos de ter atirando em CL. Soube semanas depois que ela havia sobrevivido, e isso não chegou a me surpreender, aliás eu não havia atirando em um ponto fatal. Tinha calculado perfeitamente o perímetro que iria ferir e assim fiz, ela poderia morrer por perder muito sangue, mas não chegaria a falecer devido ao furo da bala. Mas, como as coisas eram apressadas e exigentes na arena, não tardaram de tirarem o corpo dela de lá e por fim conseguiu viver.

2 dias após a luta, fui obrigada a viajar para o Brasil. Meu contato com todos fora cessado, à 15 anos não piso o solo coreano, à 15 anos não escuto a voz de Ji Yong e muito menos avisto seu sorriso. E isso no momento pouco me importava, eu tinha meus planos e nos meus planos não incluía ninguém além de satisfazer os desejos de meu pai, de honrar seu nome e seu trono. Soube por informantes que Ji Yong havia vencido sua luta e que agora comandava boa parte do poder do pai.

Eu fiquei feliz por ele, mas agora as coisas mudaram. Eu havia me tornado uma nova pessoa, uma nova Haruna. Com treinamentos pesados consegui chegar ao auge, diversas missões fora dada para mim e em nenhuma delas cheguei a falhar.

Hoje eu era a maior assassina de aluguel de toda a história!

Acertava as contas com os devedores de meu pai, matava se fosse preciso, tudo para agrada-lo. Minha mãe, por sua vez, fora assassinada brutalmente 3 anos após a luta na arena. E até hoje nunca descobriram o assassino.

Cheguei a vasculhar tudo o que era possível para achar o assassino, mas nada havia conseguido. E hoje, com uma maturidade tremenda, apenas observo e espero o tempo decidir o momento certo de achar o acusado.

Eu aprendi a esperar, e o tempo é a coisa mais preciosa que há!

O único barulho ouvido no amplo ambiente era o rádio no canto inferior da sala, na qual tocava as minhas adoráveis músicas clássicas. A enorme mesa negra estava banhada de armas de diversos modelos e ano, hoje meu dia fora assim: limpando e cuidado de meus amados bebês!

Sentada sob a cadeira e montando minha pistola, me pus a pensar. Amanhã seria meu aniversário de 26 anos, era incrível como o tempo passou tão rápido. Anos atrás eu estava lá, naquela maldita arena, sob olhares de muitos mafiosos e principalmente de meu pai. E agora, cá estou eu, madura e incrivelmente forte. Não, é para se gabar, mas até hoje não houve alguém que me derrotasse.

Ao terminar de montá-la, jogo-a no canto qualquer onde estava as demais. Coloquei ambas as pernas sob a mesa cruzando-as, peguei meu copo de whisky e me pus a tomar, deliciando aquele líquido excepcional. Beber era uma rotina na qual eu me recusava a cessar, eu simplesmente venerava as marcas mais sofisticadas de bebidas alcoólicas.

Perdida em devaneios não notei o corpo magro e esquio de HyunA adentrar meu recinto, eu odiava que invadisse minhas privacidades de tal forma e ela sabia muito bem disse.

Irritada olhei para ela, suas vestimentas a condenava. Era uma vadia e tanto, por ora nunca fora usada como um capacho pelo meu pai e se isso um dia acontecesse jamais o perdoaria. HyunA era alguém que um dia pretendia ter uma luta naquela arena, provar o meu desempenho, provar para todos o quanto eu era ótima no que fazia.

Não era à toa que ela era minha tutora!

- O que há? Suas noites no prostíbulo não foram boas? Pela sua face não está satisfeita. - disse ignorando totalmente seu senso de superioridade.

- Olha como fala comigo, mocinha!

Sua voz me causava náuseas, ao longe era notável seu hálito banhado de álcool. Não era novidade vê-la naquele estado, olhando melhor, não parecia estar embriagada.

- O que houve dessa vez? Mais um problema que aqueles estúpidos não souberam resolver? - disse entre dentes.

Eu odiava os homens incompetentes que meu pai arranjava, mal sabiam manusear uma arma, então, para que ele designava tais imaturos para resolver seus problemas com devedores?

Aliás, ele apenas me chamava quando não conseguia sucesso. Era como o mesmo disse: sou preciosa, e teria o maior cuidado para não perder sua preciosidade.

Meu pai sempre fora cuidadoso de mais comigo, o que dava a entender sua obsessão por mim. Depois que minha mãe morreu, tornou-se paranóico, vigiava-me como um louco.

- Amanhã seu tempo irá acabar, finalmente terá seus adoráveis 26 anos! - começou e gesticular.

- E o que isso vem ao seu respeito, HyunA? - olhei novamente para ela com desdém bebericando meu adorável whisky.

- Você terá o poder dos Kwon e dos Voltolini em suas mãos... - sussurrou colocando ambas as mãos sobre a mesa e se curvando diante de mim para encarar-me melhor ficando a centímetros de meu rosto.

- Estou pouco me fodendo para isso! - disse no mesmo tom mas entre dentes.

HyunA afastou algumas armas que estavam sob a mesa e se pôs a sentar no mesmo, cruzou as pernas fazendo com o que o vestido vermelho e curto subisse e mostrasse quase todo seu conteúdo debaixo daquele fino pano.

Revirei os olhos!

- Já está sabendo?

- Sabendo do que?

- O senhor Kwon e sua filha estão nesse exato momento na mansão de seu pai, minha pequena Haruna. Parecem que depois de anos, ele não se esqueceu do contrato. - meus olhos se espantaram levemente revelando meu estado emocional, mas logo me recompus. HyunA gostava de se divertir ao me ver atingida.

Levantei da poltrona fazendo com que a mesma se afastasse rapidamente devido ao impulso que dei com minha imprudência, deixei o copo sob a mesa atordoada. Aquilo só podia ser brincadeira.

- Deu para brincar comigo? - disse pegando minha pistola e apontando para a testa de HyunA que por nenhum momento deixava sumir o sorriso sapeca de seu rosto.

Encostei o cano gélido em sua pele, sua risada abafada ecoou pelo local. Estávamos justamente na área que mais venerava em minha casa... Meu escritório!

Nele estava meus amados livros e arquivos confidenciais, era daqui que a maioria dos meus trabalhos eram resolvidos.

- Então, tire a conclusão por si só. - HyunA jogou um beijo no ar em minha direção levantando e caminhando até a porta, tocou a maçaneta e se pôs a pensar, abriu a porta e olhou para mim por cima de seu ombro esquerdo. - Boa sorte, Haruna Voltolini.

Seu corpo esbelto sumiu pelos corredores. Vadia! Uma completa vadia!

Nervosa peguei meu corpo e ingeri todo o líquido que ainda restava, sentindo minha garganta arder dolorosamente. Por um longo tempo senti náuseas, mas logo fora passando. Passei as mãos pelos meus longos cabelos negros caminhando para lá e para cá raciocinando e tentando me controlar para não invadir a casa de meu pai e finalmente encarar os Kwon.

Mas, meu tormento fora mais alto. Não hesitei em sair de meu escritório passando em meu quarto para pegar apenas meu sobretudo preto e a chave de meu carro, o caminho parecia longo, meus dedos dançavam no volante sinalizando minha impaciência. Por que, depois de 15 anos isso veio acontecer? Pensei que esse maldito contrato havia sido esquecido e que eu pudesse ser livre das garras dos Kwon, mas parecia estar enganada, que por nenhum momento tiveram a audácia de esquecer.

Os seguranças abriram o enorme portão que ligava a entrada da mansão, estacionei na frente da mesma jogando a chave de qualquer jeito para o motorista. Subi pelas escadas adentrando o local, meu salto ecoava pelos corredores. Os seguranças encaravam-me assustados, e pouco me importava. Tinha assuntos importantes para tratar nesse exato momento e olhares não iriam me irritar.

- Senhorita Voltolini, sua entrada não é permitida! - disse um dos seguranças que fazia escolta na porta do escritório de meu pai.

Ignorei totalmente sua educação e entrei sem bater na porta, o cheiro amadeirado e nunca esquecido por mim fora inspirado pelas minhas narinas, meu campo de visão deu de cara com meu pai com uma de suas mãos sobre o queixo e a outra sob a mesa, em sua frente estava uma mulher magra e ao seu lado um senhor, ambos de costas para mim. Os olhos de meu pai encararam os meus raivosamente, aquela era uma reunião particular. Mas, eu teria que fazer parte de qualquer forma, pois aquele assunto se tratava de meu futuro e isso vinha ao meu respeito por bem ou por mal.

A mulher fora a primeira a me olhar, seu semblante antes calmo estava agora assustado. A encarei da mesma forma tendo a certeza do que a HyunA me disse fora verdade.

Apertei o punho com força, aquilo estava fugindo do controle, não estava em meus planos e o que não estavam neles deveriam ser descartados. Tirei esse contrato de minha lista por pensar que fora esquecido, e nesse exato momento estou amaldiçoando-me por minha imprudência. Fui uma completa idiota por pensar de tal forma!

- Haruna? - disse a mulher confusa.

- Dami? - sussurrei em um tom audível para todos presentes ali.

Dami sorriu livremente correndo até mim atracando-me em seu corpo, seu aperto era forte e os ossos de seu corpo doía no meu. Eu odiava esse padrão de beleza da Coréia!

- Kwon Dami? - disse ainda incerta.

Ela por sua vez me soltou ainda com aquele sorriso nos lábios, não parecia a menina tímida e insegura que conheci à 15 anos atrás.

- A mesma! - afirmou. - Você está tão linda, Haruna! Um clone perfeito de sua mãe!

Fechei a face, não gostava de ser comparado à ela em nenhum sentido. Dami não pareceu se importar, estava alegre de mais por me rever.

- Obrigada, Dami. - sorri forçado. - O que devo a honra de sua visita na propriedade dos Voltolini?

- Sente-se conosco, minha pequena Haruna. - disse o pai de Dami.

Olhei para ele com desdém, nunca tivemos uma relação saudável. Ele por sua vez tentou destruir a minha família se apaixonando por minha mãe, e por fim, eu acabara de descobrir seu sentimento por ela em uma noite chuvosa de inverno. Meu pai estava em mais uma de suas missões e demoraria para chegar, minha mãe sempre amorosa não esperava a visita inesperada do pai de Ji Yong em nossa residência em Seoul.

Aquela noite nunca fora esquecido por mim, ele tentou agarrar minha mãe a força enquando dizia coisas desconexas e banhadas de álcool. Ele estava a beira da loucura por amá-la de mais e que se fosse preciso mataria meu pai para enfim poder ficar com ela, a mesma recusou todas as propostas que recebeu dele. Minha mãe amava meu pai e morreria ao lado dele e por ele se fosse necessário, e dias depois minha mãe fora encontrada morta em seu próprio quarto sem pistas do assassino.

E por fim, surgiu esse maldito contrato. Um contrato sobre minha reprovação, eu era apenas uma criança, então para quê dar minha mão em casamento para um desconhecido?

Mas, pouco se importavam. O poder sempre falava mais alto para os Kwon e Voltolini.

Lembro-me bem antes de minha mãe morrer, me fez prometer a não mencionar nada sobre o ocorrido naquela noite e me pediu para desculpa-la por qualquer sofrimento que fosse me causar. Então, a fixa havia caído. Eu estava prometida a Kwon Ji Yong desde do ventre da minha mãe!

Um casamento entre os herdeiros dos mais fortes da aliança era esplêndido, assim o poder se tornava mais forte e nada poderia nos combater. Nunca fui a favor desse acordo, a única coisa que queria era a minha amorosa liberdade.

As náuseas se fizeram presentes ao olhar sua cara de convencido, superior. Eu o odiava. E ele se alimentava disso.

Apertei o punho direito controlando meus sentimentos, se eu me descontrolasse nesse momento, não responderia mais por mim. Suspirei pesadamente olhando para meu pai, seus olhos diziam para ser civilizada e aguentar as provocações do Sr. Know.

Aliás, negócios são negócios!

- Sejam bem vindo à residência Voltolini, Senhor Kwon e Senhorita Know Dami. - fiz uma reverência caminhando lentamente e com elegância até meu pai, me pus ao lado dele tocando seu ombro e logo mantendo minha posição superior.

Dami sentou-se ainda sorrindo, já sei pai apenas me avaliava.

- Está linda como sempre, Senhorita Voltolini. Minha filha Dami está certa, lembra muito sua mãe. - provocou.

- Obrigada, senhor Kwon. - forcei um sorriso. - Estou orgulhosa por herdar os traços de minha mãe.

- Bom, voltando ao que estávamos falando. O prazo do contrato acabou e sua filha, Haruna, terá que cumprir o que fora assinado anos atrás... - começou a gesticular ele cruzando as pernas e mãos pondo-as sobre as coxas.

- Mas, meu pai, não sabe se Haruna deseja se casar com o meu irmão. - repreendeu Dami.

- No contrato não diz se a mesma deseja ou não, fora muito tempo gastado para chegarmos em um acordo, certo Sr. Voltolini? - sorriu ele.

Meu pai se mantinha calado e pensativo, suas mãos ainda sobre o queixo caíram até a mesa pegando uma caneta qualquer e se pôs a brincar com ela. Suspirei esperando sua resposta. Ele iria mesmo dar minha mão a um desconhecido?

Não que eu não conhece Ji Yong, mas os anos se passaram e as coisas mudaram. Para mim agora, ele não passa de um desconhecido.

- Há leis, e essas leis não podem ser rompidas por nenhum membro da aliança... - fora só isso que ouvi de meu pai.

Um sorriso acusador do Know fora direcionado a mim, o filha da puta estava adorando me ver borbulhando de raiva.

Por que, inventaram o maldito desse contrato?

- Pois eu me recuso a casar com o seu filho! - disse seca.

Meu pai olhou para mim com desdém, mas nada insinuou. Então, continuei:

- Pouco me importa se eu sair da aliança, mas jamais darei a minha mão para um desconhecido e principalmente para uma família como as dos Kwon.

- Você não tem que querer, Senhorita Voltolini. Não percebe o poder desse casamento? - disse o pai de Dami.

- Pouco me importa o poder, quero minha liberdade e nada irá tirar isso da mim!

- Tão imatura! - provocou ele, pegou uma pasta negra que estava sobre a mesa e estendeu para mim. - Leia as cláusulas do contrato e me diga se ainda irá se recusar a se casar com o meu filho.

Era normal e uma norma casar filhos das máfia que havia na aliança, assim o poder deles cresciam e uma nova classe era formada. Ainda hesitante peguei a pasta e me pus a folhear.

Na primeira folha havia uma foto minha e de Ji Yong quando éramos crianças, na segunda folha meus dados e na terceiro folha os dados dele, na quarta o objetivo do casamento e na quinta às cláusulas se caso o contrato fosse rompido pela parte de alguma família.

Meus olhos se arregalaram, se eu não me casasse todo o império de meu pai seria destruído, além de sair da aliança teria que ser morta. Imaturidade não fazia parte da aliança, eu tinha que aceitar ou meu pai viverá nas ruínas e eu não podia tirar isso dele. Não podia tirar tudo o que ele conquistou durante sua vida, mesmo que essas conquistas foram por fontes ruins.

- Se Kwon Ji Yong puxou para o pai, esse casamento não durará muito tempo. - provoquei jogando a pasta em cima da mesa.

Dami sorriu abafado.

- Ji Yong se tornou pior que meu pai, Haruna.

- Você não precisa manter um relacionamento com meu filho, basta você morar sob o mesmo teto que ele e manter seu casamento sem envolver quaisquer sentimentos. Seu pai e eu apenas queremos aumentar nosso poder, para assim, expandir pelo mundo à aliança. - disse ele com seriedade.

Engoli em seco, parece que Ji Yong se tornou alguém que um dia temi em acreditar. Lembro-me bem que sentia medo ao imaginar ele maduro o suficiente, se tornando o clone de seu pai.

- Vocês apenas precisam fingir que estão casados, esse é o único dever que devem cumprir. - comentou meu Pai. - E eu sei que você, minha filha, não vai me decepcionar.

- Mostre para todos o quando você é forte, mostre a Haruna de verdade, a Haruna que lutou naquela arena para honrar o nome de seu pai. - afirmou Dami convicta.

Realmente ela não tinha a noção das coisas!

Tudo ali se passava em poder, sexo, dinheiro, e mais nada. Estavam cegos e eu lamentava por isso, nunca ninguém teve um pensamento como o meu. Eu queria liberdade e não poder!

Poder eu poderia ter sempre que quisesse, só basta exercer meu trabalho. Mas, a liberdade, não. Ela vinha com o tempo, e esse tempo nunca iria chegar para mim, pois teria que cumprir esse contrato por bem ou por mal.

Suspirei.

- Eu preciso de 1 mês, apenas 1 mês. - essa era minha última palavra e ela valia mais do que todas ditas ali.

Não iria desonrar o nome de meu pai, muito menos dar esse gostinho de poder para os Kwon. Eu precisava cumprir com esse contrato, mas nem isso e nada irá fazer-me desistir do meu único objetivo: achar o assassino de minha mãe.

Bati a porta com força, meu quarto no momento parecia menor para tanta frustração. Sozinha, aqui, eu poderia me expressar melhor. Joguei todos os objetos que estavam sob a escrivaninha ao lado de minha cama, pouco me importava o que tinha de valor lá, minha cabeça estava à mil.

Passei as mãos em meus longos cabelos negros e olhei para a enorme janela de vidro que ia até o chão, andei até ela arrastando o vidro para o lado esquerdo. O vento frio da madrugada adentrou meu quarto tirando por fim aquele sufoco antes sentido por mim, em passos lentos caminhei até a sacada. O céu estava limpo, as estrelas brilhavam como nunca.

Esse mês seria o último aqui no Brasil, minha vida agora pertence a outro lugar. Um lugar que queria distância, um lugar amargurado por mim.

Fechei os olhos com força inspirando àquele delicioso ar de inverno, sentiria falta daqui. Eu não era de me apegar com nada, mas aqui foi daqui que minha mãe veio. Então, respeitar sua ramificação fazia parte de meu plano. Fora aqui que meu pai, um italiano bem sucedido, se apaixonou perdidamente por minha mãe, uma brasileira. E nesse tempo de sangue e guerra, eu nasci.

Entre um caos, a única forma era fugir para Seoul, Coréia do sul. Fui criada lá escondida, fugida, já que os inimigos de meu pai estavam a sua procura. E eu era apenas uma criança indefesa e minha mãe apenas uma simples mulher, que não sabia do verdadeiro eu de meu pai. Apenas, soube quando descobriu que estava grávida de mim. Ele morrendo de amores por ela preferiu falar toda a verdade, nunca em toda minha vida avistei um amor tão verdadeiro como os deles.

Para mim, sentimentos são vazios e falsos que servem apenas para nós atrapalhar.

Eu vivo minhas regras, e nas minhas regras a principal é: nunca deixar se elevar por sentimentos, eles brincam com a pessoa!

E jamais deixarei Kwon Ji Yong brincar comigo como fazia antigamente, eu era uma imatura, não tinha a noção das coisas. As coisas serão do meu jeito de agora em diante, espero que o Grande Dragão esteja preparado para reencontrar a nova Haruna Voltolini!


Notas Finais


Espero que tenham gostado e não esqueçam de comentar. Obrigada
Bjs


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