Nos subúrbios de Ebott, mais especificamente na rua Hotland, haviam vários prédios abandonados e pichados, praticamente caindo aos pedaços. Um deles, o maior de todos, era lar de uma gangue perigosíssima: The Skeletons.
Seus integrantes usavam máscaras brancas com um largo e assombroso sorriso estampado, faziam assaltos e, até em alguns casos, chegavam a matar pessoas que sabiam mais do que deveriam. Nem mesmo a polícia tinha coragem de enfrentá-los, então decidiram fazer um acordo: os The Skeletons não machucariam inocente e a polícia não os procuraria, a não ser que fosse realmente necessário. O líder da gangue acabou aceitando o acordo e assim, todos viviam "em paz" desde então.
Porém, havia um gangue que não seguia as regras: Delta Rune. Surgiu da noite para o dia, de forma inesperada e desordenada. Seus líderes? Dois irmãos. Perderam os pais muito cedo, então ficaram a mercê da criminalidade. A mais velha foi a que se entregou primeiro, saiu de casa um dia após seus pais morrerem e passou anos sem dar notícias. O mais novo acabou cedendo a esse caminho sem volta por influência de sua irmã, que três anos depois retornou e o levou para um novo "lar".
As vezes, Sans gostaria de mostrar uma boa lição naqueles dois.
Sans não era um homem muito ético, entretanto, tinha palavra, o que ele prometia seria cumprido, sem exceções. Por isso muitos o temiam, pois se ele dissesse que te mataria, você já seria considerada uma pessoa morta.
Durante sua existência de 27 anos, acabou tomando várias decisões errada e quando percebeu já não tinha como voltar atrás. Ninguém sabia ao certo o passado de Sans e ninguém atrevia-se a perguntar, nem mesmo as moças que passavam a noite com ele. Sempre muito focado e dedicado ao seu "trabalho", era um homem muito charmoso, sua pele era clara, olhos azuis celeste e cabelos brancos, como uma folha de papel. Além de sua aparência, possuía algumas tatuagens pretas nas costas e braços e dois piercings na sobrancelha esquerda.
Tinha o típico "humor negro", era sarcástico, escárnio e um completo sádico, sendo capaz de fazer alguém fraco chorar com um simples gesto e ainda divertir-se com isso. Frio e calculista, não tinha piedade de matar e não pouparia alguém que tinha certeza que não deveria ser poupado. Seu coração e sentimentos eram impenetráveis, ninguém parecia conseguir alcançar nem mesmo um sorriso sincero daquele homem.
Mais um dia de trabalho, Sans acendeu um cigarro e deu uma bela tragada antes de sair de seu "escritório", foi até o térreo e pôde ver algumas caixas próximas à porta, sem ninguém as vigiando.
— Eu posso saber o que essas caixas ainda estão fazendo aqui? — Exclamou, chamando a atenção de algumas pessoas que estavam próximas dali.
Logo, Brian, um dos integrantes, correu até seu chefe. Era um rapaz de aparência carismática, estatura alta, pele morena, cabelos pretos e ondulados e olhos verdes. Trajava uma blusa azul escuro, jaqueta de couro preta, calça da mesma cor e coturnos marrons. As vezes, Sans se perguntava porquê pessoas tão jovens sucumbiam à esse mundo, Brian tinha apenas 19 anos, poderia seguir por um caminho melhor se quisesse.
— Desculpa, chefe, mandei a Malyna pegar essas caixas, mas el...
— A obrigação de levar as encomendas pros seus devidos lugares é de quem? — Sans perguntou seriamente.
— É minha, mas...
— Mas nada. Já é a terceira vez nessa semana, pare de brincar com aquelas prostitutas e cuide do seu trabalho.
— Sim, senhor. — Murmurou enquanto afastava-se.
As encomendas consistiam em: produtos básicos para a higiene de cada um, comida e até mesmo algumas drogas. Como um bom líder, Sans se preocupava em manter o bem-estar das pessoas que dependiam de sua proteção, mas apenas aceitava quem tinha um motivo relevante, jamais aceitaria quem apenas fugiu de casa porque o papai não deu a chave do carro. Sans tinha nojo de pessoas assim.
Suspirou e então, foi até a outra sala do andar. Ao entrar, dois homens foram em sua direção, usavam um uniforme da polícia e suas expressões não eram nenhum pouco agradáveis.
— Sans, não é mesmo? Então, parece que surgiu outra gangue na cidade e queremos que você elimine seus líderes. — Um deles disse seriamente.
— Senhor policial, sinto dizer que sua vinda aqui foi em vão, pois não mataremos ninguém sem um motivo plausível. — Sans respondeu com um sorriso sarcástico.
— Não?! Pode me explicar isso então?! — O outro policial entregou uma foto para Sans.
Ele a analisou bem, e pôde ver um cadáver de uma mulher jogando no chão, suas roupas estavam rasgadas e tinha claros sinais de tortura. Em seu pescoço havia um símbolo roxo, um que conhecia muito bem.
— Então vocês não sabiam que eles faziam esse tipo de agressão? Meio difícil de acreditar. A gangue não é tão organizada como a nossa, mas não obedece às regras. — Sans desviou o olhar para janela. — Delta Rune, mas não precisa se preocupar, são apenas duas crianças que não sabem o que querem da vida.
— Não precisa se preocupar?! — Um deles se exaltou. — Escute, ou você dá um jeito nisso, ou mandaremos botar esse lugar abaixo.
— Diga-me, você não tem medo? Sabe do que sou capaz.
— Ameaças não funcionam mais. — Um policial sorriu enquanto mostrava um arquivo para Sans. — Está vendo isso? Fizemos uma longa pesquisa nos registro e descobrimos... Informações bem interessantes sobre seu passado, Schneider.
Sans arregalou os olhos e ficou boquiaberto, sempre achou que nada sobre seu passado existisse em registros. Franziu o cenho e voltou a sorrir assombrosamente.
— O que querem que eu faça?
— Faça o que você faz de melhor. — Um dos policiais sorriu. — Mate a garota.
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