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História Máfias - Capítulo 9


Escrita por: Aniagreen e Bloo_berry

Notas do Autor


Nos desculpem o atraso grandioso.

Capítulo 9 - Capítulo 9


Era muito errado. Aquilo tudo era extremamente errado. David sabia disso, sabia que estava ferrado. Tinham muitas coisas que ele não tinha medo, afinal ele passou por cada coisa durante a sua vida que o medo não lhe dominava mais. Ele não tinha medo do escuro, não tinha medo da morte e muito menos medo de parar no inferno depois de morrer, se ele acreditasse nesse tipo de coisa. 

Então por que ele tinha medo de sair daquele quarto e encarar Bill? 

Talvez fosse pelo motivo dele ter se esfregado e outras coisas mais com o filho do homem que ele admirava. 

Maldição, por que ele tinha feito isso? Tudo bem que Bill estava convidativo, tinha um corpo muito atraente para si e uma boca maravilhosa, mas isso não era motivo de trair os seus princípios. 

Devido uma tragédia ele perdeu os pais e o Jorg o salvou e lhe trouxe quando criança, sendo criado como um filho e acolhido como um futuro braço direito. Ele recebeu confiança de um grande homem, que se orgulhou dele, o ensinou, deu educação, poder e força para se vingar. Honrava Jorg, o venerava e o admirava, então qualquer tipo de olhar de cobiça para o filho daquele homem era totalmente descartado segundos depois. Ele estava ali para proteger os filhos de Jorg com a própria vida, mesmo após a sua morte. 

Era o seu dever. 

Ele não deveria estar daquele jeito sentado em sua cama se sentindo culpado por ter gozado na boca quentinha de Bill. Ele nem deveria ter tocado naquela criança, se não tivesse ousado fazer isso ele não estaria morrendo de vergonha nesse momento de si mesmo, do Jorg e de Bill. 

Mas como um homem adulto ele tinha que sair e encarar os seus problemas e foi o que ele fez, mesmo receoso, passando sua mão pelos cabelos molhados e seguindo para a cozinha. 

Como chefe da segurança e braço direito de Jorg ele tinha certo respeito entre os empregados, alguns o olhava torto com medo, pois sabiam o que ele fazia, outros nem tanto, alguns até sorriam, pois sabiam o tão humano ele era, principalmente aqueles que testemunharam várias vezes esse seu lado quando rolava pelo chão brigando com Bill na adolescia ou perdendo a compostura de raiva pelo mesmo. Ele só não gostava quando alguns o olhavam como se ele fosse superior, sendo que também era um empregado e também odiava quando uma das empregadas o olhava com um olhar estranho e um sorriso nos lábios e tentava conversar com ele. Ele não gostava de interagir da mesma forma que elas queriam. 

- Senhor? - Jost parou ao ser chamado, o mordomo o olhava atento. - Os jovens Kaulitz acabaram de sair, informaram que iriam para a pizzaria. Alguns seguranças os acompanharam, mas achei que gostaria de saber caso queira ir para o lugar onde foram. 

David agradeceu pensativo. Mesmo que fosse o seu dever acompanhá-los, principalmente por Tom ter saído, ele confiava nos homens que os acompanharam. E tinha a fato que ele estava apavorado em olhar para Bill e lembrar-se daquele corpo quente macio e daquela boca. Ele não sabia se poderia se controlar, ele estava muito excitado para isso e ele não poderia nunca mais tocar em Bill. 

Ele tinha que resolver isso rápido. Ele precisava sair e resolver aquele desejo de outra maneira. 

TH 

Bill estava no banco do passageiro, como havia combinado estavam seguindo para a pizzaria. Como o caminho seria um pouco longo tinham colocado uma música para relaxar até a chegada à boate onde pegariam Georg. Haviam decidido o tirar daquele local por um tempo, com certeza não era algo que seu pai faria e só em imaginar a cara de desgosto ele sorriu. As batidas da música e as luzes que começavam a enfeitavam a cidade acabaram por fazer o Kaulitz mais novo viajar em seus próprios pensamentos e o levar direto ao momento que teve um pouco mais cedo.  Seu corpo ainda se lembrava de cada toque que Jost lhe dera, não podia negar que agiu impulsivamente, tinha falado para si mesmo que não iria dar outra chance de algum contato com o mais velho, porém seu corpo lhe traíra miseravelmente.   

 Ainda mais por se sentir como tivesse insistido em ter ficado e continuado com aquilo. Balançou a cabeça se negando a continuar a se martirizar daquele jeito. Olhou para o lado e percebeu que seu irmão lhe encarava como se tivesse algo errado. 

- Algo errado Tommy? – perguntou ao perceber que o carro havia parado. Não precisou seu irmão lhe responder olhou para o lado e viu que já estavam à frente da boate. 

- Eu deixei a porta daquela sala aberta, espero que ele não tenha feito nenhuma besteira que irritasse os seguranças. - Tom verbalizou a preocupação ao encarar o irmão. - Não sei se seria uma boa ideia sair com ele. É estranho. 

Bill olhou para o irmão vendo que este ainda possuía resquícios de insegurança sobre ter suas decisões aprovadas por terceiros. Havia também o fato de ser reprovado por seu próprio pensamento em não seguir os ensinamentos de Jorg. Mas Foda-se! Ele ajudaria Tom a fazer o que quisesse sem ter medo de dar satisfação a quem quer que fosse. 

- Me escuta, já chegamos até aqui. – disse tocando no ombro do irmão. – Não acredito que nada de errado acontecerá e além do mais e só uma pequena saída. – disse olhando nos olhos do irmão. – Você quer ou não quer sair com ele? – perguntou analisando o irmão. 

- Eu quero sair com ele! - Tom olhou para frente e largou o volante. - Mas não deixa de ser estranho, ele é nosso cativo e estamos o levando para passear? Eu nunca saí com ninguém que extorqui. 

Realmente era estranho, mas Bill gostava de coisas estranhas e situações que nunca havia experimentado. Era mais um motivo para saírem, além do que Tom queria algo e raramente via o irmão empolgado com algo. 

- Então não iremos mais esperar aqui certo? – disse saindo do carro esperando o irmão descer para que assim entrassem no local. – além do que... - disse ainda sem ter fechado a porta para que seu irmão ouvisse. – Sempre estarei aqui para você, não se preocupe em ser estranho. – disse por fim fechando a porta do carro. 

Tom sorriu agradecido e saiu do carro seguindo para o irmão e passando o braço sobre o ombro deste e seguindo para o prédio. Ainda achava estranho, mas Bill o incentivava a continuar a ideia, imaginava o que seu pai faria e com certeza era que nessa hora Georg nem estaria vivo. 

Passaram por alguns seguranças questionando-se se Georg realmente não tinha descido já que nenhum deles informou nada e seguiram para o escritório. 

Georg realmente não tentou nada? Tudo bem que ele tinha colocado o relógio com rastreador no menino e tinha os seguranças, mas para alguém que implorou pela liberdade Tom achou que ele tentaria algo. Quando eles pararam em frente a porta ele abriu e encontrou o baixinho sentado encolhido no colchão. 

Ou o Listing é esperto por não tentar algo ou burro por não tentar nada, Tom não sabia o que pensar. Simplesmente entrou com o irmão. 

- Olá Listing! - se pronunciou. - Pelo o que percebi você não desceu. 

- Achamos que queria sair um pouco daqui, mas acredito que não deva estar de bom humor, não é baixinho?- Disse Bill se aproximando de Georg, o olhando de forma desdenhosa. – Acho que perdemos nosso tempo Wolf. – disse olhando as próprias unhas vendo Georg se levantar e dar dois passos em direção aos dois, mancado um pouco devido ao machucado do pé. 

Georg estava pasmo, eles o levariam para algum lugar, não queria se animar talvez era para um local pior ou até o matar, mas algo dizia que não era bem aquilo. Colocou uma mecha do cabelo para trás da orelha e olhou para Wolf. 

- E verdade?- perguntou incerto. 

- Acha que temos cara de mentirosos? - Tom olhou para o lado, colocando uma mão no bolso. - Você tem cinco minutos pra se arrumar, se não a gente sai e te deixa trancado aqui. 

Georg arregalou os olhos levemente e se direcionou ao banheiro para se arrumar. Bill se direcionou até Tom com um leve bico. 

- Ele acredita mais em você do que em mim. – disse em tom brincalhão. – Que fofo! – disse esta parte mais baixa somente para que o irmão ouvisse. 

Não demorou muito para que Georg terminasse deu uma última olhada no espelho, não se sentia bonito, mas naquelas condições a única coisa que ele queria é sentir um pouco de como era voltar a ver o céu sem ser através de um pequeno quadrado. 

- Pronto! - disse baixo saindo do banheiro se aproximando dos dois vendo Fuchs apoiado no ombro do irmão. 

Bill reparou que era a mesma roupa que ele costumava vender drogas, ele tinha ciência que o pequeno não tinha muita opção. 

- Viu não foi tão difícil, foi?- perguntou se direcionando para a saída. Uma coisa será boa naquela saída ele não pensaria de Jost e ainda por cima veria Tom fazendo algo que ele queria. 

- Vem! - Tom pegou a mão de Georg sem nenhuma permissão e o puxou junto seguindo Bill. - Você só repete essa roupa? Vou ter que arrumar roupas novas pra você, as pessoas irão prestar muita atenção em você se sempre ficarem olhando o mesmo baixinho de uma roupa só. - reclamava. 

Georg foi sendo levado apesar de não gostar de ter a mão segurada, passaram pelos seguranças que nem se quer olharam para Wolf ou fingiram que não viam, pois eles estavam saindo como se não tivesse levando um cativo com eles. Seguiram para o carro que estava estacionado na boate. Wolf abriu o carro e o colocou no banco de trás logo em seguida Bill fez o mesmo e por fim Wolf entrou travando o carro. 

- Vamos! – disse Bill animado ajeitando o cabelo no espelho do retrovisor. Hora de se divertir um pouco. 

No interior do carro parecia estranho, Georg trancado na parte de trás e os gêmeos na frente comentando sobre uma música indie que escutavam no carro. Era mais como uma aula particular, Fuchs explicava sobre a banda, a letra da música e Wolf prestava atenção e perguntava mais coisas sobre as bandas e música, parecia interessado em aprender, principalmente quando soltava frases do tipo "Nosso pai me fazia escutar Pavarotti, o cara é bom, mas não era meu estilo" ou "Você acha que eu era louco pra tentar escutar isso perto dele? Não queria correr o risco". 

Seguiu-se uma conversa entre eles até chegarem em uma pizzaria e Tom deixar Bill cuidando de Georg para que Tom resolvesse a mesa com o recepcionista e com um pouco mais de dinheiro reservando o melhor lugar para eles e as mesas próximas para que ninguém os atrapalhassem. 

Bill teve que segurar a mão de Georg para que este não saísse de perto, porém o pequeno estava muito animado para pensar em tal coisa. Olhava para seu redor, não é como se nunca saísse em família, mas podia se dizer que também não eram muitas. 

- Então finalmente estou vendo um sorriso? – disse Bill vendo um pequeno sorriso surgir nos lábios delicados do menor, este o olhou e parou de sorrir fechando a cara. – Um tanto difícil eu diria, mas logo você irá se acostumar comigo, pois serei seu cunhado. – disse piscando para o menor. 

Este fez cara de confusão, mas antes que respondesse qualquer coisa Wolf apareceu junto com o anfitrião que os levaria eles até a mesa. 

- Eles têm pizza de todos os tipos. - Tom disse animado, puxando uma cadeira e esperando Georg se sentar. - Paguei o rodízio e podemos ficar a vontade de comer e bebermos. - sentou-se após colocar Georg sentado sem perceber. - Também paguei para que colocassem as músicas que escolhermos. Hoje esse lugar é nosso! - o sorriso dele estava enorme. 

Georg estava sentado entre Tom e Bill. Estava um pouco incomodado, mas parecia que Wolf estava demasiado animado não só ele olhou para Fuchs que mantinha um sorriso voltado para o irmão, pensou que eles realmente eram unidos, mas uma coisa não tinha entendido o motivo de eles levarem ele lá. 

- Por que me trouxeram? – perguntou olhando para Wolf. – Não quero estragar a noite de vocês, mas não vejo sentido para me trazerem. – disse.  

- Não te devemos satisfações, pequeno você só faz o que mandarmos e pronto. – disse Bill ríspido por ter visto o sorriso de Tom diminuir. Você não acha que está recebendo coisas demais para ficar reclamando? – Bill não costuma ser assim, até por que tinha uma leve afeição ao pequeno, mas não perdoaria ninguém que tirasse o sorriso do rosto de seu irmão. Seu dever era proteger a felicidade de Tom, mesmo que este ainda estivesse construindo uma. 

- Me desculpe... - disse Georg baixo olhando para a mesa. – Obrigado por me trazerem, não quero causar problemas a vocês.  – disse baixo.  

- Assim está melhor. - disse voltando a sorrir- O que vai querer Listing? – perguntou como se nada tivesse acontecido. 

- Pizza doce. – disse olhando para o menu. 

- Não sei por que está tão fofo e educado hoje, você costuma ser muito mal educado! - Tom respondeu ríspido e levantou a mão para o garçom.  

Não é como ele fosse fofo, mas o outro gêmeo estava o intimidando, não parecia muito amigável. Na mesa só escutava as vozes dos gêmeos que pareciam bem entretidos conversando coisas aleatórias. Não demorou muito para que a primeira pizza chegasse e para que pudessem desfrutar da mesma. 

- Até que e bem divertido aqui Wolf. – disse Bill analisando o local. – Queria te fazer um pedido. – disse olhando para Tom. – Poderíamos escolher uma música e dançar, sempre quis fazer isso. – comentou com os olhos brilhando 

Georg não tinha vontade de dançar ainda mais por não saber, mas não poderia reclamar para não levar outra alfinetada de fuchs. 

- Fuchs, eu não sei dançar. - Tom entortou a boca. - Eu só aprendi aquelas danças para os bailes sociais do nosso pai, essas outras não. - comeu mais um pedaço de pizza. - Eu não vou passar vergonha em público.  

Bill fez um pequeno bico e olhou o irmão com olhos pidões. Chamando o garçom se levantando. Pediu uma música e pegou a mão de Georg fazendo este se levantar e chamou o irmão. O pequeno parecia meio relutante mais foi praticamente arrastado até à pista, que dava visão a mesa onde estavam. Nem poderia reclamar do pé machucado mesmo que tivesse tomado remédio ainda o sentia. 

Assim que a música começou a tocar Bill puxou o menor para seu corpo e o fez seguir seus movimentos. 

- Dance conforme a música entendido? – disse o olhando. – Estou tentando fazer ele se divertir então seja bonzinho. 

Tom ficou sentado comendo enquanto observava Bill dançar com o baixinho aquela música. Ele não acreditava acreditando que o seu irmão pediu uma música de valsa só porque era o único estilo musical que ele sabia dançar e também não estava acreditando que Bill estava dançando na frente de outras pessoas com outro homem. 

Algumas pessoas olhavam para aquela direção e viravam sussurrando ou olhando torto, Tom não se importou, pois Bill sabia muito bem se defender daquelas pessoas. Só se irritava um pouco por ter ficado sozinho na mesa enquanto Bill se divertia com Georg, mesmo sendo com aquela música irritante. A dança de Bill era bonita eles aprenderam aquilo, lógico que seria bonita. Quando tinham suas aulas particulares não poderiam errar se não levariam um beliscão e longas horas de conversas com o seu pai sobre como poderiam melhorar as posturas e imagens para a sociedade que entrariam. 

Lembrava-se bem quando teve coragem de pedir permissão para colocar piercing. Seu pai sentado na poltrona, lendo um documento enquanto o olhava torto ao fumar um charuto. O sorriso de lado ao vê-lo suar frio e lhes permitindo dizendo a eles que ao completarem maioridade tirariam tudo aquilo e cortariam o cabelo para agirem como homens de verdade. 

Rosnou jogando a pizza de lado e olhou para a dupla sentindo inveja do divertimento deles enquanto ele estava sentado lá se remoendo por dentro ao lembrar-se do seu pai. 

- Quero dançar também! - chegou emburrado. 

Bill sorriu de lado entregando Georg para o irmão, e se afastou um pouco para que eles pudessem dançar. Olhou pelo local e viu uma garota se aproximando, era uma oportunidade para se distrair já que Tom estava com Georg. Olhou para o lado vendo o irmão próximo a Georg e os dois o olhavam.  O gêmeo mais novo indicou que continuassem a dança e passou a fitar a moça a sua frente que sorria timidamente. 

Tom se virou para Georg e o tomou para a dança, tomando o comando da dança, mesmo achando estranho estar dançando valsa em uma pizzaria. Sorriu achando graça da imagem e prestou atenção em sua mão unida na mão pequena de Georg e na outra no final da coluna do mais baixo, rindo ao notar a pequena elevação de carne que começaria o bumbum de Georg, descendo um pouco a mão com um ar inocente. 

- Você até que dança bem. - comentou como quem quer nada. 

Georg percebeu a mão de Wolf, se remexeu mostrando que estava incomodado. A situação era muito estranha ele estava dançando valsa em uma pizzaria com o cara que tentou abusar dele. Balançou a cabeça não queria pensar nisso até porque não era o momento. O comentário do maior fez vir lembranças de quando seu pai o colocava sobre os próprios pés o ensinando a dançar, aqueles momentos em que tinha a atenção de seu pai eram os melhores, não que ficar com sua mãe fosse rui, mas os momentos com seu pai eram menos casuais dos que com sua mãe, já que essa ficava com ele o tempo inteiro. Nem percebeu que havia deitado levemente a cabeça no peito de Wolf. 

- Você também. – comentou baixo ainda meio perdido aos seus pensamentos. 

Bill viu que os dois estavam se dando bem e provavelmente nem iria perceber se ele desse uma rápida escapada para dar uma volta com a moça que o acompanhava. Afastou-se deixando os dois aproveitarem o momento e se aproximou de dois dos seguranças que os acompanhavam os chamando para segui-lo. Mesmo não gostando sabia que era necessário. E consequentemente Jost fora avisado que o gêmeo mais novo havia saído do local, mas que levara seguranças.  

TH 

Na manhã seguinte Mike limpava a loja que seria aberta com certa raiva. Ele nunca esperou que ao salvar aquele homem no beco fosse tão problemático para si, estava tão cansado por passar horas acordado cuidando daquele homem que insistia em se mexer. Tinha que cuidar de febre, inflamação, hidratação e medicamento. 

Se aquele homem tivesse o cuidado consigo mesmo assim como tinha ao chamá-lo de criança ele estaria bem. O que ele estava fazendo? Trabalhando para pagar conta de hospital e remédios para um homem desconhecido que mais parecia um assassino bonito do que um cara qualquer. 

Abriu a loja e olhou rapidamente na direção ao carro estacionado estranhando o rapaz lá dentro. Era o mesmo que algumas vezes via andando por aquelas bandas. Ele parecia chateado, com a cabeça sobre o volante, Mike deu de ombros e voltou para a loja. Arrumou as mesas e as cadeiras e levou um susto quando escutou o barulho da porta e se virou vendo aquele homem que estava no carro entrar. Ele não sabia o que fazer, seu chefe estava no fundo da loja, ele ainda estava aprendendo a atender os clientes. 

Mas ele estava apavorado, aquele homem era muito alto, lhe transmitia uma aura intimidante demais com aquela postura. Dava pra ver que ele era um homem jovem, muito bonito, mas sua postura e maneira de se vestir lhe deixavam em uma forma mais velha. Uma das mãos no bolso e o outro segurando o cigarro enquanto soltava a fumaça, quando os olhos azuis se voltaram para ele Mike sentiu um arrepio na espinha principalmente quando o homem arregalou um pouco os olhos e o olhou de cima a baixo e se aproximou rapidamente. Mike deu alguns passos para trás assustado e parou quando o outro também parou e continuou o olhando assustado. 

- É... É... - Mike engoliu seco. - É proibido fumar aqui dentro. - viu o homem olhar o próprio cigarro na sua mão e depois jogá-lo no chão e pisar nele como se fosse algo natural. 

- Quero saber se viu algo estranho esses dias aqui. - o homem perguntou do nada e com tamanha autoridade que Mike se sentiu tentando a não mentir. Lógico que ele tinha visto algo estranho esses dias, esse algo estranho estava na sua casa. O mesmo estranho que implorava para que não contasse nada a alguém.  

- Nada! - respondeu e viu o homem virar o rosto chateado e estralar a língua. Mike achou que talvez aquele homem fosse um detetive por perguntar aquilo e ao viajar em seus pensamentos levou um susto quando uma mão gelada segurou o seu queixo levantando a sua cabeça. O homem o encarava ainda mais e de repente deslizou a mão na sua bochecha o analisando com o olhar. - S-senhor? 

- Quantos anos você tem? - o homem perguntou grosseiramente e virou o seu rosto para o lado, ainda olhando o seu rosto. 

- Dezesseis?  

- Está me respondendo com uma pergunta? - o homem o encarou com as sobrancelhas franzidas e Mike ficou assustado. 

- Dezesseis. - respondeu rapidamente e o homem o soltou e o olhou de cima a baixo novamente e do nada saiu da loja falando mais nada. 

Mike respirou fundo e sentiu um peso sair dos seus ombros quando aquele homem saiu. Mike ficou apavorado ao não entender aquela atitude e furioso por ter que limpar aquela sujeira de cigarro. 

TH 

Tom abriu os olhos estava irritado ao acordar na sua cama com um barulho irritante de celular tocando ele atendeu e recebeu uma notícia péssima lhe fazendo levantar rapidamente. Ele estava cansado, passou a noite dançando, comendo e bebendo com Bill antes de deixar Georg na boate. Ele estava cansado e com sono, mas tinha que trabalhar. 

Nem se vestiu direito quando desceu as escadas e correu para o quarto de David para chamá-lo e quando abriu a porta pronto para falar ele levou um susto ao encontrar o quarto vazio. Ele respirou fundo e foi para a cozinha e não o encontrou lá e ninguém entre os seguranças sabia onde estava. 

Irritado ele resolveu ligar para David e se assustou com o que escutou. 

- Alô? - Tom parou escutando uma voz feminina. - Alô? 

- David está? - Tom não sabia o que perguntar, só falou a primeira coisa que veio na cabeça e nem quis saber porque era uma mulher atendendo o celular. 

- Hum? - a mulher parecia confusa no telefone e um barulho baixo ficou presente. - Ele foi embora, esqueceu o celular aqui. - ela começou a rir. - Davizinho está tão aéreo. 

- Ham? Esqueceu onde? - Tom escutou pasmo aquilo e por isso estava questionando.  

- Ele dormiu aqui, mas acho que na pressa de ir embora e... - ela não terminou de falar, pois Tom desligou o celular pasmo. Encarando o aparelho. 

Tom não acreditava que David fez tudo aquilo com seu irmão e passou a noite com uma mulher. Um monte de coisas aconteceu passou por sua cabeça, tristeza e raiva por seu irmão, raiva por David não respeitar seu dever no trabalho e decepção por saber disso tudo e ainda querer esconder aquilo do seu irmão.  

Parou para respirar e olhou para o lado e correu para o escritório. Se Bill não tocasse no assunto não contaria, continuaria o seu trabalho normalmente. 

Bill havia dormido pouco quando deixara seu irmão sozinho com Georg e sairá com a menina não havia feito nada demais só andaram um pouco pegando ar. A conversa tinha sido bem agradável quando voltou para a pizzaria Tom e Georg o estavam esperando, pois o pequeno estava com sono. Não havia perguntado como tinha sido a noite o irmão.  Pelo menos não se martirizou pensando tanto em David. 

Faria isso agora, estava um pouco cansado, mas nada como um bom café da manhã. Desceu as escadas calmamente só vestindo seu hobby e uma calça moletom, pois estava com preguiça de pôr uma camisa.  

Chegou na sala de refeições e não encontrou Tom por isso foi até o escritório batendo uma vez e já entrando encontrando o irmão concentrado 

-Bom dia irmão! – disse cumprimentando e se sentando em uma poltrona. – Quero saber os detalhes de ontem. – pediu olhando o mesmo mexer em uns papeis. 

Tom parou e olhou para o irmão sorrindo de lado identificando a malícia na pergunta do irmão. 

- Só dançamos e comemos. - Tom deu de ombros. - Georg é uma criança, mal passamos o tempo juntos e ele estava mais reclamando de sono do que tudo. Mas pelo menos deu pra passar um pouco a mão quando Georg não percebia. 

- Que irmão atirado que eu tenho. – disse animado. Precisava comer algo viu que para Tom vir tão cedo deveria estar com coisas para resolver, mas não abriria mão do tempo deles. – Então pelo menos aproveitou um pouco, ele ficou mais à vontade com você? – perguntou mexendo nos cabelos. Alguma coisa estava faltando e olhou para os lados. Jost veio em sua cabeça "calma" Bill dizia para si mesmo. O mais velho deveria estar no quarto ainda, pois estava cedo. – Vamos comer algo? – sugeriu assim poderiam continuar com aquela conversa com estomago cheio. 

- No momento preciso resolver isso com urgência e sem David fico perdido. - olhou para Bill sorrindo, resolvendo não comentar que Georg não interagiu muito com ele. - Mas pode ir na frente, daqui a pouco irei lhe acompanhar. 

Bill franziu o cenho, estava cedo demais para Jost ter saído. Provavelmente Tom havia mandado fazer algo. Mas ele usou "sem David", logo ele não saiu para resolver algo para o irmão. 

- Ele não deveria estar aqui? Sabe, é pra isso que ele serve. – disse não querendo supor coisas demais. – Onde ele está? É só ligar para ele. – disse. – Quer que eu ligue? – sugeriu já discando para o mais velho. 

- Não! - Tom largou os papeis e correu lhe tomando o celular e respirou pesadamente passando a mão na testa e se sentando em uma cadeira ainda com a cabeça baixa. Olhou para os próprios pés pensativos e não conseguiu pensar direito, o melhor era não mentir. Parecia que Bill tinha um faro para mentiras. - Ele não está em casa, não sei onde ele está. Eu liguei pra ele, mas quem atendeu foi uma mulher dizendo que ele não estava e que tinha esquecido o celular. 

Bill arregalou os olhos. Então Jost era daqueles que enganava e depois deixava de lado. Não conseguia acreditar que o mais velho decidira deixar eles dois de lado, mas parando para pensar nunca houve os "dois". Respirou fundo não adiantaria ficar bravo com aquela situação, não era como se estivessem em uma relação mesmo. 

- Está tudo bem, Tommy. – disse em um tom carinhoso, mas o irmão podia perceber um pouco de tristeza em seus olhos. – Eu vou tomar um café preto. – disse pegando seu celular. – Não se preocupe, só vou pegar um ar e dar uma volta no jardim, se precisar e só me ligar. – disse tocando no rosto de Tom e deixando o escritório. De uma coisa ele tinha certeza tentaria tratar David com indiferença, estava cansado desse vai e vem.  

Andando pelo corredor seguiu para a cozinha não se importando em estar daquele jeito se serviu generosamente de café e se encostou ao balcão fechando os olhos. Será que ele conseguiria esquecer o mais velho? 

 

TH 

David havia descido do carro batendo a porta e ainda sentindo-se ansioso, ele não queria voltar e encarar Bill. Mesmo que tenha dormido com uma mulher para esquecer Bill, ele não conseguiu, via o rosto do Kaulitz na mulher e o pior que achou que estava imaginando o rosto de Bill naquele menino naquela doceria. O ruim que todos os seus sentidos gritavam para tocar aquele garoto porque se parecia muito com Bill. Ele tinha que se tratar.  

Estava muito irritado com ele mesmo, saiu somente para transar, mas acabou dormindo e quando correu acabou esquecendo o celular e no momento de raiva de si mesmo ele teve uma epifania sobre Hagen e a morte deste. Sobre onde foi parar o corpo dele, mas não conseguiu nenhuma informação, somente um estorvo no peito por ter encontrado um garoto igual ao Bill e quase na idade do mesmo. 

Além de sua vida estar uma bagunça, seus serviços também estavam. 

Suspirando ele andou até o escritório, ele precisava pesquisar mais sobre Hagen. Ele não tinha visto nenhuma notícia de corpo e morte naquele bairro, e se questionou sobre uma coisa que ele tinha feito naquela noite. 

Ele tinha quase certeza que entortou sua arma. 

Porém quando chegou ao escritório foi recebido com papéis sendo jogado sobre si e um tapa em seu rosto. Não doeu, mas ardeu um pouco. Ele olhou espantado vendo um Tom com o rosto franzido de raiva e vermelho. Os olhos estreitos, mãos fechadas em punhos e boca exprimida, se não conhecesse tão bem a Tom juraria que era Bill na sua frente. 

- É seu trabalho estar a minha disposição vinte quatro horas do seu dia! - Tom gritou. - Se está fora resolvendo o seu trabalho é seu dever manter o celular sempre com você. 

- Tive que resolver umas coisas e sem querer esqueci meu celular, me descul... 

- Fuder vadias é coisa pra se resolver? - Tom o calou lhe batendo novamente no rosto e David ficou calado o olhando assustado. Dessa vez ele não viu Bill em Tom, ele sentiu medo, pois parecia muito outra pessoa ali. Parecia Jorg. - Você é um merdinha, um miserável que se aproveita dos outros. - Tom apontava para o seu rosto e David agradeceu muito que a porta do escritório estivesse fechada e que ninguém escutasse. - Escuta aqui seu vira-lata, eu juro que você vai pagar se brincar com os sentimentos do meu irmão novamente. - ele se abaixou e pegou os papéis do chão e jogou novamente no rosto de David. - Vai tomar banho, tirar o cheiro da vaca que você comeu e volte aqui pra fazer o seu trabalho, pois foi isso que meu pai te adestrou a fazer. 

David ficou calado, olhando as costas de Tom quando este se virou e seguiu para a mesa. Jost não esperou e se retirou do escritório em choque. 

TH 

Em outra parte da cidade Georg acabara de acordar, como sempre sua manhã se iniciava solitária depois que foi para aquele lugar. Ainda não entendia o porquê dos meninos o terem levado para aquela pizzaria, por um momento achou que ia ser morto, mas tudo ocorrera tranquilamente seria uma lembrança boa se não estivesse naquela condição.  

“Liberdade’’ Rondou em seus pensamentos durante a madrugada, com certeza não era algo que teria tão cedo. Há alguns dias sua ideia de conseguir sair daquele inferno o torturava e quanto mais pensava em ter a tal sonhada soltura, mas acreditava que não teria chance alguma no sucesso de fuga. Não seria fácil, mas ele poderia tentar ao menos. Viajando pelos diálogos tidos com Fuchs algo lhe chamou atenção, uma palavra para ser exato ‘’cunhado’’ ou seja, os interesses de Wolf para si, não era somente devido a estar bêbado aquela noite, ele queria algo com sigo.  

Foi preguiçosamente até o banheiro começando sua higiene matinal e em seguida colocando só uma calça. Ele queria suas roupas, não achava que estar ali era um desfile nem nada do tipo, mas às vezes se sentia frustrado em não ter muito que vestir. Pensar desta forma o fez refletir se já estaria se acostumando com estar ali naquele lugar. Não poderia se deixar levar pelas sensações que Wolf lhe fazia sentir. 

Sentou-se à mesa imaginando quando Wolf apareceria, já que o mesmo sempre lhe trazia algo próximo aquele horário para comer.  Talvez fosse mimado demais por querer algo como roupas limpas e comida e sua mãe. “Mãe”. Como sentia falta dessa dos seus carinhos. Só queria que tudo aquilo não passasse de um pesadelo, mas não era já havia se beliscado diversas vezes e sempre se dava conta que estava naquele local. A noite anterior tinha sido diferente, Wolf parecia diferente mais tranquilo, talvez fosse a presença de Fuchs, mas não deixou de passar despercebido as mãos bobas do maior o que só levava a ter certeza que Wolf queria algo com sigo. A porta estava aberta como o maior o tinha deixado se dirigiu a mesma e encostou o ouvido na porta, ao escutar nada achou seguro sair e explorar o local, ia ser bom já que seu pé não incomodava tanto quanto antes tinha até conseguido seguir os passos dos gêmeos.  Desceu as escadas com uma ideia fixa. ‘’Saída’’. 

De repente, a porta principal foi aberta aparecendo um Tom um pouco irritado por seus gestos e olhando para o homem alto no seu lado. 

- Vamos deixar as roupas e a comida e iremos resolver isso rapidamente. - Tom dizia com o rosto fechado e parando de andar ao ver David largar os pacotes de compras no chão. 

- Por que está comprando roupas para a cria do Listing? 

- Está me questionando Jost? Sério mesmo? - Tom alterou a voz e David estreitou a boca se calando, foi quando Tom olhou para frente e encontrou Georg e instantaneamente mudou as feições. - Georg, lhe trouxe roupas e alimento. 

Georg analisou a cena será que Wolf era telepata ou algo do tipo? O outro homem parecia ser aquele que estava com Fuchs. Pareciam de mau humor. Só podia ser brincadeira justo quando queria achar uma maneira de sair. 

- Wolf... -disse olhando para ele. – Achei que não viria tão cedo. – comentou se encostando à parede. – Obrigado. – agradeceu as roupas. Até que ele estava sendo gentil, mas o que seu chefe diria se soubesse que Wolf o fazia gentilezas? 

- Comprei roupas que achei que ficariam boas em você, infelizmente tenho uns problemas para resolver e não poderei ficar para ver como ficarão as peças em seu corpo. - Tom o olhou por inteiro sorrindo e o clima foi cortado quando Jost exclamou. 

- Por que você está aqui embaixo? - David parecia perceber isso naquele momento. - Não era pra você estar trancado? - deu alguns passos para frente e foi segurado pelo braço por Tom. 

- Eu deixei ele ‘’livre’’ - Tom o puxou para trás irritado. - Ele pode andar a vontade por aqui, não há perigo dele fugir. Tudo aqui é seguro, tem os seguranças e ele está usando um localizador. 

- Por que isso agora? - David parecia tão pasmo que questionava Tom na frente de Georg. - Está dormindo com ele para lhe dar regalias? 

- Isso não é problema seu! - Tom se alterou e respirou fundo pegando o braço de David e o puxando para fora. Saindo sem se despedir e trancando tudo deixando Georg sozinho novamente. 

Georg suspirou, era melhor que nada. Pegou as sacolas que Wolf havia trazido e voltou a subir as escadas com certa dificuldade. Ele sabia que já estava sendo monitorado devido às primeiras roupas que o maior havia trago, mas elas haviam sido rasgadas. Fico pensado onde estaria este localizador. Tom havia lhe trazido coisas, mas nenhuma delas era de vestir. Colocou as sacolas em um canto e se sentou colocando os braços em cima da mesa repousando a cabeça em um. Foi ai que viu aquele objeto em seu pulso. E deu um ‘’click’’ em sua mente, o relógio. 

Levantou a cabeça rapidamente olhando para o objeto. Era com certeza aquilo. Tentou tirar, mas não deu certo, teria a tarde toda para tentar. 

TH 

- Senhor? - o mordomo se aproximou de Bill que estava deitado no sofá e se inclinou levemente. - Desculpe-me perturbá-lo, mas uma dama está na entrada e o senhor seu irmão saiu com o senhor Jost, e ela não quer falar com mais ninguém.  

Bill levantou o olhar para o mordomo e se sentou no sofá passando a mão no rosto. Não estava de bom humor, mas teria que ir ver o que era, não queria escândalo na sua porta. Colocou-se de pé e olhou gentilmente ao senhor a sua frente. 

 

Continua...


Notas Finais


Nos desculpem o atraso, tivemos algum contra tempo e não conseguimos atualizar cedo.
Esperamos que gostem, o próximo capítulo está pré preparado e quase saindo do forno.
Deixem comentários, sugestões de melhorias ou reclamações


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