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História Madness Queen - XXIV. You Are My Problem


Escrita por: GloriusCatTree

Notas do Autor


Olá crianças! Flores lindas do meu jardim!
Sabem como vocês me ajudaram? Quero muiiiito agradecer a cada um de vocês que contribuiu com ideias, foi revigorante e decidi retornar com esse capítulo.
Espero que vocês gostem! <3

Capítulo 24 - XXIV. You Are My Problem


Quando atendi a ligação de Albert meu coração parou. Ele não me ligava, ainda mais com o celular do Coringa. Já estava louca achando que teria de colocar preto e me fazer de viúva. Não que isso fosse dar muito certo já que não éramos realmente a porcaria de um casal tradicional com lindas alianças de ouro e um contrato matrimonial.

Enfim, parece que aquele idiota finalmente tinha perdido seu restinho de paciência e nós sabemos o que o Coringa faz para resolver seus problemas. O desgraçado simplesmente matou Bentley, o médico que operava bonecas humanas para os ricaços. Albert não entrou em detalhes, mas disse que o cara estava morto e que eu deveria estar na Baixa Zona Leste em duas horas porque os fiéis seguidores do Coringa tinham encontrado o cabeça da Tríade em Gotham, nomeado de Embaixador. Estavam levando ele para lá, um tal de Noaki Chuang.


Já conhecia essa área. Não é segredo o meu passado de rebelde sem causa. A Leste é o que alguns chamariam de reunião de vagabundos.

Sempre estava lá nas festas e amava o cheiro de pneu queimando no asfalto, claro que também tinha a erva e uma vodka pobre, mas esses são detalhes. Eu não dava as caras por lá desde que conheci o Coringa.

Bom, eu sei o que estão se perguntando, algo como: se lá é só farra, que porra aquela desgraça vai fazer lá?

Existe um pequeno segredinho naquele lugar, uma espécie de ritual chamado Tribunal de Rua. Acontece que a polícia de Gotham nunca deu conta dos crimes, então os próprios cidadãos começaram a fazer justiça com as próprias mãos. No entanto, as coisas desandaram quando os próprios criminosos começaram a fazer justiça e a Leste tornou-se um matadouro. No geral faziam um assassinato simples com tiros ou alguém acabava sendo encontrado degolado depois de ser jogado entre caçambas de lixo. Mas de novo, estamos falando de uma pessoa que foi pega pelo Coringa, o símbolo do sadismo.


E me deixem contar a merda que está acontecendo, eu estou sendo seguida pelo velhote, vulgo Comissário. Percebi quando deixei a garagem do edifício Gotham Palace. Felizmente isso não foi um grande problema, eu devo ter dito uma vez que não fui para Moscou de férias, quando Gustaf colocava alguém na minha cola por causa daquele pequeno desvio de armamento que fiz, eu simplesmente despistava - na época não foi tão simples, mas a prática leva à perfeição.


Se eu estava confusa no caminho até a Baixa Zona Leste, quando cheguei perdi totalmente noção do que estava acontecendo. Sim, porque lá estavam Falconi, Cobblepot e Gustaf. Além, óbvio, das pessoas que frequentavam lá, e de Vossa Majestade escondida em algum canto. Droga, que lotação da porra!


— Senhorita Johnson! - como eu odiava essa falsa cordialidade do Pinguim.

— Onde ele está?

— Trancado no porta malas.

— Não estou falando do chinês. - nem me importava com aquilo, sei que no final vai acabar morto.

— Procurando o namorado? - o tom provocativo de Gustaf me irritou, mas eu lhe forcei um sorriso cordial.

— Cuidando do que é meu. Se você fizesse o mesmo não perderia suas posses de vista.

O filho da puta gargalhou.

— Realmente você cuida muito bem do que é seu. - apontou para frente.


Me virei a tempo de ver a merda daquele palhaço brincar de drift para estacionar e então sair do carro vestido num terno slim negro e gravata roxa. Mas não foi isso que me chocou e sim a piranha que saiu do carro quando ele abriu a porta do carona. A vadia parecia uma modelo da Victoria Secrets; loirinha, magricela, alta e lindos olhos azuis.

E o Coringa era só sorrisos pra vaca enquanto uns adolescente retardados gritavam animados porque a cria do demônio tinha corrido com a vaca loira contra alguém e ganhado.


Foi pra isso que ele me chamou? Eu ainda estou me recuperando da merda daquele tiro e ele quer esfregar na minha cara que está me traindo?


— Me dá essa merda! - tirei o cantil de prata da mão do russo chato pra porra e virei. O whisky desceu queimando pela minha garganta.

— Essa história é velha. Você vai encher a cara, pagar um vexame e…


Puxei aquele merda pelo colarinho da camisa branca e colei minha boca na dele. Foi apenas um selinho, mas não aguentei a risada quando me afastei e Gustaf tinha uma expressão surpresa com direito a olhos arregalados.


— Cala a boca e me arranja mais bebida. - bati com o cantil em seu peito, ele segurou ainda embasbacado e virou-se para pegar a garrafa de bebida que descansava no capô do carro.

— O que você está fazendo? - foi Albert quem perguntou ao me ver virar a garrafa na boca. Ele estava aflito.

— Chifre trocado não dói. - dei de ombros. — Estou pouco me fodendo para o que vai acontecer com o nosso encosto asiático. Hoje eu vou me divertir.


Não dizem que relembrar é viver? Pois é.


Dei as costas para os homens esquecendo propositalmente o que eu deveria estar fazendo ali. Ah, foda-se essa merda. Se o Coringa pode sair com a próxima angel da Victoria Secrets, eu posso arrumar um modelo exclusivo da Calvin Klein. E cai entre nós, o Coringa não é nenhum exemplar de beleza e moda. É um tesão, mas… né?


Eu tenho sorte, sabe? Estou em um lugar onde conheço mais da metade dos indivíduos.

Não foi muito difícil avistar Megan, a vadia loira que estudou comigo. Ela segurava um copo de vodka e um cigarro como uma prostituta. E abriu um sorriso enorme quando me viu.


— Garota! - abriu os braços para me receber em um abraço e depois me entregou o copo. — Quem é vivo sempre aparece. - riu quando virei o copo. — Que sede, hein?! Tem gente famosa por aqui hoje

— Vamos fingir que não tem. - falei irritada fazendo ela desviar o olhar da Lamborghini atrás de nós. — Tá com quem?

— Com ninguém, ainda. Vamos arrumar um boy gostoso e ir pra sua casa? Eu sempre gostei das nossas festinhas, sinto saudades.

— Hoje não Megan. Quero um cara, mas só ele vai pra casa comigo hoje. - nós duas já bebíamos outro copo.

— Safada! Quem é o cara maravilhoso que você vai pegar hoje?

Ri, mas foi para esconder uma pontada de mágoa que sentia.


"— Sabe o que você acabou de fazer? - estava furiosa. — Acabou de arruinar o meu encontro com uma garrafa de Serego Alighieri e um homem que diga-se de passagem, é maravilhoso! - me sentia tão possessa que para aliviar embrenhei minhas mãos por entre meu cabelos e os amarrei num coque frouxo apenas para não usá-las para dar uns tapas na cara desse infeliz.

— Eu sou um homem que diga-se de passagem é maravilhoso! - me olhou de relance se fazendo de ofendido. — E muito mais interessante.

— Esqueceu de louco e psicótico.

— Bom de cama. - cantarolou e eu corei desviando o olhar para a rua. — Você não quer perder seu tempo com ele, amor. Vai por mim."


Eu necessito fazer um enterro das minhas lembranças e nada melhor do que um boa dose de álcool pra afunda tudo no inferno.


Megan não estranhou quando comecei a beber do copo de estranhos, eu fazia isso, a antiga Loreen. E querem saber? Era muito mais fácil ser meu antigo eu do que essa nova eu que leva tiros e ganha chifres.


Mas eu esqueci isso no momento em que meus olhos resolveram pousar num cara muito gato. Ele não deveria ter menos que um e oitenta e cinco de altura, seu corpo era forte e a regata do Cleveland deixava a mostra seus braços tatuados. Tinha uma pele branquinha que contrastava com o cabelo e os olhos castanhos. É hoje que eu fodo até esquecer meu nome!

Nem perdi tempo, subi um pouco mais da minha saia preta e ajeitei o decote da minha blusinha de paetê dourada frente única.


Agora vou ensinar como chegar naquele gato quando você quer se vingar do imbecil que te faz de trouxa. Chega nele e fala:


— Desculpa, eu vi essa nota de vinte cair do seu bolso. - só esqueci de dizer que você tem que ter uma cédula.

Ele virou lentamente, como naqueles comerciais de cueca que a gente admira aqueles caras gays que fingimos achar que são héteros pra não acabar com a fantasia. Ou, pode ser só efeito do álcool acabando com os meus reflexos.

— Sério? - o deus do sexo levou a mão no bolso traseiro da calça jeans.

— Ah, eu vi cair perto de você. - dei uma de João sem braço. — Qual o seu nome?

— Christopher. - ele parou de verificar os bolsos.

Prestem atenção, está chegando a hora em que você sabe se o plano deu certo ou não.

— Acho que não é meu. - honesto. Muito fofo.

— Tudo bem. - lancei o sorriso mais gentil que conseguia. — Ok. Então vou indo. - antes de me virar para sair fixei meus olhos na boca bem desenhada dele, depois subi para seus olhos como se tivesse feito isso sem querer e passei uma mão no cabelo.

Dei-lhe as costas e segui meu caminho.

— Espera! - senti sua mão em meu ombro.

Isso! Plano concluído. Vou transar muito. Oi deus do sexo, tchau babaca que quebra meu coração!

— Não me disse seu nome. - que sorriso lindo ele tinha. Com direito a covinha na bochecha esquerda.

— Loreen. - falei animada levantando meu copo com cumprimento.

— Seu copo está vazio, Loreen. - e aí ele encostou a boca do copo dele no meu e despejou metade da sua bebida na minha.

— Minha mãe sempre me diz pra não aceitar bebida de desconhecidos. - comentei brincando.

— Mas nós não somos desconhecidos. Você se chama Loreen e eu Christopher.

— E se eu esquecer seu nome? - indaguei ainda naquela brincadeira.


Chris não me respondeu. O motor de um carro roncou muito alto, a batida da música eletrônica se foi e as pessoas se aglomeraram para abrir uma roda e bisbilhotar.

O clima de festa foi tomado por uma tensão palpável. E todo mundo tomou consciência de quem estava ali. Era aquela coisa que o Coringa tinha, não dava pra não olhar em sua direção ou não sentir sua presença sem ficar aflito, apavorado ou eufórico.


— Não. - segurei o braço de Chris. Entendia a sua vontade de ir lá e matar a curiosidade, mas era perigoso.

— Vamos ver. - expectativa brilhava nas íris castanhas.


Suspirei. Eu não veria apenas, ainda teria de participar e dar meu veredito. Naoki Chuang morreria.

Acabei cedendo e juntos cortamos o mar de gente. Foi quando vi o tal chinês, esse tinha cara de marrento assim como Raymond. Esse povo é tudo igual, mas este parecia com aqueles asiáticos de gangue que os filmes mostram. Estava coberto de suor, tinha uma tatuagem de dragão na têmpora direita do rosto e tremia um pouco perdendo a postura de machão.


— Devo desejar-lhes boa noite? Vocês parecem ótimos! Como urubus atrás de carniça. - gargalhou perigosamente ao final.

Não era uma piada, porém todos riram com medo de contrariá-lo.

— Querem carne? E se eu alimentar vocês com um pouco de covardia e pilantragem? O que acham?


Por estar perto ouvi Albert arranhar a garganta. Então Coringa grunhiu revirando os olhos para abrir um sorriso tão grande que qualquer um conseguia ver as placas de metais que cobriam seus dentes.


— Tirem a roupa desse bosta. - ordenou para dois rapazes que estavam com ele.

Naoki lutou um pouco, mas minutos depois ele estava ofegante e completamente nu. Ajoelhado e com os punhos acorrentados na frente do corpo.

— O que dizer sobre esse homem? - fingia estar pensativo. — Não sou nenhum exemplo. Nenhum deles são. - apontou para o três criminosos perto de si e me lançou um olhar demorado que fez com que eu engolisse em seco. Chris olhou em minha direção com certa confusão. — Mas posso garantir que cumprimos com a nossa palavra. Ninguém gosta de traidores, ainda mais quando fingem sorrisos e tentam te bajular com presentinhos enquanto te apunhalam pelas costas. Esse homem fede ao pior pecado da humanidade, a ganância. - Coringa andou até o homem, agarrou-o pelo cabelo com força para cuspir as próximas palavras sobre ele. — E embora não esperasse menos fiquei chateado, eu sempre espero o pior da ralé, mas vocês conseguiram me cansar e me tiraram uma boa grana. - ouvi sua inspiração profunda. — Sabe quanta coisa está me passando pela cabeça? Cada célula do meu corpo pede a sua morte lenta e dolorosa. E pode ter essa certeza Chuang. Você vai sentir muita, mas muita dor mesmo. - falava aquilo sorrindo de orelha a orelha. — Não quero acabar com essa festa. Aliás, temos muito para aproveitar. - seu olhar sobre minhas pernas desnudas não diminuiu minha raiva.

Antes que eu pudesse mandar aquela miséria tomar no cú ele se virou para Falconi. O mafioso foi o primeiro a pedir pela morte dos asiático. Todos pediram por isso.


Coringa me olhou outra vez.  Percebeu o que eu sentia quando seu sorriso sádico desmanchou e tornou-se intimidante. Ele queria sinalizar sua posse sobre mim e me fazer abaixar a cabeça aceitando o fato dele estar no controle com a sua modelo da Victoria Secrets.

Eu arqueei uma sobrancelha repudiando aquilo, não era seu cachorrinho, então resolvi que não iria responder. Mas para a minha surpresa ele cedeu ao se afastar da vadia loira e mandá-la sair. Esse palhaço deve achar isso muito importante pra tentar amenizar a situação.


— Meu bem? - sua voz chegou suave diferente dos olhares estarrecidos que caíram em mim. Eu os ignorei. Coringa vinha em minha direção esperando uma resposta. — Quer que eu mate esse homem? Vou te livrar de uma grande dor de cabeça.


Nem vou falar o que eu queria, porque incluía esse babaca de cabelo verde dentro de um caixão.


— Faça como quiser.


Não queria matar o cara, mas sabia que meu voto não faria muita diferença a esta altura do campeonato. Todos tinham pedido por aquilo, seria um contra quatro.


Eu sempre soube da imaginação fértil do Coringa ao se tratar de torturas, mas ainda acho que esta foi a pior.

Ele ditou ordens e seus homens amarraram Naoki pelos membros em traseiras de quatro Hummers pretas. Vi lágrimas escaparem dos olhos pequenos do chinês e então ele murmurou alguma prece com veemência, seu desespero era palpável, mas em momento algum ele pediu para parar. Nem mesmo quando seu braço direito foi arrancado do corpo por um dos carros, um grito cortou sua garganta enquanto a platéia vibrava, mas ele se manteve de queixo erguido.

O segundo membro a se partir foi a perna esquerda.


— Quando você estiver em pedaços eu vou encaixotá-los e mandar pra sua laia! - não preciso nem dizer quem foi o imbecil que disse isso. — Que tal a primeira classe do avião?


Finalmente Naoki perdeu a consciência quando o outro braço foi arrancado.

Coringa ordenou que desligassem o carro e então eu notei a bengala que ele exibia como se fosse sua mascote. Com ela, Coringa se aproximou do corpo despedaçado e levantou a maldita para descer com força na garganta de Naoki. O golpe fatal sujou os sapatos caros do palhaço de sangue.


Cansada daquela cena virei a cabeça para desviar o olhar de cima do morto. Chris não estava mais lá, olhei por sobre meu ombro e o vi mais atrás gesticulando aflito para uns amigos, era clara a sua indignação pelo o que se sucedeu.

Só que eu ainda não estava pronta pra desistir, então desviei do tumulto com dificuldade a fim de alcançá-lo. Agora precisava muito me dar bem essa noite e tudo indicava que eu estava fadada ao fracasso.


— Chris. - ele se virou com um olhar incrédulo para mim. — Está tud…

— Você compactuo com a morte de um homem. - me cortou frio, seu olhar me recriminava sem disfarces.

— Um pouco. - constrangimento me abateu.

— Olha, Loreen, te achei muito legal. Além de ser muito bonita. Tenho certeza que vários caras achariam essa coisa de se envolver com uma criminosa algo quente, mas eu não quero ficar na mira de bandido.

— Você acha mesmo que aquele homem não estava marcado? Sabe do que vale a minha palavra contra a de qualquer um daqueles outros que pediram a morte do Naoki? E tem mais, mesmo se mais alguém interferisse, o Coringa não o pouparia. Olha a cara dele de quem respeita a democracia! Simplesmente ia fazer o que queria.

— Pode ser, mas eu prefiro ficar longe dessa coisa em que você está envolvida. Foi mal. - e saiu de cabeça baixa como se fosse a porra da vítima. Ah, faça-me mil favores.


Também não dei mais bola, já estava puta demais. Primeiro levo chifres e depois um pé na bunda. Só que hoje eu me recusava a passar a noite no sofrimento. E também não iria ficar muito mais tempo ali para ver Coringa se gabando enquanto tomava banho de sangue e se esfregava na vaca loira. O filho da puta era tão filho da puta que nem tinha tentado se aproximar de mim, sabia que eu poderia rodar a baiana e por isso, depois do “julgamento” fingiu que eu nem sequer existia.


Se eu chorei? Porra nenhuma! Cansei de gastar minhas lágrimas por coração partido. Eu fiz melhor. Paguei uma garrafa de Amarula de uns garotos que saíam, depois disse para o Pinguim que ia vazar e antes de sair com o carro verifiquei se a pistola Taurus embaixo do meu banco estava carregada - por precaução.


Depois de mais uns golpes da bebida doce limite de velocidade não mais existia. E aquilo de não falar no celular dirigindo mandei pro inferno.


— Dylan? Vou passar aí na sua casa.

— Que? Mas eu estou acompanhando. Loreen, hoje não dá.

— Manda esse rabo que você está comendo sair da sua casa já! A gente vai sair pra beber.

— Você já está bebendo né?

— Vai tomar no cú! Chego em quinze minutos.


Desliguei e disquei outro número.


— Não vou hackear nada pra você. - a voz da Alison soou do outro lado.

— Levanta dessa cama e se arruma, nós vamos sair.

— Você vai pagar?

— Vou.

— Tá.


Assim que cheguei em frente ao prédio residencial que o loiro morava encontrei ele parado na calçada. Vestia uma camisa verde oliva com jeans claros e tênis social.

Também tinha a cara amarrada e murmurava palavrões enquanto entrava no carro.


— Péssimo momento, Loreen. Empata foda.

— Para de mimimi, pra onde a gente vai você pode pegar quantos caras quiser.

— Espero. Eu trabalho a semana inteira, faço plantão e adivinha! O dia que eu posso liberar o estresse você quer que eu vá beber. - riu com sarcasmo.

— Eu tinha planos de liberar o estresse também, porém levei um fora.

— Seu namorado te largou?

— Não. Meu namorado me traiu, o cara que eu queria transar me deu um pé na bunda.

— Credo! Quer que eu transe com você? - Dylan sorria se divertindo com a minha situação.

— Sexo por pena é a última coisa que eu preciso seu idiota.

— Você não parece tão mau para quem foi traída.

— Mas estou. Meu coração está doendo, meus olhos ardendo por causa das lágrimas que eu estou segurando e a minha mão tá coçando de vontade de dar um tiro nele. Ah, e se você quer saber, eu posso dar um tiro nele. - virei em sua direção ao parar o carro na frente da casa da Alison. — Eu tenho uma arma.

— Você tem o que? - Dylan tinha os olhos arregalados.


Graças a Deus não deu tempo de explicar. Alison entrava pela porta traseira reclamando igual uma velha.

Enquanto Dylan parecia um príncipe, Alison se assemelhava uma hippie em seu shortinho desbotado e blusinha de cores fortes com ombro caído.


— Dylan, Alison. Alison, Dylan.

Eles se deram uma espécie de “oizinho”.

— Pra onde a gente vai? - Alison indagou escorada entre o meu banco e o do carona. — Você tá dirigindo e bebendo?

— Não vem com o sermão.

— Hum, por que ela está chata? - perguntou para o loiro.

— Levou um pé na bunda e foi traída. - eu quis chutar a cara do Dylan.

— Sério? - não sei porque ela estava tão chocada. — E o nosso amigo aqui sabe quem é seu maravilhoso companheiro? - mas a bicha é cínica.

— Dylan é psiquiatra no Arkham. - respondi deixando óbvio o motivo de eu não ter contado.

— Agora estou curioso de verdade. - senti seus olhos em mim.

— Bebe essa droga e fica quieto. - tirei a garrafa do porta copos e coloquei nas mãos grandes dele.

Nós rodamos por mais alguns minutos até chegar à baía de Gotham. A escuridão fazia uma pequena fogueira acesa se destacar, havia um grupo grande de pessoas por perto e um carro tocando Closer do Nine Inch Nails.

— Eu deveria te agradecer por me tirar de uma noite de sexo e me trazer pra um lugar onde só tem hétero?

— Deve. - sorri forçado saindo do carro.

— Vamos encher a cara, logo, por favor. - Alison saiu andando na frente com a rasteirinha na mão.

— É. Tá no inferno abraça o capeta. - Dylan deu de ombros e virou a garrafa de Amarula na boca. — Bora corna! Você só sai da…

Apenas pelo toque do meu celular eu já soube que o infeliz me ligava.


— Fala. - não ia me fazer de coitada.

— Se você não aparecer na minha casa em dez minutos…

— Por favor, me deixa adivinhar. Vai me matar? - fiz pouco caso.

— Não brinca comigo, pirralha! - ele estava possesso e isso só me deixou feliz.

— Me erra por hoje.

— Eu não tenho tempo pro seu show de ciúmes agora! Onde você está?

— Em casa, onde mais eu estaria? - minto mesmo e se reclamar leva tiro - preciso controlar o álcool.

— Tá me achando com cara de palhaço? - tive de afastar o celular da orelha por causa do grito furioso do Coringa. — A hora que eu te pegar vou te colocar na linha.

De repente ouvi vários sons de tiro e de uma freada brusca, mas soube que ele estava bem quando tornou a falar:

— Vou surrar sua bunda até você desmaiar de dor!

— Aham. Ok. Vou desligar, tchau.


Guardei o celular na cintura e olhei para uma Alison estática. Dylan já estava enturmado. E eu não tinha percebido que ela me esperava. Agora tinha ouvido minha conversa e vinha em minha direção abrindo os braços para me acolher num abraço.

Neguei educadamente e tentei colocar o meu melhor sorriso no rosto.


— Não quero chorar. - confessei. - Estou fazendo um esforço terrível.

— Odeio te ver de coração partido.

— Eu sei, mas a vida tem dessas. Por que você acha que os fabricantes de bebida ganham tanto dinheiro? - ela me olhou confusa. — Corações partidos. Mas se esse desgraçado me vier com um buquê de rosas e um punhado de palavras eu vou arrancar a cabeça dele fora. - levantei a cabeça para encarar o céu lutando contra as lágrimas. — Eu perdôo muita coisa, mas traição? Não. Traição é demais.

— Eu concordo, mas falar assim com ele é perigoso.

— Foda…

A porcaria do celular tocou outra vez. E de novo era ele.

— Você está morrendo? Porque vai ser chato assim no inferno. - ouvi a Alison me repreender.

— Loreen?

— Albert?!

— Loreen. Me escuta, você tem que vir pra cá. - sua apreensão era palpável. — O Senhor C foi baleado. Agora está inconsciente e não está nada bem.

Meu coração batia a mil por hora. A minha expressão não deveria ser das melhores pois Alison me encarava atordoada.

— Droga! Estou indo. - desliguei o celular desesperada para voltar ao carro.

— O que foi?

— Volto para buscar você e o Dylan.


Se antes eu ignorei o limite de velocidade agora eu nem olhei o velocímetro do painel. Vou falar a verdade, eu acredito que vaso ruim não quebra, mas se aquela troca de tiros não foi com a polícia e sim com aquele morcego intrometido posso esquecer esse ditado. Há algum tempo eu tinha começado a entender o temor dos criminosos de Gotham para com o Batman, mesmo que ele só me incomodasse e ainda não tivesse tomado nenhuma atitude contra mim.

Afinal, quem não conhece a história de amor do Coringa e Batman?


Adentrei o edifício abandonado tendo a certeza que ninguém me seguia. Um dos homens que estavam ali me cumprimentou dizendo que a porta da cobertura estava aberta e eu fui para o elevador.

No espelho eu notei a bagunça que meu cabelo estava, mas nem deu tempo de arrumar, as portas se abriram e eu esqueci momentaneamente daquilo.


Quando abri a porta dupla meu sangue subiu a cabeça tamanha a raiva que tomou conta do meu corpo.

Notas Finais


E então fofuras? No próximo capítulo terá bastante interação desse nosso casal conturbado hahahahaha.
Quero pedir desculpas pela demora e por não ter banner, eu estou viajando então não consigo fazer aqui.

Beijos!! Tenham uma excelentíssima passagem de ano! Um 2017 maravilhoso para todos!!


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