História Made of Stone - Bem vinda a mansão Riddle

—Droga , Hermione! Não faça isso! - Disse Draco extremamente furioso, ele achava a ideia totalmente absurda.

Imagina! Hermione Granger …sendo uma comensal da Morte?

Ele não se sentia exactamente confortável deixando ela correr um perigo tão grande por uma missão suicida. Deveria ter imaginado quando Dumbledore veio com aquela ideia estúpida de colocar uma runa em seu corpo.

 —Draco!

—Nada de Draco! Que o cabeça de cenoura e o cicatriz acham disso?-Perguntou, provocando-a. - Eles não sabem, não é?

Hermione nem precisou responder, a tristeza que estava em seus olhos lhe denunciaram. Harry e Rony não sabiam de nada e se dependesse dela nem iriam saber.

—Draco entenda! Dumbledore acredita que eu sou capaz. Até mesmo o professor Snape acha que vale a pena tentar...

—Mas que porcaria, aquele velho perdeu a noção! Deveria ter continuado morto! – Disse andando de um lado para o outro, aparentemente furioso. - Snape é outro que vai se ver comigo.- Respirou fundo e a olhou nos olhos- ''Ele'' não é de se brincar Hermione! Eu não vou te deixar fazer isso!

—Você não entende!-Gritou furiosa, os olhos dela faiscaram por um momento e ele pode ver o quanto ela era corajosa , podia dizer-se que era por isso que a admirava.

Não importava o que Draco dissesse, ela já havia decidido. A conhecia muito bem pra saber que Hermione era teimosa como uma porta, bufou irritado.

—Eu não te chamei aqui para te pedir permissão, Malfoy—Disse frisando o “Malfoy” para ele entender que ela não estava para brincadeira, afinal a decisão era dela.- Eu queria te pedir ajuda.

Draco suspirou vencido. Tinha horas que era mais fácil conversar com um trasgo do que conseguir fazer isso com a sabe tudo irritante Granger…ainda pior, fazê-la mudar de ideia!

Sentou-se ao seu lado ignorando o suave toque do gramado em suas pernas.

—Tudo bem. O que você quer?

—Bem, como você é um...-Evitou dizer Comensal pois sabia que aquilo o deixava desconfortável .-Eu queria saber como me comportar…O que fazer… Tudo sabe!-Cuspiu de uma vez, mordendo os lábios, logo em seguida.

Draco a olhou como se nela tivesse crescido duas cabeças . Mas sabia que se não falasse ela logo ficaria irritada...ou iria encher a cabeça dele até conseguir. E Hermione irritada, era pior que mil Diabretes juntos.

—Bem, ''ele'' é uma pessoa muito complicada Hermione! Então sempre que você estiver no mesmo lugar que ele, bem, nunca se esqueça de reverencia-lo. A última vez que alguém se esqueceu, não acabou muito bem.

—Okay…- Engoliu em seco. Draco lhe contou coisas que certamente não foram nada agradáveis . Mas eram bem úteis se fosse ver de um ponto de vista mais neutro!

Conhecer o inimigo em primeiro lugar, antes da batalha era essencial. Principalmente se esse inimigo fosse um monstro cruel, arrogante, manipulador e megalomaníaco! Ai sim ela poderia ter uma chance de manipular Voldemort! Conversaram por horas!

Vez ou outra, Hermione interrompia-o, perguntando algo. Quando se cansaram da conversa sombria,eles finalmente perceberam que se passou um bom tempo e o crepúsculo já havia chegado.

—Já esta tarde! -Disse Draco tristemente.

Ele odiava a vida que levava. Ser um comensal da morte, era o inferno. Tudo o que mais queria era ser livre! Poder fazer as escolhas ''certas''. Fazer o que quisesse e puder escolher seu próprio futuro.

E com certeza, não seria sua escolha, se tornar um comensal da morte…se fosse livre para escolher!
Hermione percebeu a tristeza de Draco e levou sua mão na dele e a acariciou em sinal de conforto e compreensão.

—Eu ainda não sei , se é uma boa ideia Herms! E se der errado e ele descobrir? -Comentou Draco receoso e Hermione suspirou cansada, não querendo recomeçar aquele discurso novamente sobre as possibilidades de tudo dar certo.
    —Não vamos pensar no pior Draco, agora nós sabemos que a runa realmente funciona. Nada vai dar errado.

Draco assentiu calado e ela abraçou-o, despedindo-se.

Naquele mesmo dia, Hermione chegou em casa e enfeitiçou sua pequena bolsa de contas. Separou alguns itens necessários, como a capa de invisibilidade comum ,que havia ganhado de Rony no natal, algumas peças de roupas, calçados e outros pequenos utensílios, a qual devia precisar em alguma emergência muito séria, apesar de que esperava que isso não acontecesse e depositou tudo na pequena bolsa. Ela sabia que era terrivelmente perigoso, se arriscar daquela maneira, Dumbledore já havia- a advertido que era perigoso.

No restante do dia, ela apenas passou com os amigos e por sorte, eles não notaram sua estranheza. Mas soltaram vários comentários, após o maravilhoso jantar de despedida que a Griffa fez. Hermione suspirou tristemente, mal eles sabiam que ela logo os faria esquecer dela e definitivamente, tudo iria mudar, mas algo dizia que tudo ia dar certo.

Quando Harry e Rony dormiram, ela saiu as escondidas e aparatou até a cabana secreta de Dumbledore no meio da floresta. Novamente encontrou os três bruxos a esperando no hall de entrada da casa.

Hermione notou que o rapaz que a confortou do outro dia, não estava usando uma capa. Dessa vez , ele usava uma roupa normal e ela não pode evitar sentir novamente um sentimento familiar de como se já o conhecesse.

Seu cabelo era negro e estava um pouco curto nas laterais da cabeça, em cima alguns fios soltos em um topete bagunçado. As sobrancelhas eram grossas e o nariz arrebitado, a boca era rosada e estava em uma linha fina bem séria. E como Hermione viu no outro dia, realmente tinha um olho de uma cor e o outro de outra. Ela leu uma vez, á muito tempo que isso era uma anomalia genética.

Remexeu a cabeça , espantando os pensamentos inesperados e sem sentido, seguiu os três bruxos até o escritório.

Como de costume, Snape ficou na porta, o rapaz foi perto á escrivaninha e Dumbledore e Hermione se sentaram no sofá de dois lugares.

—Onde vai querer a memorian, senhorita Hermione? –Perguntou, retirando a varinha das vestes.

Sem nem responder, ela ergueu um pequeno pedaço da camiseta , deixando somente suas costelas á vista.
Dumbledore entendeu e logo se pôs a sussurrar o encanto com a varinha direccionada a Hermione, naquele local.

No começo, ela não sentiu nada a não ser um formigamento onde de fato seria o local da runa. Mas a sensação de entorpecimento em sua pele logo foi substituída por um intenso calor, como se ele estivesse usando fogo e queimando sua pele. A dor ia aumentando e quando ela achou que não ia mais aguentar a sensação de queimação parou,  e ela se deu conta que o processo já tinha terminado. Soltou o fôlego pesadamente , nem percebeu que tinha prendido a respiração, não estava preparada para a dor que sentiu minutos antes, mas achava que havia se comportado formidavelmente bem, quase rira.
Levou os olhos até a barriga e viu com perfeição e espanto, a memorian tatuada na sua costela.

—Tudo bem, senhorita Granger? -Perguntou o rapaz, a surpreendendo. Pelo canto dos olhos, Hermione notou Dumbledore e Snape saindo do escritório de fininho, a deixando sozinha com o estranho.

    —Tudo sim! Eu só não estava preparada para sentir a dor que eu senti. E te confesso que eu não sou uma grande fã de sentir dor! –Brincou, tentando afastar a faceta de preocupação do rapaz, mas o máximo que conseguiu foi uma careta.—Eu sou Hermione e pelo visto, você já sabe quem eu sou. Mas, eu ainda não sei o seu nome.

O bruxo a fitou por um período curto de tempo, logo em seguida ,deu um meio sorriso como se estivesse lembrando de uma piada interna.

—Meu nome não é importante!

—Okay...eu não te conheço? Você me parece ser bem familiar…

O rapaz arregalou os olhos assustado e passou a negar veemente. Isso a fez lembrar de Harry. Ela sorriu sentindo uma sensação fraternal, brotar pelo garoto misterioso.

    —Acho que é engano seu. -Disse ríspido, mas o modo que falou saiu rápido demais, fazendo Hermione alargar o sorriso. Rapaz arisco! Mas nessa arte, ela já era formada e lidar com um Draco Malfoy preconceituoso a deu direito a esse diploma.

    —Verdade! Acho que eu nunca iria esquecer de olhos tão lindos como o seu! - Exclamou tentando quebrar o gelo. -Sabia que eu tenho um gatinho que também possui olhos assim?

—De onde eu venho ter heterocromia é um defeito. -Disse seco como se não se importasse mas no fundo, ela notou uma leve tristeza na voz do rapaz.

—Não liga para isso não! Agora me conta! Como você conseguiu se envolver com tudo isso? -Perguntou fazendo sinal com a mão bem expressivo, dando a entender que era sobre a situação.

—Eu...-Ele ia continuar falando, mas Snape entra abruptamente na sala, os interrompendo.

—Vamos ,senhorita Hermione!

—Não sei se você ainda não percebeu mas eu estou ocupada!

—Não importa! Temos que sair agora.

—Okay -Disse dando um aceno para o bruxo, se dando por vencida e seguiu Snape para fora do escritório, dando um rápido aceno de despedida ao rapaz.

—Tem alguns detalhes que você deve saber antes de irmos . Você deve se referir a ''ele'' somente como Lorde. Não o encare directamente nos olhos por muito tempo , ele pode achar que você o esta o desafiando e isso poderá te deixar em apuros. Demonstre respeito e não medo.

—Isso é meio dificil...

—Você vai ter que tomar cuidado com tudo o que fizer. Não é somente o Lorde que estará te observando.

—Draco ja havia dito tudo isso… -Falou Hermione dando a conversa por encerrada.

Chegaram na sala e ela se despediu de Dumbledore com um abraço desajeitado e caminhou para fora da casa, na frente de Snape.
Já o bruxo apenas deu um pequeno aceno de cabeça ao ancião e também partiu em direcção ao quintal.

Caminharam, mais alguns metros atá Snape parar e arregaçar a manga de sua capa. Ela olhou horrorizada para a horripilante cobra remexendo pelo braço esquerdo do bruxo e por pouco seu estômago não se embrulhou.
Severo pôs a ponta da varinha em cima da marca e falou algo que foi tão baixo, que ela não conseguiu escutar.

—Vamos aparatar?- Perguntou, ela fazendo careta ,não entendendo o que ele estava fazendo.

Ele não respondeu. Tirou sua varinha do braço apontando para cima . Uma luz verde começou a sair da ponta da varinha dele e os cobriu como um casulo. Num piscar de olhos, eles não estavam mais na cabana de Dumbledore. Estavam em uma clareira. Hermione olhou ao redor, e não viu nada além de árvores grandes, gigantes na verdade.

Atravessaram a clareira em silêncio e entraram na floresta. Caminharam uns dez minutos mais para dentro das árvores e ela podia jurar que ouviu um barulho abafado, que cada vez ficava mais alto, era como se tivesse uma queda d'água em algum lugar, ali bem perto.

Andaram mais um pouco e saíram da grama que terminava no topo de uma colina. Snape parou e fitou Hermione com um meio sorriso, a qual ela nunca pensou ver no rosto do ex-professor.

—Então, quanto tempo falta? -Resmungou sem paciência. Não aguentava mais segurar a varinha iluminando o chão para ela, não tropeçar em seus pés e cair que nem uma Jaca madura.

—Já chegamos! -Disse ele, com diversão.

Hermione forçou os olhos e por um segundo não viu nada a não ser a escuridão. Mas ele estava certo! Havia uma casa. Não necessariamente uma casa, estava mais para mansão.

—Bem- vinda a Mansão Riddle!- Esta olhou boquiaberta ao ouvir o que seu ex-professor havia dito.

Era uma grande mansão colonial de três andares em sua frente. Havia um jardim e um chafariz. Em volta, enormes portões negros iam de ponta a ponta rodeando o lugar. Já a paisagem era incrível.

—A propriedade tem um filtro de percepção. - Snape apontou pra uma pequena aldeia, a baixo da colina, tirando a atenção dela da casa. -Para manter os aldeões longe.

Ela estava surpresa. Estava esperando um casebre velho escuro! Mas isso era totalmente diferente do que ela imaginava. Uma coisa, ela tinha que confessar, Voldemort tinha bom gosto.

Com um simples aceno de varinha ,Snape abriu os portões deixando Hermione passar na frente, ela sentiu uma pequena pontada de medo no fundo do peito, logo iria conhecer o maior bruxo das trevas que já existiu.

Entraram na mansão e logo pode ver que não era só linda por fora, como também por dentro. Snape explicou que aquela, era a entrada da casa.
Nesta primeira ala, havia três salas, esta que os dois estavam,mais uma sala de reunião, uma para festas e confraternizações, que quase nunca era usada. Uma cozinha, uma sala de jantar, dois lavabos e um local onde os elfos domésticos dormiam.

O segundo piso era somente de quartos. Segundo Snape, o quarto dela iria ficar no terceiro piso para ficar mais perto da biblioteca.
Subiram as escadas e pararam no segundo andar, tinha um corredor do lado esquerdo e outro do lado direito, Hermione parou um instante e olhou para o lustre, pendurado no teto,e comparou com a distancia que estavam do chão.
Ela só tinha uma coisa a pensar, era alto, bem alto. Olhou pro seu ex- professor e viu que ele também havia parado e a estava olhando estranhamente.

— Tome cuidado quando vier por aqui. –Alertou, fazendo sinal para o lado esquerdo onde ela poderia escutar várias vozes diferentes ,saindo dos quartos.

— Por quê ? - Perguntou querendo qualquer informação, que pudesse adquirir.

— Comensais. Evite andar por lá.

— Okay. E o outro corredor? -Apontou pra onde parecia ser o mais silencioso.

— La é somente para os hóspedes.

Finalmente, subiram o último lance de escada e chegaram a um longo corredor onde no começo, tinha um porta enorme e Snape logo explicou que era a biblioteca.

Seguiram mais a frente e fizeram uma curva no final do corredor onde ela viu uma porta e uma leve melodia, soava daquele quarto. Um som dissonante quebrando o silencio presente.
Snape nem precisou dizer que lá estava o Lorde das trevas em pessoa, já que a mente dela estava muito fértil.

Passaram mais duas portas e pararam em frente da terceira e ultima para o alívio dela.

—Este será seu quarto …-Disse abrindo a maçaneta- Arrume suas coisas e durma. E logo que acordar pela manha, você terá sua primeira aula com o Lorde na biblioteca.

 —Espera. Você não vai ficar? - Começou a entrar em pânico.

—Minha missão esta completa, senhorita Hermione. Tenho que voltar pra Hogwarts. Talvez alguém virá te buscar amanha! Não sei ao certo.

—Mas, quer dizer, espera! Alguém vira aqui?

—Não sei! Mas enquanto você estiver nesta casa…cuide-se e … -Começou lentamente - Pode haver tarefas desagradáveis que você não vai querer fazer, Vai conviver com pessoas que você não gosta. Então, quando isso acontecer se lembre que é sua vida que estará em risco.

Ela engoliu em seco e assentiu.

—Obrigado por me avisar.

Snape apenas deu um meio sorriso e saiu.

O quarto era pequeno, mas aconchegante. Tinha uma cama de solteiro aparentemente nunca usada, um bidé ao lado esquerdo da cama, um pequeno closet e um banheiro no outro lado do quarto.

Hermione atravessou o curto espaço e foi guardar suas roupas no pequeno closet . Encaixou as poucas peças, que havia trazido nos cabides, arrumou os sapatos ao canto da prateleira. Escondeu a capa de invisibilidade, em baixo de um casaco grosso de frio e os utensílios secretos, ela deixou dentro da bolsinha de conta mesmo.

Quando viu que não tinha mais nada para fazer, ela foi se deitar na cama mas o sono não vinha, então ela ficou olhando para o teto, por um bom tempo, pensando nas mudanças que estava tendo em sua vida, em como os meninos iriam se virar sem ela, quem iria fazer o jantar, quem iria lavar as roupas. E principalmente, em como sua vida seria dali para frente. Ela tirou a conclusão que se não fosse as circunstâncias, ela realmente não teria vindo parar naquele lugar.

Não se sabe quanto tempo, se passou com ela perdida em pensamentos, mas seus olhos já pesavam de sono e seu estômago resolveu começar a roncar alto a lembrando que mal havia comido durante o dia. Estava muito nervosa para poder jantar direito.

E seu último pensamento antes de adormecer foi que seria maravilhoso comer alguma coisa sólida e apetitosa pela manhã.