História Mais de você. - "Precisando que você abra esta porta."

Já era madrugada quando Dante deixou o hospital.

Assim que viu Trish chegando com o pai de My Lady, saiu sorrateiro. Não queria ter “aquela conversa” com os dois. Até mesmo porque tinha dúvidas que talvez não devessem ser esclarecidas.

Sua cabeça estava a mil, não sabia por onde começar a procurar respostas; ou melhor, não queria.

Foi essa a conclusão assim que chegou a entrada da casa de Lady.

Dante entrou no imenso casarão que agora estava vazio, exceto por ele e Vergil; e por mais alguém.

Subiu as escadas caminhando pelo corredor até visualizar uma porta, de onde saia um fraco feixe de luz. Deu alguns passos apressados e amaldiçoou o chão quando este rangeu, fazendo um som desagradável e alto ecoar pelo vazio da casa.

Como esperado, escutou um barulho de chaves girando e a porta sendo trancada por dentro. Parou bem em frente o local encostando-se ali, na madeira fria.

Dante escorregou pela porta sentando-se de costas no chão gelado. O albino ficou um tempão pensando na merda de vida que teve até agora.

— Você nunca teve nada com a My Lady, teve Vergil?

Dante não obteve resposta alguma. Mas não precisava, pois ele já sabia a resposta.

— E ela nunca esteve grávida, não é mesmo? - ainda na falta de resposta Dante continuou. – Mas isso não significa que não exista um bebe… certo, Vergil? - agora Dante teve que se segurar para sua voz sair com um tom normal.

Mesmo diante o silêncio do irmão, Dante pode ouvi-lo escorregando pela porta, exatamente como ele mesmo havia feito há pouco.

E quem foi que disse que demônios não choram?

Os irmãos Sparda agora choravam em silêncio, cada um no seu canto. Cada um com a sua dor; seus arrependimentos.

— Me desculpe por tudo! Principalmente, pelas coisas horríveis que eu disse a você… a vocês! - era quase palpável, a dor nas palavras de Dante.

Vergil chorou ainda mais ao ouvir aquilo da boca do irmão mais novo.

Mesmo chorando muito, o mais velho se levantou rapidamente abrindo a porta, mas tudo o que encontrou foi uma sacola de papel, com uma pequenina peça de roupa bem familiar.