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História Madness Queen - V. The Drug In Me Is You


Escrita por: GloriusCatTree

Notas do Autor


Heeeey pessoinha, heeeey pessoinha... Sorry me!

Eu sei que demorei esse pra postar, não me matem, porque eu odeio tanto quanto vocês quando me fazem esperar por um capítulo. Mas eu tenho um ótimo motivo: eu tive prova, por isso fiquei estudando :D

Mas aqui estamos nós com o Puddin e a Loreen novamente ahahahaha

Antes quero agradecer aos comentário, vocês são tão fofinhos que tenho vontade de morder :3 Muito obrigada!!!

E é isso, foco na fic kkkkk.

Capítulo 5 - V. The Drug In Me Is You


Fanfic / Fanfiction Madness Queen - V. The Drug In Me Is You

Quando abri meu olhos demorei a conseguir focar em qualquer coisa, mas a primeira que vi foi uma parede clara com letras por toda a parte formando diversos “HA”, conclusão: eu não estava no meu quarto.

Eu sentia uma dor de cabeça incômoda, assim como na parte interna da minha bochecha. Aquele desgraçado havia mesmo me batido e impulsionada pela raiva eu tentara revidar, eu nem ao menos me considerava uma pessoa violenta, mas lá estava eu, deitada na cama do meu possível sequestrador por pura insensatez.

 

Me levantei sentindo certa tontura por causa da coronhada, droga. Tive de sair me segurando nos poucos móveis até encontrar meus tênis, sentei no chão e os calcei. Quando levantei esperei um tempo para tentar dar uns passos, as coisas giravam e a vertigem parecia piorar quando eu me mexia.

Segurei na cômoda e quase a levei para o chão comigo quando fiz força com o braço para impulsionar meu corpo para frente. Esse cara só tinha me batido mesmo? Parece que alguém me deu duzentas doses de relaxante muscular.

 

Cheguei á maldita porta me escorando na parede e quando encostei a mão na maçaneta dourada da porta dupla finalmente percebi o hematoma em meu punho que o Coringa por pouco não quebrara ao me imobilizar, estava dolorido também, mas ainda assim menos do que minha cabeça.

 

A merda da maçaneta mexeu e a porta foi aberta, detalhe: não foi por mim.

 

Eu devo estar drogada, mas assim: muito mesmo. Porque eu nunca repararia em alguém que tinha planos para me matar. E jamais pensaria que ver o Coringa em uma camisa social branca totalmente aberta, expondo um abdome tatuado e segurando um copo de whisky pela metade na mão fosse algo atraente. Na verdade, eu daria um tiro na minha cabeça antes de pensar em algo assim.


 

Dei um passo para trás assim que ele ameaçou entrar. E foi nesse passo que eu vacilei e fui ao chão, eu estava dopada… não é possível. O filho da puta tinha um sorriso arrogante cristalizado na cara que não sairia dali tão cedo, esse canalha fez alguma coisa comigo, nem mesmo meus pensamentos são coerentes.

 

Coringa ainda ficou parado na entrada me olhando caída no carpete, cochichou alguma coisa que eu não consegui escutar e finalmente entrou. Nesse meio tempo eu ainda tentei me levantar, mas minhas pernas não me obedeciam e o desespero começava a tomar conta de mim por saber que não conseguiria correr caso ele tentasse me machucar outra vez. Pode parecer muito infantil ou covarde, mas eu não queria apanhar de novo, deve ter faltado muito pouco pra ele deslocar minha mandíbula.

 

— Você é mesmo uma pirralha agitada, não é amor? - disse depositando o copo sobre um criado para vir em minha direção. Coringa me pegou no colo com uma delicadeza que me faria estranhar se eu não estivesse tão preocupada com o fato de não conseguir correr dele. —  Acho que terei que te educar. - seu tom era de puro deboche.

 

Ele me carregou até a cama como se eu fosse uma princesa, entretanto eu não passava de uma próxima vítima. Foram torturantes segundos do seu cheiro invadindo minhas narinas até que me depositou no colchão macio. Ele me mataria, era a única explicação, havia me dopado para enfim acabar com uma ponta solta.

 

— Vai me matar? - ele ainda estava muito perto de mim quando perguntei.

— Vou. - sussurrou de volta passando a mão tatuada com um sorriso gigante em meu rosto. - Mas não agora. - seu polegar passeou por meu lábio inferior.

— O que fez comigo? - indaguei ainda atendo meu rosto tocado por ele. A sensação era boa, sua mão quente abrandava meu sentimento de medo, um medo que brotava graças a ele.

— Te droguei. - se afastou de mim para pegar o copo de cristal, levando consigo o meu resquício de conforto. — Mas você já deve ter percebido não é mesmo? - virou-se para me encarar. — Não se preocupe Senhorita Johnson, te apliquei apenas uma pequena dose de tiopental, não irá te matar. É um pré-anestésico, então relaxe e aproveite o efeito, afinal, você não é a drogadinha da família? - provocou-me em tom de deboche.

— Por que fez isso? - falava débil sentindo todo o meu corpo pesar. — Por que está fazendo isso comigo? Que merda você vai ganhar com isso?

— Eu ganho você, querida. - gesticulou de forma teatral com seu copo quase seco. — Tenho muitos planos para você, por isso me fiz o favor de colocar um nano explosivo em você, para não me preocupar que você saia por aí contando o que não deve. - mexeu no bolso da calça preta tirando de lá um celular. - Se você tentar me contrariar, pensar em fazer fofoca ou qualquer outra coisa que não esteja nos meus planos para você: bum! - curvou-se na poltrona em que estava sentado e fez uma mímica com as mãos indicando que me explodiria. Porra! — E você acha que eu estou brincando? - ele apertou algum botão fazendo meu coração falhar. Em meu pulso esquerdo vi uma pequena luz branca emanar, tinha uma droga de um dispositivo dentro do meu corpo. O que esse desgraçado quer comigo afinal?

— Você tem noção do quanto isso é doentio? - perguntei enojada. E pensar que minutos atrás eu estava igual uma idiota me sentindo um pouquinho atraída por ele.

—  E você tem noção de que eu estou com o controle? - irritou-se. — Eu controlaria minhas palavras se eu fosse você, Senhorita Jonhson.

 

Ouvi o Coringa estralar o pescoço e então caminhar até mim com passos duros, estava ficando difícil focar minha visão, mas percebi sua mão vir em minha direção novamente. Ele me bateria?

Não. Ele acarinhou meu cabelo até chegar a minha nuca para então puxá-lo com força fazendo-me soltar um gemido de dor, e maldito foi o arrepio que se alastrou por minha coluna ao tê-lo tão próximo a mim.

 

— Você vai seguir todas as minhas ordem, meu anjo. Caso contrário eu te mato antes de você descobrir o porque de ter nascido. - seus olhos azuis encaravam fixamente os meus exibindo o típico contentamento ao me ver subjugada.

— Você está muito enganado se acha que me ameaçando assim vai conseguir o que quer. - cuspi as palavras com raiva, porque eu não era a sua boneca, nunca seria e já estava mais do que na hora dele entender. — Se você acha que pode me controlar é melhor apertar logo esse botão.

 

Seu sorriso foi gigante. Coringa se aproximou ainda mais de mim, eu conseguia sentir seu cheio amadeirado e sua testa encostar na minha. Me encarava atormentado controlando sua raiva.

 

— Ah minha pequena boneca burra... - cantarolou. — A sua queda será fantástica.

 

Não entendi o que suas palavras queriam dizer e não tive tempo de perguntar, a escuridão novamente me acolheu e eu caí na inconsciência.


 

The Kill de Thirty Seconds To Mars tocava baixinho ao fundo, não era exatamente o meu tipo favorito de música, mas era o da Alison e era onde eu estava, em seu pequeno apartamento. Pisquei os olhos algumas vezes até conseguir enxergar a morena me encarando preocupada, com os dedos entrelaçados e uma perna que não parava de sacudir.

Depois de cair no sono Coringa deve ter mandado um dos seus homens me deixar aqui, até porque caso eu aparecesse assim em casa meus pais surtariam, procurariam a polícia e eu explodiria como ele mesmo havia dito.

 

Alison murmurava algumas coisas, parecia agradecer á Deus por eu estar viva. Ela passou uma mão por meu rosto e chacoalhou meus ombros com delicadeza a nível zero.

 

— Jesus… o que ele fez? - senti seus dedos tocarem de leve o local onde eu levara o tapa. - Como isso aconteceu? - ela não se lembrava? Coringa havia aplicado o que nessa garota?

— Não foi nada. - retirei sua mão do meu rosto e me levantei de vagar, já não sentia mais aquela tontura, apenas um cansaço. — Como você está? - perguntei vendo seu rosto machucado.

— De ressaca, acho que bebi muito ontem. - de ressaca? Talvez fosse um efeito colateral da droga. — Ou querem que eu ache isso. - olhava-me desconfiada. — Quando eu acordei havia uma carta coringa na minha mesa queimada com uma ordem muito clara para que eu ligasse em sua casa e dissesse que você estava aqui. Além, é óbvio, disso aqui. - apontou para o próprio rosto.

— Fez o que ele mandou?

—  Claro! Eu não pretendo morrer. - falava entre caretas e muita indignação. — Você vai me contar o que aconteceu. Por que eu estou toda machucada?

— É melhor que você não saiba. - suspirei derrotada. — Me desculpe Alison, é tudo minha culpa. - disse com a voz embargada por um choro que eu não fiz questão de controlar.

— Claro que não é culpa sua, Loreen! - me abraçou forte. — A culpa é desse maluco. Você não fez nada.

— É sim. - solucei. — Sean está no hospital por minha culpa e você estar machucada também. - como tudo isso foi acontecer?

— Para de falar bobagem. - me balançou em seus braços como se eu fosse um bebê. Alison realmente era uma boa amiga.

— E tem mais... - me afastei do abraço com seus olhos curiosos sob mim. Levantei minha mão direita e a levei até minha testa massageando o local. - Eu acho… acho que estou ficando louca. - Alisson me encarava confusa. — Eu meio que tenho pensado em coisas, e sentido coisas.

— Que tipo de coisas? - seu olhar preocupado não me abandonava um minuto sequer. Ela pegou minhas mãos e as apertou num gesto muito reconfortante, me incentivando a continuar.

— Coisas estranhas. - senti meu rosto queimar em vergonha. — Meu, eu estou ficando louca. É isso! - levantei de repente para afastar aqueles pensamentos que andavam me custando o sono.

— Loreen Johnson. - Alison parou na minha frente com os braços cruzados. — Seja franca de uma vez por todas. Você me deve isso. - a culpa novamente tomou conta de mim ao reparar seu rosto machucado.

— Eu meio que… me sinto atraída por ele. - despejei aquilo que tanto me incomodava. — As vezes.

—  Você está mesmo louca! - encarou-me com horror. - Loreen…

— Eu sei, ok? - interrompi.

 

Eu sabia mesmo. Coringa sempre me torturava, machucava as pessoas a minha volta, fazia mal á qualquer um para conseguir o que queria, era um babaca e sua piadas eram péssimas. Mas era incontrolável, quando estava perto de mim me fazia ficar nervosa, ansiosa como se algo estivesse para acontecer. Coringa me fazia sentir, e quebrar minhas próprias regras, me tirava do sério e me lembrava que havia um coração em mim toda vez que me olhava daquela forma intensa com seus olhos tempestuosos.

Estou enlouquecendo, meu universo está ruindo e tenho a sensação de que posso perder as estribeiras a qualquer momento. Eu não tinha controle sobre mim, porque ele tinha, mesmo que eu lutasse contra, que eu negasse… Coringa sempre me dava um motivo para continuar viva, mesmo essa não sendo sua real intenção.

 

— Loreen abstrai e fingi demência, pronto. - Alison dizia andando de um lado para o outro. - Você é burra? Esse doente está fazendo da sua vida um inferno. E pelo o que eu vejo ele já até te bateu, né? Ele te bateu. - falou pausadamente para colocar aquilo na minha cabeça, mas eu já sabia disso também.

— Alison…

— Não. - levantou o dedo indicador da mão direita me pedindo para não interromper seu sermão. — Você vai ficar longe desse demônio. Vamos fazer nossas malas e ir para a Índia com o dinheiro da sua conta na Itália. Nós compramos algumas armas e contratamos seguranças, eu posso trabalhar numa lanchonete pra terminar o curso e você tenta não se envolver nessas merdas. - acho que ela estava prestes a ter um colapso. — Você vai pra casa agora fazer suas malas e nos encontramos no aeroporto em três horas.

— Alison, eu não posso sair daqui. - andei até ela e a segurei firme pelos braços para que parasse de falar. — Tem outra coisa que eu não te contei.

— Outra?

— Tem uma coisa dentro de mim.

— É, eu já sei, você acha ele bonitinho. - eu não diria bonitinho, mas pra que piorar a situação?

— Não, tem mesmo uma coisa dentro de mim. - mostrei meu pulso. — É um nano explosivo.

— Eu estou enfartando… - falou ao se sentar no sofá onde eu estava. — Qual é o seu problema?

— Calma. Você não pode contar pra ninguém.

— Não posso? Tem uma bomba em você. A gente deveria era chamar o esquadrão antibombas, isso sim!

— A gente não vai fazer nada. - eu começava a perder a paciência. - Desta vez você vai ficar fora dessa e vai fingir que não sabe de nada. Enquanto eu fizer o que ele quer não vai me acontecer nada. - suspirei cansada. — Procure um cirurgião que tenha coragem de tirar essa coisa de mim.

— E onde você acha que eu vou encontrar um doente que faça isso?

— Você pode encontrar uma clínica clandestina na internet que aceite uma boa quantia pra fazer o procedimento. - falei enquanto andava em direção á saída do apartamento.

— Onde você vai, Loreen? - ouvi sua pergunta enquanto girava a chave na maçaneta.

— Vou passar em casa, tomar um banho e sair.

— Sair? - e fez aquilo de arquear a sobrancelha.

— Procurar alguém pra transar, Alison. Foder, dar, qualquer termo que você preferir. - expliquei irritada com a sua lerdeza.

— Ah, você quer que eu encontre um médico pra você enquanto você vai se divertir? - sua cara revoltada era cômica.

— Olha, esse é o meu plano pra parar de sentir essa coisa pelo Coringa, se você não concorda vá em frente e me dê uma solução. - cruzei os braços esperando sua resposta.

— Tenha uma boa foda e use camisinha! - Alison disse se retirando da sala.

— Foi o que eu pensei. - falei para mim mesmo quando já estava fora do apartamento.


 

É incrível como as coisas podem estar totalmente fodidas para algumas pessoas enquanto estão mais que normais para outras. A minha mãe, por exemplo, assim que cheguei ela estava sentada de frente para a lareira com duas amigas conversando como se a vida fosse um mar de rosas, já eu, tenho um explosivo no meu braço, tenho essa maldita coisa pelo Coringa e uma coleção de culpa e ameaças nas costas. Realmente incrível.

 

Cumprimentei as vadias na sala por pura educação e subi rápido para o meu quarto. Tranquei a porta e me joguei na cama sem me lembrar da última vez que senti essa paz de ficar sozinha com meus próprios pensamentos, porque nos últimos dias tudo era caos e confusão, tudo me deixava estressada.

 

Nem mesmo o fato de ter um explosivo no meu braço me impediu de cair no sono tamanho era o meu cansaço. E fiquei ali mesmo, adormecida em meus desconfortáveis jeans e tênis, nesse momento eu só queria recuperar um pouquinho da minha energia. Talvez, quando eu acordasse desse um chilique por causa da coisa no meu braço, quando a ficha finalmente caísse.

 

Mas agora eu só queria continuar de olhos fechados e esquecer que havia um mundo lá fora, que nesse mesmo mundo existe um homem fazendo da minha vida um inferno e que eu provavelmente tenha uma queda por ele. Queria tanto nunca tê-lo conhecido, ou mesmo visto, queria nunca ter sentido seu toque quente e nunca ter vicênciado os poucos segundo de sua gentileza.

 

Eu preferia que o Coringa fosse apenas mais um aproveitador brutal que tiraria de mim o que queria e então me mataria, só que ele não era, se tratando dele nada poderia ser simples.


 

Quando acordei me sentia ainda pior, aquela coisa no meu pulso acendeu me fazendo estacar no lugar esperando por uma dor que não veio e então simplesmente apagou. Eu realmente espero que a Alison encontre um médico logo, se não acho que eu mesma vou arrancar isso de mim.

 

Agora eu precisava por o meu plano de manter minha cabeça distraída em prática. Para começar eu tomei um longo banho, depois tomei um relaxante muscular e me vesti. Coloquei uma saia preta, justa e consideravelmente curta por cima de um bore vinho cavado na cintura, calcei um par de gladiadoras em preto e coloquei uma maxcolar de ônix com corrente dourada e meus brincos de argola. Passei uma maquigem forte para marcar os olhos e joguei o cabelo para o lado.

 

Estava escrito na minha testa o que eu procurava.

 

Por fim peguei as chaves do carro, o celular, minha carteira de mão e saí digitando uma mensagem para a Meghan perguntando onde ela estava. Minutos depois ela me respondeu dizendo estar em casa no tédio e me chamou para tomar uns drinques no Drean’s House. Então nos encontraríamos lá.

 

Dirigi até uma das ruas movimentadas de Gotham, conhecida por seus bares e boates.

O Drean’s era mais um pub classudo em que apenas gente da minha laia poderia entrar, diferente da Fuckse que tinha sempre filas enormes o Drean’s mal tinha dois seguranças e uma espécie de recepcionista com a lista de pessoas que poderiam estar lá. Injusto eu sei, mas a vida não é assim?

 

Meghan chegaria mais tarde então eu teria tempo para me preparar psicologicamente para o seu falatório. Eu tomaria alguma bebida para ajudar.

 

Com essa intenção eu caminhei em direção ao bar de vidraria azul e luz neon, o ambiente todo era uma mistura de dark room com neon vermelho e bares azuis.

 

— Bourbon. - pedi ao barman bonitinho de olhos azuis.

— É pra já Senhorita. - piscou um olho sorrindo simpático e saiu para as prateleiras cheias de garrafas tão caras quanto os líquidos que portavam.

 

Observei sua silhueta, mas eu não me contentaria com tão pouco, apesar de bonito tinha um corpo magro, sua altura não era a certa e mesmo os olhos azuis não eram tão intensos. Que droga, não estava aqui a procura de alguém parecido com o Coringa, só estava a procura de alguém. Uma pessoa normal, com desejos normais e até mesmo uma aparência normal.

 

— Uma garota tão bonita sozinha num lugar como esse. - a voz masculina tirou-me do meu mundinho. Um homem bonito sentou-se ao meu lado, bonito e famoso.

— Bruce Wayne. - virei meu rosto em sua direção tendo minha bebida em mãos. — Achei que o milionário de Gotham fosse um homem ocupado.

— Qual seria a graça de ter tanto dinheiro e não gastar?

— Tem razão. - lhe sorri. — Que tal uma bebida?

 

Sim, eu estava flertando com o cara. O Senhor Wayne não era um cliente do banco, mas já tínhamos nos encontrado em jantares beneficentes, festas de confraternização, alguns aniversários e afins. E era impossível não notar o tamanho do seu charme.

 

Até o final da noite eu pretendia descobrir o tamanho de outra coisa.

 

Nossa conversa fluía com calma, nada pessoal era citado, nada muito interessante fora dito, nenhum de nós queria se comprometer e pra falar a verdade não havia muito que eu pudesse dizer, antes do Coringa nada de extraordinário acontecera comigo e agora, acredito que contar toda essa onda de horror para alguém não é algo muito saudável a se fazer. Até conseguia imaginar a cara de espanto de Bruce ao ouvir “então, tem um explosivo no meu braço, mas tá tudo numa boa se eu obedecer as ordens e rir das piadas péssimas de um maníaco doente”. É, acho melhor não.

 

E sabe a Meghan que me convidou? Pois é, não veio. Vadia do caralho que me deu um bolo.

 

— As viagens são a parte boa de tudo isso. - ele continuava a falar sobre a correria do dia á dia.

— As viagens? - sorri um tanto desinibida com meu terceiro bourbon. — Tenho certeza que você tem uma mulher em cada país esperando por você, não é mesmo?

 

Ele sorriu de forma galanteadora. Wayne sem dúvidas era um homem bonito, transpirava elegância e seus gestos eram sempre sofisticados demonstrando toda a sua autoconfiança. Além de ser muito cheiroso e estar sempre bem vestido, era alto e se corpo forte se fazia notável mesmo por baixo do smooking preto, discreto.

A diferença era gritante, tudo em Bruce gritava “eu não quero ser notado, mas sei que é impossível”, enquanto que o Coringa berrava para meio mundo “olha pra mim baby, vou acabar com a sua vida e você vai adorar”.

 

Eu tinha saído sim para esquecê-lo, mas tudo o que eu estava fazendo era compará-lo a outras pessoas, sendo que em vez de eu achar super atraente alguém dito normal, parecia que eu não queria isso, uma pessoa assim, elas pareciam não ter aquilo. E aquilo é algo que eu não faço a menor ideia do que seja.

Vocês ficaram confusos? Então, bem vindos a minha mente.

 

— Eu sou muito sério quanto a relacionamentos, Loreen. - falou levando sua mão até uma mexa do meu cabelo que caía por meu rosto, ele a afastou e fixou seus olhos castanhos nos meus. — Não sou mais uma criança.

 

“Não é o que as revistas de fofoca dizem”, pensei lembrando das inúmeras matérias anunciando o milionário de Gotham rodeado por diferentes mulheres em diversas ocasiões.

 

— Se você diz. - dei de ombros me ajeitando na banqueta, chamei o barman e pedi outro bounbon a fim de quebrar aquele clima. Me matem, mas eu não queria mais terminar a minha noite nos braços fortes do Senhor Wayne e o motivo era essa sua conversinha de seriedade. Please bitch, não sou burra e o fato de alguém achar que eu sou me broxa. — Não gosto dessa coisa de relacionamento sério. - o olhei pelo canto dos olhos, Bruce parecia meio perdido por eu ter me afastado assim.

— Você é muito nova. - suspirou meio a um sorriso comedido. Agora só falta ele me chamar de pirralha.

 

Que porra! Eu me proíbo de pensar naquele escroto.

 

— Tem razão. - terminei minha bebida em um gole. - E crianças jovens como eu precisam aprender na prática, certo? - indaguei irritada. — Eu preciso ir Senhor Wayne, tenha uma boa noite. - me levantei sentindo o efeito do álcool, depositei algumas notas sobre o balcão e saí para a rua.

 

Agora eu usava as palavras dele? Eu estava prestes a ficar louca e sem ninguém para foder.

 

As dose da bebida tinha me deixado mesmo embriagada, tanto que eu nem reparei quando minhas pernas trilharam um caminho incerto até algumas ruas antes da Ponte Westward, um lugar conhecido como a luz vermelha de Gotham.

Eu estava indo fazer a última coisa que faria em sã consciência, procurar um garoto de programa. Não me julgue, eu vou explicar o porque de tal medida desesperada.

 

Eu não encontraria sexo facilmente com uma pessoa julgada - pela sociedade - dentro dos padrões, vocês viram o Bruce, que agora deve pensar que sou uma vadia afim de abrir as pernas para qualquer um. E se eu não conseguia tirar o Coringa da minha cabeça então porque não arrumar alguém parecido com ele? E assim que eu tivesse o que queria esses pensamentos malditos iriam embora. Não era uma ótima ideia?


 

Tinha uma variedade imensa de mulheres e homens pelas calçadas, enquanto na rua passavam carros que paravam para comprar o “produto”. Tá bem, isso estava me dando nojo de verdade. Desisto, não vou deixar um cara me tocar depois de já ter tocado pelo menos uma dezena de pessoas antes.

 

Foda-se, vou ficar sem transar, mas não vou ficar sem diversão.


 

— Quanto é o pino? - perguntei a um adolescente com cara de bandidinho. Ele tinha as mãos nos bolsos de uma jaqueta de moletom e conversava com uma prostituta que tinha acabado de lhe entregar algumas notas.

— Dez. - ele me mostrou um eppendorf com o pó branco. - É da boa.

— Vocês sempre dizem isso. - entreguei o dinheiro e peguei a droga.

 

Eu nunca havia usado cocaína, mas eu queria esquecer nem que fosse por alguns minutos a existência do Coringa, eu já estava cansada de ficar comparando ele com qualquer um que passasse na rua. Eu deveria odiá-lo, não ficar viajando sobre ele, deveria ir atrás da polícia e denunciá-lo ou deveria apenas deixar ele apertar aquele maldito botão e me explodir.

Mas em vez disso eu estava me drogando após minha tentativa frustrada de ter uma noite de prazer, eu devo ter jogado pedra na cruz.

 

Bêbada e drogada, tem algum filme que tem esse título não tem? Enfim...

 

Peguei a droga e caminhei ao primeiro bar aberto que vi na minha frente, era escuro e tocava Rell The Soundbender numa versão remixada. Não importava. Tinha mesas dobráveis de madeira espalhadas na entrada e nos cantos, lá no fundo tinha uma escada que subia para uma pista de dança de onde vinha a música de rave.

 

Sentei na mesa mais afastada e tirei a cocaína do embrulho, peguei meu cartão de crédito e fiz duas famosas carreiras, depois peguei uma nota qualquer de dinheiro na minha carteira e enrolei. Foi uma tragada que quase me fez arrancar meu próprio nariz, era como se cacos minúsculos de vidro cortassem minhas narinas e o pó fosse fogo, porque senti arder até a minha alma.

Mas puta merda, era bom… Um bem estar que eu não sentia a dias me invadiu tão forte que precisei abaixar a cabeça pra não tombar da cadeira. Escorei-me nos próprios braços em cima da outra carreirinha de pó sem tragar, apenas encarando e tomando coragem para o fazer.

Eu escutava tudo muito bem a minha volta, como se minha atenção não fosse mais para os meus problemas, de repente era muito mais interessante ouvir a discussão de um casal gay atrás de mim.

 

Era ótimo e eu estava muito feliz até ver sapatos sociais pretos num lustre de dar inveja a qualquer sapateiro parar de frente a mesa em que eu estava. Não levantei a cabeça, eu me negava a aceitar que ele estivesse ali, na moral.

 

— Garota é proibido usar substâncias ilícitas nesse estabelecimento. - não era a voz que eu pensei que fosse. Levantei minha cabeça com se não passasse de um algodão doce tamanha era a leveza que eu sentia. — Vai ter que se retirar. - o segurança brutamonte já segurava meu braço.

— Tá, tá! - me desvencilhei do aperto. — Não precisa me machucar seu babaca. - gritei saindo irritada de mais um bar naquela noite.

 

Pra terminar de foder com a minha paciência meu celular começou a tocar e quando eu fui ver na tela quem era o filho da puta que me ligava em plenas quatro horas da manhã o número estava restrito.

 

— Quem é? - já atendi grosseira.

— Você nunca prende não é mesmo? - sua voz me fez gelar, Coringa não parecia muito feliz.

— É muito bom saber que você está tão irritado quanto eu. - falei sem me importar se ele ia apertar aquela merda de botão assassino.

E agora é respondona. - ele bufou. — Tome cuidado com as suas palavras, pirralha.

— Era só isso que você queria? Me corrigir? Se já o fez te vejo na minha próxima sessão de tortura. - eu estava possessa e o efeito da cocaína misturado ás várias doses de bourbon me fazia ter coragem o bastante para ser estúpida. — Aliás Coringa, você por um acaso sabe quantos anos eu tenho? Eu não sou uma pirralha, não sou criança e com certeza não sou sua cadela pra você me mandar sentar e eu obedecer. - nem percebi que já gritava atraindo a atenção de quem passava ou estava por ali.

— Você está muito fodida, Senhorita Johnson. - eu o ouvi rosnar, diferente de mim ele controlava sua voz. — Fique aí! - ainda consegui escutar o barulho de algo quebrando seguido de um grito agudo de dor. — Dos meus problemas você é o que mais me dá dor de cabeça. - disse raivoso e então eu novamente escutei um grito que desta vez foi interrompido. — Se eu chegar nessa merda e você não estiver paradinha como uma boa menina eu arranco a sua cabeça fora! - soou ameaçador.

— Você nem sabe onde eu estou. Nesse momento eu posso estar muito longe do seu controle. - minha voz saiu carregada de escárnio. — Eu não quero te ver, não é pra vir. Eu tô ótima! - não, eu estava descontrolada e ria igual uma louca pra mostrar que eu estava bem.. - Entendeu? Fica longe de mim seu palhaço escroto.

— Que porra você tomou agora? - ele me perguntou furioso enquanto provavelmente ligava o carro, escutei o ronco do motor da sua Lamborghini. — Foda-se! Não saia daí, entendeu?

 

Ainda ouvi ele murmurar um pirralha do caralho antes de desligar o telefone na minha cara.

 

Se eu iria ficar ali esperando ele? Mas nem que me pagassem por isso. Coringa estava puto da vida, e eu estava puta da vida por ela ser injusta e uma merda. No entanto, ele com raiva era bem pior que eu.

 

Quando eu comecei a andar de volta para o Drean’s House o arrependimento já me torturava, eu sei que tenho repetido muito isso, mas qual é o meu problema? Eu nunca tinha usado uma droga forte antes, nem enchido a cara por estar brava, nem recusado caras como Bruce Wayne, nem enfrentado estupidamente alguém que tinha praticamente uma arma apontada na minha cabeça.

 

E esse explosivo, com certeza tem um rastreador, só que eu estava tão chapada que nem me tocara. Eu estava andando pra porcaria nenhuma, porque ele me alcançaria, não tinha para onde fugir.

 

Desespero era a palavra certa para me definir nesse momento. Já não sabia se era o efeito da droga ou meu próprio sentimento, apenas sentei na guia e chorei horrores. Meu coração batia rápido diante a hipótese de morrer agora, eu simplesmente não queria mais deixar de existir. Que droga!

Isso doía tanto, toda essa raiva, medo e ansiedade, a mesma ansiedade que me possuía quando ele estava perto de mim.

 

Coringa deveria estar xingando até a nona geração da minha família e eu só queria vê-lo mais uma vez antes dele me explodir.


 

Minha angustia era tanta que ao ver os faróis do seu carro se aproximando meu choro se intensificou. Filho da puta, desgraçado que está acabando comigo.

Ele estacionou o carro e abriu a porta com força, saiu pisando duro e andou até parar a minha frente. Sua cara não era nada boa, ele levantou a mão para me bater, mas eu não desviei os meus olhos lacrimejados dos seus tão raivosos.

Também não tentei impedir, talvez, só talvez, se ele fizesse o que planejava eu parasse de pensar tanto nele.

E ainda soltei um soluço patético quando ele abaixou a mão lentamente. Seus olhos se fecharam e Coringa inspirou o ar a sua volta numa tentativa de recuperar a calma.

 

Abaixei minha cabeça mais uma vez vendo um líquido viscoso em seus sapatos e constatei que era sangue. Ele realmente quebrava ossos quando estava furioso?

A sua camisa branca também estava respingada de vermelho, assim como a luva roxa na mão direita. Jesus, o que esse louco tinha feito?

 

— Você está um lixo. - cuspiu as palavras em minha direção. —  Parece uma prostituta prestes a ter uma overdose. - era tão estranho vê-lo sério daquela forma.

— Eu disse para ficar longe de mim. - murmurei as palavras sem encará-lo. — Você está imundo.

— E você está drogada. - replicou impaciente. — Eu não mandei você ficar quieta e me esperar? - estralou o pescoço e se abaixou para ficar á minha altura. — Além de burra é surda, amor?

— Estou cansada das suas ordens. - senti meus olhos marejarem novamente. — Sai da minha vida, por favor. - tive de forçar a minha voz, pois parecia que um novelo de lã estava preso em minha garganta. — Por favor, me deixa em paz.

— Não meu bem. - sussurrou levando a mão tatuada ao meu rosto, Coringa passou seu polegar em baixo do meu nariz e tocou a ponta com o indicador. — Você me pertence, é a minha boneca, não posso te jogar fora apenas porque você tem alguns defeitos. - ele detinha um sorriso sádico em seu rosto. — E você será punida por se comportar como uma vadia drogada, mas agora… - senti um braço seu braços passar por baixo das minhas pernas enquanto o outro foi para minhas costas, ele me levantou como fizera anteriormente. Eu não lutei contra, nem mesmo quando ele me colocou no banco carona do carro. — Vamos recuperar seu juízo para que possamos brincar mais tarde.

 

Não contestei sobre ele dizer algo como isso, Coringa não era um grande conhecedor do dignificado da palavra juízo. E eu não queria mais falar ou brigar, ele percebeu e por algum milagre dirigiu em silêncio sem direcionar um único olhar em minha direção durante o percurso.

Pela primeira vez eu o via concentrado, seus olhos sempre tempestuosos focavam a rua, dando a impressão de ter os pensamentos muito longe e fazendo-me lembrar daquele velho ditado: sem há calmaria antes da tempestade. Não, acho que não é assim. Foda-se.


Notas Finais


E aí? Gostaram?
Preciso dizer que na vida eu sou a Alison tentando colocar algum juízo na cabeça das minhas amigas trouxas kkkkk então quem aí é Team Alison junto comigo? ahahaha adoro escrever as partes dela.

Beijinhos de luz pirralhinhos e não se revoltem se não o Puddin vem e arranca a cabeça de vocês.


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