História Magia - O ínicio

Ele estava morto.

Eu estava sozinha de novo. Por quê sempre comigo? Eles sempre morrem...

Eu sento apenas um grande buraco em meu peito enquanto um frio toma conta de meu corpo, apenas para aumentar o meu desespero.Beijei a bochecha já fria e sem vida dele e olho para o lado, num toupor inexplicável. Era a sétima vez.

Ouço o barulho de passos e subo ligeiramente na árvore mais próxima, sentindo meu estômago protestar. 

"Acalme-se", murmuro severa a mim mesma

Dois homens que têm três vezes o meu tamanho e que usam roupas inteiramente negras, em contraste com seus capuzes coloridos, param ao lado do cadáver de meu amigo. Apuro meus ouvidos.

"E a garota?"

"Ela sempre escapa"

"Sorte de principiante"

"É a sétima vez, o líder vai ficar bravo."

Querem me ver morta? Isso não me surpreende. Então, os homens seguem para a trilha à direita, em direção à cidade, para longe da floresta.

Pulo da árvore e sento-me. Subitamente, fico tonta. Pego a mão de meu melhor amigo, agora morto. Ele lutara bravamente. Algo quente molha minhas bochechas. Lágrimas. Um borrão passou diante de mim, quando meus olhos se fecharam.

-FLASHBACK ON-

Sem aviso, meu grande companheiro estava lutando e havia uma faca voando em sua direção, bem em suas costas. Meu grito de horror nunca saiu. Caíra no chão, como se sua vida não valesse mais do que a vida de uma mosca. Estávamos lutando contra pessoas que nem mesmo víamos. Sim, eles eram invisíveis. A minha "sorte de principiante" existe pois eu os sinto. Os sinto como se fossem eu.

-FLASHBACK OFF-

Abro meus olhos. Se eu deixasse o corpo lá, o que aconteceria? O monstro selvagem dentro de mim não deixaria isso acontecer. Eu não o deixaria ali sozinho. Deito-me ao lado do corpo dele, sentindo o vento frio e penicante em minha face.

Por quê sempre comigo?

Então a natureza mostrou-se mais forte do que eu, de novo. Fecho os olhos  e deixo que o sono leve para longe todas as minhas preocupações, dores e chateações, querendo que meu momento de sono tranquilo jamais acabasse.