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História Madness Queen - XXI. The Joker's Fury


Escrita por: GloriusCatTree

Notas do Autor


Hello people!

Primeiro quero pedir desculpas pela demora, porém estou em final de semestre e acredito que continuarei com esse ritmo por um tempo.
Segundo, obrigada pelos comentários, vocês são umas preciosidades, amooooo muiiiiito!

Bem, chega de enrolação. Espero que gostem!

Capítulo 21 - XXI. The Joker's Fury


Fanfic / Fanfiction Madness Queen - XXI. The Joker's Fury

Obviamente eu estava controlando minhas mãos para não estrangular aquela pirralha. Como um ser humano pode ser tão mediocremente provido de inteligência?! Eram as drogas, essas coisas corroem o cérebro e nesse caso Loreen mal tinha dois terços da massa cinzenta para usar.

Não… seu problema estava na confiança excessiva nas pessoas. Essa imbecil não consegue entender que nesse meio, confiar nas pessoas é pedir pela própria morte; o que me daria muito trabalho porque eu teria de me vingar e no momento tenho planos mais interessantes.

 

Agora estávamos dentro da minha Lamborghini, eu dirigia pelas ruas menos movimentadas e apertava o volante com raiva enquanto Loreen se encolhia do outro lado dizendo que eu não deveria fazer o quer que eu pretendesse com a família do filho da puta que estava me passando a perna.

 

— Se você não ficar quieta eu vou costurar sua boca. - abri o porta-luvas tirando um kit de sutura que eu usava em alguma emergência. — Faço isso dirigindo. Você vai ficar linda.

 

Eu não ia matar a família daquela desgraça. Não se eles não estivessem em casa. Mas pretendia me divertir muito mostrando para aquele idiota com quem estava se metendo, além, é claro, de fazer com que este dia se tornasse memorável.

 

Quando chegamos ao bairro nobre estacionei frente a uma casa ridiculamente grande do tipo aqui vive uma família feliz. Realmente é muito fácil ser feliz se afogando no dinheiro dos outros enquanto come uma puta.

Dois Range Rover pararam atrás de mim, cada carro com quatro dos meus capachos.

 

— Eu não vou. - Loreen cruzou os braços virando de frente para a rua. Eu ia matar essa garota! — Não vou ver você torturando ninguém. Muito menos crianças!

— Sai dessa merda agora! - ditei pausadamente com a Glock engatilhada na sua testa, faltava bem pouco pra eu acabar com ela, mas eu teria que ter todo o trabalho de arranjar uma nova Loreen e eu já tinha tentado isso sendo que foi um fracasso total, só serviu para me deixar frustrado.

 

Pelo menos ela saiu do carro, com uma cara de pavor que me renderia altas risadas se eu não estivesse tão puto e com vontade de surrá-la, mas o que era dela estava guardado e eu lhe presentearia mais tarde.

 

Caminhei com a arma na mão, os idiotas atrás de mim destravaram as que eles traziam e logo começaram a atirar nos seguranças da casa. Loreen ainda reclamava alguma coisa atrás de mim, mas não passava de murmúrios que eu fazia questão de ignorar.

Não eram muitos homens que protegiam a casa, em menos de dez minutos as luzes antes apagadas estavam acesas. Então atirei no trinco da porta e ela se abriu para nos receber.

 

Os olhares dirigidos a nós eram dignos de serem fotografados. A mulher - provavelmente a corna - estava parada no meio da escada, ela me encarou amedrontada e então voltou seu olhar para Loreen, a confusão estampada nas íris castanhas.

Segundos depois ouvi passos relativamente leves e rápidos vindos do andar de cima e um projeto de gente descer as escadas correndo, uma criança loira vestida num macacão cor de rosa, ela pulou nos braços da mulher e afundou o rosto no pescoço dela.

 

Que maravilha! Loreen vai querer acabar com a minha diversão.

 

— Samantha.

— Loreen…? O que está acontecendo? - a aflição era nítida em sua voz.

— Vá para cima e leve as crianças. Nós viemos falar com Grigory. - essa garota acha que está no controle? Pirralha maldita! Tirou o dia para me irritar.

 

A vagabunda loira saiu correndo com a criança como Loreen mandou.

Me virei irritado para ela e estapeei seu rosto com força, o impacto foi forte o bastante para fazê-la cair no chão com a mão na face avermelhada. Ao levantar a cabeça em minha direção um filete de sangue escorreu pelo canto dos lábios; seu olhos azuis brilharam furioso.

Uma pontada incômoda de culpa me fez revirar os olhos, odiava aquela consciência que Loreen me fazia ter sobre ela. Desobedecendo meus próprios ideais estendi minha mão para lhe levantar pelo braço.

 

Entretanto sua reação foi inesperada e me pegou de surpresa. Loreen bateu na minha mão e se levantou sem tirar os olhos de mim, passou a mão direita para limpar o sangue e secou na saia preta.

 

— Você quer descontar sua raiva em mim e me fazer de válvula de escape? Por mim tudo bem, mas toque naquelas crianças ou na mãe delas para ver o que eu faço com você. - o frio em sua voz era cortante e mesmo assim muito sensual, suas palavras eram o estímulo perfeito para eu levá-la ao limite de qualquer provocação.

— Um.

— Chefe? - se pronunciou dando um passo à frente.

— Suba e traga a mulher e as pirralhas. - não segurei o sorriso que se formou em meu rosto. Loreen estava próxima a mim, me encarando com seriedade. — E me tragam o covarde.

— Não vou deixar você machucar elas.

— Você não vai fazer nada, querida. Agora cala essa matraca porque no momento ela não está servindo nem para chupar o meu pau. - uma grande mentira, Loreen estava no meu rank de rainha da felação, mas alguém tinha que fazer ela baixar a bola e entender qual o seu lugar. Isto Infelizmente traria consequências, como o fato de que o nosso encontro não terminaria com ela usando aquela boca deliciosa em mim.

 

Quando seus lábios se entreabriram para me responder o barulho de um tiro tomou sua atenção para o interior da casa. Ela ainda ameaçou andar na direção do disparo, mas dessa vez eu segurei seu braço para impedi-la de ir e fui na frente.

No corredor decorado por quadros de paisagens noturnas era possível se ouvir aquele som que tanto me agradava, o grito de dor e agonia reverberando por entre as paredes. Parece que Grigory estava tentando fugir dos meus homens, pobre homem, não sabe o que lhe aguarda.

 

— Sua vadia! - ele gritou assim que viu Loreen entrar atrás de mim em seu escritório estilo vitoriano. — Eu disse para você não me dedurar! Vou te matar! - um revólver estava jogado no chão e um dos cães bonzinhos segurava seu braço quase o quebrando.

— Esse seu falatório vai acabar te matando. - proferi segurando o rosto dele com minha mão direita. — Você foi descoberto na hora certa. Tenho andado entediado e odeio estar entediado. - torci meu pescoço a fim de relaxar os músculos tensos. — Por quanto tempo achou que poderia se esconder? Ah… eu adoro um esconde-esconde.

— O que você vai fazer? - ele disse firme, me olhando raivoso.

— Você verá Grigory, será uma experiência intensa para todos nós. - ri caminhando até o bar que ele possuía no escritório e me servi com whisky .

 

Apoiei meu cotovelo no bar esperando Um trazer meu pequeno pacote do andar de cima. Enquanto isso observei minha menina, ela detinha um olhar perdido sobre o retrato em cima da escrivaninha de mogno, na foto estava a mulher com a garotinha loira e uma outra menina maior de cabelos castanhos. Loreen nem sabia o que aconteceria e já se culpava por ter me contado, tinha mesmo sido estúpida em não resolver o problema.

Percebendo que eu a olhava virou o rosto em minha direção, o lado em que eu havia batido estava vermelho e começava a inchar, aquela maldita pontada de arrependimento me atravessou outra vez. Não deveria ter batido nela, mas tudo aquilo, incluindo meu nível de estresse era culpa dela.

Estava brava. Não… estava magoada e assim que seus olhos encontraram os meus ela desviou. Aquilo me atingiu. Fiquei irado ao perceber o quanto detestava aquele olhar que um dia tanto admirei em sua face, queria matá-la porque sabia que buscava sua aprovação e ainda assim queria tomá-la em meus braços e fazê-la eterna para o meu deleite.

 

Graças ao choro feminino fui tirado destes devaneios pela entrada da família no escritório. Um segurava a mulher com a criança no colo pelos cabelos e apontava a arma na cabeça da outra menina, esta deveria ter uns doze anos.

 

— Samantha! - o desgraçado a chamou com desespero. — Não faça nada com elas! Elas não tem culpa!

— Eu também não tenho culpa dos seus erros, ainda assim falta uma boa grana no meu cofre.

— Eu devolvo! Devolvo tudo. Por favor. - a medida em que ele implorava, meu ego era fortemente massageado. Eu estava no controle.

— Amor, o que está acontecendo? - a tal Samantha perguntou, mas ele estava envergonhado demais para lhe contar das coisas horríveis que fazia.

— Conte a ela! - eu mandei. — Revela pra sua esposinha o cão imundo que você é! - me aproximei dele colocando minha arma na sua cabeça, a mulher gritou um “não” se debatendo nas mãos do meu lacaio. — Fala! - empurrei minha mão fazendo ele inclinar a cabeça, o suor escorria por sua testa.

— Amor! - ela chorou para o marido enquanto Loreen a olhava com pesar cerrando os punhos com força, eu sabia que ela queria me parar, tentava a todo custo não me encarar, mas quando seus olhos esbarravam nos meus eu os via doloridos e raivosos. No entanto, não ousaria ir contra a minha vontade.

— Já que você não vai contar… - me afastei alguns passos daquele estúpido e me inclinei na frente da garota morena, uma criancinha medrosa. Sorri-lhe e toquei seus cabelos castanhos. — O papai não presta. - forcei um tom triste. — Ele rouba dos outros e usa o que não é seu para fazer drogas.

— Deixa a minha filha em paz! - vi sua sombra se debater para soltar-se do aperto. Grigory tinha uma virtuosidade admirável.

— Talvez eu as adote depois de matá-los. O que acha, querida? Poderíamos ser uma grande família feliz. - falei irônico voltando meu olhar para Loreen, ela estava com uma expressão espantada. — O que? Não quer duas? Nós matamos essa e ficamos com a pequena ali.

— Coringa. - ela proferiu baixo, um sussurro hesitante e incrédulo; me irritou, aquela vadia não tinha perspectiva alguma sobre mim e eu fazia tanto por ela. Como eu repudio a ingratidão.

— Não quer filhos comigo, Loreen? - eu não me importava com filhos, não os queria de verdade, sabia muito bem que não seria um bom pai. Mas eu queria ver até onde ela iria, o que ela queria. Em algum momento dessa merda que nós tínhamos eu comecei a querer as mesmas coisas que ela, isso me irritava profundamente e me fazia perder meu foco inicial.

 

Precisava descontar aquela ira em alguma coisa ou eu não aproveitaria o momento e os gritos e choros apenas me fariam querer arrancar logo a cabeça do primeiro ser que ousasse fazer barulho. Então soquei Grigory com vontade, soquei de novo, de novo e de novo. Até vê-lo cuspir dois dentes e gemer alto de dor; as crianças choravam encolhidas perto da mãe que gritava rouca pedindo que eu parasse.

 

— Tirem as roupas dele. - eu ordenei quando percebi o estado letárgico no qual Grigory se afundava.

— O que…? - a voz de Loreen morreu ao ver um dos meus cães entrar no escritório com duas maletas. Peguei uma e abri em cima da escrivaninha, tirei um bastão retrátil preto com a ponta arredondada, uma espécie de teaser e palmatória.

 

O primeiro golpe foi glorioso, na coxa direita. Não sei se o grito doloroso foi devido a descarga elétrica ou ao impacto, mas me satisfez, mesmo que as meninas soluçassem alto com o sofrimento do pai. Nada como um pequeno trauma de infância, certo?

Depois eu apenas encostei a ponta do objeto em seu pescoço liberando uma torrente de choques. E seu apelo por misericórdia acariciou meus tímpanos.

 

— Para! - a mulher pediu com os olhos carregados por lágrimas. — Seu monstro!

— Monstro? - não segurei o riso.

— Por que tanta crueldade? - disse entre mais soluços.

— Cruel? É isso o que você acha que eu sou? - meu tom de voz era uma farsa muito mal ensaiada de alguém ofendido. — Não sou cruel; sequer sou mau. - estalei meu pescoço outra vez, aquela maldita tensão não se dissipava. — Acontece que tenho um pequeno desvio de caráter, que prejudica as outras pessoas. Bem, todo mundo tem um defeito não é? E você querendo ou não, Grigory, tem um defeito tão grande quanto a sua dívida. Entretanto, hoje estou me sentindo muito generoso, até penso que se você me disser quem é o filho da puta que está te ajudando posso talvez te deixar viver.

— Deixa o meu marido em paz! - puta mulher chata!

— Ah… eu preciso tomar medidas para você calar a boca? Sério? Olha só para esse pedaço de bosta. - apontei o pilantra, ele estava a ponto de desmaiar, mas não ia. Não ia mesmo! Desci o bastão em seu braço sorrindo quando ouvi um novo grito de dor. — Eu mato ele, depois você e levo essa pirralhas comigo, e quando elas menos esperarem estarão servindo de brinquedo pros meus amiguinhos.

 

Ela tremeu e então se calou ao me ver descarregar mais um pouco da carga elétrica naquele inútil. O olhar daquela mulher estava embaçado pelas lágrimas, mesmo assim não escondiam nenhum pouco seu sofrimento em ver quem amava ferido e vulnerável. Era lindo.

 

— Você é muito resistente. - reclamei. Já estava me entediando com aquilo. —  Acho que vou começar por essa aqui. - larguei o bastão na escrivaninha e andei até a garota de cabelos castanho visivelmente amedrontada. — Qual o seu nome, querida?

 

A vi olhar hesitante para a mãe, porém esta estava concentrada demais no marido, na verdade, ela beirava ao estado de choque.

 

— Se você não for uma boa menina, eu vou matar o seu papai. - a minha fala era mansa enquanto eu mirava minha Glock no homem.

— Trace. - não passou de um sussurro embargado.

— Trace. - repeti me divertindo com a situação apavorante a qual a pequena garota se encontrava. — Eu tenho um presente para você. - voltei-me para a outra maleta e tirei dela uma dinamite, uma muito pequena com consequências para lá de marcantes. Também peguei o rolo de fita isolante que usei para prender a bomba na mão da garota chorosa.

— Pronta querida? Nós vamos pintar o chão e as paredes como o seu sangue se o seu pai não começar a colaborar.

 

E eu estava morrendo de vontade de usar aquele isqueiro para acender o pavio do explosivo, a garota tinha grandes chances de morrer? Tinha sim, mas e daí? Aquele imbecil do pai dela estava polindo a minha prataria com uma palha de aço, o que é um arranhão na sua preciosa filha?

 

Outra vez olhei para Loreen e não pude evitar rolar os olhos com tamanho sentimentalismo. Mas que merda ridícula!

Ela não me encarava, sua cabeça estava abaixada e uma das mãos cobria a boca, lágrimas escorriam por esta mesma mão, mas não havia som algum. Era como se ela esperasse que eu terminasse logo com o que fazia para poder se retirar e sofrer em paz.

 

Queria arrancar minha própria cabeça por querer tirá-la daqui. Loreen precisava aprender, precisava tomar responsabilidade por seus atos e ainda assim algo em mim queria poupá-la.

 

Foda-se!

 

Acendi o isqueiro, ia matar logo aquela putinha e pular pra próxima.

 

— Bentley! - o covarde finalmente disse. — Se-Sean Bentley. - falou entre um gemido.

Quem era esse bosta?

 

— Esse nome não me é estranho… eu por um acaso já o ameacei? - questionei saindo de perto da garota chorona e agora mijada. Essas crianças de hoje em dia não recebem educação dos pais? Puta merda!

— Chefe. - Um me chamou com total submissão e é assim que eu gosto, cães bonzinhos que sabem quem está no controle. — Acho que ele está falando daquele cara que o Senhor… decepou…? - que bonitinho, ele estava escolhendo as palavras com medo de me deixar puto.

— Eu decepo muita gente. Preciso de algo menos vago.

— O médico das bonecas, Senhor.

— Oh… - belíssimos flashbacks daquela noite se apoderaram da minha mente, que nostálgico. —  Como ele assina os cheques com aquele cotoco que eu deixei pra ele? Hein Grigory? - pensar naquele doutorzinho com uma caneta na boca tentando escrever me fez rir.


 

Eu deveria ter matado aquele médico quando tive a oportunidade. Mas me repreenderia outra hora por isso, agora tinha que me preocupar com a mulher que me enlouquecia, porque ela não tinha estômago para assistir aos meus jogos. Então larguei meus homens lá com uma ordem clara para vigiar a família feliz por tempo indeterminado, afinal eu não queria ser dedurado e mesmo que a polícia fosse o menor dos meus problemas, eles ainda seriam um incômodo. Bem, os deixei e saí atrás da Loreen.

 

Ela estava lá fora, quando cheguei na porta de entrada pude ver seu corpo debruçado sobre o carro e ao me aproximar dela ouvi um soluço angustiado ser proferido. Aquele maldito incômodo se instalou em mim outra vez.

 

— Eu não… - caralho! Como é difícil dizer isso, principalmente porque era eu quem estava com a razão. — Não deveria…

— Ter me batido? - ela soltou uma risada anasalada levantando a cabeça, julguei que ela observava o céu já que estava de costas para mim. — Eu te disse que você nunca mais deveria tocar desse jeito em mim, mas não foi isso o que mais doeu hoje. O que doeu foi ver o que você fez. Agora Samantha está viajando no próprio trauma e não pode amparar as filhas assustadas, Grigory já deve estar desmaiado e Trace… pobre menina. Era realmente necessário? Ela tem apenas nove anos e você amarrou uma bomba nela. - Loreen se virou para mim, seu rosto estava coberto por lágrimas.

 

Sabe o que eu tenho a dizer sobre isso? Pouco me importa aquelas pessoas, qualquer um vale menos do que o chiclete esquecido na calçada.

Era apenas ela… somente Loreen poderia fazer com que eu sentisse algo que não fosse o repúdio que eu sentia pela sociedade ou o ódio que nutria por meus inimigos. Sua bondade era sua fraqueza, mas era algo que me prendia, porque apesar de seus crimes e de ter matado um homem ainda detinha aquela luz em si.

Loreen sempre seria a minha menina, a única estrela que brilharia ao meu lado sem que eu ofuscasse seu brilho.

 

— Já passou. - toquei uma mecha do seu cabelo negro com certa preocupação por sua respiração descompassada e o rosto tingindo-se de vermelho. — Merda!

 

Foi muito rápido.

 

Loreen segurou meu braço com força curvando-se sobre o próprio corpo em busca de ar. Sua mão livre enroscou-se no pescoço alvo apertando como se algo estivesse preso ali. Seu olhar era puro desespero. Ainda pude notar as gotículas de suor formando-se na testa.

 

— Olha pra mim! - desvencilhei-me dela para poder segurar seu rosto. — Olha pra mim, Loreen! - os olhos azuis encontraram os meus. — Respira devagar. - cumpri minha própria ordem a fim de fazê-la prosseguir com o ato.

 

Um ataque de pânico? Alguém estava pirando…

 

Ela ainda estava ofegante quando pousou suas mãos geladas nas minhas, então correu por meus braços e rodeou-me em um aperto forte escondendo o rosto no meu pescoço.

 

— Não faça mais nada a elas. - soluçou.

— Então pare de chorar ou eu vou te dar um bom motivo para derramar lágrimas.

— Parece que eu vou morrer. - podia senti-la trêmula em meus braços. — Eu não quero morrer! - afastou-se abruptamente levando as mãos aos cabelos.

 

Loreen voltou a se encostar no carro, desta vez com as mãos no lado esquerdo do peito sua expressão era de dor, não psicológica, ela parecia estar prestes a ter um ataque cardíaco.

Aquilo tudo não passava de uma brincadeirinha feita por sua mente, sua perda de controle fazia com que o corpo ignorasse seus comandos; ela não morreria, seu coração não iria parar, estava apenas sentindo o efeito de uma pequena descarga de adrenalina.

Ah, sim. Eu sei bem o que é um ataque de pânico, eu devo ter passado por isso algumas dezenas de vezes e sabe? Isso é apenas o começo, porque este medo de sentir medo só possui uma solução.

É como eu sempre digo, não existe uma cláusula de sanidade e a loucura é convidativa demais para se manter são. Hum... olhando para Loreen qualquer um poderia afirmar que basta um dia ruim para fazer uma pessoa “normal” escolher a portinha de emergência da mente, a fuga da realidade.

 

— Deixe sua mente tomar conta, amor. - instigar seu lado irracional era irresistível. — Eu vou cuidar de você…

— Você quer… me ver louca? - dizia com dificuldade, de forma lenta e arrastada.

— Livre! Esta é a palavra certa. - dei de ombros quando percebi que ela estava se recompondo. —  Isso tudo é muito para você? - apontei para o nosso redor. — Loreen, amor… a existência, não...! A sobrevivência exige força e adaptação. - seu olhar demonstrava a confusão que encontrava em minhas palavras. — Alguém disse uma vez: o gênio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diversas maneiras, uma inadaptabilidade ao meio.

— Você discorda? - um meio sorriso desenhou a face corada.

— Não… talvez um pouco. A adaptação depende do conforto á situação em que se está empregado, talvez ela te enlouqueça, talvez te transforme num criminoso e bom… se isto der certo você até pode se tornar espertinho. A questão é que não se obtêm genialidade, você nasce com ela.

— Não estávamos falando sobre loucura?

— Os maiores gênios da história foram considerados loucos. Eles pensavam a frente do seu tempo ou faziam coisas que não condiziam com o comportamento da época. No entanto, muitos não sobreviveram e sabe por que? Eles não eram realmente loucos, eram chatos e estavam certos o tempo todo.

— Não existe surpresa ou desespero na certeza, não é?

— Que boa garota! Você entendeu. - segurei sua mão levando-a ao meu rosto para sentir a maciez da sua pele contrastar com a minha tez marcada. — Esqueça as outras pessoas, elas não se importam com você, querem apenas o seu dinheiro. Abandone essa índole e deixa a sua mente tomar conta de tudo.

— A minha índole é o que me mantém sã. - sua voz era melancólica. — Você deveria experimentar, às vezes é muito bom.

— E são nessas vezes que você é insuportavelmente chata.

— Babaca. - me empurrou de leve com a outra mãos, eu me afastei um passo e Loreen aproveitou para dar a volta ajeitando o cabelo na frente dos ombros para esconder um pequeno sorriso.

 

Estranho.

 

Não um estranho ruim, mas de fato sou eu quem tenho repentinas mudanças de humor. Sim, eu sei disso e aceito. Por isso vê-la passar de um estado raivoso para magoado, depois para pânico e esse último que eu não sei exatamente como definir era estranhamente satisfatório. Me certificarei de fazer com que ela passe por isso mais vezes.

 

O caminho inteiro foi em silêncio; ela quieta olhando pela janela e eu dirigindo enquanto pensava numa maneira de acabar com aqueles asiáticos que tentavam me destruir. Eu tinha me auto imposto um prazo de três dias, afinal as coisas iriam ficar agitadas no final de semana.

 

— Esse não é o caminho da minha casa. - falou receosa.

— Ual! Que perspicaz. - devolvi irônico. — Não vamos para a sua casa, você vai aprender uma coisa Loreen. Vai aprender porque deve resolver seus problemas sozinha.


Notas Finais


Qualquer erro de português peço que perdoem rsrsrs dei uma revisada, mas sempre escapa alguma coisa.

Beijinhos, espero vê-los por aqui..


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