História Made of Stone - Apenas um dia normal

Hermione de repente acordou de seu sono profundo, sentiu Bichento andando sobre ela ronronando. Ela o empurrou da cama e tentou voltar a dormir , mas o Bichento nao desistiu e começou a arranhar, a perna de sua dona levemente. Com um misto de irritação e cansaço Hermione pegou sua varinha de baixo do travesseiro e se levantou da cama pegando Bichento no colo.

—É serio que você esta com fome logo agora gato preguiçoso...

Foi resmungado ate a cozinha de seu pequeno apartamento que ela dividia com Harry e Rony, colocou um pouco de ração na tigela do roliço animal, porem Bichento ignorou a comida e continuou a miar.

—O que você quer agora? -Disse abrindo a geladeira e se servindo com um copo de suco de abóbora, deu um bom gole do suco e pôs o copo em cima da mesa, se virando logo em seguida, em direçao ao quarto,ignorando as tentativas do gato de não deixa-la andar. Mas ela estacou no lugar, dando uma boa olhada no gato, percebendo que tinha alguma coisa errada com o animal.

Bom, ta certo que ele era um pouco agitado, mas não a ponto de negar comida.

Em vez, de continuar seu caminho ao quarto, ela resolveu ir para sala. Abriu uma pequena fresta, na cortina da janela e viu que tinha alguém parado em frente da sua casa, alguém grande, muito grande, que não tinha como confundir, era Rubeo Hagrid!

Ela correu ao quarto e rapidamente trocou o costumeiro pijama por uma calça jeans e uma regata, empurrou seus cabelos em um rabo de cavalo mal feito no alto da cabeça e foi receber o visitante.

Sem surpresa nenhuma, Bichento chegou na porta primeiro do que Hermione, so podia ser isso. O gato havia percebido que Hagrid estava fora da casa esperando e foi acorda-la... Ela as vezes, achava que Bichento nao era apenas um animal.

Talvez um animago, pensou com humor.

Sussurrou um pequeno contra- feitiço, que fez com que o escudo em volta da casa, ficasse apenas um momento fraco, ate que Hagrid entrasse pelo portão, onde era o limite da protecção.

No ano passado ela havia descobrido esse feitiço em um livro na sessão reservada em Hogwarts . O feitiço impossibilitava qualquer pessoa de entrar onde nao fosse convidado, era tao forte quanto o escudo que tinha na escola e se tornou bem útil, depois que o trio de ouro começaram, a caçar as Horcruxes, ja que nao podiam ficar em qualquer lugar.

—Hagrid! Por favor entre! -Sorriu, saindo da frente da porta, dando passagem pro bruxo entrar na casa.

Hargrid se aproximou, nervoso e deu uma coçada, na barba emanharada ,em seu queixo tentando disfarçar, qualquer coisa que seja.

—Hermione! -Deu um grande sorriso e depois olhou para os lados vendo, se não tinha ninguém, indesejado olhando -Presumo que eu não possa ficar, eu so vim entregar um presente.

Hagrid enfiou a mão em seu casaco, tirou uma caixa do bolso e entregou a Hermione. Ela hesitou um pouco antes de pegar o embrulho pois tinha notado que Hagrid estava mais nervoso que o normal, mas pensou que estava sendo estúpida, afinal era Hagrid! O gigante nunca iria lhe fazer mal.

—Er...Obrigado Hagrid, é para o Harry?

—Nao! -Disse um pouco alto demais.- É para você, mas por favor nao mostre aos meninos, muito menos ao Harry!

Hermione franziu o cenho, porem nao o questionou sobre o porque, de nao revelar o presente a seus amigos, ja que de qualquer forma ela logo descobriria.

—Nao quer mesmo entrar? Os garotos vao ficar felizes em te ver!

—Nao, nao, ja tenho que ir! -Disse abrindo seu costumeiro sorriso amigável.

— Tudo bem, obrigado pelo presente!

Hermione se despediu, de seu ''grande'' amigo, com um abraço e o viu passar pelo escudo e atravessar ate o outro lado da rua, erguendo o guarda chuva e por ultimo deu um pequeno aceno pra ela e desapareceu.

Hermione entrou na casa, um pouco confusa, com o encontro nenhum pouco normal, Hagrid estava muito estranho.

Balançou o pequeno embrulho um pouco curiosa, mas nao teve a mínima ideia do que era. Trancou a porta da frente da casa e foi directo para seu quarto. Se sentou na cama e começou a abrir a embalagem, ao rasgar o pacote, notou que era um livro, ''Os contos de Beedle o bardo''. Nao! Nao era qualquer livro, era o livro dela, o livro infantil de runas antigas que Dumbledore, deixou de herança, onde ela descobriu sobre as Relíquias da morte.

Franziu o cenho, ela havia o perdido, quando teve que deixar a Toca as pressas com Harry e Rony, mas como Hagrid conseguiu acha-lo? Alias porque Hagrid nao queria que ela mostrasse aos meninos? Afinal! Era so um livro de contos de fadas, nao é mesmo.

Folheou o livro, as pressas e notou que havia alguns trechos em partes aleatórias, que estavam grifados, com uma tinta diferente, uma tinta temporária. Tinta esta, que era muito difícil de se encontrar nos dias de hoje. E as únicas pessoas que ela conhecia, que costumavam usar essa técnica, pelo menos nesse século, estavam mortas. Uma era Sirius Black e a outra era o próprio Alvo Dumbledore.

Estranho. Muito estranho.

Com muita atenção, Hermione, começou a notar padrões nos trechos , grifados no livro. Pegou uma pena e um pedaço de papel no bidé ao lado da cama e começou a traduzir o texto.

(...)

Senhorita Granger! 
Se há uma pessoa, que consiga traduzir minhas palavras, esta é você! E mais uma vez, a senhorita não me decepcionou! Se ainda estivéssemos em Hogwarts, eu lhe daria 50 pontos, pela sua astucia! Mas infelizmente, estamos passando, por tempos difíceis. 
Tempos estes, que tivemos de abdicar, de coisas importantes, tomar decisões importantes, que nem por isso, deixam de ser difíceis!
E eu tomei a minha! Decisão com a qual, eu não me orgulho, porem, de que outra forma, eu poderia lutar nessa guerra absurda!?
A esta altura, você já deve desconfiar de quem sou eu, não é? Isso mesmo! Voce esta certíssima! 
Apenas algumas pessoas, sabem que eu estou vivo!! E quero que continue assim! O senhor Potter e nem o senhor Weasley, devem saber, sobre esse segredo...
Eu sei que você quer respostas, mas não poderei, lhe dizer tudo agora. Preciso, lhe dizer pessoalmente. 
Ps: Presumo que o senhor Weasley, ainda possua o desiluminador não?

Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore.

Ela refez a tradução da carta, no mínimo, três vezes, sem acreditar no que seus olhos viam, nao era possível, havia visto com os próprios olhos, o corpo do falecido diretor, estirado no piso frio da torre de astronomia....Porem ela nao havia visto, o corpo no caixão.

Talvez de alguma forma, Dumbledore conseguiu, simular a própria morte e acabar com a maldição da Horcrux!

Então a realidade a atingiu com força, Dumbledore estava vivo, se ele estava mesmo vivo, a luz ainda tinha uma carta na manga, contra Voldemort. Ela riu sentindo uma ponta de esperança, surgir do fundo de seu peito.

Mais uma vez, Dumbledore provou que era um grande bruxo.

Pegou a varinha e acenou em cima do rascunho, as chamas azuis consumiram o papel rapidamente, formando um amontoar de cinzas. Ela nao acreditava, que Rony e Harry, seriam capazes de mexerem na suas coisas, mas nao custava nada. ter cuidado.

Se Dumbledore não queria, que ela dissesse aos garotos, que ele estava vivo ela nao diria, porem, ela tinha que dar um jeito, de conseguir entrar em contacto com o velho bruxo, o mais rápido possível, mas por ora, ignoraria a questão.

Ouviu um barulho de cintilar, de copos pela casa. Os meninos ja haviam acordado e estavam tomando café, resolveu sair do quarto e ir para a cozinha.

Harry estava sentado, a mesa tomando uma xícara de café e beliscando umas torradas. Ao contrario de Rony que ja tinha tomado café e estava descansando, o corpo no balcão da cozinha, se sentindo bem estufado, mas nenhum pouco arrependido, por ter comido demais.

–Nossa Hermione! Voce esta com uma cara, horrível! -Gritou a voz masculina, facilmente reconhecível. Ronald Weasley e seu humor matinal, ela rolou os olhos.

Como que ela pode , sequer pensar na possibilidade, de ter uma paixonite por ele? Naquela época, ela só podia estar louca!

-Bom dia Harry! Bom dia pra voce também Rony!

Se sentou ao lado de Harry e se serviu com uma xícara de café.

–Dia Mione! -Respondeu o garoto sorrindo gentilmente.

–Bom dia Herms, mas é serio, você esta horrível!

–Obrigado pela parte que me toca Rony! - Revira os olhos para o ruivo. E retribui o sorriso de Harry. -Bichento me acordou, as cinco da manha hoje e nao consegui dormir mais.

Ela resolveu deixar de fora a parte da visita de Hagrid. Levou a xícara de café na boca e experimentou um bolinho de açúcar com coco, que estava uma delicia.

–Quando eu falo, que aquele gato nao é normal, ninguém acredita. - Diz Rony se referindo ao terceiro ano quando Bichento vivia correndo atrás do seu rato traidor, que na verdade nem era um rato para começo de conversa.

-O Ron tem razão Herms, semana passada, ele quase me matou de susto! -Harry colocou a mão no peito teatralmente entrando na brincadeira.

–Eu não to acreditando nisso gente, ate você Harry Potter!

Hermione ri sendo acompanhado pelos dois amigos.

Era raro os momentos de descontracção entre eles, depois de tudo o que aconteceu, a morte do ministro, a fuga no casamento de Fleur e Gui, o acampamento na floresta ,o abandono de Rony, o quase sequestro na casa dos Lovegood...nada parecia ser como era antes.

Terminaram de tomar o café da manha e começaram a planejar o dia. Hoje eles iriam, ao antigo orfanato de Tom Riddle, tentar descobrir informações. Nas contas deles, eles ja tinham destruído, quase todas as Horcruxes. O diário mesmo que intencionalmente, o anel que foi obra de Dumbledore e o medalhão, mas ainda assim, eles achavam que deixaram alguma coisa passar. E Hermione, desconfiava no que podia ser, se ela estivesse certa, eles tinham muita coisa com que se preocupar.

-Teve noticias do Malfoy?-Perguntou Harry, tentando conter o tom dissimulado em sua voz.

Draco agora era um comensal da morte e trabalhava como agente duplo. Foi graças a ele que conseguiram fugir, durante o ataque na casa de Xenofilio Lovegood, algumas semanas atrás. Alias Dobby o elfo livre, lhes ajudou muito quando libertou Luna e outros prisioneiros, na mansão Malfoy, o que quase lhe custou a vida. O elfo por pouco nao morreu.

Hermione negou e Rony bufou.

Apesar das provas, que Draco era um bom bruxo, as coisas nunca mudariam entre o ruivo, o menino de óculos e Malfoy. Ja com Hermione era outra historia. Ela adquiriu uma grande amizade com Draco que era quase inacreditável. O garoto se tornou um bom amigo para Hermione, ela conseguia se lembrar, de como ficou feliz, quando ele aceitou sua ajuda, depois que Harry acidentalmente lhe azarou. Claro que no começo, a aproximação dos dois foi um tanto complicada, mas ele acabou se tornando um dos seus melhores amigos. Bem sobre o resto, ela achava que as provocações dos três, nunca iria acabar. Hermione era a única que enxergava o quão infantil, seus amigos poderiam ser.

-Faz dias que nao temos noticias sobre ele, será que pode ter acontecido, alguma coisa? -Comentou Hermione receosa, se dirigindo a ninguém em particular.

–Bem tirando o fato, de que Malfoy nos ajudou, com o episódio dos Comensais na casa da Luna, eu ate poderia dizer, que ele passou pro lado escuro de vez! -Desdenhou Rony.

–Nao seja estúpido Rony, eu sei que Draco não foi muito bom com vocês desde...

–Desde sempre. -Interrompeu Harry, mas se calou erguendo os braços em sinal de rendição, quando Hermione lhe lançou um olhar raivoso.

-Essa implicância, esta indo longe demais vocês não acham?! -Terminou recolhendo a louça, da mesa e guardando na pequena pia, a modo trouxa.

–É aquele ditado né, vamos fazer o que! -Hermione fechou a expressão do rosto, Rony riu.

Ela se virou calmamente e foi ate a porta da cozinha, com uma cara de deboche, se encostou na parede e falou:

–Já que é assim, a cozinha é de vocês hoje, saímos em duas horas!

Rony ficou olhando, ela sair pela porta, um pouco em choque. Ele ainda nao intendia essa amizade, entre ela e o filhote de Doninha, mas confiava nela, ele so gostava de irrita-la, um pouco, mas se soubesse, que teria que lavar a louça, nem teria dito nada.

–Rony! Voce nao podia ter esperado, a Hermione lavar louça nao! -Brigou Harry, erguendo a varinha, tentando conjurar um feitiço domestico, pra organizar a cozinha, mas sem sucesso.

Hermione deu as costas para os dois, mas ainda pode escutar Harry, reclamando com Rony, sobre não tem um filtro na língua. Ela riu. Os meninos não tinham jeito mesmo.

Mais tarde naquele mesmo dia

-Estupefaça! -Gritou Hermione, apontando sua varinha pra um dos comensais da morte, que os perseguia. Dolohov desviou por pouco e ja apontava a varinha, pra lançar uma maldição nela, mas Rony o estuporou antes.

–Tudo bem!?-Perguntou o rapaz, correndo desesperado pra perto da amiga.

Hermione assentiu, sem fôlego e olhou em volta procurando por Harry e o achou, duelando com dois Comensais, do outro lado da rua.

-Avada Kedav...

–Nao!- Gritou Rony, erguendo a varinha tentando lançar uma azaraçao, para bloquear a maldição imperdoável do comensal da morte.

Dessa vez, Hermione foi mais rápida e acabou lançando, um feitiço silencioso e como consequência o bruxo caiu desacordado no chão.

–Estupore-Gritou Harry terminando com o outro comensal que sobrou.

Rony respirou aliviado por Hermione ter sido rápida, ele não sabia, se conseguiria.

–Tudo bem Harry?-Perguntou tenso, o moreno assentiu, colocando as mãos no joelho e se curvando, estava um pouco cansado, por duelar com dois ao mesmo tempo.

-Vamos! Temos que ir antes, de aparecerem mais Comensais da Morte! -Lembrou Hermione.

Eles desaparataram, em três lugares diferentes, antes de chegarem em casa. Quando chegaram, em seu destino final, ninguém ousou falar nada. Entraram em silencio e foram directo pra sala. Harry se jogou no pequeno sofá. Rony o acompanhou e Hermione ficou de pé forçando os músculos da perna esquerda onde por pouco ela foi atingida. A adrenalina estava quase saindo de seu corpo e ela se sentia exausta.

Como planejado, eles foram atrás, do antigo orfanato de Tom Riddle, mas em vez de acharem o orfanato, encontraram um conjunto de escritórios no lugar. Então em vez de voltarem pra casa, foram a Godric´s Hollow, pesquisar sobre uma pista, mas ao chegarem ao vilarejo, encontraram um grupo de comensais os esperando.

–Como isso aconteceu? -Disse Harry, quebrando o silencio desconfortável, Rony olhou para os amigos e suspirou.

–Talvez ''ele'', deva ter colocado seus Comensais da Morte, pra vigiar os lugares, em que ele acha que nos vamos estar. -Sugeriu o ruivo, como se estivesse falando, algo simples.

Hermione, deu um pequeno sorriso, indo se sentar no outro sofá.

–Pela primeira vez hoje, você disse algo que faça sentido Rony! Resolveu tomar uma poção de cérebro foi? -Brincou a moça.

Harry riu e o ruivo fez uma careta, nao gostando da brincadeira.

–Mas falando serio, acho que Rony tem razao, temos que tomar muito cuidado, a partir de agora. -Deu uma pausa e olhou para Hermione e Rony.- Eu quase nao consegui, duelar com aqueles dois comensais hoje, se nao fossem por voces ,eu poderia estar morto.

–Relaxa Harry-Disse Hermione dramaticamente, sentindo o desconforto do amigo, deu um sorriso amigável. -Para isso, que servem os amigos e alias, quantas vezes, você já não salvou nossas bundas?!

–Muitas vezes Harry! Nos cuidamos um do outro, isso é o que fazemos, nós somos uma família! -Completou Rony, abrindo um sorriso cansado.

O menino que sobreviveu riu concordando.

-Entao! Ja que nos estamos em casa e a salvos-Comentou Rony divertido trocando olhares com Harry. -O que você acha, de cozinhar Herms?

Hermione bufou, os meninos nao sabiam nem fritar um ovo, então sobrava tudo pra ela ali, ela não gostava de cozinhar sempre.

Os ignorou e se aconchegou ainda mais no sofa, dando a entender que não iria se levantar tao cedo.

–Nos estamos com fome mulher! -Brincou Harry, engrossando a voz, para se parecer com Fred Weasley.

–E eu com isso? -Respondeu ela fechando a cara.

–Ai! Hermione, para que falar assim? -Se fingiu de ofendido, mas logo começou a gargalhar, sendo acompanhado por um Rony vermelho, mal  aguentando, segurar a risada.