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História Madness Queen - X. Temptation


Escrita por: GloriusCatTree

Notas do Autor


LEIAM POR FAVOR :D

Olá flores do meu jardim, eu quero agradecer ao carinho que vocês demonstram por mim e pela histórias com seus maravilhosos comentários. Vocês me dão ânimo e inspiração para continuar a escrever.
No último capítulo eu recebi um comentário que me fez parar e pensar no rumo que a minha história estava tomando, sobre o destino dos personagens e eu percebi que realmente estava deixando o romance de lado e me afundando em tretas e competições, então me desculpem por ter perdido um pouco do foco. Espero que esse capítulo restaurem suas energias rsrsrs.

E preciso informar que não postarei o próximo capítulo antes da quinta-feira que vem, por que terei provas e adivinhem: estou escrevendo em vez de estudar porque não aguento essa vontade incontrolável em mim kkkkkkkkk

É isso, espero que gostem.

Capítulo 10 - X. Temptation


Fanfic / Fanfiction Madness Queen - X. Temptation

Oito meses depois eu havia voltado para Gotham. Comigo vieram um contrato milionário com a Farmac International onde eu havia comprado quarenta por cento das ações, um apartamento luxuoso no Gotham Palace que Alison havia escolhido em minha ausência, a notícia de que Coringa estava enclausurado no Arkham após Batman conter uma tentativa de assalto a uma boate e um convite para a festa de aniversário de Bruce Wayne, o milionário.

 

A minha necessidade de voltar se deu pelas reuniões com a Farmac. Eles queriam continuar com aquela porcaria de droga achando que se não prejudicasse os negócios do Coringa, ele não viria atrás. Não entendiam que Bentley foi só um aviso, e que faria questão de ignorar. Por isso, mudei os planos da empresa para investirmos em algo mais atrativo e que nos trouxesse maior lucro, a metanfetamina.

 

Na noite da festa a cidade parou, haviam tantos repórteres na calçada do edifício Wayne querendo entrevistar os convidados que acabava sendo uma tortura chegar até o hall de entrada. Alguns deles estavam lá apenas para comentar sobre nossas roupas. Uma verdadeira babaquice, bom, pelo menos eu acreditava estar bem vestida.

 

Neste dia eu tinha escolhido um vestido longo, vermelho com pedras da mesma cor incrustadas no busto e com uma fenda lateral que ia da barra até a metade da minha coxa. Minha sandália de salto era dourada combinando com a minha carteira de mão.

 

Alison estava em algum lugar da maldita festa. Eu não tinha pretensão alguma de ir, mas ela ficou uma semana inteira insistindo. Provavelmente meus pais estariam lá, eram pessoas importantes, e ficariam me olhando com total reprovação. A filha rebelde que trancou a faculdade e passou oito meses em Moscou sem dar notícias. Acredito que pensavam assim.

 

Encontrei minha amiga conversando animada com algumas pessoas, dentre elas estava Bruce em um smoking negro com uma taça de cristal quase vazia numa das mãos. Vê-lo tão bonito assim me fez sentir certo arrependimento por ter sido grosseira com ele.

 

— Você veio! - Alison sorriu radiante e um tanto desacreditada por me ver ali.

— Sim. - devolvi seu sorriso com outro menor e sem graça por seu pequeno ataque de histeria. — Feliz aniversário, Bruce. - desejei a ele em um abraço. Nossa, ele deveria mesmo ter um corpo incrível, além de ser muito cheiroso.

— Obrigado, Senhorita Johnson. - disse simpático. — Mas você também merece os parabéns. Soubemos que está fazendo um ótimo trabalho com Grigory Bartholomeu na Farmac.

— As notícias correm rápido. - disfarcei meu incômodo sobre o assunto pegando uma taça de água com gás do garçom que passava. — Bruce eu queria me desculpar por…

— Está tudo bem. - sorriu compreensivo negando em um aceno. — Já faz muito tempo e você estava passando por uma fase ruim. - ah sim, os jornais tinham revirado aquela história com o Coringa. Mas mesmo assim, como tratar mal um homem desse? Eu tinha o cérebro afogado em álcool, não tinha outra justificativa. — Não se preocupe, mas se você quer tanto assim que eu te desculpe pode aceitar jantar comigo no sábado.

— Está marcado. - ri com sua investida. —Irei me desculpar apropriadamente.

— Estou ansioso por isso.

 

Bruce logo desviou da conversa quando um homem de cabelos brancos e semblante sério se aproximou para cochichar algo em seu ouvido.

Ele me pediu licença dizendo que ligaria no dia seguinte para o meu escritório a fim de marcarmos o horário do jantar.

Mas o que me deixou intrigada foi essa sua saída repentina, ele parecia tenso de certa forma.

 

— Você tem um encontro com Bruce Wayne. Sabe quantas mulheres estão te odiando nesse momento? - Alison falou com bom humor. — É isso o que eu chamo de subir na vida. Acho que vou tentar sumir por oito meses também, ir pra Moscou e ficar sem dar notícias até todo mundo achar que eu morri.

— E depois comprar ações de uma empresa que lucra com laboratórios clandestinos? - olhei para ela com cinismo. Alison havia mediado minha compra das ações com a Farmac, mas nunca teria a coragem de permanecer no negócio.

— Melhor eu continuar trabalhando para o Senhor Wayne, pelo menos o meu patrão é um gato. - deu de ombros.

— Eu não sou gata? - me fiz de ofendida.

— É, mas não tem aquilo. - sorriu maliciosa.

— Por Deus, Alison… - segurei uma risada.

 

De repente a música parou, assim como todas as pessoas conversando pararam suas fofocas e direcionaram a atenção para o elevador que anunciou ter chegado ao andar.

Quando as portas se abriram meu coração parou e então acelerou quase saltando do meu peito. Eu havia passado todos esses meses tentando me esquecer das sensações confusas que ele me causava, no entanto, vê-lo ali agora era estranhamente reconfortante.

 

— Boa noite plebeus! Aproveitando a festa? - rechaçou com seu sorriso irônico. Coringa andou até o garçom e se serviu de uma taça de champanhe, tomou um gole e colocou de volta na bandeja. — Tenho certo apreço por bebidas finas, mas prefiro whisky.

 

Olhei para uma Alison pálida e assustada. Depois de tudo o que eu tinha passado na mão dele, era ela que entrava em pânico?

 

— Nós vamos morrer. - constatou estática. — Nós vamos morrer. - ouvi ela respirar forte seguidas vezes.

— Não, não vamos. - abri minha carteira e tirei de lá um revólver pequeno de calibre 38. Alison quase infartou quando viu aquilo na minha mão.

— Jesus! De onde você tirou isso?

— Moscou não foi um período de férias. - respondi voltando a arma para dentro da bolsa quando vi mais quatro homens, todos com máscaras de palhaço, saírem do elevador. Não ia adiantar nada eu usar atacar com fogo se qualquer um ali pudesse me render antes.


 

Não estava prestando muita atenção no que o Coringa dizia, agora eu pensava num jeito de sair dali com Alison antes que ela seu ataque de pânico se transformasse em um ataque cardíaco. Mas o via ele andar de um lado para o outro daquele modo tão particular, estava vasculhando o lugar com os olhos enquanto seus homens cercavam todos com malditas elephant gun.

 

Seus olhos finalmente pararam em mim. Coringa parou de andar e seu sorriso antes carregado de maldade tornou-se menor até sumir. Era sempre estranho o ver sério. O que estou falando? Tudo nele era estranho, começando pelo o que vestia. Usava um sobretudo de couro brilhoso e roxo, algumas correntes de ouro pendiam de seu pescoço, vestia uma calça azul marinho com letras laterais formando a palavra Arkham e estava descalço. Era impressão minha ou ele havia acabado de fugir?

 

Tudo isso era muito sem nexo, mas se não fosse assim, não seria o Coringa.

 

— Oi amor. - ele disse ao mesmo tempo que senti um dos seus comparsas agarrar meu braço e me arrastar até ele. — Senti saudades.

— Você estava preso. - comentei baixo tentando assimilar os fatos, mas era quase impossível fazer isso sob seu olhar intenso me avaliando.

— Eu precisava lhe dar as boas vindas. - sorriu de canto levando a mão tatuada lentamente em direção ao meu rosto, ele tremia. — Estive te esperando esse tempo todo. - acariciou minha bochecha com leveza usando apenas as pontas dos dedos. — Nenhuma delas era como você. - seu olhar doentio caiu sobre meus lábios.

— O que está fazendo? - eu sussurrei com ele perto demais de mim, fazendo novamente meu coração dispara. — Do que está falando? - encarei sua face abaixada e ele levantou os olhos em direção aos meus, sua mão ainda me tocava quando um sorriso enigmático surgiu em seu rosto.

 

Todos nos olhavam como se fossemos dois personagens de uma peça de teatro. Eu sentia as pessoas nos encarando e mesmo assim não conseguia parar de olhá-lo, parecia que muito mais meses haviam se passado do que realmente tinha sido. O meu Deus, o vazio de oito meses, a dor e tantos sentimentos confusos e frustrantes esvaiam-se pouco a pouco de mim apenas por tê-lo ali, perto o suficiente para que eu sentisse seu hálito de whisky misturado aos remédios bater me minha pele.

 

Eu pensei que ele fosse me responder, abriu os lábios e então os fechou novamente. Foi quando o barulho de vidro se quebrando chamou a atenção de todos nós. E sob as luzes fracas Batman levou dois dos homens do Coringa ao chão, era possível ver seu vulto se movimentar de um lado á outro golpeando os mascarados.

Me virei de volta para Coringa, ele não esperava pela presença do justiceiro, estava surpreso e raivoso.

 

Batman não poderia prendê-lo de volta, eu precisava do Coringa aqui fora para controlar meus próprios negócios. E eu simplesmente não queria que ele fosse para lá, não queria que o enchessem de remédios outra vez, porque era amedrontador ver os efeitos de qualquer que fosse a substância que haviam usado nele. E simplesmente porque era mais forte do que eu.

 

Durante meu tempo em Moscou aprendi a deixar a impulsividade de lado, mas dessa vez foi incontrolável.

 

Peguei a mão dele que segurava a Glock dourada e levantei até que o cano encostasse na minha testa. Coringa me olhou como se eu fosse louca e pela primeira vez desde que o conheci o vi hesitar, segurei sua mão com força e o encarei séria enquanto Batman cuidava dos capangas. Se Alison estivesse vendo isso me mataria depois.

 

— O que está fazendo, pirralha? - mesmo a contragosto e confuso me virou de costas para ele com a arma ainda apontada na minha cabeça enquanto circulava um braço em volta do meu pescoço.

— O que você faria. - comentei baixo. — Pegando um refém.

— E por que você faria isso? - riu baixo com minha atitude inesperada. Eu não o respondi e nem houve tempo para isso.

 

Batman surgiu em nosso campo de visão sem nem mesmo ofegar. Eu nem tinha feito esforço algum e suava pelo simples nervosismo que a situação me proprocionava. Já Coringa tinha a arma nas mãos trêmulas e encarava o Batman com seriedade, acho que tentava encontrar um jeito de sair dali. Cacete, eu tinha me dado como refém, por que ele simplesmente não andava até o elevador?

O homem morcego estava parado em nossa frente esperando que Coringa tomasse uma atitude, ele não faria nada até que o maluco me deixasse ir sem me machucar.

 

— Deixe a garota ir, isso é entre nós dois. - Batman disse com gravidade.

 

Eu ouvi Coringa rir atrás de mim sacudindo os ombros, era insano, estava praticamente rindo da cara do próprio Batman como se ele tivesse dito um absurdo.

Torci minha cabeça para o lado onde Alison estava em busca de algum apoio moral, mas ela tinha a sobrancelha arqueada num questionamento mudo sobre as minhas ações. Até eu estava me questionando nessa hora.

 

Já nem sabia mais o que estava acontecendo, me afundava num mar de aflições sem fim. As pessoas tentavam se afastar com medo de que o Coringa atirasse nelas, sendo que eu tinha a arma apontada na minha cabeça. Alison estava estática e eu ali esperando que meu sequestrador fizesse alguma coisa. Mas ele só ria vendo o circo pegar fogo.

 

— Não vim para te ver morcego. - disse entre as risadas. — Se não me deixar ir mato a pirralha antes mesmo de você pensar em me mandar de volta ao hospício. - cuspiu as palavras com ferocidade.

 

Deve ter sido um golpe de sorte, em um time perfeito um dos mascarados que Batman havia derrubado se levantou rendendo um dos convidados, o cara gritou de dor e surpresa pelo ataque repentino chamando a atenção para si.

 

— É melhor escolher quem você vai salvar! - o mesmo mascarado falou antes de jogar o homem pela vidraça em que Batman tinha entrado. Ele não pensou duas vezes e saltou pela janela na mesma hora em que as portas do elevador se abriram e Coringa nos fez entrar com a arma ainda apontada pra mim. Eu não fiquei puta porque Batman escolheu o homem, seria uma queda e tanto caso ele não o salvasse.


 

— Faltou muito pouco. - falei aliviada sobre Batman quase ter o pego. — Qual o seu problema? - me desvencilhar do seu braço e indiquei a câmera no alto da porta automática com a cabeça.

— Não sentiu minha falta, amor? - perguntou após atirar na câmera, me encarava com um sorriso medonho. Notei que ele ainda estava trêmulo e torcia o pescoço de minuto em minuto, com certeza tinha tomado alguma coisa além do whisky. — Você pareceu tão surpresa em me ver. - aproximou-se devagar me encurralando entre seus braços no espelho do elevador.

— Claro que fiquei surpresa, você estava preso.

— Recebi alta. - mentiu com tom de brincadeira. — Eu não pretendo voltar para lá e nem te deixar escapar outra vez. - se afastou de mim quando as portas do elevador se abriram e caminhou para fora, eu o segui procurando as chaves do carro na minha carteira. Nunca que eu deixaria ele dirigir naquele estado.  — No que está pensando, Loreen? - falou meu nome lentamente deliciando-se com o som. Ele estava muito chapado.

— Que acabei de me tornar sua cúmplice. - verdade, eu estava me amaldiçoando internamente. — O que você tomou? - perguntei dando a partida em meu conversível vermelho. Coringa estava no banco de trás, deitado como uma criança viajando para o Mississippi com os pais.

— Você deveria saber já que é uma conhecedora dos entorpecentes. - provocou.

— Não uso mais. - comentei por acaso. — Também parei de beber.

— As férias em Moscou te fizeram bem? Se internou em uma clínica de reabilitação e não queria que ninguém soubesse, não é? - falava com deboche e pelo retrovisor eu o vi levantar a mão coberta pela luva roxa e desenhar círculos no ar. — E eu pensando que você fazia os estilo “foda-se a opinião alheia”.

— Eu estou falando sério, Coringa. - o encarei pelo retrovisor. — Que merda você tomou?

— Está sentindo isso? - de que porcaria ele estava falando? — Foi exatamente assim que eu me senti quando você quase morreu entupida com cocaína.

— Desde quando você sente alguma coisa? - forcei uma risada, imaginar Coringa preocupado era deveras engraçado, surreal até.

— Você faz muitas perguntas. - indagou irritado atrás de mim, eu senti ele encostar a arma em minha cabeça e suspirar cansado. — Seja uma boa refém e dirija quietinha.   

— Não sou sua refém de verdade! - argumentei. — Me diz logo. O que v…

— Ritalina. - me encarou através do retrovisor. — Você está muito mandona pro meu gosto.

— Por que você tomou Ritalina? - ignorei sua fala anterior.

— Eu estava preso em um sanatório, florzinha. - rolou os olhos. Coringa abriu a porta do carro e saiu, eu fiz o mesmo e logo estávamos dentro do elevador que dava acesso direto ao meu apartamento.

 

E assim que entramos na minha “casa” ouvi meu celular tocar, ignorei as três ligações, na quarta o desgraçado tomou o meu celular e jogou pela área de lazer. Olhei emputecida para ele enquanto o idiota sorria debochado.

 

— Você não quer que a polícia te rastreie logo agora não é, pirralha? - disse sarcástico enquanto se acomodava no meu sofá de couro branco. Até parece que a polícia não viria bater na minha porta.

— Eu juro por Deus que não te entendo! - me segurei para não gritar. — Eu estou tentando dar um finish nessa história a muito tempo. - apontei para mim e depois para ele que me encarava claramente entediado. — Você acha que pode transformar minha vida num jogo em que você dá as cartas? - o desgraçado acenou confirmando. — Mas não pode não! Eu sou uma pessoa, Coringa. - eu falava andando de um lado ao outro em sua frente. — Você fica me perseguindo… agora vai fazer o que? Me ameaçar outra vez? Me bater? E quando eu te irritar vai enfiar outro explosivo no meu braço?

— Nunca se sabe. Eu não gosto de pensar no futuro. - deu de ombros com um sorriso maldoso. Ele estava adorando tudo isso.

— Você nunca mais fazer nenhuma dessas coisas comigo! - apontei o dedo na cara dele.

 

Coringa olhou para a minha mão e subiu seu olhar para o meu rosto, sorriu de canto e balançou a cabeça em negação. De repente senti ele apertar meu punho e me puxar na sua direção fazendo com que eu caísse sentada em seu colo, foi tão rápido que eu fiquei sem ação.

Foi a minha vez de subir meu olhar para o seu rosto, só que ele estava mais preocupado em encarar o decote do meu vestido do que continuar a nossa briga unilateral.

— Não… - finalmente me encarou. Eu não sabia se aquilo era um não de “não, não farei” ou “não, eu faço o que quiser”, a única coisa que eu sabia era que ele me olhava como se eu fosse sua presa e sorria de maneira indecente fazendo meu rosto esquentar. — Eu vou fazer muitas coisas com você sim… mas dessa vez você vai me implorar por todas elas. - sua mão escorregou por minha coxa descoberta causando-me arrepios que a tempos eu não sentia.

— Que tipo… - passei a língua por meus lábios pois repentinamente eles haviam perdido toda a umidade. Coringa acompanhou atentamente todos os meus movimentos. — Que tipo de coisas? - a essa altura do campeonato eu já nem lembrava mais de jogar as coisas na cara dele.

— Do tipo imoral e sujo. - sussurrou as palavras enquanto soltava meu cabelo do coque grego. Levou essa mesma mão a minha nuca e puxou com força e delicadeza meus fios, apenas para que eu inclinasse a cabeça para trás deixando meu pescoço exposto. — Esse cheiro… - disse arrastando a ponta do nariz por minha pele eriçando todos os pelos do meu corpo. — Seu maldito cheiro me enlouquece. - rosnou com o rosto ainda muito próximo de mim.

— Você é louco. - disse baixinho quando ele finalmente permitiu que eu me movesse.

Eu não me lembrava de ter visto antes esta expressão em seu rosto, ele sempre estava sorrindo debochado e cínico, seus olhos sempre brilhavam furiosos ou irritados. Mas ali, em minha frente, Coringa apenas tinha estampado na face de tez pálida algo entre luxúria e desejo. Seu olhar sobre mim não era nada comparado com a superioridade de sempre, ao invés de inferiorizar, me aquecia. Era tão caloroso e envolvente… que eu nem ao menos percebi que aproximava meus lábios dos seus.

— A loucura não tem volta, amor… - não havia o toque irônico que ele sempre usava para me irritar e não existia sobriedade que me fizesse parar. Eu apenas queria tocá-lo e sentir aquele calor me consumir.

— Eu não pretendo voltar. - colei meus lábios nos seus minando aquela distância tão incômoda.

 

Um simples selar de lábios transformou-se num beijo profundo e urgente. Coringa apertou minha coxa nua com força ao mesmo tempo que enlaçava a minha cintura com o outro braço levando meu corpo de encontro ao seu. Eu estava perdendo o controle, minhas mão passeavam incansavelmente por seus cabelos e pescoço. Estava muito quente.

Desci minha mão para seu peitoral sentindo os músculos rígido e algumas cicatrizes pequenas cobertas por tatuagem. Mais abaixo havia uma parecida com um corte, em seu abdome residia uma lembrança do dia em que atirei nele.

 

Nos afastamos em busca de ar, mas ele não fez questão de se afastar como eu imaginei que faria. Coringa deitou a cabeça na curva entre meu ombro e pescoço, distribuindo beijos leves que em resposta geravam pequenos choques em minha coluna. Ele tinha uma certa fixação por meu pescoço, eu acho.

 

— Por que…?

— Foi você quem me beijou. - se defendeu como se pudesse ler meus pensamentos, mas continuou ali, respirando contra a minha pele.

— Eu deveria te odiar. - falei decepcionada comigo mesma. Tudo o que tinha feito nos últimos meses… de que adiantaria agora? — Você acabou com a minha vida.

— Não é verdade. Eu te dei uma vida. - sua língua se arrastou até o lóbulo da minha orelha.

— Viver para te odiar. - constatei num riso fraco. Que tragédia, me apaixonei por um homem louco que tinha me arruinado. — Tenho que arranjar um novo motivo para viver então. Esse não está dando muito certo. - oh meu Deus, eu conseguia sentir lágrimas se formando nos cantos de meus olhos.

— Viva para me amar. - afastou-se de mim. Eu me endireitei em seu colo para encará-lo. Coringa detinha um sorriso convencido contrastando com seu olhar lascivo.

— Para você me usar? - gargalhei quando uma lágrima escorreu, depois outra e então outra. — Eu voltei para te destruir… tudo o que eu passei em Moscou, tudo o que consegui realizar nesses últimos meses…

— Junte-se a mim. - ignorou minhas palavras. Ele levantou a mão tatuada - ainda trêmula por causa do medicamento - até a maçã do meu rosto e secou aquelas gotinhas teimosas que caíam. — Pare de ser tão teimosa, Loreen. Pare de se negar a fazer o que quer porque acredita que seja errado, você pode fugir de mim, não é fácil, mas pode. - dizia ameno acariciando meus lábio inferior com seu polegar. — Entretanto não pode fugir de você mesma.

— Se eu não fosse teimosa você não fugiria do Arkham e muito menos iria atrás de mim. - desconversei.

— Não se ache especial. - deu de ombros ainda me encarando e sorrindo maroto. — Apenas estava na minha hora de dar tchau. - Coringa aproximou seus lábios dos meus fazendo-os roçarem de leve. — Você está fugindo do assunto. - mordeu meu lábio inferior sem força e apertou minha coxa lentamente. Esse homem me enlouqueceria.

— Eu não posso. - tentei me afastar para raciocinar com clareza, era muito difícil fazer isso com ele tão perto de mim. Em troca ele me firmou em seu enlaço de um jeito possessivo. — Sempre que você está por perto eu me machuco.  

— E isso não faz com que você se sinta… viva?

— Faz com que eu sinta dor. - fechei meus olhos para fugir dos seus, em contrapartida levei minha mão direita ao seu rosto. — Não me force mais. - acariciei sua pele marcada. — Não me peça o impossível.

— Você virá até mim, amor. - colou nossas testas. — Esse é um precipício irresistível, quando se chega à borda não dá para controlar, você acaba pulando. Afinal, não existe cláusula de sanidade. - falou antes de me beijar intensamente voltando a aquecer meu corpo e revirar meu estômago em ansiedade.

 

Coringa espalmou sua mão em minha nuca e desceu lentamente em direção ao zíper do meu vestido, seu toque era quente e áspero me deixavam febril excitada. Eu não quis que ele parasse, não detinha força de vontade suficiente nem mesmo para afastá-lo. Eu ansiava por mais do seu toque.

 

Até o telefone tocar incansavelmente.

 

— Caralho! - ele olhou raivoso pro aparelho. Eu não preciso dizer que fiquei revoltada também, né?

— Eu preciso atender. - me levantei do seu colo e peguei o telefone no gancho notando estar tão trêmula, com as pernas bambas e o coração disparado.

— Péssima hora. - murmurou injuriado. Parecia que alguém tinha tirado o doce da boca da criança.

— Alô. - atendi tentando normalizar a respiração.

 Loreen? - era a Alison.

— Sim, sou eu. Alison eu estou bem. - falei para acalmá-la. Olhei para onde Coringa estava sentado e ele ainda estava lá com os braços sobre o encosto do sofá, um sorriso cheio de terceiras intenções e um volume nada discreto despontando da calça escura, ele nem tentou esconder. — Como pode ver estou em casa. - desviei minha atenção para um ponto qualquer quando meu rosto começou a esquecer em consequência de pensamentos nada castos.

— Como eu posso ver você é louca! - gritou. — Acha que eu não vi? Você apontou a arma pra sua cabeça.

— Alison agora não é uma boa hora. - falei ao perceber que Coringa caminhava na minha direção.

— Você vai me ouvir sim, Johnson. - droga, eu não sabia o que era pior: Alison me dando sermão por telefone ou o Coringa novamente arrastando seus lábios em meu pescoço. Tive que me apoiar na estante quando ele colou seu corpo em minhas costas, porque eu já tremia tanto que sua aproximação fazia eu me desestabilizar mais ainda. — Eu não sei onde você estava com a cabeça ajudando aquele doente, mas eu não vou deixar você se afundar. Porra Loreen! Pensa em tudo o que ele já te fez.

— Desliga esse maldito telefone. - sussurrou na minha orelha. — Nós ainda temos muitas coisas a serem feitas, amor.

— Muitas… - pensei alto, mas falei baixo me sentindo ofegante outra vez quando ele apertou minha cintura e desceu a mão para a minha bunda sem pudor algum.

— Muitas coisas ruins! Ele é a sua ruína Loreen. - tentava colocar algum juízo na minha cabeça, mal sabia ela que cada gota de discernimento em mim se esvazia com os toques fortes daquele mesmo homem que ela repudiava.

— Eu sei. - minha voz falhou assim que eu senti sua língua percorrer meu ombro nu. — Vou… vou desligar. Tchau.

— Eu não terminei. A políc… - ignorei desligando a ligação.

— Boa menina. - soltou uma risada me virando de frente para ele. Coringa me pressionou contra seu corpo e a estante voltando a tomar meus lábios.

 

Ele era agressivo e bruto, mas não como antes, como naquele dia. Nesse momento ele admirava cada parte de mim com seu toque e idolatrava minha pele com seus beijos. Sua ferocidade apenas me excitava, não era repugnante e fazia com que eu me sentisse extasiada. Era muito mais eficaz que qualquer droga.

 

Eu já imaginava a noite se perpetuando em um sexo quente e selvagem quando minhas expectativas foram frustradas, alguém batia na porta da frente como se o mundo estivesse em um apocalipse zumbi.

 

— Senhorita Johnson. É a polícia. - gelei na hora, eles não podiam encontrar o Coringa aqui.

 

Olhei pra ele estarrecida, mas ao contrário do que eu esperava o maldito tinha um sorriso desdenhoso desenhado no rosto.

 

— Nós continuamos isso depois, amor. - falou antes de entrar no elevador privado que dava para o estacionamento e sumir.

 

— Loreen Johnson! - o policial rugiu por trás da porta. Eu corri para o espelho e verifiquei se havia alguma marca, mas não, eu só estava uma bagunça mesmo. E meus olhos ainda estavam um pouco avermelhados.

 

Abri a porta devagar com a minha melhor expressão de “por favor me ajude” que consegui. Seria um escândalo se eu fosse indiciada ou qualquer coisa do gênero e se eu tivesse que fingir, mentir ou manipular alguém para me ver livre de acusações, eu o faria.

 

— Eu quase morri. - a primeira mentira de muitas mentiras. — Aquele louco… ele… ele apontou a arma pra mim.

— Nós precisamos fazer algumas perguntas. - o comissário Gordon me olhou desconfiado, esse velho me odiava não tinha outra explicação.

— Mas agora? Estou cansada, não posso dar o meu depoimento amanhã?

— Não Johnson. Você precisa vir para a delegacia conosco. - explicou grosseiro. — Precisamos pegar o Coringa logo antes que mais desgraças aconteçam e você é a pessoa que teve maior contato com ele. - o comissário falava de forma insinuante, estava praticamente me incriminando. —  Se não fizer o depoimento tomarei a sua atitude como cumplicidade e formação de quadrilha.

— Que absurdo! Agora eu sou cúmplice até mesmo quando me forçam a dirigir um carro com uma arma apontada na cabeça?

— Está me respondendo? - fuzilou-me com seu olhar. — Eu não vou aturar seu desacato outra vez. - ele ainda se lembrava daquilo? Droga, Gordon me odiava mesmo.

— Quanto rancor, comissário. - debochei com discrição. — Tudo bem. O Senhor quer um depoimento? Eu te dou um depoimento. - falei trancando o apartamento. — Não quer me algemar também?

— Um dia ainda farei isso, pode ter certeza, Johnson. - respondeu enquanto andávamos para a saída do prédio.

 

Eu iria depor sim, mas eu não poderia garantir que as minhas palavras bateriam com a história verdadeira.


Notas Finais


Beijão amores, espero do fundinho do meu ser que vocês tenham gostado. Tentei ao máximo não deixar tão "açucarado" por causa da personalidade do Puddin kkkkk.

É isso, e continuem sendo sinceros, assim posso sempre tentar melhorar hahaha Beijinhos de luz!


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