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História Madness Queen - I


Escrita por: GloriusCatTree

Notas do Autor


Olá, essa é a minha primeira fanfic e espero do fundinho do meu coração que vocês gostem.
Pessoas que tiverem críticas: façam, seja construtiva ou não. Saber se a história está de acordo com o gosto de vocês me ajuda a ter ideias melhores e mais claras.

E por favor, sem plagiar a estória sim? Caso aconteça e alguém veja por favor me avise.

Esse Coringa que estou mostrando é uma mistura experimental das versões da série animada, do filme Batman O Cavalheiro das Trevas e Esquadrão Suicida. Um verdadeiro desafio que eu espero realizar com sucesso, por isso caso não gostem ou achem que algo deve mudar e ser melhorado podem dizer sem medo.

Capítulo 1 - I


 

Em vinte e três anos eu nunca me preocupei com aquilo que não se referia a mim, as vezes nem as coisas que se referiam eram do meu interesse. Eu sei, sou aquele típico esteriótipo de jovem adulto que quer tudo para agora, que faz apenas o que quer e que não se importa se vai se tornar mais um egoísta cheio de mediocridade.

No me caso, retiro a mediocridade e dobro o egoísmo. Afinal, eu sou  Loreen Johnson, herdeira da rede de bancos Divard Houston e minha vida é tudo, menos medíocre.

Aproveitando o gancho, sou uma pessoa simples e diria que feliz, procuro me manter nesse constante estado de espírito seguindo minhas únicas duas regras: calar a boca e não se importar.

 

Nesse momento estou saindo da faculdade com Alison e Megan, nós três cursamos o último semestre de administração.

Alison porque não sabia o que fazer da vida, Megan porque os pais obrigavam e eu para fingir ser mais do que um rosto bonito. Você não leu errado, eu disse mesmo a palavra fingir, porque não faço a menor ideia do que muita coisa significa e se me perguntarem para que serve a fórmula de Bhaskara eu vou dizer que é pra encontrar o valor de x’ e x”, o que fazer com isso depois é outros quinhentos.

Mas eu não tenho problemas com provas, até porque eu sou rica e pago essas merdas pra passar.

 

De nós três a inteligente é a Alison. Sempre foi a única esforçada também.

Sabe? Se tudo dependesse da minha vontade meus dias passariam a base de maconha, batata frita e cerveja.

 

Já no estacionamento a despedida não passou de acenos e eu logo segui para o meu Ford Fusion 2017 vermelho, joguei a bolsa no banco de trás e liguei o carro.

Céus, eu estou cansada!

 

Dirigi pelas ruas de Gotham já me preparando psicologicamente para o trânsito, uma consequência do tempo ruim se formando sobre as nossas cabeças. 

Mas antes de ir para casa eu precisava passar em um lugar, por isso desviei meu caminho até o bairro simples na zona norte e estacionei meu carro duas ruas antes do meu destino,deixando-o em frente à uma doceria de fachada simpática.

Por causa do tempo fechado poucas pessoas podem ser vistas perambulando pelas ruas, provavelmente voltando para casa. Ótimo, assim era melhor, não vai ser nada agradável se alguém me reconhecer e sair fazendo fofoca por aí.

 

Quando cheguei ao beco estreito fechei minha jaqueta de couro branco e soltei meus cabelos negros que estavam amarrados num rabo de cavalo alto, é a forma que encontrei de não chamar a atenção para meu par de brincos e o colar de ouro que ganhei de presente da minha mãe.

Devo admitir que o lugar não é o mais bonito e muito menos o mais cheiroso. Não vou ser hipócrita e dizer que estar aqui me faz bem ou que não sinto nada. A vida nesse beco de paredes rebocadas é miserável e úmida, cheira a urina e mendigos. Entretanto, se seu olhar for atento, nos cantos há alguns adolescente e adultos bem vestidos sob o efeito de alguma substância ilícita .

 

Andrew, meu traficante, está sentado numa cadeira de madeira velha, rindo com mais uns cinco rapazes. Me aproximei sem receio para falar diretamente com o loiro, ele me viu se aproximar e sorriu mostrando uma fileira de dentes amarelados por conta da nicotina dos cigarros baratos.

 

_ Você demorou. - ele se levantou para me abraçar tão rápido que nem consegui corresponder. - Tenho algo bom aqui. - balançou um saquinho plástico com algumas pedrinhas claras no interior. - Vai fazer você se sentir flutuante.

_ Não quero me sentir flutuante. - respondi meio a um sorriso pequeno. - Me vê algumas gramas de maconha.

_ Cara. Que chata. - reclamou me entregando uma pequena caixa preta de veludo, como aquelas usadas para alianças, mas essa estava abarrotada de erva. - Tem vinte dólares aí.

_ Você é o melhor Andrew. - dei um tapinha em seu ombro e entreguei o dinheiro.

_ Não vai querer mesmo? - novamente me indicou as pedrinhas. - Tá vendo a cor? - se refere a um verde muito claro que emana da metanfetamina - Fornecedor novo.

_ Me pouparei de perguntar quem é esse cara. - apesar de desconfiar muito de quem seja.

_ É aquele famoso ditado, vamos fazer o que? - riu. - O cara tem armas fodas e agora, drogas fodas. - apontou para a caixinha que eu segurava. - Vê isso e depois me fala.

_ Veremos. - aceno me despedindo e dou as costas ao lugar para não estender a conversa. 

 

Voltei caminhando devagar para o meu carro enquanto algumas gotas já começam a cair do céu. Estava nesse pequeno momento de reflexão decidindo se usaria ou não o conteúdo da caixinha. Pensava se era melhor jogar fora.

Não me levem a mal, mas toda a desconfiança para com o tal fabricante da droga é pouca. Quem não conhecia a fama do Coringa? Ninguém sabe o que ele pode ter colocado nessa mistura. Pode até mesmo ter algumas doses do seu famoso gás do riso, eu nunca experimentei, mas deve ter hélio, desconfio.

 

Olha, de verdade, eu não me importo se o cara quer vender armas, drogas, assaltar joalherias, matar pessoas, assaltar pessoas, torturar pessoas ou qualquer outra coisa que ele goste de fazer seja com pessoas ou não. Estou pouco me fodendo se ele é um psicopata, sociopata ou outras coisas piores que os jornais dizem por aí. Se ele não me prejudicar eu não me importo, simples assim.

 

Por isso estou me perguntando se devo usar usar isso. E se me matar? E se me deixar retardada igual ele? Ou me deixar com sede de justiça caso meu cérebro seja bagunçado? Eu posso acabar virando a próxima Batgirl.

 

Ok, estou viajando antes da hora.


 

Ao chegar em casa fui direto para o meu quarto carregando aquela bolsa pesada, joguei ela dentro do armário e troquei de roupa em meu closet. Vesti uma blusa de mangas longas feita em lã azul e branca com um short de algodão preto que apesar de justo é confortável. Em seguida desci descalça indo direto para a cozinha já que passando pela sala de jantar não vi a mesa preparada para o almoço.

 

_ Adria. - chamei pela empregada que limpava um dos armários brancos.

_ Senhora, não te vi chegar. - ela diz assustada com a minha aparição repentina e então sorri doce como de costume após se recuperar. - Seu pai ligou e disse que não chegará antes das oito.

_ E a minha mãe?

_ Está na casa da senhora Writer, disse que não tem hora para chegar.

_ Claro. - rolei os olhos com desgosto. - Senhora Writer meu rabo, ela foi atrás daquele homem não é?

_ Ela me disse que ia á casa da senhora Writer.

_ Meu pai sabe?

_ Acredito que não. - Adria me olhou com certa pena por alguns minutos até se lembrar que eu odiava tal ato. Ela É uma boa pessoa, eu a via como uma mãe já que nas noites chuvosas era ela quem cuidava de mim enquanto minha genitora ia “jogar poker” com as amigas. Na real ela e suas amigas não passam de um bando de putas. - Devo arrumar a mesa? - perguntou perante o meu silêncio.

_ Não, relaxa. - dei de ombros. - Eu pego na geladeira e esquento. Se você quiser ir quando terminar de limpar a cozinha, pode ir. - sorri para ela com o intuito de mostrar que a situação familiar não me importava, e de fato, não dou a mínima, logo eu iria embora dessa casa esperando não ver mais ninguém nunca mais. Talvez eu voltasse apenas por Adria já que é a única que vale alguma coisa por aqui.

 

Uma hora depois eu tinha comido e Adria fora embora. Agora estava em meu quarto, sentada no beiral da janela enrolando aquele cigarro. Eu fumaria, caso viesse a óbito seria culpa do Andrew, até mesmo escrevi um bilhete dizendo que tinha comprado a erva com ele e que seu fornecedor era o Coringa.

Deixei a folha em cima da penteadeira para qualquer tapado enxergar caso eu me vá.

 

Com o cigarro na boca já aceso puxei o ar, traguei e segurei pelo tempo que consegui, então soltei a fumaça repetindo o ritual mais algumas vezes até sentir a cabeça pesada demais. Tive que apoiá-la em meu braço que está esticado sobre minha perna dobrada no beiral.

 

Meus pensamentos estavam desordenados, pareciam incoerentes demais e o simples tamborilar dos meus dedos na madeira me faziam ouvir o som lentamente. Pisquei os olhos sentindo-os irritados e virei para encarar o espelho do outro lado do quarto, pude ver que em cinco puxadas meus globos oculares já estinham se tornado totalmente avermelhados destacando as íris azuis.

 

Parando pra pensar e aproveitando que estou treze, eu nunca tinha visto ele, o Coringa, nem na televisão. Mas não é como se ele fosse fazer um assalto e ficar para dar uma entrevista, apesar de que seria engraçado se isso acontecesse qualquer dia desses. Gente, imagina só o cara explicando todo o plano do assalto e como ele driblou o Batman.

 

Tô rindo só de imaginar a cena.

Eu estou é muito chapada, isso sim.

Deve ter hélio nessa coisa.


 

Passei mais algum tempo ali, um bom tempo. Tanto que ao olhar no celular me surpreendi ao ver como as horas passaram rápidas, o visor já marcavam exatas oito horas e tinha uma mensagem da Megan.

 

“22:00 hrs na Fuckse!

Beijinhos vagaba.”

 

É, eu iria encher a cara com a vadia loira, vulgo Megan.

 

Fui tomar um banho demorado e quando saí do banheiro escutei as vozes dos meus pais discutindo algum assunto trivial, fingindo que estava tudo bem e que a relação deles era ótima. Não dei atenção.

Quando entrei no closet escolhi um espartilho na cor champagne que tinha a parte do busto plissada e prendia nas costas com uma fita de cetim da mesma cor formando um trançado, vesti uma calça jeans skinny de lavagem clara com detalhes de strass nos bolsos e calcei meu par de sandálias Schutz douradas.

 

Os cabelos eu deixei soltos, são muito pretos e caiam em ondas leves até um pouco abaixo da metade das minhas costas.

Preparei a pele com corretivo e base, depois passei muitas camadas de rímel, um pouco de blush marrom para dar uma bronzeada e meu batom vermelho matte que joguei dentro da minha carteira de mão.

 

Estava pronta para uma noitada. Peguei a minha carteira de mão e a chave do carro e então saí do quarto.

Para saber se estava no horário marcado olhei no relógio de cabeceira ao lado da minha cama, já eram dez e dez, Megan arrancaria meus cabelos devido ao atraso, droga.

 

_ Loreen. - ouvi a voz macia da minha mãe chamar assim que pisei no térreo. - Está bonita, onde vai?

_ Sair com a Megan. - respondi sem parar de andar em direção a porta, não iria dar satisfação a eles, não merecem isso.


 

Dirigi até a boate do centro. E antes de descrever o local eu adoraria dizer que a Fuckse não é o meu lugar preferido no mundo, vocês entenderão o porquê em breve, paciência.

 

Coloquei meu carro no estacionamento privado do clube e andei até a entrada que tinha uma fila imensa na portaria pela qual eu não precisaria passar. Essa a única coisa vantagem da minha família, o nome.

 

_ Loreen Johnson. - assim que falei o segurança me da passagem desejando uma boa noite.

 

Por fora era uma construção em estilo medieval, com tijolos, até mesmo com uma torre e o nome escrito em neon, Fuckse. Quem nunca tinha entrado pensaria estar indo a uma sessão BDSM na típica masmorra.

No entanto, por dentro as paredes eram lisas e escuras, em tons de vinho e preto com esculturas encravadas e iluminada por luz de led azul.

O chão estava forrado por uma manta negra desenhada com aspirais douradas que seguia por todo o lobby. E descendo uma pequena escada ficava a pista de dança onde muitas pessoas já dançavam suadas e embriagadas.

 

Senti meu celular vibrar e o peguei para ver outra mensagem da Megan dizendo estar na área VIP.

 

Então eu atravessei a pista até chegar a uma escada para o subsolo onde havia outro segurança. Disse meu nome e novamente me deixaram passar.

Desci as escadas douradas piscando os olhos várias vezes para me acostumar com toda a claridade porque nesta parte da boate tudo era muito dourado e branco.

A pista era mais reservada que a do andar de cima, um pouco menor também e ao lado haviam sofás e mesas separadas por persianas de cristal.

 

Era no subsolo onde toda a raça podre de Gotham vinha se divertir. Acho que o Batman iria amar esse lugar.

 

Esqueçam a piadinha de merda.

 

Eu avistei Megan rindo animada com seu drink vermelho na mão enquanto conversava com um rapaz. Me aproximei junto a um garçom que me viu chegar.

 

_ Um mojito. - pedi o meu preferido. - Com sake. - ele anotou o meu pedido e saiu.

_ Chegou cedo pra festa de amanhã. - a loira disse sarcástica.

_ Estava estudando.

_ Mentira! - riu embriagada. - Não importa. Esse é o Allan.

_ Sou Loreen. - falei sorrindo e ele fez o mesmo. Era bonito, o típico filho de um magnata que só usa roupa de grife, tinha os cabelos castanhos bem cortados e olhos verdes brilhantes com cílios longos e volumosos.

 

A conversa não fluía entre nós dois apesar dele ser simpático e eu ter tentado acompanhar. Ah sim, eu disse dois porque Megan estava na pista de dança quase tirando a roupa. E a pior parte é que tem pelo menos uns doze homens passando a mão nela, como uma boa amiga eu já estava pronta pra levantar e tirá-la de lá, mas Allan tomou a frente, me pediu licença e seguiu na direção dela.

 

Então resolvi pedir uma cerveja e Megan se foi, levada pelo bom moço de Gotham. Só não estava mais sozinha porque trouxe meu baseado.

 

Levantei da mesa vazia com a minha cerveja na mão e caminhei até a área de fumantes da área VIP, acendi meu cigarro e fumei despreocupadamente pra ver se minha irritação passava. Afinal, quem chama uma pessoa pra sair e fica bêbada antes da outra chegar?

 

Assim que começo a tragar esqueço tudo. Minha cabeça voltava a pesar e eu só queria me escorar na parede atrás de mim.

Acho que depois vou subir e arranjar um cara pra transar. Como eu estou necessitando de uma boa foda.

Mas quando terminei aquela cerveja e o cigarro voltei para onde estava antes com Megan e Allan, me sinto muito lenta pra tentar qualquer flerte agora, seria melhor esperar um pouco antes de pagar um micão.

 

_ Duas vodkas. - alguém disse a minha frente e eu só consegui pensar em como aquela voz soava irritante. - Não é educado ficar de cabeça baixa quando se tem companhia, douçura. - o problema era focar a vista nessa claridade estando com os olhos irritados por causa do fumo.

_ Eu não pedi por companhia. - respondi grosseira para o homem irritante que roubava minha brisa. E no momento seguinte algo espantoso aconteceu, pelo menos para a minha mente chapada isso era espantoso.

 

Ele rosnou.
Como assim ele rosnou? Qual a necessidade disso?

 

Levantei a cabeça para olhar o imbecil que fez isso  e um flash passou pela minha mente abalada. Uma conversa que tive com a Alison enquanto assistíamos ao noticiário, naquele dia passava uma reportagem sobre o assalto ao Instituto Techelt, ele havia sido invadido por uma, e eu perguntei para Alison se ela sabia como ele era.

Ela me respondeu dizendo que nunca o tinha visto, mas que tinha a impressão de que se o visse saberia imediatamente quem era.

 

Eu compreendi suas palavras nesse exato momento.

 

Os cabelos verdes bem penteados para trás, a pele branca demais, os olhos azuis afundados nas pálpebras borradas de preto e lábios muito vermelhos. Coringa vestia apenas o paletó e a calça social, ambos na cor roxo. Seu abdômen e tronco possuíam muitas tatuagens um tanto bizarras e em seu pescoço estava uma corrente fina e contraditoriamente simples para o seu visual.

 

Ele me encarava balançando a cabeça levemente em movimento angulares, de um lado a outro com um sorriso pequeno que revelava placas dentárias de metal nos dentes da frente.

 

Mas seus olhos, estes sim são medonhos e transparecia toda a loucura que os especialistas diziam que ele possuía.

 

_ Me parece que nossa vodka chegou. - tornou a falar empurrando um copo em minha direção.

 

Eu nunca me importei se aquele homem era um psicopata ou sociopata, mas se eu estivesse na mira dele as coisas mudariam, eu começaria a dar muita importância.

Isso vai dar em merda e esse fato me assusta pra caralho.

 

Tentando ignorar esse sentimento ruim levei minha mão trêmula ao copo e tornei o líquido transparente em minha boca com certa pressa. Aquilo desceu queimando todo o meu esôfago e quase voltou quando bateu no estômago.

 

Ouvi ele rir, talvez da minha careta. Uma risada esquisita e marcada, lenta e irritante.

 

_ Senhorita Johnson. - o vi se ajeitar no sofá, espaçando as pernas e colocando sua bengala escura, adornada em ouro no espaço que deixara. Colocou as duas mãos, uma em cima da outra sobre o apoio sem nunca tirar os olhos de mim. - Pela sua expressão acredito que não haja necessidade de me apresentar. - sua diversão em ver o espanto em meus olhos era quase palpável. - Eu sempre desejei fazer negócios com a sua família. - seu semblante tornou-se sério de repente.

 

_ Eu não…

 

_ Shiiiiiiu. - interrompeu-me respirando fundo logo em seguida como se recobrasse a calma. - Eu estou falando e não gosto de ser interrompido. - repreendeu com sua calma recém adquirida fazendo com que eu me sinta uma criança, fato que me irritou, mas tinha um porém: o medo dele fazer algo contra mim era maior que a minha vontade de mandar ele para o inferno.

 

_ Como eu dizia, seu pai não me dá abertura. - fingiu um semblante decepcionado. Eu não estou entendi, ele queria dizer que a segurança do banco era muito forte para passar?

 

Preferi não perguntar. Só que ele percebeu minha expressão confusa.

 

_ Me permita explicar. - um sorriso feliz estampou seu rosto. - Seu querido e amado pai só tinha que me ajudar com uma pequena limpeza. Eu não faria roubos, nem rombos nas suas contas ou dos clientes. Eu juro,  apenas… - parecia pensar em um jeito simples de dizer que lavaria o dinheiro. - Limparia meu nome. - e riu. Não sei porque, não foi engraçado. - Mas ele se negou a compactuar com um criminoso. Acredita nisso? Ele me chamou de criminoso. - Coringa falou nervoso socando a mesa duas vezes, então voltou a se sentar e sorriu mostrando os dentes metálicos. - Engraçado não é? Ele não quer se juntar a um criminoso, mas é um banqueiro corrupto.

 

Coringa tentava conter sua raiva e eu o meu medo. Não entendia porque estava me contando isso, talvez pra me sequestrar e pedir meu resgate? Ou iria me matar porque meu pai não quis ajudar ele?

Acho que eu estava mesmo muito chapada, porque por um minuto não me pareceu tão ruim ser morta e dizer adeus aos meus pais negligentes, ás amizades supérfluas, ao dinheiro sujo, a um curso que eu odeio, a uma existência vaga. Não me parecia algo tão ruim.

 

_ Senhorita Johnson. - ele demonstrava gostar de me chamar assim com um tom de voz zombeteiro, carregado de ironia. - Eu preciso saber, a sua família toda é assim? - riu. - Um pai corrupto, uma filha drogada e bêbada. Sua mãe faz o tipo puta enrustida?

 

Sim. Eu tive vontade de responder. Não me senti ofendida, como já disse: não sou hipócrita.

 

_ Toda família possui problemas. - minha voz saiu baixa e abafada pela música. E eu ainda temia olhá-lo, porque o modo como ele me encarava era como se pudesse ver toda a minha alma e se divertisse com a desgraça que ela carregava.

 

_ Famílias são problemas. - corrigiu-me. - Mas não é sobre a sua família que vim falar. - Coringa olhou para um de seus homens ao seu lado que depositou uma carta de baralho assinada com um “J.” na mesa, era uma carta coringa. - Faça esse pequeno favor para mim. Entregue ao seu pai, ele vai adorar saber desse nosso encontro. - arrastou a carta em minha direção. - Ele tem três horas para liberar a entrada do meu dinheiro ao cofre principal. Se até lá eu não tiver acesso eu mando invadir aquele banco e mando matar segurança, secretária, faxineiro e qualquer coisa aparentemente viva lá dentro. - falava com um ar de graça que a situação não tinha. - Depois eu vou atrás de você. - meu coração pareceu parar uma batida, ele me mataria com certeza. - Faz muito tempo que não dou um brinquedo novo para os meus meninos.

 

As imagens de um futuro estupro passaram pela minha mente me aterrorizando. Como eu havia chegado nisso? E qual era o problema do meu pai em não fazer o que esse doente manda?

Eu deveria ter saído dessa cidade a muito tempo.

 

_ Vai ser maravilhoso. - seu sorriso se abriu enorme, doentio e travesso. - Uma chacina que Batman nenhum poderá impedir.

 

_ Eu vou falar com meu pai. - me apressei em dizer. Eu não suportaria carregar todas as mortes em minhas costas. - Não faça nada, por favor. Ele vai abrir a conta.

 

_ Eu saberei se não falar com ele. - curvou seu corpo em direção ao meu por cima da mesa, estava tão próximo que pude sentir o cheiro amadeirado do seu perfume. - Se tentar fugir eu te mato. - ainda sorria com os olhos semicerrados. - Agora vaza pirralha. - gesticulou com a mão para que eu saísse como quando se enxota um cachorro.

 

Mas não reclamei, apenas saí de lá o mais rápido de que meus saltos permitiam. Eu precisava que avisar meu pai.

Merda! Estava muito ferrada.


Notas Finais


Até a próxima!
Beijinhos.

Pessoas eu mudei o tempo verbal do texto porque estava muito difícil manter naquele ritmo.


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