História Mafiatale - Capítulo 2- Discussão.

Sans passou quatro horas em seu escritório, apenas esperava os gritos de pânico ou algum som que fosse ao menos suspeito, mas nada aconteceu, era um silêncio absoluto que parecia não ter fim.

   Uma menina de cabelos loiros e olhos azuis inclinou-se na porta, usava um vestido extremamente curto e salto alto, ela sorriu para o albino e lambeu os lábios.

— Sua noite está livre, Sansy? — Ela perguntou enquanto deslizava o indicador pelo decote.

   O mais alto suspirou e encarou a menina, então arqueou a sobrancelha e suspirou.

— Hoje não, Lilyana, talvez na próxima. — Ele piscou e saiu da sala, então caminhou em direção a sala que deixou a garota e acendeu a luz. — Bom dia, vadiazinha adormecida.

   A menina encarou o rapaz por alguns minutos, então revirou os olhos e ajeitou-se na cadeira, como se simplesmente voltasse a dormir.

— Espero tenha dormido bem porque agora você vai começar a falar. — Tirou a bandana dela e segurou seu rosto com força. — Sabe, existem regras nessa cidade, regras que precisam ser seguidas... — Lambeu a bochecha dela. — Então, ou você começa a seguir...ou você morre.

— Isso foi pra me assustar? Porque pareceu mais um cachorro.

   Ela arqueou a sobrancelha e o encarou com a mesma seriedade, mas após alguns minutos, sorriu com descaso.

— Regras? Eu nunca brinquei conforme as regras dizem, eu sou assim, melhor me matar agora ou sair com o rabo entre as pernas como um bom totó, eu não estou com saco pra brincar com idiotas.

— Idiotas? — Perguntou com um sorriso de escárnio. — Agora você vai brincar, cachorra.

Sans amarrou novamente a bandana na boca da menina, mas dessa vez com mais força. Voltou a segurar seu rosto e apertou suas bochechas.

— Você vai ficar aqui e fazer o que eu mando, entendeu? Ou vou ser obrigado a matar seu precioso irmãozinho, soube que ele é mais fraco que você, adoraria arrancar aquela cabecinha com minhas próprias mãos.

Chara apenas o encarou e fechou os olhos, era como se estivesse tranquila e pronta para dormir.

   Brian e Undyne nem pensaram em chegar perto do mais alto, ele estava irritado, completamente alterado.
   Chegaram a perguntar para alguém se sabiam o que a garota fez.

    Assim que viu Muffet carregando um pouco de comida para a sala em que a garota estava, Sans agarrou-lhe o pulso e jogou o prato na parede. Ela apenas correu, deixando Sans novamente sozinho, em frente a porta da maldita vadiazinha.

  Ficou ali por alguns minutos antes de entrar e ver a garota dormindo, como poderia ser tão irritante?! Calma Sans, é apenas uma cachorrinha que logo vai ceder.

   Aproximou-se e sorriu com escárnio ao ver as marcas avermelhadas do pano sobre os lábios da garota, ele se inclinou para encara-la, então segurou-a pelos cabelos e os puxou até que ela abrisse os olhos.

— Vamos tentar mais uma vez... — Ele murmurou enquanto a olhava.

   Puxou a bandana com tanta força que viu um fio de sangue escorrer pelo rosto pálido dela.

— Enfia a bandana no ânus, cachorro idiota.

— Então, sua puta, você está começando a me irritar. — Murmurou enquanto puxava os cabelos da menina para trás, fazendo com que ela erguesse o rosto. — O que eu proponho é simples: você segue a porra das regras ou mando alguém buscar seu irmão agora e eu mato ele na sua frente.

— Tive uma idéia melhor, que tal você ir chupar uma rola? Asriel viajou para longe, nem eu sei onde ele está, foi sozinho.

   Ela sorriu e lambeu o queixo do mais alto.

— Pobre putinho...Perdeu a carta que guardava na manga, não é?

   Sans grunhiu, então pegou seu revólver e bateu a cabeça da menina com ele, fazendo-a desmaiar. Saiu da sala e bateu a porta violentamente.

— S-sans! Os policiais est....

— Manda se foderem, eu não sou obrigado a aguentar essa merda. — Mal olhou para Brian, apenas subiu as escadas apressadamente e foi em direção a seu escritório.

   Ao entrar, trancou a porta e encarou o lugar por alguns segundos, então, jogou alguns papéis no chão e chutou a mesa.

— Que merda! — Exclamou, jogando-se em sua cadeira.

   Sans soltou um profundo suspirou e abriu sua gaveta, tirando alguns cigarros de cannabis de lá. Acendeu um deles com seu isqueiro e deu uma boa tragada, não demorou muito para que escutasse batidas em sua porta.

— Sans, os policiais estão lá em baixo e querem falar com você. — Escutou Undyne dizer.

— Eu já disse, manda se foderem. — Respondeu sem ao menos sair do lugar.

— Sans, é sério! Espera, que cheiro é esse? Que merda Sans, para de fumar maconha e vem logo aqui!

   O albino revirou os olhos, então levantou-se e abriu a porta.

— Vai se foder você também. — Murmurou enquanto colocava seu cigarro na boca de Undyne.

   Ignorou algumas reclamações e desceu as escadas. Quando chegou no térreo, pôde ver os policiais que estavam lá mais cedo, lhe encarando com a mesma expressão séria de antes.

— Sans, queremos saber se você fez o que dissemos. — Um deles disse.

— Com certeza, matei aquela vadia sim. — Sans respondeu com um sorriso assustador. — Ela não parou de gritar um segundo sequer.

— Ótimo. — O outro policial disse enquanto retirava os documentos de registro de sua bolsa. — Mas ainda ficaremos com isso.

— Não vão não. — Disse enquanto acenava levemente para Brian, que entendeu o gesto e pegou os documentos rapidamente.

— Isso não estava no acordo! — Exclamou um policial enquanto sacava sua arma.

— Quer morrer que nem aquela vadia? Se não quiser, sugiro que esqueça essa merda de documento e saiam daqui. — Exclamou Sans enquanto punha as mãos nos bolsos. — Não esqueça que...vocês estão no meu território.

   Os policiais entreolharam-se, então assentiram e saíram calmamente do prédio.

— Agora, passa isso pra cá. — Disse, pegando os documentos. — Fique longe daquela menina, a propósito, não quero mais nenhuma morte aqui.