A cara de felicidade que Vergil manteve durante todo o caminho até a agência, sumiu, assim que o mais velho subiu apressado os degraus e abriu as portas dos quartos no andar de cima.
– Bom você sabe que aquele sorrisinho da My Lady me irrita, e eu não podia deixar ela ganhar; não vocês. - Dante tentava se justificar, ao ver a cara de poucos amigos do irmão ao descobrir que não tinha quarto nenhum montado, os esperando ali.
– Uhm, bem a sua cara mesmo, idiota. - o fato de Dante ter admitido que não deixaria ninguém levá-los, fez Vergil sorrir novamente.
– Mas, eu comprei tudo; olha. - Dante pegou a mão do irmão o guiando até uma sala aos fundos. Lá sim, havia muita coisa. Tudo parecia bem dividido entre o azul e o rosa.
– Eu não sabia se seria uma menina ou um menino, então, comprei os dois. - Dante se adiantou em explicar, assim que viu a cara de confusão do mais velho. – Pelo menos eu acertei em comparar tudo dobrado, né?
– É, nem sempre você erra, Dante
– É, agora mesmo… - Dante se aproximou perigosamente do irmão o envolvendo em um abraço terno. – … eu sei que você precisa de um pouco mais de mim.
– Ei, vai com calma, idiota.
Vergil crispou os lábios com irritação. Estava mesmo demorando para o mais novo começar com as gracinhas. Mesmo assim, correspondeu sem receios ao abraço de Dante.
Dante tentou pegar Vergil no colo, mas, nem ao menos conseguiu movê-lo do lugar. Coçou a nuca envergonhado, quando Vergil girou os olhos com a sua tentativa falha de ser romântico.
– Desculpe é que homens são pesados; você então… nossa senhora.
– Como se alguma vez na vida você tivesse pegado uma mulher no colo. - Vergil sorriu maldoso. – Provavelmente arrasta elas pelos cabelos.
– Elas gostam.
– Vadias gostam de qualquer coisa; até mesmo de você.
Um sorrisinho vitorioso se formou no rosto de Dante Sparda.
– Ah é, Vergil?
O mias velho cerrou os dentes irritado. Era óbvio que ele amava Dante, e o mais novo sabia muito bem disso.
– Tudo bem, Verg. - Dante o abraçou por trás o guiando até a cama. – Você gostando ou não, o fato é que, agora, eu não posso mais ser aquele filho da puta com você. Parece que vou ter que esperar mais um pouco, né.
Vergil ignorou a conversinha idiota do irmão e olhou para a enorme cama de casal ali. Pelo que se lembrava, Dante mantinha a sua velha cama de ferro retorcido desde a infância. Ele gostava de dizer que era uma relíquia dos Sparda. Talvez, aquele simples móvel, fosse uma pequena prova de que Dante, estava se preparando para a sua volta; a sua e dos bebes.
– O que foi, por que está feliz Verg; gostou da cama é? - Realmente, Vergil não estava tendo muito sucesso em segurar toda a sua felicidade em ser acolhido assim por Dante.
– Uhm, é muito bonita e bem grande. - Vergil se jogou nela com tudo, fazendo Dante quase ter um ataque.
– Vergil, seu palhaço! Eu já disse para você tomar cui… - Vergil não esperou pelos sermões de Dante, para ele tomar cuidado com os bebes. Agarrou o mais novo pelo casaco e o trouxe para um beijo. – Você não disse que isso não ia mais se repetir? - Dante até tentou parecer forte ao perguntar aquilo, mas, aquele olhar perverso do irmão o estava matando.
– E não foi você quem disse que isso ainda se repetiria; muitas vezes?
– É mas, não agora.
– Mas eu quero agora. Você não pode negar, é um desejo, Dante.
– Olha, eu sempre achei ridícula essas histórias de desejos de grávidas, mas, desse ai, eu gostei bastante.
– Uhm, então, talvez eu queira te comer agora.
– Tá louco? E se eu acabar igual a você?
– Mas e se eu quiser?
– Bom ai não vai ter jeito, eu vou ter que deixar, né!
– Sério, e por quê?
– Porque senão, nossos filhos, vão nascer com cara de gay.
– Pronto Dante, já perdi a vontade.
– Sério? Que pena então deixa comigo que eu… - Dante veio engatinhando para cima de Vergil que estreitou os olhos, furioso.
Vergil jogou um travesseiro e uma coberta na cara de Dante.
– Eu disse que “perdi a vontade”. Tenha bons sonhos, Dante Sparda; no sofá.
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