História Mafiatale - Capítulo 3 - Obedecer

Escrito por Usagi17 e CeciFrazier

   Sans deixou a menina ficar trancada um dia inteiro no escuro, não deixou que ela se alimentasse ou comesse nada, ela ficaria confinada até que aprendesse a obedecer as ordens.

    Assim que chegou no escritório largou suas coisas sobre a mesa e caminhou em direção a sala da garota, ele abriu a porta e viu a menina tremer pelo frio, deixara a janela aberta e pelas roupas da garota, a noite não foi tão fácil.
 

— Olha que lindinha... Sentiu saudades?
 

— Vai se foder. — Exclamou enquanto tentava erguer o olhar para o mais alto.
 

— Chefia. — Brian chamou, fazendo Sans caminhar até ele. — Temos uma pista de onde o irmão dela está e...
 

   Ele fechou a porta e olhou para a menina,  então sorriu ao ver a expressão preocupada.
 

— O gato comeu sua língua? ... Ou foi o cachorro aqui?
 

— ... O que você quer de mim?
 

— Ora, então resolveu ceder? — Sorriu com escárnio e segurou o rosto da menina. — Você vai ficar aqui nesse prédio até aprender a obedecer as regras, ouviu?
 

   Pôde vê-la sentir, então revirou os olhos e tirou sua jaqueta.
 

— Pare de tremer, isso me irrita. — Sans disse enquanto a cobria com a jaqueta.
 

   Chara sentiu o perfume que o mais alto usava, então arregalou os olhos ao vê-lo desamarrando as cordas que prendiam suas pernas e retirava as algemas, após fazer isso, retirou a corda e sentiu as mãos do mais alto em seu queixo.
 

— Vai obedecer, não vai, garotinha?
 

— .... Vou... — Ela virou o rosto enquanto ajeitava a jaqueta ao redor do corpo. — Chara... E eu tenho dezoito anos, não sou garotinha.
 

— Então, criança, você deve estar com fome, certo? — Sorriu ao vê-la assentir. — Venha, se não comer não vai me obedecer direito.

   Sans a puxou pelo braço e saiu da sala, indo em direção ao refeitório. Assim que chegaram, algumas pessoas que estavam lá arregalaram os olhos ao ver Chara, pois achavam que seu líder realmente havia a matado.

   O albino abriu um armário e tirou um pacote de salgadinhos, jogou para a menina e a encarou.
 

— Por agora, só é isso, depois arrumo comida de verdade pra você.
 

   Chara apenas abriu o pacote e comeu alguns biscoitos, não demorou muito para que entregasse a embalagem pela metade, por mais que tentasse não comia muito, talvez por isso fosse tão magra.
 

— ... O cachorrinho ao menos pode me dar água?
 

   Sans soltou uma risada baixa e tirou uma garrafa de água da geladeira junto com um copo de vidro e entregou para ela.
 

— Au au. — Murmurou, encarando Chara.
 

   Algumas pessoas que estavam ali estranharam a ação do líder. Ele realmente deixou que alguém o chamasse de cachorro? Nem mesmo as mulheres com quem dormia tinha esse direito, quanto mais a líder da gangue inimiga.

  Ela tomou um pouco da água e desviou o olhar para todos que a encaravam, franziu as sobrancelhas e voltou o olhar para o mais alto.
 

— Eles estão te olhando por algum motivo em especial, totó?
 

— Nada. — Disse enquanto desviava o olhar e pegava o resto de salgadinho. — E não reclame, você é o que eu quiser.

   Chara arqueou a sobrancelha com o comentário, e antes que pudesse dizer algo, ele continuou.
 

— Não vá se achando, você só está aqui porque disse pra certas pessoas que te matei, e se descobrirem a verdade...bem, isso não é da sua conta.

— Ah, eu sou o que você quiser? Você não é meu dono.
 

   Chara exclamou enquanto levantava e puxava Sans pela gola da blusa.
 

— Cachorrinho não podem ser donos.
 

— Mas você é a que tem que obedecer. — Sans segurou o queixo de Chara e o ergueu. — Cadelinha.
 

   O rapaz sorriu de forma maliciosa, então afastou-se e foi em direção à saída.
 

— Preciso trabalhar, seja uma boa menina e não arrume confusões.
 

   Chara olhou para os lados por alguns segundos, então correu até Sans e segurou-lhe um dos dedos da canhota.
 

— Acha que vou ficar sozinha com um bando de esqueletinhos idiotas? Nem pensar, vou ficar perto de você, cachorrinho. Ao menos eu já te conheço um pouco.
 

    Sans soltou uma risada e puxou sua mão, segurou o rosto de Chara com força e a encarou.
 

— Você não me conhece nenhum pouco, cadelinha. Você vai ficar sozinha com um bando de esqueletinhos idiotas sim, e se me perturbar... — Aproximou seu rosto do dela. — Você apanha.

   O albino soltou mais uma risada e foi em direção a outra sala, deixando Chara sozinha.