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História Madness Queen - XII. Understand Me


Escrita por: GloriusCatTree

Notas do Autor


Heeeey pessoinhas!
Vocês não são mesmo umas flores muito cheirosas? Sério, eu li cada comentário, e vocês são sempre tão queridos comigo. De verdade, eu nutro um carinho muito grande por vocês e escrevo especialmente para vocês.
De coração, mais um capítulo para vocês!

Capítulo 12 - XII. Understand Me


Fanfic / Fanfiction Madness Queen - XII. Understand Me

Eu acordei tarde no sábado, estava perto das três da tarde quando minhas costas finalmente reclamaram de dor por ficarem tanto tempo esticadas na cama. Mas nem o sol lá fora me animava, eu estava deprimida com aquela discussão ao telefone, eu tinha lembrado outra vez das coisas horríveis que ele fizera comigo há oito meses.

Talvez o Coringa agora estivesse puto e resolvesse cancelar essa palhaçada de jantar, eu estava torcendo por isso.

 

Praticamente me arrastei da cama para o banheiro, tomei um banho quente, demorei vagando por meus próprios pensamentos, depois coloquei outro pijama. Estava sem vontade alguma de me arrumar. Ou de fazer qualquer outra coisa; fui para a cozinha e fiz um daqueles bolos de caneca que ficam prontos em três minutos porque não sou obrigada a fazer almoço.

 

Juro por Deus que tentei ignorar aquela luz chata que emanava do meu celular, mas a minha curiosidade era maior. Bem… não tanto quanto o arrependimento que me abateu quando vi que tinham seis ligações perdidas e duas mensagens do Coringa. Se eu olhei? Não mesmo. Mas tratei de andar até a porta de entrada e conferir se a fechadura estava trancada. Sério, eu estava sem paciência alguma para lidar com aquele imbecil.

 

Alison também me ligou, ela queria que eu ficasse com o gato dela enquanto ela ia a uma viagem de negócios com o Bruce. Será que ela não aceitava levar o gato e me deixar com o Bruce? Ele era tão mais fácil de lidar, ao contrário do Coringa.

 

Passei algum tempo encarando a televisão, finalmente eu estava assistindo meu filme e comendo sorvete. Eu deveria estar na academia agora, para uma aula de krav maga que havia decidido começar, mas tinha uma pistola debaixo da minha cana, então acho que está tudo bem matar aula por um dia.

 

E o meu celular tocou outra vez.

 

— Ligou para desmarcar? - atendi aquela bosta com vontade de tacar na parede e quebrar em mil pedaços. — Se for ligou á toa, eu não pretendo ir mesmo.

— É bom saber que você não honra com a sua palavra. - ele rosnou do outro lado da linha. — Você vai sim, amor. Ou eu cancelo essa merda de acordo e você fica a ver navios já que o Huan não vai querer fazer negócios com vocês depois da nossa... brincadeirinha de ontem. - Coringa controlava sua irritação através do escárnio e da ameaça.

— Não quero te ver. - murmurei birrenta. Infantil? Muito. Mas eu estava abalada de verdade com aquele ato tão cruel.

— Nós já passamos por isso, querida, não faça isso. - seu tom soou compreensivo como quem tenta abrandar o escândalo de uma criança berrando num supermercado, nesse caso eu era a criança. — Não me irrite.

— Por que? Você vai me estuprar de novo? - minha voz falhou, sempre que me lembrava daquele dia caia no choro, eu nunca conseguiria me esquecer. — Você é um monstro! Por que simplesmente não tirou nele? Era mais humano do q...

— Caralho! Você é muito chata. - gritou me interrompendo. — Não vou discutir isso com você por telefone. Não saia de casa! - desligou.

 

Eu dei de ombros e larguei o aparelho em cima da mesinha de centro. Estava inconformada com as suas atitudes, ele não se importava com ninguém? Ele era totalmente o meu oposto, quando eu atirei nele quase surtei com medo de tê-lo matado e no dia seguinte ele fez o que? Acionou aquela bomba para me matar.

E quando eu estive em Moscou, em toda aquela bagunça eu sempre deitava minha cabeça no travesseiro e me sentia angustiada porque estava me preparando para acabar com a raça dele, e ele? Coringa estava mais preocupado em brincar de ser um maluco psicopata do que lembrar da minha existência, ele nem tinha tentado ir atrás de mim. Tinha me deixado ir sem esforço algum. Só que agora ele me queria por perto por puro capricho.

 

Pior que nem posso colocar a culpa no meu signo porque sou de áries. Ser trouxa deve ser genético, puxei meu pai, pronto.

 

Minha cabeça estava tão cheia que eu já chorava de raiva feito uma criancinha que perdeu os pais no parquinho. No entanto voltei minha atenção para o elevador privado quando seu toque soou anunciando que tinha chegado em meu apartamento. Ótimo, ele tinha a minha senha por causa daquele dia da festa do Bruce.

Na hora em que ele pôs os pés no corredor eu peguei o vaso de flores que Bruce tinha me dado e joguei nele molhando o chão, Coringa desviou e o vaso se espatifou na parede. O idiota sorriu.

 

— Se eu não te conhecesse eu diria que está tentando me matar, Loreen. -

— Saí daqui! - em um momento de desespero eu corri na sua direção e o empurrei para voltar ao elevado. — Saí! - eu estava muito transtornada, sentia as lágrimas fluírem livremente por meu rosto como se toda a minha fúria e mágoa tivessem chegado ao limite e transbordado. — Seu desgraçado! Saí da minha casa!

— Para, Loreen! - sua voz ecoou distante em minha mente. Eu continuava a expulsá-lo da minha casa sem me importar se isso o deixava bravo. — Para… - eu queria ele fora dali de qualquer jeito. — Eu mandei você parar! - Coringa gritou perdendo a calma. Eu senti suas mão apertarem meus ombros e me jogarem com força para trás fazendo com que eu batesse as costas na parede, soltei um gemido doloroso por causa do impacto.

Então ele levou sua mão tatuada ao meu pescoço e apertou de leve me imobilizando.

Esse ato fez com que eu entrasse em pânico. Lembranças do dia em que ele me violentou surgiram em flashbacks terríveis. Tentei espernear para que ele me soltasse, mas isso só fez com que ele aproximasse seu corpo de mim, expremendo o meu contra a parede.

Coringa estava sério, me avaliava sob um olhar analítico e amedrontador.

— Não. - Eu disse junto a um soluço.

— Do que está falando? - sussurrou com os lábios perto demais dos meus.

— O que fez com Huan…

— Não fiz nada com ele. - afastou seu rosto do meu.

— Deixou que seus capangas fizessem!

— Está dando todo esse chilique por causa do chinês? - rosnou torcendo seu pescoço de um jeito sinistro.

— Eu não quero isso de novo. - balcuciei entre fracos soluços, de repente eu me sentia exausta por pensar tanto naquilo.

No entanto Coringa pareceu entender, seu olhar foi tomado uma sombra de reconhecimento e ele afrouxou seu aperto em meu corpo.

— Eu não… eu… eu não suportaria outra vez.


 

POV'S Coringa

 

Eu nunca a vi tão frágil. Ou já, mas não havia me incomodado antes.

 

Por um segundo eu realmente achei que ela estava tendo uma crise de consciência. Já estava até preparando um discurso clichê sobre ter de fazer coisas ruins à pessoas ruins. Mas as suas palavra me deram um soco no estômago.

 

Para mim não havia fundamento em remoer o passado, estáé uma terra perigosa cheia de caminhos tortuosos que servem apenas para atiçar nossos monstros e nos moldar como argila para o futuro. Não dá para viver sem ele, mas é preferível ignorar sua existência a remexe-lo como Loreen fazia.

 

O problema é que eu era o seu passado, o motivo dos seus ataques e seu maior pesadelo. E Loreen estava tão linda envolta pela melancolia, com seu rosto avermelhado banhado por lágrimas sofridas.

 

Deuses… ela me encarava com tanto medo e eu só queria beijá-la, arrancar sua roupa e fode-la ali mesmo, naquele corredor.

Como isso tinha acontecido? Essa fixação? Esse desejo?

 

Eu posso tentar te explicar.

 

Você já teve um animal de estimação? Se você foi uma criança normal provavelmente sim. Um gato, um cachorro, pode ser até mesmo um peixe. Se você não foi uma criança afortunada pense na sua primeira boneca, ou carrinho.

Então você ensinou tudo ao seu bichinho, onde fazer suas necessidades, quando comer, onde dormir, deu banho e o viu crescer nutrindo um grande sentimento por você. Ou, se você imaginou o seu brinquedo lembre-se de como nada era melhor do que brincar com ele, nenhuma outra boneca era mais bonita do que a primeira, nenhuma outra mereceu tamanho cuidado.

E um dia tudo acabou.

O seu cachorro fugiu e a sua boneca foi roubada pela amiguinha invejosa. Seus pais até tentaram te dar outro para substituir e acalentar sua dor, sua saudade. Mas você sabia que nunca mais o teria de volta e que nenhum outro animal ou brinquedo traria aquele mesmo sentimento de satisfação do anterior.

Admita: esse foi o dia em que você aprendeu o significado da frase “perder para dar valor”.

 

Foi o que eu fiz quando Loreen veio com aquela historinha ridícula de fugir. Busquei por uma nova boneca. Todas elas eram tão manipuláveis, medrosas e fáceis, se tornou chato. Era entediante.

Nenhuma delas tinha a verdade nos olhos, ou o calor da sua pele. Nem mesmo a voz macia e o cheiro naturalmente doce.

Elas eram todas sem graça, não explodiam em raiva, não me questionavam, mal tinham coragem de me olhar nos olhos. Nenhuma delas eram como a Loreen. Ela me irritava, fazia-me perder a cabeça e lutar internamente comigo mesmo.

Não sou um homem que carrega arrependimentos, mas se Loreen tivesse morrido com a explosão da  bomba, hoje eu acrescentaria esse único tópico a minha lista em branco.

 

— Está com medo de mim? - voltei a me concentrar nos seus olhos azuis cintilando por causa das lágrimas. Não me importava se realmente sentia medo de mim, eu só queria me certificar e reafirmar meu poder sobre ela.

— Medo de você? - ela fungou levantando o rosto choroso para mim. — Tenho medo do que você pode fazer. Eu nunca consigo prever seu próximo passo, isso me apavora.

— Então seja uma boa menina. - sorri ladino diminuído a distância entre nossas bocas. — Me obedeça e eu serei bom para você. - mordi seu lábio inferior com a precisão certa para que ela abrisse a boca num gemido deliciosamente doloroso. Foi a minha deixa para tomar seus lábios para mim.

 

POV'S Loreen

 

Me beijou lentamente acalmando aquela confusão na qual eu me encontrava. Toda a minha agitação se aquietou e quando ele se afastou eu joguei meus braços ao redor do seu pescoço e enterrei meu rosto naquela curvatura. Foi um ato impulsivo, mas eu só queria mais um pouco daquele calor tão reconfortante.

 

Ele não se moveu, não me abraçou de volta, não tentou me afastar e não rosnou irritado como de costume. Coringa só ficou ali, parado enquanto eu me agarrava a ele como se fosse a minha tábua da salvação.

 

— Me prometa que não fará mais aquilo. - meu pedido saiu abafado por sua pele cheirosa.

— Esqueça aquele dia. - senti sua mão direita grudar em minha cintura.

— Alguma vez já te machucaram? - não me afastei para ver sua expressão. — Já te causaram um dano irreversível?

— Eu não me lembro. - seu tom de voz não era de modo algum afetado, em vez disto ela carregava altas doses de apatia. — Não é saudável para a mente brincar com as lembranças, são um carrocel de decepções e desgraças. Tranque-as em algum canto inutilizado da sua cabecinha e esqueça a existência delas, pirralha.

— Você é o meu pior momento, a minha memória mais dolorosa. - confessei me afastando para encontrá-lo com um sorriso presunçoso desenho na face, eu podia ver as placas de metal que cobriam seus dentes. — Mas eu não posso te esquecer. Não sei se eu quero. - não sei porque fiz isso, mas cochichei como se fosse um grande segredo que eu guardava a sete chaves.

_ Existe conflito em você. Eu gosto disso. - sua mão livre deslizou sobre meu rosto e acariciou meu pescoço num pedido mudo de desculpas por maltratar minha pele. Eu acredito que nunca escutaria essas palavras vinda dele, um pedido de desculpas, um agradecimento… Mas Coringa não era um homem de palavra, e eu preferia as suas ações do que a mentira. — Vá tomar banho e se arrumar. - se afastou de mim para voltar ao elevador.

— Eu não quero ir jantar com você. - comentei cansada ao sentir o frio da sua distância.

— Não vamos jantar. - sorriu divertido escondendo algo de mim. — Vamos resolver alguns negócios. Está na hora de você conhecer alguém. Não se atrase, venho te buscar daqui a pouco. - disse antes de entrar no elevador.

 

Às nove horas eu estava pronta. Vestida com um simples vestido preto Prada, ele era frente única e o decote nas costas era sustentado por finas correntes de ouro que desciam até a minha cintura. Não era o meu vestido mais longo e comportado, mas combinava perfeitamente com o par de Louboutin que eu havia ganhado do Coringas meses atrás para ir ao cassino.

 

Prendi meus cabelos num rabo de cavalo alto; não exitei na sombra preta e nem no batom vermelho.

 

Sei que estou facilitando demais as coisas para ele. Aceitando suas propostas, não o contestando, não me afastando… eu tenho consciência disto e preciso que ele ache estar por cima. É me subestimando que ele vai se entregar de bandeja aos meus planos de quebrá-lo.

 

— Finalmente!

 

Eu dei um pulo com sua pronúncia repentina, meu Deus, ele não podia bater na porta como qualquer pessoa normal?

 

— Acho que estou tendo um infarto. -coloquei minha mão direita sobre meu peito. — Você não pode avisar antes de entrar?

— Claro. - rolou os olhos com impaciência. — Eu disse que viria daqui a pouco. Não em quatro horas.

— Não reclama. Pra começar, eu nem quero ir. - suspirei encarando-o. — Você está armado.

— Sério? Eu nem percebi. - falou irônico segurando a Glock dourada. — Agora, vamos logo.

 

Andei até a mesinha de centro e puxei uma gaveta onde havia um fundo falso em que eu guardava a minha pistola Taurus calibre 38.

Em momento algum Coringa desgrudou seus olhos de mim e assim que me virei, aproximando-me dele, ele franziu a testa com curiosidade.

 

— Nãoquero te ofender, mas você não é muito boa com armas. - sorriu debochado.

— Não se preocupe com isso. Agora eu atiro pra acertar. - balancei a pistola na frente do seu rosto antes de guardar na minha bolsa. — Amor. - imitei seu tom cheio de cinismo junto com o apelidinho irritante que ele me dera.

Eu saí andando na sua frente em direção ao elevador, mas consegui ouvir sua risada ao me seguir.

 

— Esse carro me trás péssimas lembranças. - comentei entrando na Lamborghini roxa.

Ah, é! Coringa nem tentou ser cavalheiro abrindo a porta para mim. Se fosse o Bruce eu provavelmente estaria me sentindo uma bailarina do Bolshoi. Não sei se isso foi o elogio…

— Não foi tão ruim assim. Sei que no fundo desse seu lindo coraçãozinho você adorou todos os momentos ao meu lado.

— Para onde vamos? - cortei o assunto.

— Iceberg Lounge.

— E você vai usando uma gravata borboleta? - arqueei uma sobrancelha virando minha cabeça para encará-lo. Ele usava um terno preto slim com a camisa azul marinho e a gravata borboleta em preto.

— Não se preocupe, eu te reservei uma dança, pirralha. - piscou um olho com aquele sorriso que estava sempre presente em sua face.

— E você vai me contar o que estamos indo fazer lá antes ou depois da dança? - eu já estava ficando irritada com aquela enrolação.

— Sabe quem é o dono?

— Oswald Chesterfield Cobblepot. - respondi com convicção. — O Falcone não é muito fã dele.

— O Falcone é um babaca. - deu de ombros. — Ele sempre vem com aquele papo: blá blá blá território, blá blá blá me pague ou eu te mato. - não consegui segurar a risada com a sua péssima imitação.

— Na nossa reunião, ele só queria saber quanto a gente ia pagar pra ele. - tentei me conter. — Ele ficava dizendo: eu quero vinte e cinco por cento por cada território. - ri em seguida. — Um saco.

— Um dia eu vou matá-lo, só pra não ter que ver aquela cara de El Capone nunca mais. - foi a sua vez de rir.

— Tá, mas enquanto você não faz isso que tal parar com o mistério?

— Você é tão apressadinha, amor. Olha, nós já chegamos! - só então eu percebi que ele havia estacionado. — Detesto admitir, mas o Pinguim é o melhor quando se trata de investimento exterior. Claro que eu dei permissão para que ele mediasse algumas ações específicas, neste caso, as minhas.

— Por que você o chama assim?

— Você verá. - Coringa saiu do carro, andou até mim e rodeou minha cintura com o braço direito. Com a mão esquerda ele segurava aquela bengala estranha, e olha que nem combinava com a roupa.

— E com quem você está negociando? - perguntei curiosa.

— Nós, amor. - me corrigiu. — Nós dois estamos negociando… com os russos.

— O que? - quase engasguei sentindo meu sangue gelar.

 

Nós andamos até a parte de trás da boate pelo lado contrário ao da entrada onde uma fila estava formada por muitas pessoas que queriam encher a cara e dançar até suas forças acabarem. Eu já estava com o cú na mão com esse papo de russos.

 

— Está tensa. - Coringa sussurrou em meu ouvido quando um homem enorme nos deixou passar após batermos na porta.

— Quem…

— Senhor. - um outro homem apareceu segurando uma caixa e me interrompendo. Cacete. — Sem armas, por favor.

 

Coringa entregou as duas Glocks e eu a pistola que estava na minha bolsa, só que o segurança - se é que ele era um segurança - não ficou muito satisfeito e pediu minha bolsa.

 

— Senhor C. - ouvi a voz masculina se aproximar para saudá-lo.

— Credo. - sussurrei e Coringa segurou um riso.

— Pinguim. - acho que o cara não gostava muito do apelido, ele sorriu nervoso e apertou a mão dele com força.

— Loreen Johnson. - falei quando ele me olhou questionativo.

— A filha do banqueiro. - forçou uma risadinha que saiu acompanhada de um grunhido. — Sou Oswald Chesterfield Cobblepot. É um prazer.

— Espero que tenha colocado um lugar a mais para a Senhorita Johnson. Ela é um membro importante desta reunião.

— Isso não é um problema. - o tal Pinguim falou nos guiando por um corredor escuro com luzes de LED azul nas paredes. — Uma amiga sua, Senhor C., É minha amiga também.

— Não seja tão amigável, Pinguim. Eu não te aconselharia a fazer isso. - Coringa disse com um sorriso ameaçador. Ele ainda segurava minha cintura e vez ou outra olhava para meu rosto incomodado com a minha apreensão.

— Claro, claro. - Pinguim disse de imediato.

 

A cada passo que dávamos eu sentia meu coração acelerar um pouco a mais. Aquele mau pressentimento me deixava nervosa e inquieta.

Ao passarmos do corredor entramos numa sala ampla e clara decorada com estátuas de gelo em diversas formas. No entanto, não foi isso que me chamou a atenção.

 

— Loreen Johnson. - a voz gélida carregada por um sotaque russo bruto soou me fazendo estacar no local. — Sabia que iríamos nos reencontrar. - Gustaf sorria presunçoso. Ele fez um movimento com a mão direita e dois homens que estavam atrás dele apontaram suas MK 48 na minha direção. - Acerto de contas, querida?

— Você pode matá-la. - Coringa disse debochado ao meu lado. Eu o encarei como se ele fosse louco.

— Não po…

— Mas se você o fizer nós não teremos passagem livre no porto de Gotham para você trazer as armas. - me interrompeu.

— Essa garota invadiu meu sistema e mandou dois terços do meu armamento para o inferno. Se ela não me entregar eu vou matá-la. Ela não é a única que pode trazer o carregamento. - Gustaf falava apontando para mim. Acho que eu tinha deixado ele um pouco irritado.

— Se você me matar não vai ter seus brinquedos de volta Gustaf. Eles estão muito bem guardados. - argumentei. — Além do mais, não há outra opção para você trazer suas armas. A segurança do porto é forte, eles abrem contêiner por contêiner para verificar as mercadorias. Menos as da Farmac para não contaminar os produtos esterilizados.

— Eu quero o meu carregamento ou coloco toda a Orekhov atrás de você. E não serei tão bonzinho te dando de comida para os peixes.

— Claro, mas acho que não viemos aqui para discutir mágoas passadas. - forcei um sorriso confiante.

— Agora que vocês já mataram a saudade, podemos começar? - Pinguim se intrometeu antes que o russo resolvesse mesmo me matar. Ele voltou a andar para uma mesa redonda desta vez sendo seguido por Gustaf. Foi quando eu percebi Coringa tirando a mão de trás das suas costas, por baixo do terno.

— Você não entregou todas as armas. - sussurrei para ele.

— E graças a você eu quase tive que usá-la. - devolver nervoso. — Você vai me contar o que aconteceu em Moscou.

 

Nesse tempo em que estivemos ali descobri que Pinguim realmente era o cara dos contatos, e era muito esperto investindo a grana suja na sua própria boate para limpá-la. Seus negócios com o Coringa não era apenas a mediação com a máfia, ele era um dos distribuidores, repassava as drogas lá dentro com algumas pessoas de alta classe.

Gustaf Orekhov, era o líder de uma das famílias mais poderosas de Moscou, comandava o tráfico de armas militares, ópio e tinha um pezinho no mercado de órgãos.

 

O acordo em que chegamos era que eu abriria as portas para a entrada das armas vindas de Moscou e ele aceitaria distribuir a nossa metanfetamina em lugares estratégicos da Rússia. Pinguim continuaria com o que já estava fazendo e Coringa venderia as armas, ele também tinha contatos por aí.

Trinta e três por cento para cada um, tudo em sigilo.

 

— Não pense que não esqueci das minhas armas. - ouvi Gustaf dizer quando eu me levantei.

— Elas estão bem guardadas, eu já disse. - menti. — Quem sabe eu não te devolva? - pisquei um olho para ele que respondeu com um murmúrio irritadiço. — Agora se me dão licença eu vou aproveitar a minha noite fingindo ser uma pessoa normal.

 

Saí dali e fui em direção a boate onde tocava uma música alta e agitada. Como eu amava a versão remixada de Monster da Lady Gaga, me lembrava a adolescência festiva que eu tive, foi uma fase boa, eu passava a maior parte do tempo bêbada, mas acho que foi boa.

 

A primeira coisa que eu fiz foi pedir por uma água com gás, a segunda foi me jogar na pista de dança como uma garota de dezesseis anos que conseguiu entrar na boate com uma identidade falsa. Mas admito que era muito estranho estar numa balada e não procurar por alguém que vendesse ecstasy, não que eu curtisse, só que a Megan curtia, e bem… ela era a minha companhia de noitadas naquela época.

 

— Eai? - um rapaz loiro muito bonito se aproximou de mim com uma long neck de cerveja na mão. — Sozinha?

— No momento estou. - apesar de lhe sorrir educadamente eu dei uma olhada aos arredores para ver se Coringa não estava me vigiando.

— Que tal uma bebida de verdade? - me ofereceu a sua garrafa. — Meu nome é Spencer.

— Eu não bebo, Spencer. - levantei meu copo. - Sou Loreen.

— É, eu sei. - sorriu abertamente. — É ainda mais bonita pessoalmente.

— É uma pena que você não possa admirar essa beleza por muito mais tempo.

 

Spencer olhou espantado para a figura parada atrás de mim e sem falar nada saiu pálido e trêmulo.

 

— Não espante os meus flertes. - me virei para encará-lo irritada, disfarçando certo divertimento que eu sentia no momento. — Eu não saio por aí cuidando da sua vida pessoal.

— Desculpe-me, juro que não foi minha intenção. - tão falso. — Mas eu não queria dançar com ele. - rodeou minha cintura com seus braços e me puxou para próximo de si colando nossos corpos.

— Claro, que cara inconveniente. - ditei cheia de sarcasmo e coloquei meus braços em volta do seu pescoço.

— O que você fez em Moscou, Loreen? - estava sério.

— Eu fiquei sem grana. - desviei meus olhos dos seus. — Depois que consegui comprar a Farmac e tirá-la da lama sobrou menos do que eu precisava para sobreviver. E eu também usei muito dinheiro para despistar as pessoas que meus pais colocaram atrás de mim. Então um dia eu estava no lugar errado e vi algo que não deveria. Gustaf Orekhov recebendo três maletas recheada de grana por uma caminhonete recheada de ópio. - voltei a olhar para ele encontrando seus olhos azuis concentrados em mim. — Eu não ia conseguir voltar porque além de estar sem grana acabei me enrolando com uma organização chamada Ascrav, eles me abrigaram e me ajudaram a sumir com as pessoas que me procuravam. Também me ensinaram a atirar e invadir softwares. Eles diziam que se eu quisesse continuar a salvo teria que ajudá-los. Então, depois que eu vi Gustaf resolvi que aquilo era a minha saída. Eu roubei as armas dele e vendi para seus adversários por uma grana preta que eu usei para voltar para Gotham.

— Você me roubou dois bilhões. Como gastou tudo tão rápido?

— Eu queria te deixar com raiva. - revelei envergonhada. — Doei uma parte para o Arkham restaurar o setor de tratamento intensivo.

— Ah… está explicado aquela maldita máquina de eletroconvulção de última geração e o Metrozol de primeira. Jeremiah adorou a sua colaboração. - comentou num riso fraco. E eu senti uma pontada de culpa surgir em mim ao me lembrar de como ele estava péssimo no dia da festa de aniversário do Bruce. — Gustaf não tentará te machucar agora, mas ele vai cobrar essa dívida. Cedo ou tarde.

— Se ele tivesse mandado atirar em mim você teria atirado nele.

— Na verdade, eu estava realmente inclinado a atirar em você. - inclinou a cabeça para o lado e estalou a língua no céu da boca. — Mas você está terrivelmente deliciosa essa noite e se eu te matasse não poderia aproveitar isso. - Coringa aproximou seu rosto do meu pescoço com a sua respiração quente me causando arrepios.

— Não faz isso. - pedi num suspiro quando ele me beijou minha pele exposta. — Estamos falando de um assunto sério. - me ignoro subindo uma mão para as minhas costas enquanto a outra fazia exatamente o oposto indo direto para a minha bunda. — As pessoas…

— Eu não me importo com as pessoas, você deveria fazer o mesmo. - sussurrou em minha orelha antes de morder levemente ao mesmo tempo em que roçava as pontas dos dedos em minha perna.

 

Eu estava quente e excitada com todo aquele joguinho que ele tinha começado.

 

— Me tira daqui! - o pedido emergente escapou dos meus lábios antes que eu pudesse controlar. Sem perceber eu mesma o puxava para mim a fim de ter mais contato com seu corpo forte.

— Achei que estivéssemos falando de um assunto sério. - riu sacudindo os ombros acariciando meu ombro com seus lábios. — Você precisa se decidir, amor. - me provocou.

— Eu já decidi. - o encarei sentindo minha face aquecer sob seu olhar malicioso. — E se você não quer que eu desista e te deixe na mão é melhor me tirar daqui. - discretamente levei minha mão ao cós da sua calça, desci um pouco mais por sobre o tecido e agarrei seu pau que já dava sinais de vida. Desculpa querido, mas eu não vou ser a sua cachorrinha submissa não. — Agora. - falei contra seus lábios.

— Cuidado com o que deseja. - sorriu antes de começar a andar em direção a saída me guiando pela cintura. — Que menina má… tentando me dar ordens. - ele com certeza estava adorando aquilo. — Vou te punir a noite inteira, amor. - e antes de entrarmos no carro ele me deu um tapa na bunda e bateu os dentes metálicos uns contra os outros numa mordida imaginária. Coringa conseguia ser louco até quando pensava em sexo.


Notas Finais


Muitas expectativas para o próximo capítulo? hahaha
Espero que tenham gostado e que perdoem esses meus erros de português, essas coisinhas brotam u.u

Beijinhos de luz gafanhotinhos <3


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