História Magnetic - Two

Mark

Em menos de um mês, Mark se deu conta que ele e Jackson haviam tido duas conversas que ele nunca pensaria que eles teriam.

Uma envolvendo fazer sexo a três, graças as ideias de BamBam. Mark concordava que foi a melhor idiotice que ele e Jackson haviam feito induzidos pelo amigo tailandês.

Mas ouvi-lo teve uma grande consequência que eles também não imaginavam que teria, o que acabou acarretando na segunda grande conversa. Mark e Jackson gostaram de mais do relacionamento a três.

Nessas duas semanas depois que dormiram com Youngjae, Mark e Jackson confessavam que o sexo entre eles havia ficado muito melhor e o sentimento que nutriam um pelo outro mais forte, mas também sentiram que estavam incompletos, que algo estava faltando.

Não demoraram para saber o que era, conversaram abertamente sobre isso, e agora os dois estavam atrás desse algo que faltava para tornar tudo completo novamente. E melhor.

Finalmente os dois conseguiram um tempo em suas agendas de trabalho e foram para o Seven Seas o lugar estava cheio, Mark viu algumas pessoas sentadas no bar adjacente ao restaurante a onde havia uma grande quantidade de pessoas esperando pelo horário de suas reserva, ou que alguma fosse cancelada de última hora – o que era quase impossível levando em conta a fama do restaurante.

Felizmente, ele e Jackson não precisaram esperar, Youngjae deixou tudo preparado para eles, mesmo não sabendo quando eles iriam, ou se iriam, aceitar o convite dele de conhecer o lugar em que ele trabalhava.

Quando Mark ligou no restaurante para ver se tinham alguma vaga, no momento que o americano falou seu nome o metre que o atendeu disse que ele podia marcar em qualquer dia e hora que uma mesa estaria a disposição dele e de seu acompanhante.

No caminho até a mesa que lhes foi reservada, que tinha uma boa visão do palco no canto, Mark deixou seus olhos vagarem para o palco aonde um belíssimo piano de cauda na cor marrom fosco estava sendo magistralmente tocado por alguém que não era Youngjae.

No dia que Youngjae foi até a casa deles, o mais novo contou que as vezes tocava piano enquanto cantava, ou só dedilhava pelo instrumento envolvendo as pessoas com o som do belíssimo instrumento.

Mas ambos sabiam que não demorariam muito para o mais novo aparecer. Eles escolheram esse horário para ir pois era o mesmo que, outra informação obtida através de BamBam, Youngjae subia ao palco para deslumbrar as pessoas.

Contudo, não foi no palco que eles viram ele.

Quando os dois já estavam acomodados e haviam feito seus pedidos com a ajuda do metre, o menu da semana era culinária grega e seria a primeira vez que experimentariam um prato desse pais, o mesmo metre voltou minutos depois carregando uma garrafa de vinho transparente dando para ver a coloração dourada do liquido.

Assim como fizeram com a comida, eles deixaram a cargo do metre escolher o que eles beberiam, pois não sabiam o que pedir para beber que não afetasse muito o gosto da comida – ambos sabiam que a bebida em diversos países podia influenciar no gosto da comida e não queriam arriscar estragar a primeira experiência deles.

– “Espero que gostem, senhores.” – falou o metre em inglês sabendo que não só Mark como Jackson falava o idioma fluentemente. E explicou um pouco sobre Retsina, o vinho branco grego que na hora da fermentação, era acrescentado resina de pinheiro. – “E esse vinho é um presente.” – finalizou servindo um pouco na taça em frente aos dois e apontou para trás de si.

Mark e Jackson espiaram sobre o ombro do metre e sorriram. Atrás do balcão do bar, com uma garrafa de água na mão, estava Youngjae vestindo uma camisa branca de botões, com os dois primeiros botões abertos dando uma bela visão de seu pescoço, sorrindo para eles.

Não só Mark como Jackson, se lembraram de como gostaram de provar aquele pescoço. Marcando-o enquanto se deliciavam com os gemidos do cantor.

O metre se retirou e Mark e Jackson levantaram suas taças em cumprimento ao mais novo que retribuiu levantando sua garrafa de água, um gole de cortesia foi trocado entre os três.

O cheiro do vinho era intenso, complexo, sentia-se aromas cítricos e florais em harmonia com os de resina de pinheiro. No paladar o gosto da resina também não era predominante abrindo campo para notas cítricas, vegetais, minerais e um leve gosto apimentado.

Mark constatou que o vinho era ao mesmo tempo leve e com um bom volume na boca, refrescante e com deliciosa acidez, bem fácil e prazeroso de beber, serviu perfeitamente como acompanhante para a comida que haviam pedido.

Enquanto jantava, os olhos de Mark e Jackson ficaram vagando para o balcão aonde Youngjae ainda estava, conversando sorrindo com o barman e alguns clientes e isso pareceu atiçar algo dentro dos dois.

– Fazia tempo que eu não sentia isso. – murmurou Jackson bebendo um grande gole do vinho. – Somente depois que firmamos como namorados, meu ciúme foi contido.

– Serio? Pelo que eu me lembre você quase fez a aeromoça voar do avião em pleno céu quando fomos visitar meus pais mês passado. – comentou Mark sorrindo divertido.

– Existe uma diferença entre conversar sorrindo e dar em cima descaradamente, hyung. – retrucou Jackson fazendo careta para a lembrança desse dia. – E ela ainda teve a ousadia de lhe tocar, tudo que fiz foi mais do que merecido.

– Se você diz. – Mark bebericou um pouco do vinho, seus olhos foram para o balcão do bar novamente e ele franziu a sobrancelha ao ver que Youngjae não estava mais lá e chamou a atenção de Jackson sobre isso.

O barman viu quando os dois olharam para o bar. Ele sorriu e apontou para o palco no mesmo instante que o mais novo subia, agora vestindo um terno sobre a camisa que ainda estava com os dois botões abertos e uma gravata estava solta em volta da gola.

Os dois acabaram tendo pensamentos nada puritanos com o cantor de terno.

Um banco havia sido colocado ao lado do piano e um pedestal a sua frente. Youngjae sentou no banco e como se fosse um passe de mágica, todo o recinto ficou em um silencio respeitoso.

Um sorriso amplo tomou conta dos lábios de Youngjae enquanto seus olhos estavam fixos em Mark e Jackson fazendo ambos sentirem um arrepio percorrer em suas espinhas quando o coreano passou levemente os dedos pelo pedestal, subindo até o microfone de uma maneira sugestiva, piscando marotamente para eles.

– Boa noite, espero que estejam apreciando o jantar e apreciem a música. – a voz de Youngjae soou tranquila, sussurrada pelo microfone como um convite sensual.

Antes que qualquer um pudesse expressar como se sentiram com a forma que essas palavras foram proferidas, o pianista atrás do piano dedilhou os dedos pelas teclas lançando uma harmonia tranquila por todo o restaurante.

E quanto Youngjae cantou, Mark e Jackson entenderam perfeitamente todos os elogios que ele havia recebido e confirmaram com satisfação a voz de anjo daquele que havia, de uma forma bem diferente, entrado em seus corações.

Mark e Jackson queriam ficar ali para sempre ouvindo Youngjae cantar, sua voz limpa e poderosa, deixaram os dois entorpecidos, mas já haviam terminado de comer e não podiam abusar ficando no restaurante quando viram a fila que estava quando chegaram, ou alguém iria até lá pedir que saíssem.

Em restaurantes muito requisitados, os clientes tinham um tempo para ficar no lugar e quando esse tempo havia passado eles eram cordialmente convidados para sair. E nem adiantava tentar suborno para ficar mais tempo, Seven Seans tinha a reputação de não aceitar dinheiro para esse tipo de coisa.

Mas eles ainda queriam ouvir mais uma música, uma bem significativa, antes de irem.

Jackson chamou pelo metre, estranhamente era sempre o metre que atendia os dois e não um garçom como acontecia com os outros clientes, e entregou um bilhete para ele pedindo que entregasse para Youngjae e fez o pedido de uma música também.

– “Prometemos que vamos embora depois dela”. – garantiu o chinês sorrindo divertido. – “Então não precisa chamar ninguém para nós tirar amigavelmente daqui.”

– “Não se preocupem com isso.” – falou o metre sorrindo cordialmente. – “Amigos de Youngjae-ssi tem sempre preferência, inclusive para pedir músicas.” – o metre se curvou e saiu antes que os dois pudessem dizer algo.

Mas Mark e Jackson sabiam que apesar dessas palavras não poderiam ficar. Abusar da boa vontade de alguém era algo muito “feio de se fazer” diziam suas mães.

E como o metre havia falado, quando Youngjae terminou a música que estava cantando o metre foi até ele, independente da música que Youngjae iria cantar depois, pois sempre chegava pedidos a ele, a que Mark e Jackson escolheram foi logo em seguida depois do mais novo ler o bilhete.

Mark e Jackson haviam ficado tensos quando viram Youngjae abrir o bilhete e assim que ele terminou de lê-lo, seus olhos voaram em direção aos dois.

Pareceu uma eternidade que eles ficaram se encarando, mas logo um sorriso começou a se formar nos lábios de Youngjae e ele assentiu guardando o bilhete no bolso do paletó.

O pianista começou a tocar e Mark e Jackson sentiram um grande alivio no peito.