Dizem que quando você está sentindo dor por um período muito longo, seu corpo fica anestesiado, ficando ali imóvel, parado e a única coisa que funciona é sua mente.
Esse era o caso de Rurik, seu corpo estava querendo convulsionar, mas ele era forte, tinha sido treinado para aguentar a dor.
E ele aguentaria, Freya viria por ele, como todas as vezes que ele fora por ela. Eles eram irmãos gémeos e mais unidos do que algum que se chame família, eles haviam passado por tudo junto e ele sabia com toda a fé do Mundo que só tinha que aguentar.
Em meio a essa letargia, ele começou a lembrar de coisas que uma vez que cresceu, se tornaram apenas lembranças, como um eco que as pessoas esqueciam, mas que em momentos cruciais como aquele ou como quando seu corpo tem uma espécie de choque. Essas lembranças eram como uma âncora a que se podia agarrar, como força para aguentar um pouco mais.
Trazendo-lhe a esperança, a que ele sempre preservou e pelo que ele sempre quis lutar.
''Gargalhadas sonoras, ecoavam pelo parque, vassouras voavam, com crianças as manipulando. Brinquedos diferenciados espalhados pela grama, pais brincavam de goles com seus filhos, magia colorida pelo ar, bonecas falantes, e isso tudo marcava um dia comum de Domingo no mundo bruxo.
Em especial, em um dos locais do parque, um grupo de crianças corriam, brincando entre si, de pega-pega. E mais atrás, provavelmente também era um dos corredores no momento, um pequeno garotinho de olhos multicores, corria de sua irmã, que já estava sem fôlego, por conta de não conseguir alcançá-lo.
—Rurik! Vole pegale você! -Gritava a pequena garotinha, com o rosto todo corado.
—Quelo vele conseguir...! -Provocou-a, rodeando uma árvore e fazendo de conta que estava parado, só para quando Freya chegava perto, ele voltava a correr, junto com dois garotinhos, um loiro e o outro moreno e mais quatro crianças, uma em particular tinha o cabelo de um azul claro.
Mais ao longe, mas não muito distante, os pais dos gémeos os observavam, sentados no gramado em cima de uma manta verde e felpuda, com uma cobra aos pés do casal, deitada como se fosse a dona do lugar, toda pomposa e folgada.
A garotinha, cansada de ficar correndo sem parar, fez cara de choro, seguida de burro e mais choro, ao que o irmão resolveu dar uma pausa e correr de volta para perto da irmã, não querendo vê-la triste.
—Frey...Disculpa...não chola não....
—Peglei voce! -Gritou ela, dando uma gargalhada, desfazendo a cara triste e então, voltando a correr junto com as outras crianças que também riam.
Rurik também começou a rir.—Poxala mana... ''
E era engraçado que quanto mais dor e mais seu corpo era torturado, mais as memórias fluíam e repartiam pela mente , numa confusão sem fim.
''Nessa , ele estava sozinho com a mãe, já estava um pouco maior. Os dois estavam em um quarto vermelho claro, com tons de verde escuro. Era decorado com alguns livros infantis, no canto inferior, onde também tinha uma mesinha com alguns retratos, onde a maioria era do menino, ainda bebé com sua irmã, e mais fotos coloridas, e enfeitiçadas de seus pais.
A mãe estava sentada sob a cama, afagando os cabelos negros do filho, enquanto este chorava baixinho, como se estivesse com vergonha de fazer algum barulho, coisa que estava sendo impossível, pois assim que a furacão, entrara no quarto, em um ímpeto de fúria, chamada Freya Riddle, Rurik não conseguira segurar o choro, que saiu livremente entre os lábios.
—Me diga quem foi irmão! Não...Eu já até sei quem foi... assim que o papai chegar vou pedir a varinha dele e nós vamos atrás desse...
—Freya, minha filha! Menos por favor! -Repreendeu sua mãe. -Eu já conversei com o responsável por essa criança e não irá se repetir...
—Mas mãe! O Jeremy...
—Freya...Violência só gera violência! Além disso, seu pai deu um bom susto nos pais do garoto...acredite. Isso não irá se repetir!
—Okay mamãe. Amo vocês dois...-Respondeu Freya, fazendo uma expressão que deixou Hermione uma pouco desconfiada, parecia muito com aquela expressão que Tom sempre usava quando iria aprontar algo, sem contar que Freya não era de desistir fácil, isso Rurik sabia que a irmã não era.
—Eu também amo vocês duas...-Disse Rurik, entre pequenos soluços, mas enfim parando de chorar, não poderia ficar chorando que nem uma menininha, pensou limpando as lágrimas, com as costas das mãos.
—Vocês dois são meus bens mais preciosos...minhas estrelinhas...eu amo vocês...-Disse Hermione puxando os filhos, para um abraço coletivo, que a impossibilitava de ver a cara sapeca que Freya fazia para o irmão...deixando claro que com toda certeza, ela não iria deixar aquilo passar.
Ela sempre o protegera, desde pequenos.''
E o momento mudou novamente, conforme ele sentia algo quente sobre o corpo e sem precisar abrir os olhos e só de sentir o cheiro metálico, ele sabia que era muito sangue. Não faltaria muito para o seu corpo começar a convulsionar.
Mas, ele estava tão bem revendo essas memórias, momentos tão felizes.
'' -Você tem alguma coisa para dizer, Freya? -Perguntou seu pai, os fitando com uma expressão séria. Seus braços estavam cruzados frente ao peito, dando um ar mais impotente e ameaçador, mas Freya não estava com medo de facto ela olhava com a mesma expressão e de braços cruzados.
Rurik somente olhava os dois, calado e em silêncio, já sabendo que provavelmente viria tempestade. Ela sabia que castigar Jeremy fora ruim, mas na cabeça teimosa, tudo o que fizera fora necessário, mesmo que ficasse de castigo, pelo menos ela se vingou pelo seu irmão.
Hermione estava ao lado do marido, com os braços também cruzados e tinha uma expressão indecifrável no rosto, ao que Rurik e Freya abaixaram suas cabeças, olhando para o chão, e quando o menino estava prestes a confessar o que a irmã tinha feito, como se ele próprio tivesse enfeitiçado Jeremy, Freya abriu a boca primeiro, ao que ele se calou.
—Eu..
—Não...
—Freya...
—Ele mereceu pai!
—Eu sei que mereceu...e eu tenho orgulho de você por isso...belo uso do feitiço...- Mas o olhar repreendedor detrás da filha fez com que amenizasse a expressão divertida no rosto, ao que Rurik e Freya se entreolharam reprimindo o riso que iria sair.
—Tom! -Repreendeu Hermione, com uma óbvia cara de desaprovação.
—Hermione! -Rebateu Tom, lançando um olhar a esposa, e depois ficando em silêncio apenas se encarando, como se os dois estivessem conversando mentalmente, coisa que as crianças não entendiam nada, mas pela cara de sua mãe, achavam que seu pai estava encrencado.
Era hoje que ele dormiria com a Nagini, pensou Rurik junto a Freya, até ouvir seu pai suspirar, cochichando algo como ''Okay, dessa vez você ganhou...quem diria que eu escutaria você.”
Eles achavam que a mãe tinha algum tipo de super poder e de facto, ela devia de ter.
Tom suspirou voltando a olhar para os filhos, preparando um belo de um discurso, que de acordo com a teimosa da esposa, era necessário, mas não antes de ver um sorrisinho presunçoso abrir nos lábios dela.''
—Então, Rurik...aguente mais um pouco...a magia do círculo esta sugando todo seu sangue e consequentemente sua vida, mas espere um pouco mais...eu estou amando ver essas memórias...que encantador!
E com algum choque, algo dentro dele soara o alerta que ele estava revelando muitas informações vitais do futuro para um louco maníaco que nem Andrey Sven, mas ele não conseguia controlar a magia, ele sentia-se no limiar do desfalecimento.
Ele não podia impedir que ele continuasse vendo.
''Já era madrugada e chovia muito, antes que os dois abrissem a porta do quarto, como dois afoitos que eram eles, Tom mandou entrar.
Eles olharam os pais, Rurik focava na mãe que dormia tranquila e depois no pai, voltara a repreender a irmã por algo, ao que ela como sempre passava por cima e ignorava.
—Mae...Pai.. -Disse Rurik mais baixinho.
—Mamãe...papai!- Praticamente, gritara Freya.
—O que vocês dois estão fazendo fora da cama uma hora dessas? -Disse Tom cuidando para que Hermione não acorda-se, ao que os dois entenderão e chegaram mais perto da cama, para não falar muito alto.
—A Frey...
—O Ruri..
—Um de cada vez!
—Então pai...o senhor sabe que está chovendo né, então...eu estava deitado na minha cama, dormindo, quando a doida da Frey me acordou dizendo que estava com medo.
O pequeno parou de falar e fitou o pai, para ver se ele estava escutando, ao que o bruxo abriu um sorriso já imaginando do que seria o assunto.
—Medo de trovões?
Freya ficara meio corada, desviando o olhar do pai e do irmão, mas ele sabia a verdade.
—Não, ela...
Mas, Freya interrompeu ele...
—Não papai, eu estava com medo de Voldemort vir me pegar! -Disse Freya sem fôlego, toda de uma vez, e só de citar o nome, ela estremeceu.
—Ahn...Voldemort? O que Voldemort tem haver com chuva, Freya?
—Ué...me falaram que quando chove de noite, com trovão, ele vem puxar o pé!
—Quem disse uma bobagem dessas?
—Foi o James...
—Tinha que ser um Potter... –Suspirou de mau humor, Tom olhando para o lado da cama, vendo a esposa dormindo profundamente, ao que ele pegou a varinha novamente, conjurando duas camas improvisadas ao lado da sua, para os filhos deitarem, decidindo que estava na hora dele contar quem era Voldemort de verdade. -Vamos deitem, vou contar quem é Voldemort!
—Sério, pai? Que maneiro!
—Não sei se quero ouvir papai...ele é assustador! -Afirmou a pequena, deitando na caminha junto ao irmão, ao que Tom sorria pelas palavras da filha, disso ele senti falta, era bom sentir o medo que só seu nome fazia!
—Para de ser boba Frey!
—Para você Rurik!
O pai revirou os olhos, e assim que os dois estavam devidamente confortáveis, ele conjurara uma mantinha para esquenta-los, começando a contar sua própria história.
—Era uma vez um menino, chamado Tom Riddle... - Tom começou parando um instante para ver se eles iriam interrompê-lo de novo, ao que não fizeram, talvez porque o bruxo tinha conseguido pegar toda atenção das crianças -Seu pai trouxa o havia abandonado antes mesmo dele nascer, ainda na barriga de sua mãe, e durante seu nascimento, sua mãe estava muito debilitada e morreu, então por consequência, ele foi deixado sozinho em um orfanato em Londres, odiado por todos, só porque ele era diferente.
A cabecinha das crianças ainda não estavam entendo a história de seu pai, como assim o menino tinha o mesmo nome que o do pai delas? Se questionarão, mas decidiram apenas escutar no momento, ao que parecia deveras interessante, parecia como um conto de fadas que a mãe deles contava para eles ás vezes.
—Esse orfanato em que o pai o abandonou, era um orfanato trouxa, e ele era um bruxo, mas como ninguém do mundo mágico o viu e deu atenção para ele, Tom não sabia que ele era um bruxo. Ele só sabia que ele era diferente, os únicos amigos que ele tinha eram as cobras, que ele ocasionalmente encontrava no jardim do orfanato, e tinha algo extraordinário, que ele descobriu sem querer... ele podia falar com elas!
—Como a gente não é pai!
—Sim, como vocês dois.
—Que legal!
—Vou continuar a história...Tom sabia que que ninguém mais podia falar com cobras como ele, então resolveu ficar quieto e não contar a ninguém sobre suas habilidades. As cobras ouviam tudo e não o julgavam, mas não eram grandes companheiras. Então Tom passou a querer companhia humana.
Tom ainda não tinha percebido, mas ele havia notado que a mãe estava acordada escutando a história do marido, que parara de relatar, enquanto um barulho de um trovão muito alto ecoava pelo quarto, ao que Freya se agarrara a Rurik, tremendo ao que parecia hipnotizado com o relato do pai.
—Quando ele tinha onze anos, um homem estranho veio vê-lo e lhe contou tudo sobre bruxaria e magia e que ele foi chamado para estudar em Hogwarts –Seu pai fez uma pausa, olhando ao longe como se estivesse lembrando de algo.- Assim que ele teve acesso aos livros de magia, Tom leu tudo o que pôde sobre esse estranho novo mundo. Ele tinha medo de que as pessoas ali fossem tão odiosas como as pessoas no orfanato. Ainda assim, ele iria para lá, porque pelo menos ele estaria com pessoas que poderiam lhe ensinar mais coisas sobre si mesmo e sua magia.
—Ele fez algum amigo pai?
—Sim, mas foi difícil, ele era uma contradição, queria companhia mas odiava a maioria deles, bem com alguma razão.-Respondeu Tom. -Ele entrou para Sonserina, onde havia na sua maioria sangue-puros e pessoas ignorantes, que tinham dinheiro. Ele sofreu altos e baixos, levava feitiços pelas costas de vez em quando, pois alguns deles não quiseram aceitá-lo, no início, já que ele era um órfão do mundo trouxa, mas Tom era inteligente e poderoso, e depois que ele começou a se destacar nas aulas, os outros alunos ficaram ansiosos para tê-lo como um amigo e pararam de provocá-lo. E com o tempo, ele até descobriu que não era apenas um bruxo qualquer e sim o ultimo descendente direto de Salazar Sonserina, um dos Fundadores de Hogwarts!
—Nossa...que maneiro!
—Harram! -Se empolgou Freya, pela primeira vez se esquecendo dos trovões lá fora, que continuavam ecoando.
—Como acreditava que era poderoso, e na realidade ele era. Tom cresceu, virou um jovem e decidiu que ele tinha nascido para algo grande! Limpar o mundo bruxo da escória! Então ele e seus amigos formaram ''Os Cavaleiros de Walpurgis'' , ainda na Escola, tendo ele como líder e assim ele mudou seu nome para Voldemort.
—Viu sua boba, Voldemort não vai vir te pegar não! Ele era um homem real...não um homem da saca.
—Me deixa Rurik! -Mostrou a língua para o irmão e voltou a olhar para o pai. –Continua, por favor!
—Como quiser, estrela! -Riu usando o apelido que Hermione volta e meia usava para os filhos. - Depois que Voldemort terminou a escola, ele mudou a nome de seu grupo para Comensais da Morte, e foi morar na Albânia, um pais muito longe daqui ele queria aprender mais sobre magia, ele queria sempre saber mais... era bem frio, mas ele podia aguentar porque ele precisava de mais conhecimento. E foi lá que ele conheceu um homem muito bom, chamado Andrey Sven, que também era um bruxo como ele, e assim se tornaram amigos. O único que ele na época, poderia contar de verdade. -Deu uma pausa, respirando fundo e pesadamente.- Ainda na Albânia, ele criou essa obsessão, pela imortalidade!
—Porque, papai?- Perguntara Freya, muito curiosa, ao que ele olhara para a irmã e voltara o olhar ao pai.
—Porque, na escola ele tinha visto na sua aula do terceiro ano, o seu bicho papão...e viu a si mesmo...bem, morto e isso era seu maior medo.
—Oh...entendi...-Pronunciara-se, sem realmente entender na época. Seu pai continuara o relato, alheia a reação do filho.
—E foi isso que o fez se tornar um bruxo do mal, ele mergulhou em todo o tipo de magia, até a mais negra possível... e transformou seu melhor amigo, Andrey que era uma pessoa boa, em um bruxo das trevas!
—Nossa, papai!
—Que triste!
Ele havia notado que o pai engolira em seco, olhando para ele, ao que ele dera um sorriso tímido, ao que este prosseguira.—Voldemort se tornou imortal e com isso Sven jurando vingança, também se tornou imortal. Em cada oportunidade que tinham eles batalhavam tentando matar um ao outro, a qual muitas pessoas foram perdidas e entraram na causa de ambos os bruxos. A de Voldemort era matar todos os sangue-ruins, Squib...ele achava que essas pessoas roubavam magia de puro sangue...e já o objetivo de Andrey era destruí-lo.
—Mas pai, Voldemort não era sangue- puro! -Freya disse, enquanto dessa vez quem ficou quieto foi o irmão, ao que Hermione ainda continuava em silêncio que nem o filho, sem se deixar saber que estava acordada.
—Eu sei, mas entendam, quando uma pessoa faz o ritual que Tom fez para se tornar imortal, ela perde algo muito precioso que o faz ser humano, a humanidade em si, ser uma pessoa boa, sentir bons sentimentos, como amor, compaixão...Voldemort ficou completamente louco, até que um dia, ele soube de uma profecia, uma criança nasceria e acabaria com ele. Estão entendendo?
—Sim! -Disseram juntos e deram uma risadinha cúmplices, antes de voltar a prestar atenção no pai.
—Que bom...Nessa época Voldemort era insano, então resolveu matar esse menino da profecia ainda bebé.
—Tio Harry!
—Isso, seu tio Harry Potter! -Disse fazendo uma careta de desagrado,que ele havia notado.- Voldemort tentou matar esse bebé, mas algo deu errado durante o feitiço e ele acabou tendo um destino pior que a morte e com isso ele perdeu tudo. -Fez uma pausa dramática, inspirando suspense. -Seus homens o abandonaram, ele ficou completamente sozinho, apenas com sua amiga cobra, Sem um corpo para voltar ele ficou vagando anos e anos, mas com o tempo, ele se ergueu é claro, se tornou forte novamente, seus seguidores voltaram, até que conseguiu seu corpo de volta, fazendo outra coisa ruim.
—Voldemort merece ficar de castigo né, se ele tivesse uma mamãe ele ficaria.- Ele quisera rir do tom bem convicto que a irmã havia usado.
—Com certeza, ficaria!
—Ele se sentia sozinho, mais sozinho de quando ainda estava no orfanato, mesmo cercado por pessoas, ele não podia confiar nelas, eram todas pessoas falsas e não confiáveis, que na primeira oportunidade o abandonariam de novo. Então um dia, ele ordenou a um de seus homens para arrumar um aprendiz. E qual não foi sua surpresa quando seu homem lhe trouxe, uma mulher! E assim que ele a viu, ele pensou ''essa é a mulher mais bonita que já vi na minha vida'' .- Ele notou que o pai já havia dado conta que a mae acordou, mas ouviu-o.- Mas como ele era uma pessoa fria, ele apenas se tornou o professor dela e só, porém com o tempo eles foram se conhecendo, ele começou a ter confiança nela, mesmo que não admitisse. Então teve um dia que ele tomou uma poção, e usou um feitiço complementar muito raro, ''O charme da Serpente Alada'' que o fez se tornar novamente como aparência mais humana, não o homem monstro...E com o tempo, convivência e gentileza dela, ele fora-se tornando uma pessoa com mais sentimentos, que sentia ...e tudo por causa dela...
Ele havia ouvido o choramingo emocionado da mãe e logo em seguida, sorriso de triunfo do pai, contivera a vontade de rir.
—Quanto tempo você está acordada?
—Há algum tempo...
—Mãe, você está acordada?
—O papai está contando a história de Lord Voldemort!
Sua mãe dera um radiante e carinhoso sorriso, levantando-se da cama, afagando os cabelos deles.
—Sim, minhas estrelas! Estão gostando?
Eles confirmaram com a cabeça e Tom continuara.
—Mas essa mulher tinha algo que o intrigava, ela não era como as outras pessoas que o serviam e aquilo o intrigava, mas também para sua surpresa, o deixava ainda mais encantando por ela. Então ele passou a querê-la para si, mesmo que não admitisse, porque ele ainda estava tentando entender o que ele sentia...
—Merlin, ele era horrível com sentimentos! -Interrompeu Hermione, arrancando algum som contente das crianças, que riram no fim e o pai deles arquejou a sobrancelha para a mãe que dera um sorrisinho do mal. Ele puxara a mãe para perto, especialmente ele amava vê-los assim.
—Verdade! Bem, continuando... um dia, Voldemort duelou com Sven e este o machucou, lhe deixando a beira da morte!
—Oh! Ele não pode morrer! -Ofegou Freya, mas Rurik continuou na mesma, ainda prestando atenção em seu pai, seu pai dera um beijo na testa da filha, olhando de forma carinhosa, ao que sua irmã derretera toda fofa. Limitara-se a revirar os olhos.
—Porém, a mulher salvou a vida dele usando um feitiço estúpido e perigo...
—Não era estúpido, Tom!
—Ela o salvou usando um feitiço inconsequente e perigoso...Melhor assim?
—Melhor!
—Então crianças...! -Frisou Tom. - Isso só serviu para deixá-los ainda mais unidos e confrontaram os sentimentos que tinham um pelo o outro, ficando juntos.
—Que coisa mais fofa!
—Mas como em toda história, há sempre um vilão, Sven apareceu novamente para interferir na vida dos dois, mas enfim Tom o mandou para longe de vez.
—Voldemort o matou pai?
—Não, mas isso não vem ao caso agora. Com Sven fora do caminho de Voldemort, ele só tinha que se preocupar em vencer sua batalha contra Harry Potter e acabar com os sangue-ruins no mundo, mas certo dia, uma serva fiel sua...
—Que na realidade era louca...e apaixonada por Voldemort!
—Essa serva, lhe provou que a mulher com quem ele estava, era uma Sangue-ruim e uma espiã de Harry Potter! E isso era contra tudo o que ele acreditava, então quando ele foi tirar satisfação, ela fugiu dele como... uma covarde.
—Ela só estava com medo, Tom!
— Não é o mesmo que covarde...
—Não quando se tem uma varinha apontada na testa, eu acho...
Seu pai resmungou um okay baixinho, mas continuou a história, sem que ninguém o interrompesse.
—No começo, com ela longe ele ficou com raiva, extremamente irritado! Ordenou suas tropas a esquecer Harry Potter e agora sua razão de viver, era capturar a mulher, com intenção de matá-la.. Ele não entendia o porquê tinha havia se apaixonado por uma sangue-ruim, ele tinha raiva, ódio e queria que ela sofre-se. Ele vivia um conflito de sentimentos diariamente se questionando o porque de tudo aquilo, mas com o passar do tempo os motivos dela mentir para ele, e ser o que era, começaram a não importarem mais, a única coisa que ele queria era sua mulher de volta.
—Então crianças um dia, arrependido por tudo o que fez e com saudade de sua amada –Continuara a mãe a falar. – E no final da Batalha de Hogwarts, eles encontraram-se, sendo que ele descobriu que ela estava grávida.E ele parou de negar o que sentia por ela e ela o mudou ,eles se casaram e foram felizes. E como toda história tem seu final, eles tiveram dois filhinhos lindos, Rurik e Freya!
—São nossos nomes! -Comemorou Freya assim que ouviu o término do relato, mas ele ficou incrivelmente quieto, ao que os pais perceberam.
—O que foi filho, não gostou da historia?
—Pai, você é Voldemort?
Ele lembrava exatamente do suspiro pesado do pai, ao confirmar.
—Você está certo, eu sou Lord Voldemort. Isso é um problema, meu filho?
E na sua mente infantil que nem a uma década de vida ainda havia chegado, só sorrira .—Não, porque você ficou bonzinho!
O sorriso grato de seu pai fora algo gratificante, e o abraço que ele lhe dera naquele dia havia ficado gravado na sua mente, por um longo tempo.
—Mas tem uma coisa, vocês não devem nunca, mas nunca mesmo, contar a alguém que eu sou Voldemort!
—Senão o ministério vai querer vir levar seu pai embora!
—Nos juramos, juradinho que nunca contaremos a ninguém! -Prometeu Freya, ao que Rurik assentiu concordando, e com apenas um toque de suas mãos, com a cumplicidade que os dois tinham, eles levaram uma mão na do outro, cruzando seus dedos em x, como se estivessem fazendo um voto perpétuo, a qual nunca quebraram. Nem mesmo quando seu pai mereceu!''
—Oh, caro Rurik...esperança é uma coisa terrível no final de contas, perderá sua vida em prol de quem nunca se arriscaria para salvar a sua.
E a coisa mais dolorosa é que mesmo ouvindo a voz trocista distante e cruel de Sven , é que ele sabia que aquilo era verdade, só houve uma época que refutaria esse momento, e essa era a sua memória mais dolorosa e sentiu sendo invadida.
“ Era uma noite bem escura e sombria, repleto de trovões, ao que por causa disso, Freya encontrava-se encolhida na cama dele, quase o sufocando, podia ter quase dez anos de idade, mais isso não fazia com que a sua irmã tivesse menos medo.
A porta abria e por ela entrava sua mãe com dois chocolates quentes, ao que eles ficaram olhando e babando.
—Vim trazer para vocês, minha estrelinhas brilhantes...as noites aqui na Irlanda são incrivelmente frias...
—Porque viemos aqui, mamãe?- Ele havia perguntado inocentemente, ao que a mãe tinha uma expressão meio tensa, mas dera um largo sorriso.
—Viemos conhecer o local onde me apaixonei pelo vosso pai e vocês foram trazido da cegonha...
—Mamãe, eu sei que não...
—Freya...- O tom era de alerta, ao que sua irmã dera um sorrisão, mas um trovão soara naquele momento e ela encolhera-se novamente, ao que a mãe aproximara-se dos dois, os mantendo bem perto dela, ao que Freya encolhera-se junto da mãe procurando refúgio e ele abraçara porque simplesmente os braços da mãe eram os melhores.
—Onde está o papai?
Sua mãe olhara o relógio na parede, ficando mais séria.—Ele já devia de ter vindo...
—Ele não vira, queridinha sangue ruim...- Aquela voz não era conhecida dele, mas pelo tremor de sua mãe, ela conhecia pela expressão de seu rosto, que ficara bem pálida.
—Bellatrix...
—Olá...nossa não me diga, os filhos do meu mestre...- Os olhos da mulher eram incrível loucos, enlouquecidos completamente, sorriam maniacamente.
—Bellatrix...
—Suponho que Andrey Sven cuidou dele...ou está a caminho disso...
—Não...
—Não pode? Claro que não irá, eu salvei a vida do meu senhor...faria tudo por ele.
O coração de sua mãe batia aliviado, com isso, ele sentia isso.
—Simplesmente, só tenho que acabar com você e tudo voltará ao normal, sangue ruim...ele voltará ao normal, o meu senhor...
—Por favor, faça o que quiser comigo, só deixe os meus filhos...
—Últimas palavras...?
Sua mãe voltara para eles e sussurrara no ouvido dele e de sua irmã: “Eu amo vocês e digam ao seu pai, que me perdoe...”Ele gritara, enquanto sua mãe empurrava ele e Freya para o chão, antes do impacto, ele teve que puxar a irmã, á medida que uma luz verde atingia Hermione . E naquele momento fora ouvido, conjuntamente o maior trovão que ele ouvira na vida. “
—Oh...que dó...no final de contas, mesmo sua mãe protegendo você... morrerá do mesmo jeito...
Mas, a varinha de Sven voara naquele momento, ao que Rurik ao sentir um alivio na sua dor, virou a cabeça de lado, vendo sua irmã com a varinha em riste na mão e logo atrás, vinha alguém que ele arriscara tanto a vida para ver novamente.
Hermione não tirava os olhos dele, como se entende-se tudo que ele era e o que ele representava, ao que voltara o olhar para Sven.
—Enquanto eu estiver viva, veremos...se eles morrem...
Sven tinha um olhar lunático, ao desenvencilhar-se do feitiço de Freya e deixando que ela pegasse o irmão, á medida que pegava sua varinha de volta.
—Não se preocupe, querida Hermione...isto ainda só começou...
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