História Maga Classe S - Impasse

Anteriormente:

    Podia ver a ponte ao longe e passou a impulsionar os passos com suas chamas, só mais um pouco, era a única coisa que lhe passava na cabeça. Se precisasse incendiaria Alvarez inteira, mas levaria Lucy e Gray de volta. E como num passe de mágica ao pensar no moreno se deparou com um frio intenso e repentino e antes da ponte ter inicio uma sombra esguia parada a frente dela.

    Natsu imediatamente parou e semicerrou os olhos tentando reconhecer quem era.

-Quem é você? – perguntou o rosado com a voz firme.

-Eu que deveria fazer essa pergunta – disse a pessoa – deixou o cabelo crescer tanto assim?

-Gray? – Natsu perguntou identificando a voz do companheiro.

-Saudações velho irmão.

[...]

Agora:

1 Hora Atrás...

    Encontrar com Gray tão rapidamente não passou pela cabeça de Natsu, claro a sua imagem do amigo era numa masmorra morrendo a míngua enquanto Zeref ainda mantinha Lucy presa fazendo suas vontades. Porém o amigo a sua frente certamente não parecia nem ao menos mal, quanto mais morrendo. Natsu o olhou surpreso e depois preocupado assim que a imagem de Lucy voltou a sua mente, se Gray estava ali bem, e ele tinha ido salva-la, então onde ela estava?

-Onde está Luce? – perguntou quase que imediatamente rodeando o olhar para atrás do moreno procurando uma figura loira.

    Uma expressão de incerteza passou pelo rosto de Gray, Natsu notara, o deixando mais preocupado ainda.

-Gray onde está a Lucy? – Natsu perguntou mais firmemente e Gray suspirou.

-A loirinha, ela... – Gray procurava as palavras, mas não as encontrava. Como dizer ao seu melhor amigo que o amor da vida dele estava bem e que tinha se aliado ao inimigo podendo morrer para salvar o mundo de um tirano? E que ela não estava aprisionada de fato, mas treinando com ele? E que ele mesmo estava ali apenas para detê-lo de chegar a ela e ferrar todo o plano de Zeref?                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

-Não... – disse Natsu interpretando a falta de palavras de Gray como o pior – Não ela não... Eu não acredito.

-Não! – disse Gray entendendo – Ela está bem, Lucy está bem.

    Natsu soltou o ar dos pulmões que nem sabia estar prendendo, aliviado.

-Então por que não está com ela? – perguntou Natsu o olhando friamente – Gray, o que diabos aconteceu?

    Gray mordeu o lábio e sentiu o gosto do sangue que o ferimento lhe causara. Não tinha como, para poder livrar Lucy de um mal maior precisava fazer aquilo, mesmo que significasse trair Natsu, era para o bem de quem ele mesmo também tentava proteger.

    Suspirando fundo Gray passou a deliberar magia ao redor de ambos, formando finos cristais de gelo ao seu redor, e a floresta antes iluminada pelo Sol e aquecida, agora passara a ser gélida e nevoada.

-Peço que me perdoe irmão pelo que vou fazer – disse Gray e Natsu o olhou confuso e com apreensão –, mas é o que deve ser feito.

[...]

-Droga Primeira, você poderia realmente ser mais específica, não? – praguejou Gajeel procurando nas prateleiras extensas daquele enorme cofre – Quem dá a droga de um conselho como “vocês saberão quando o virem”?!

-Gajeel-san faça silêncio – alertou Jellal procurando fileiras atrás do mesmo – A porta do cofre está aberta e não demorará até que notem a ausência dos guardas que nocauteamos. Precisamos nos apressar e achar esse maldito controle.

-Acha que não sei? – perguntou Gajeel irritado e olhou para Levy – A baixinha também não está passando bem, se demorarmos demais ela pode piorar.

-Então procure direito – disse Jellal e Gajeel bufou.

     Havia se passado quase uma hora desde que começaram a vasculhar o local e nada de algo como um controle. Encontraram até um xadrez que se movia utilizando magia, mas nada do que realmente lhes interessava. O que só os pressionou mais, pois sabiam que era questão de tempo até que notassem as câmeras e guardas faltando.

-Jellal – chamou Gajeel e Jellal olhou para ele confuso – Há alguma chance do controle ser aquele troço brilhante naquele vidro?

    Jellal seguiu o olhar do moreno até uma caixa de vidro acima de um armário enorme. A caixa continha um objeto semelhante a um cristal, não grande, mas também não era pequeno, e ele irradiava pequenos flashes como os do Etherion logo antes de se solidificar.

-Se não for aquilo eu não sei mais o que pode ser – disse Jellal sorrindo e Gajeel seguiu seu ato – Vamos pega-lo e dar o fora daqui.

-Vou pega-lo, vigie a por... – Gajeel se interrompeu quando ao fitar a porta do cofre e ver três guardas os observando e começando a avançar contra eles – Jellal rápido! – gritou e foi diretamente até Levy a pegando nos braços.

    Jellal rapidamente escalou o armário e quebrando o vidro da caixa, pegou o objeto e se jogou de lá de cima. Rapidamente conjurou uma espécie de barreira entre os guardas e eles, pensou Gajeel, mas ele os tinha aprisionado para sua surpresa.

-Cara eu tenho que andar mais com você – declarou Gajeel surpreso e Jellal sorriu – Alguma ideia de como vamos sair daqui?

-Infelizmente a minha magia já está quase no limite por estar mantendo o Shinentai de tão longe depois de tanto tempo e esse feitiço de aprisionamento – disse Jellal cansado – Não acho que os manterei por mais de 7 minutos – admitiu e Gajeel engoliu seco.

-Chegamos tão longe para sermos pegos assim... – irritou-se Gajeel e olhou para Levy – Me desculpe baixinha, mesmo depois de todo o seu esforço...

    Mesmo Gajeel abraçando o corpo de Levy firmemente contra o seu pode ouvir um ruído vindo da mesma e logo afrouxou o aperto.

-Me coloca no chão... – pediu ela com a voz embargada.

-Baixinha você já fez o bastante, não precisa se esforçar mais – disse Gajeel e Levy repetiu o pedido deixando Gajeel apreensivo.

-Por favor – foi o que ela dissera, e ainda preocupado ele a ajudou a ficar em pé.

-O que pretende fazer nesse estado sua louca? – perguntou ele e Levy apenas sorriu.

-Acham que foram apenas vocês que treinaram esses anos? – perguntou e ergueu o indicador e o dedo maior para sua frente e começou a escrever no ar com magia – Solid Script: Bewitched... Portal!

    Logo após Levy formar as palavras com sua magia um portal que parecia uma entrada d’agua se abriu diante deles, se movendo sinuoso e embaçado. Gajeel e Jellal olharam surpresos tanto para o portal a frente deles quanto para Levy.

-O que...? – perguntou Jellal confuso.

-É um portal dimensional – disse Levy com dificuldade – Vai... nos levar de volta a Fairy Tail.

-Baixinha você nunca deixa de me surpreender – declarou Gajeel sorrindo e a mesma sorriu fraco.

-Vamos logo, a magia... Ela só vai durar enquanto eu estiver consciente – disse Levy e os dois assentiram.

-Arigato Levy-san – disse Jellal e os três passaram pelo portal rapidamente deixando apenas os guardas e a torre para trás.

[...]

-O que quer dizer com “sente muito” Gray? – perguntou Natsu dando passos cautelosos para trás com os olhos ardendo em chamas.

-Lucy precisa que espere – disse Gray por fim e o olhar de Natsu tombou ao ouvir o nome dela – Ela precisa que fique em Ishgar, e precisa que a deixe cuidar da situação sozinha.

-Gray que merda está me dizendo?! – perguntou Natsu perdendo a calma – LUCY FOI SEQUESTRADA!              COMO EU VOU DEIXA-LA? POR QUE EU A DEIXARIA CUIDAR DISSO? ELA NÃO TEM COMO COMBATER ZEREF SOZINHA!

-Natsu você não entende... – disse Gray e Natsu o cortou.

-Exatamente. Não entendo! Que merda Gray, você disse que a salvaria e pediu que lhe desse tempo antes de agir! Eu o fiz! Passei por 6 malditos e infernais meses a espera, me perguntando se não era eu quem deveria ir até lá! – gritou perdendo a linha – Então não me venha com essa de me pedir para eu ficar de fora! Que se dane o que ela quer, incendiarei Alvarez inteira se preciso, e morrerei no processo, mas arrancarei o coração daquele desgraçado do meu irmão!

-Natsu eu não posso deixar que prossiga – Gray disse apenas e Natsu riu.

-Eu vou tira-la das garras dele, Gray. Terá que me matar para me impedir, e caso esteja disposto, se prepare – disse Natsu com a voz ameaçadora.

-Natsu, ela não está presa – disse Gray e Natsu o olhou completamente perdido.

-Que merda você está falando? É claro que está! Ela foi sequestrada! – disse Natsu.

-Natsu, Lucy e Zeref são aliados – disse Gray e Natsu o olhou desacreditado – Ela está trabalhando com ele.

-Pare de falar mentiras! Lucy nunca se aliaria a Zeref, a minha Lucy, a Lucy que eu conheço jamais se aliaria a ele, a troco de nada! – disse Natsu convicto.

-Natsu eu não tenho tempo de te explicar isso agora – disse Gray – Só venha comigo okay? Te explicarei tudo no caminho.

-Gray é bom que saia da minha frente agora – disse Natsu friamente –, não vou me responsabilizar pelo que te acontecer se tentar me barrar de atravessar essa ponte.

-Faça como quiser, mas não vai passar daqui – disse Gray certo do que falava – Não vou deixar que interfira na decisão de Lucy, novamente.

-MOVA-SE FULLBUSTER! – gritou Natsu preenchendo os punhos de chamas completamente escarlates – OU EU O MOVEREI.

-Venha – disse Gray apenas firme, mas com tristeza nos olhos gélidos.

[...]

-Jellal você está bem mesmo? – perguntou pela décima vez Erza ao azulado que seguia ao seu lado logo atrás de Wendy e os Exceeds com o Venier – Você está pálido já tem um tempo, quer dar uma pausa?

-Erza eu estou bem – disse Jellal novamente e Erza suspirou olhando para frente.

-Sua magia esteve caindo durante o caminho, estou preocupada em te levar para impedir Natsu que avançar a frente dos outros se estiver mal – disse Erza fitando a cidade ao longe – Natsu não tem sido o mesmo desde o sequestro de Lucy, não sei o que ele pode fazer...

-Você acha que Natsu tentaria nos machucar para chegar à Lucy-san? – perguntou Jellal cauteloso e viu o rosto de Erza transparecer duvida, mas ela disfarçava bem, a expressão não durou mais que alguns segundos.

-Não tenho certeza – disse a ruiva por fim – Segundo Happy e o que pude presenciar do atual comportamento dele, Natsu não está com a cabeça no lugar. Lucy era basicamente 50% de sua vida apenas como uma parceira de time e não sei quanto isso pode ter aumentado quando eles começaram a gostar um do outro, principalmente para Natsu. No ultimo ano não pude ajuda-lo como sempre fiz, apenas fui limitada a observar... Não sei se o Natsu que conhecemos é o que encontraremos naquela floresta.

-Você quer dizer que...? – perguntou Jellal incerto.

-Temos que considerar que Natsu pode não ligar se é um amigo ou inimigo a sua frente o impedindo de buscar Lucy, se é inocente ou culpado. Precisamos estar preparados para detê-lo, independente do que pensamos – disse Erza com dor – ou sintamos.

-Não se preocupe Erza – disse Jellal e a ruiva o encarou – Não vou ficar para trás por causa de um pouco de magia perdida. Aliás, a partir de agora devo voltar ao normal.

-O que está me escondendo hum? – pergunta Erza e Jellal sorri.

-Não é nada demais – diz o azulado – E quanto a Natsu, não se preocupe, iremos impedi-lo de entrar sozinho em Alvarez, mas sim entrar conosco como no plano.

-Espero sinceramente que esteja certo – admitiu Erza apreensiva.

-Erza-san, Jellal-san – chamou Wendy mais a frente de ambos – Chegamos. Essa é Alicante a cidade portuária do norte.

-É mais bonita do que eu ouvi falar... – disse Erza e passou a fitar a cidade com mais atenção.

-Wendy – disse Jellal e a mesma olhou para trás.

-Hai? – perguntou Wendy.

-Onde está a ponte que liga ambos os continentes? – perguntou Jellal – Natsu está a pé, terá que passar por lá para chegar a Alvarez, certo?

-Pode ser... – concordou Wendy e forçou a visão para uma ponte mais ao longe que ficava após uma extensa floresta – Está depois daquela floresta ali – a azulada aponta.

-Aquela deve ser a Floresta de Lima – observou Erza e os outros dois assentiram.

-Tem alguma coisa errada – disse Happy até então calado durante a viagem.

-O que foi Happy? – perguntou Erza preocupada.

-Natsu... Ele está irradiando uma magia que ele aperfeiçoou nesses últimos anos – disse o Exceed e tanto Charles quanto os outros se entreolharam – Ele está naquela floresta, sei disso!

-Calma Happy, precisamos ter cuidado – alertou Erza – Até onde sabemos o próprio Zeref pode estar neste momento naquela floresta e pode ter cruzado com Natsu.

-Erza está certa – concordou Jellal – Vamos depressa, mas tenham cuidado, Natsu não está bem desde que Lucy se foi, precisamos saber nos aproximar.

    Os quatro assentiram para ele e ele suspirou.

-Vamos.

[...]

-SAIA DA FRENTE! – grita Natsu a plenos pulmões enquanto deferia golpes em Gray que os defendia na mesma velocidade, se protegendo das chamas de Natsu sobrepondo gelo como uma segunda pele em si mesmo.

-Natsu pare com esta loucura! – disse Gray ainda desviando dos golpes – Eu não quero ter que machuca-lo!

-Você não vai! – rebateu Natsu e chutou forte a barriga de Gray o empurrando para trás alguns metros.

-Você realmente não percebe?! Você vai morrer se entrar numa batalha assim! – disse Gray e socou Natsu diversas vezes enquanto falava – Lucy pode resolver isso! CONFIE NELA!

-Nada do que você diz faz sentido! – disse Natsu e parando de receber os golpes deu um soco certeiro de direita no rosto de Gray que voou para trás e aterrissou sem dificuldade no chão – Apenas saia da minha frente! – disse Natsu e preenchendo o punho de chamas avançou mais ferozmente até Gray que sabia que daquele golpe não teria como desviar.

    Gray esperou pelo impacto do soco, mas ele não veio. Ao invés disso, se deparou com um Natsu socando o ar, que parecia ter se fechado com ele dentro, como numa caixa.

-O QUE MERDA PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO?! – uma voz alta e familiar gritou ao longe e ambos se viraram para verem uma ruiva furiosa com Jellal, Wendy, Happy e Charles atrás dela.

-Isso é obra sua Wendy? – perguntou Natsu friamente se referindo a caixa invisível de magia que o impedia de avançar para bater em Gray.

    Wendy se estremeceu inteira, jamais tinha visto Natsu falar daquela forma com ela, ou melhor, com ninguém. Mas antes que pudesse responder Jellal falou:

-Não, é minha – disse ele olhando para Natsu como quem olhasse um desconhecido.

-Natsu o que pensa que está fazendo atacando Gray desta maneira? – indagou Erza irritadiça – E Gray onde está Lucy? Comecem a se explicar agora!

-Que merda! Me deixem sair daqui! – disse Natsu tentando se livrar da magia de Jellal.

-Gray, onde está Lucy? – Erza perguntou ignorando Natsu completamente que bufou.

-A loirinha... – disse Gray – Ela ainda está em Alvarez, e por vontade própria, não posso falar mais do que isto.

-O que quer dizer com “por vontade própria”? – foi a vez de Jellal perguntar – Lucy foi sequestrada por Zeref.

    Gray endureceu o maxilar e Erza o encarou.

-Gray se Lucy está em Alvarez por vontade própria quer dizer que este ano todo a procuramos desesperados quando, na verdade, ela foi com Zeref por vontade própria – disse Erza – É isso que está nos dizendo? Que Lucy é realmente uma aliada de Zeref e não uma refém?

-Hai – disse Gray e todos o olharam como se algo tivesse quebrado dentro deles – Lucy está em Alvarez e trabalha com Zeref desde que se foi.

-Isso é impossível! - interviu Natsu – Luce jamais se aliaria ao nosso maior inimigo! É de Zeref de quem estamos falando, Lucy o odeia mais do que qualquer um aqui.

-Cheguei a ela cinco meses atrás – disse Gray formulando as palavras – e Lucy está bem e precisa que confiem nela. Precisa que você confie nela, Natsu – disse o moreno se voltando ao rosado – porque nunca vai haver situação que ela precise disso mais que agora.

    Gray sabia que aquelas palavras poderiam não bastar, mas contar o verdadeiro objetivo de Lucy e Zeref iria gerar pânico imediato de todos, e ai sim, Natsu não mediria esforços para chegar até ela e assim que visse Zeref iria querer mata-lo por tirar Lucy dele e colocar um fardo tão grande em cima dela. O moreno tinha ordens de derrubar Natsu se fosse preciso, mas seria difícil de explicar a Erza, Jellal, Wendy e os Exceeds.

-E o que sugere que façamos?! Cruzemos os braços enquanto um membro de nossa Guilda, nossa amiga, minha... – Natsu não completou e depois prosseguiu – Não vou ficar parado Gray, vou bater em você e em qualquer um que me impeça de chegar a ela com todas as minhas forças.

-Gray qual é a verdadeira situação? – perguntou Jellal e Gray o encarou – Você não está nos contando tudo.

-Estou contando o que Lucy precisa que eu revele – disse Gray curto – Ela não nos traiu. Apenas precisa que fiquem de fora apenas dessa vez.

-Gray nós somos amigos dela – disse Erza – Não pode nos pedir para sentar e esperar. Tem tropas vindo neste momento em nossa direção para nos apoiar na batalha, e eles não vão aceitar um simples “fiquem de fora”. Nós não vamos aceitar um simples “fique de fora”.

-Por este motivo estou pedindo a você Erza – diz Gray e Erza o encara confusa – se puder conter as tropas, pelo menos até que eu dê o sinal para que avancem, Lucy conseguiria dar inicio ao seu plano e ao de Zeref. Se puder contê-los por um determinado tempo, posso lhes passar a real situação.

-Gray eu... – Erza começa, mas logo é interrompida.

-O que me diz? – diz Gray em tom suplicante – Ela só tem a nós, Erza. Tudo o que fez até agora foi para o nosso bem, confie nela, só por essa vez.

    Erza troca olhares com Jellal e Wendy que a olham como quem lhes dissesse “o que você quiser fazer, faremos” e suspira fundo. Lucy passou anos treinando com o único intuito de ter poder o bastante para proteger seus amigos, sofreu e evoluiu, passou a amar, mas tudo isso, todo esse esforço, não significaria nada caso não confiassem nela justamente no momento em que ela mais precisa que confiem em sua força. Erza passa a se lembrar da primeira coisa que lhe passou pela cabeça quando soube do desaparecimento de Lucy: que Zeref ameaçara Natsu ou a um deles para que ela se rendesse. Seria o único motivo pelo qual ela se renderia, pelos seus amigos. Não estava convencida ainda de que sua teoria estivesse errada, porém se o que Gray diz for verdade, ir para a batalha sem saber da real situação seria tolice, e arriscariam a vida de Lucy por sua ignorância.

    Erza baixa a cabeça e a ergue novamente olhando fixamente nos olhos de Gray.

-Está bem, Gray – disse a ruiva e todos no local a olham com olhos surpresos, principalmente Gray – Lhe daremos o tempo que pediu.

-Você só pode estar brincando! – Natsu esbraveja completamente frustrado – Não tem chance de eu permitir que façam isso. Estão me ouvindo? Eu vou atrás daquela loira no inferno, mas não fico aqui.

-Jellal quanto tempo sua barreira pode ficar de pé? – pergunta Erza ignorando Natsu pela segunda vez.

    Jellal pisca surpreso pela pergunta.

-Pelo tempo que precisar – diz o azulado convicto e Erza assente.

-Erza-san, tem certeza de que consegue conter as tropas do Macarov-sama e as do Sting-san? – Wendy pergunta, finalmente interferindo no assunto.

-Tenho – diz a ruiva e sorri para Wendy. A pequena azulada crescera tanto nos anos que se passaram, se tornara uma jovem linda e imbatível desde a guerra contra os Sprigann’s – e agora os ajudaria em outra maior ainda. Via a si mesma na jovem a sua frente em questão de determinação – E você irá me ajudar.

-Eu? – pergunta Wendy confusa e a ruiva assente – Certo...

[...]

Dias Atuais...

Palácio do Imperador – Alvarez

-Me chamou senhor? – disse uma loira com vestes acinzentadas ao adentrar o grande salão.

-Hai Lucy... Parece bem hoje – diz Zeref num tom desinteressado.

-Temo que seja apenas sua impressão, senhor – disse Lucy olhando para o chão.

-Já faz um ano não? Não sente falta dos seus amigos? – perguntou  o moreno se virando para a mesma.

-Creio que isso seja irrelevante no momento, não concorda, senhor? – pergunta a loira o olhando nos olhos.

-Já disse que me chamar de senhor é desnecessário – disse Zeref suspirando – Se sente bem para começarmos daqui à uma hora?

-Hai Zeref... A propósito, já obteve a chave de Aquarius? – perguntou Lucy com preocupação.

-Assim que começarmos devo estar com ela... – disse Zeref e a loira assentiu – Falando nisso, Lucy, você tem se saído bem. Logo alcançaremos nosso objetivo – sorriu e foi diretamente para a varanda.

-Assim eu espero... – disse a loira e puxou sua capa indo firmemente até a saída – Um ano ham? Já faz tanto tempo assim?

    Fechando a porta atrás de si, a loira logo fecha os olhos e suspira fundo. Como será que estão todos? Ou Natsu? Até mesmo Gray partira a mais o menos um mês em missão por Zeref. Como será que estão todos?

    Ao recuperar sua compostura, Lucy passa a andar pelos corredores sinuosos do castelo. Um ano... Passara-se um ano desde que se separara de seus amigos. Com certeza sentia a falta deles, falta de Natsu. Sentia tanta falta que seu coração treinado para não sentir, doía frustrado.

    Porém isso significava mais uma coisa: os tempos de tribulação estavam próximos.

[...]

Continua...