O dia já começará agitado, o despertador não parava de tocar, forçando as garotas a se levantarem às 06:00h da manhã contra suas respectivas vontades, de longe já sabiam que aquele dia seria longo e cansativo, apesar da impressionante disposição de sua colega, Irina estava mais calma, pelo menos psicologicamente, o tumulto havia sido deixado de lado como Lara havia aconselhado, chegou até a se animar para o novo dia, apesar do cansaço provocado pelos recentes estresses.
- Arg. Parece que eu não dormi nada.
- Parece né?! - Concordou a albina - Acho que comi muitos doces ontem - brinca, parecendo estar com uma pequena dor na barriga.
- Só acha? - Irina ironiza, fazendo a amiga rir - Então? O que a senhorita guia preparou para hoje?
- Hum, animada, gostei! Espera? Será que foi por causa das revelações do "Grande Mágico"? - fala, brincando com as mãos.
- Será que você quer que eu me desanime? - devolve com o mesmo gesto e se entrega à risada, levando todo o assunto com muita naturalidade e leveza, sem nem ao menos se dá conta.
- Não, não, assim está ótimo, então, vamos passar numa lojinha aqui perto pra comprar umas coisinhas que precisamos, e, vamos em direção ao encontro das águas. E depois vamos almoçar em um hotel de selva, conhecer uma aldeia indígena, encontrar com alguns golfinhos da região e quando voltarmos vamos passar no shopping para comprar algumas lembranças, conhecer a Ponta Negra e a Ponte e vamos voltar para casa.
- Uau... quanta coisa, você não vai ficar cansada demais não? Para dirigir - completa.
- Olhe pra mim. Já passei quase três dias acordada em festas maravilhosas, acha que vou capotar com um dia de passeio?
- Hahaha, não! - Fala convicta - Primeira no banho! - a jovem grita correndo em direção ao banheiro.
- Espertinha...
Apesar de ainda ser seis horas e quarenta e cinco minutos da manhã, o dia parecia estar mais escuro, como se uma imensa sombra pairasse sob a cidade, ou seja, mesmo o calor não estava tão grande e isso não passou despercebido pelos imensos olhos castanhos da adolescente.
- Que estranho, pensei que nessa época do ano fosse raro vê uma sombra à essa hora do dia, aqui.
- Tem certeza?! Pra mim isso é normal. Por que se incomoda?
- Não sei, não me parece um bom presságio.
- Bobagem, vamos... A loja já deve ter aberto e eu não quero me atrasar pro passeio de barco - a loira diz, enquanto puxava a amiga pelo pulso.
A menina passou a prestar cada vez mais atenção no dia, estava inquieta, com uma sensação forte de que havia algo errado, como se alguma coisa fosse acontecer a qualquer momento, então frases aleatórias vieram em sua cabeça.
Lara: - Cuidado. Confie sempre em você! Você é mais forte do que pensa.
Mágico: - Preste atenção nos sinais e não ignore as suas sensações.
Junior: - Tome cuidado, Irina.
A atenção se intensifica cada vez mais.
- Você está bem Iri?
- ...Sim.
- Venha escolher um biquíni e o que precisar, vamos, não podemos demorar.
* - Sinais - Pensa uma última vez, fazendo com que uma imagem apareça tão forte em sua mente que era como se ela pudesse vê-la, Erick.
A menina se assusta, é como se não conseguisse esquecê-lo, como se fosse difícil até mesmo pensar em tirá-lo de sua cabeça nos últimos dias, o seu nome, seu rosto, a sensação de querer vê-lo, foram tão freqüentes que eram quase impossível de serem contadas as vezes em que aconteceram.
- Esse biquíni ficou lindo em você - a dona dos mais belos olhos cinza que conhecera, lhe despertou de seus pensamentos.
- Obrigada. O seu maiôr também está lindo.
- Ei, você acha que terão muitos gatinhos no nosso barco?
- Rebeca! - chama sua atenção, verificando se ninguém mais a houvera ouvido.
- Que é? Estou falando sério!
- Pior que eu sei.
As garotas entraram no carro e foram em direção ao porto, no caminho, elas encontraram com vários urubus pelo céu.
- Será que vai chover?
- Não sei.
- Espero que não, não suportaria que os barcos passassem por causa disso.
- É questão de segurança Beca.
- Eu sei.
- O sinal tá verde - Avisou.
Estacionou em frente ao porto, o local estava bem agitado, quando o grupo das meninas foi chamado, a top model parecia ter arrancado os saltos, estava pulando feito uma criança de tão animada. O que há pouco parecia animar a Bittencourt, agora a incomodava, a sensação que sentirá mais cedo retorna muito pior. A menina sente uma vibração e percebe que chegou uma nova mensagem no seu celular.
~ Mensagem: Junior ~
Só quero saber se você está bem, bom passeio e tome cuidado!
~ fim da mensagem ~
- Pode deixar! → enviado.
* - Junior... Esqueça Irina, você não vai atrapalhar o divertimento da sua melhor amiga com bobagens, vai?!
Todos são encaminhados para o barco, Rebeca é a penúltima, indo logo depois de um homem alto e loiro, o qual ela já havia passado o scanner, sua amiga deveria vir logo atrás, mas, ao se aproximar do barco que as levaria ao encontro das águas, seu pé direito toca levemente a água, não chega a afundar, porém, nesse mesmo momento, tudo ao seu redor congela, começando a se transformar em seguida, primeiro para, como se alguém tivesse apertado no pause, depois, tudo se torna cinza, ela se percebe bem no meio do encontro das águas, vozes começam a aparecer, vozes de dor, gritos desesperados pedindo por socorro, vozes opressoras que tornam cada detalhe mais doloroso, uma dor invade o peito de Irina à lançando para trás, seus olhos paralisam e lágrimas começam a escorrer, crianças chorando, mulheres desesperadas, uma voz se destaca meio ao tumulto, esta vai se tornando cada vez mais próxima, mais forte.
- Você não pode se esconder! - Ouve-se uma voz irônica e assustadora, quase monstruosa - Eu irei me libertar e o MUNDO, será meu outra vez! - A pessoa gargalha terrivelmente.
O recado foi dado e com um medo cada vez mais profundo, junto a dor que sentia em seu peito, que já se espalhará pelo resto do corpo, a menina grita, grita desesperadamente, lágrimas continuam a cair de seus olhos, e, um toque... Ela sente um toque no seu braço esquerdo quando já se encontrava perdida em um mundo escuro, e de joelhos para o que quer que fosse, essa mão que a segurava agora a puxa, levantando-a, ao ser puxada, tudo ao seu redor começa a quebrar e a mesma se vê no mundo real novamente, olhando para frente e agora segurada nos seus dois braços, seus olhos vão de encontro as lindas órbitas azuis mar de Erick, que a encaram.
Seu semblante, seu jeito firme e decidido, os olhos a fitando como jamais fizeram, não eram expressões de raiva ou paixão, eram de medo, de ternura, de preocupação, de cuidado, ele a abraça, sem entender exatamente o porquê de o está fazendo, ela corresponde necessitada e ainda chorando, ninguém ao redor consegue entender o que se passa, ele acarencia seus cabelos castanhos, apertando suas costas com força, passando segurança, o que a faz se abrir instantaneamente:
- Eu vi algo horrível, dor, desespero, trevas! Não sinto como se fosse apenas a minha imaginação - diz, se assustando em seguida por tê-lo contado.
- Eu sei, não foi, procure se acalmar. Eu estou aqui, eu cheguei e não vou te deixar, nunca mais, não me importa o quê aconteça - mesmo sem entender o motivo, ela sentia como se ele realmente a compreendesse e nesse momento de necessidade, deixou se apegar à isto.
Ele a afasta um pouco, limpando as lágrimas que ainda permaneciam ali.
- Não se preocupe, tudo dará certo.
- Como você? Por que você está aqui?
- Porque você me trouxe - Ele responde como se fosse a coisa mais obvia do mundo, lhe estendendo um belo sorriso - E agora que eu entendo um pouco mais disso, não vou te perder - diz sério.
- Eu não entendo.
- Darei um jeito nisso também - diz tocando-lhe o rosto com as duas mãos.
- Iri!
Quando os dois percebem que não estão sozinhos, estão sendo encarados por todos.
- Por que estão todos me olhando assim?
- Por que você acabou de gritar desesperadamente - sussurra em seu ouvido, deixando-a constrangida - E porque eles não viram tudo o que você viu - Avisou-lhe constatando o que ela previa.
- O que houve?
- Desculpa, acho que ando... - começou mais uma vez a recitar a desculpa mais dita nos últimos tempos - muito estressada ultimamente - diz encarando o loiro.
- Eu que peço desculpas, eu sábia e mesmo assim te forcei a vir, vamos voltar pra casa.
- Moça, a senhora precisa de ajuda? Está se sentindo mal? Temos uma ala hospitalar aqui perto, se precisar. - O guia a aborda.
- Ela não precisa, já está tudo bem - Erick se intromete - Obrigado.
- Por nada, qualquer coisa só avisar no caixa.
- Mas e o seu passeio?
- Perdi a vontade, você é mais importante pra mim - a loira a encara com uma sinceridade compreensível.
- Ela está certa, você precisa descansar.
- Espera um pouco, desde quando o loiro gato, salva vidas apareceu? -A branquela pergunta confusa
- Beca!!! - O garoto dá um dos seus mais charmosos e convencidos sorrisos e se apresenta.
-... Eu sou Erick.
- Dôoo... Eu sei, o que você faz aqui?
- Bem... Eu... Eu... Decidi respirar um pouco, escola nova, cidade nova, quis espairar um pouco e acabei parando aqui... - Não deixava de ser verdade.
- Haaa... Você resolve o seu estresse de se mudar de cidade indo para outra cidade?! - diz como se concordasse - Entendo - ironiza - E isso não tem nada haver com o fato da mocinha aqui, ter vindo? - Pergunta apontando com os olhos para a sua best.
- Claro que não! Eu mal a conheço - O menino se altera, esquecendo por um minuto da sua quase declaração que fizera à pouco - Quer dizer... Não faço o tipo perseguidor, sou mais do... Perseguido, atacado e apaixonado - Diz lançando um olhar encantador para a loira o que faz Irina o puxar pelo braço, para longe de sua amiga.
- Iri! Espera!
- O que foi?! - Pergunta para a menina sorrindo galanteador.
- Isso não funciona comigo.
- Será? - diz a encarando, o que a deixa sem ar e vermelha, a fazendo desviar o olhar rapidamente.
- Não funciona!
- Para onde você vai amiga?
* - Queria ir para casa!
- Vamos, há uma parte de Manaus que você ainda não conheceu.
- Qual?
- O zoológico, lembra? Nós sempre pediamos pra ir juntas - A menina lhe diz sorrindo, precisava recompensar o que fizera - Ainda temos um dia inteiro - Apesar de abalada, ela precisava recompensar Rebeca, depois pensaria nessa loucura toda. De certo modo, Lara sempre estava certa.
- Você não está cansada?
- Vê animais anima o espírito, lembra? - Suas mãos sempre falavam isso quando as levavam no zoológico.
- Sim! Estou super animada para conhecer os peludos daqui - brinca.
- Nenhum vai virar casaco de pele, pode esquecer.
- Que horror Iri! Jamais pensaria algo assim.
- Nem tapete viu? Oh top model!
- Legal, agora até o novato gato tira onda com a minha cara. Sabe, tem tantas coisas mais legais pra se fazer - A garota não desiste em tentar canta-lo, o que faz a amiga rir com a expressão do loiro.
- Você não se importa de dizer isso na frente da sua amiga? Sabe, ouvi que ganhei apelido de "Salvador da Princesa" no colégio.
- Você acertou, princesa! A rainha sou eu. - A garota brinca e então se lembra dele indo visitar sua amiga na enfermaria, o que a comove - Mas, você tá certo, não sou fura olho.
- Quanto a isso, limpe sua consciência Beca.
- Vamos! Não seja tão fria - Erick a olha novamente.
- Pra começar, ainda não te conheço, quer dizer além de seu nome, e de saber que você é um garoto, ou assim espero - comenta assustando o príncipe - Não sabemos nada sobre você, então, quem realmente é você? - Irina o encara olhando dentro dos seus intensos olhos azuis, o azul no castanho e vice versa, uma mistura incompreensível, ambos pareciam olhar as almas um do outro, a menina intensificava cada vez mais a sua procura nele, queria entender o porquê dela estar assim.
- Poderia te dizer mil vezes, mas você já sabe essa resposta - Ele lhe responde, deixando a garota confusa - Mas digamos que enquanto você não lembra, sou apenas o novo garoto da sua escola, alguém incrivelmente legal e bonito - Fala convencido, o que faz a top model rir e concordar ao ouvir o final.
- Isso é verdade.
- Como alguém pode ser tão convencido?
- Desculpe-me, devo deixá-la com os seus encantos naturais, para que mais tarde possamos correr em direção a luz após uma trágica morte romântica?
- Sem essa, tenta ler o roteiro ao menos - corta-o, constatando que ele estivesse tentando dar um de Romeu.
- Julieta... Julieta... És sempre tão raivosa assim?
- Ai me poupem, não vou ficar segurando vela, vou pegar o carro.
- Espera! - A garota chama.
- Não! - Responde indo embora.
- Olha o que você fez.
- Acho que realmente preciso melhorar o meu lado Romeu. Que tal eu perguntar como você está? - Fala se inclinando na direção de Irina, ficando a centímetros de distância de seu rosto, ele a olha nos olhos, suas mãos passam instintivamente por seu rosto.
- Como você surgiu?
- Eu já disse, você me trouxe aqui.
- Isso, isso é impossível... Além do mais, eu nem te conheço.
- Você ficaria surpresa se soubesse.
- O que você quer dizer?
- Que há muito mais coisas nesse mundo do que você imagina, há forças maiores do que nós, é difícil de explicar, e agora, de nada adiantaria, talvez eu possa lhe explicar melhor em um outro momento - diz aproximando seus lábios do ouvido da menina - Tudo que você sente - ao dizer isso, sua respiração tocando-a, faz com que o coração da loira acelere mais ainda, o vento bate nos seus compridos cabelos castanhos fazendo-os voarem, mas seus olhos permanecem fixados no além - Todos os seus pensamentos, talvez, até sonhos, suas confusões, nada é imaginário, é tudo real, mas você não pode contar pra todos - Ele se afasta novamente - O mundo é grande demais, e muito complexo para que todos possam nos entender.
- Mas como? - tenta perguntar, mas a sua voz falha, o menino que dominava os seus pensamentos, que a envolve em situações inexplicáveis, um completo desconhecido que passa a cada segundo uma sensação cada vez mais familiar, aparenta saber de coisas que ela nunca contara a ninguém, sentia como se ele tivesse resposta para as perguntas que ela própria desconhecia, como se a cada aproximação dele, uma porta dentro de sua alma se abrisse, como se ela fosse um cofre a ser decodificado.
- Até agora ainda não entendi.
Uma buzina forte é ouvida cortando a ligação que os mantivera unidos ali.
- Vocês vão vir ou não?
- Vocês?
- Ta na cara que você chamou o gato ai, e pro sim ou pro não, ele é meu convidado.
- Ela sabe dirigir? - O garoto finge estar assustado.
- Só, aperte bem os cintos - Brinca, o que o deixa um pouco preocupado, de verdade.
Quando a garota se aproxima do carro, um arrepio lhe percorre a espinha a fazendo se virar, de longe, ela enxerga, o barco em que deveria estar, partindo, mas algo lhe chama a atenção, ela o vê no meio da multidão dentro do barco, o misterioso moreno dos olhos verdes que a salvara anteriormente, assim que chegou à cidade.
- Até parece - Assim que os dois entram, a loira arranca com o carro, fazendo ambos gritarem e ela sorrir vitoriosamente.
- Então? Como a nerde se tornou a popular?
- Não sendo convencida como você, e além do mais, não sou popular, apenas, conhecida, ei.... E nem nerde.
- Não? Aham, sei, e respondendo a sua pergunta - se direciona ao mesmo - Andando comigo é claro - brinca - E tendo essa magia dela.
O menino quase infarta numa tosse louca.
- Ma... magia?
- Sim! Irina é um prodígio, e espalha carisma, quase tanto quanto eu, você não acha?
- A sua auto estima é realmente inabalável não é mesmo?! - Ele lhe pergunta sarcástico, após ter se recuperado do mal entendido.
- Sorte a dela.
- Algum problema?
- Não, nada - Erick diz sorrindo descontraidamente, como não fazia há tempos.
- Acho que chegamos - a garota avisa a amiga, que estaciona radicalmente o carro, num giro de 180° perfeito.
O zoológico não era tão grande, mas era encantador, haviam muitos macacos, onças, panteras, jabutis, cobras, preguiças, araras, dentre outros, os macacos eram os mais variados e bonitos, um deles acaba roubando a pipoca da mão da Rebeca, o que faz com que todos riam, o dia se encurtava cada vez mais.
- E então? Porquê vocês se mudaram para a cidade? - a loira atiça.
- Na verdade, eu vim sozinho, precisava resolver algumas coisas.
- Algumas coisas? - A presidente do corpo estudantil se interessa.
- É, coisas - O garoto corta o assunto - Eu... vou ao banheiro, não saiam daqui.
- Agora deu pra dar ordens é bonitão?
- Essa sim.
- A hora que eu quiser sair eu saio, não me metam nessa criancice.
- Acho que você acabou de se meter amiga - brinca, enquanto o loiro sai, sorridente - E então? O que você acha dele?
- Ele é legal.
- Suspeito?
- Misterioso?
- Perfeito!
- Beca!!!
- Que é??? O garoto vive aparecendo perto de ti, por que você não pega logo?
- Você é incrível. Ao menos me respeite.
- Ele ta te dando a maior bola.
- Não tá não, ele é só mais um galanteador barato.
- Não sei se o barato se adéqua, com certeza a empresa do pai dele não é nada pequena.
- Modo de falar.
- E posso dizer com toda certeza que os truques dele não são nada fáceis, ele que me dê um sorriso que o agarro na hora.
- Rebeca!!!
- Brincadeira, mas você que não bobei.
- Você não existe.
- O zoológico fecha em meia hora - Erick volta.
- Mas agora que vão dar 15:00h.
- Parece que vão fazer alguma coisa aqui amanhã e por isso precisam fechar cedo hoje.
- Ótimo, então podemos ir?
- Se você insiste - Ele a encara, a deixando confusa.
- Vou na frente pombinhos.
- Não, não - Irina parte na frente e Rebeca desacelera.
- Conheço o teu tipo, sei o que você quer, dou todo o meu apoio, mas, se a fizer sofrer... - a garota faz um sinal de corte na garganta - Você já era.
- Nossa... tão sutil - Ele consegue finalmente desabafar depois que a garota alcança a amiga.
- O implicante que vai ficar feliz com o seu retorno.
O telefone de Irina toca novamente.
~ Junior ~
- Alô?
- Alô! Iri, como você tá? Se divertiu hoje?
- Ah... Sim, estou bem, na verdade... Já estamos retornando.
- Já? Porquê? Aconteceu alguma coisa?
* - Ah sim, eu fui parar em uma espécie de mundo dos sonhos novamente e achei que fosse morrer com tantas sensações ruins, então o cara gato, quer dizer, novo, da escola, apareceu e me salvou e agora ele está aqui comigo e com a Beca.
- Ah... Não, nada... Estamos bem.
- Ele é muito ciumento é? - Erick pergunta alto demais, confirmando o que Rebeca acabou de lhe dizer.
- Que voz é essa? Quem está ai com vocês?
- Ah ninguém mano, é só um amigo da escola - após dizer isso o telefone fica mudo por longos segundos com todos se olhando.
- Junior?
- Amigo? Que ami... - A voz é cortada, e uma voz feminina é ouvida do outro lado da linha - Que bom que deu tudo certo, volte com cuidado meu amor, estaremos esperando.
- Obrigada Lara - Sorre aliviada - Avisa o meu irmão, que ELE É SÓ UM AMIGO, e que eu voltarei bem.
- Tá bom meu anjo, beijosss.
- Tchau.
- Por que senti uma ameaça mortal agora?
- Porque se o meu irmão estivesse aqui, você não estaria - brinca.
- Tá de brincadeira né?
- Eu não duvidaria se fosse você, o Junior é mais super protetor do que se pode imaginar - a amiga lhe afirma causando-lhe arrepios.
- Vamos voltar então? - A menina paralisa ao lembrar de como supostamente Erick "apareceu lá" - Ah,... Beca, você... se importa se Erick retornar conosco?
- O quê? Como assim?
- Eu...
- Ele veio de ônibus, sabe é, riquinho querendo aventuras! - diz irônica.
- Na verdade, eu vim com uns amigos - ao dizer isso, Irina lança-lo um olhar confuso - Mas tava pretendendo voltar de ônibus, já que os meninos querem ficar mais tempo e o meu carro ficou em Mohou - O Estado havia conseguido autorização especial para que os seus moradores, maiores de 16 anos, pudessem tirar a carteira de motorista.
- Sendo assim, a sua história me convenceu mais do que a de Irina, aliás - O garoto sorrir.
A entrada pareceu bem mais curta, eles voltaram conversando e sorrindo, se conhecendo cada vez mais, Irina sentia que deixava algo importante pra trás, apesar de tudo o que aconteceu, ela acabou se acostumando com uma sensação constante de força que sentira lá, e mesmo com tudo o que aconteceu, ela se divertiu, ficou imaginando enquanto Erick falava de suas férias mais esquisitas com os amigos, o quão louco era toda aquela situação, e o que isso tudo significava.
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