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História Mais de você. - Na hora errada, no lugar errado.


Escrita por: Takkano

Capítulo 8 - Na hora errada, no lugar errado.


Dante só voltou à agência no outro dia bem cedo. Apesar da claridade diurna, encontrou o local em completa penumbra.

Todos os dias, era Vergil quem acordava cedo e saia abrindo todas as janelas. Dante às vezes, até brincava dizendo que, apesar de My Lady insistir que o irmão era do mal, era ele quem trazia luz ao lugar.

Subiu as escadas devagar, tentando inutilmente adiar a chegada em seu quarto. Quando finalmente alcançou a porta a abriu. O local estava vazio e um pouco escuro, sendo que um pequeno feixe de luz adentrava a janela, e a única coisa que ainda brilhava ali eram os cacos de um espelho estilhaçado no chão. Sabia que depois do que fez o irmão acabaria o deixando novamente. Vergil andava muito sentimental e isso vinha o incomodando muito. Talvez tivesse exagerado com o ciúme, afinal My Lady era uma grande amiga e tudo o que precisava fazer era falar com ela, antes de sair por ai culpando todo mundo; principalmente Vergil.

****

Já do outro lado da cidade, Vergil caminhava melancólico pelos corredores vazios de sua nova morada.

A casa era imensa. Pelo lado de fora, um pequeno castelo, e dentro lembrava uma catedral. Os cômodos, como quase tudo naquele lugar, pareciam extremamente escuros e gelados.

O lugar pertencia ao pai de My Lady, que acabou concordando em ter Vergil e a criança como moradores. Vergil ficou irritado ao serem chamados de novos moradores; ele preferia o termo hóspedes.

— Pare de andar assim, vai acabar vomitando de novo. - Vergil nem deu atenção a moça que seguia seus movimentos de perto.

O albino só parou a sua “caminhada” quando a moça entrou em sua frente obstruindo sua passagem.

— Estou entediado! - o homem se sentou no chão muito irritado parecendo uma criança fazendo birra.

— Vai dormir então, é bem melhor que ficar ai andando sem rumo.

— Não estou com sono… vai buscar um livro para mim!

— Comé que é? - Lady lhe lançou um olhar ameaçador.

— O que, não ouviu? Eu disse que quero ler um livro.

— Ah, mas é muito atrevido mesmo! - Lady ficou ali encarando o albino esperando que ele dissesse que estava brincando; o que provavelmente não aconteceria. – Tudo bem então, que livro você quer?

— Qualquer um que demore bastante para ser encontrado. - Vergil apenas sorriu satisfeito vendo a moça torcer o nariz irritada.

A morena continuou olhando para Vergil como se não acreditasse que realmente tinha recebido uma ordem daquela criatura. Suspirou derrotada e começou a descer as escadas para buscar o que Vergil queria.

— Maldito! Se não estivesse carregando essa criança eu… eu… - toda aquela fúria de Lady foi perdendo espaço para uma sensação estranha, que há muito tempo tentava reprimir. – Eu… eu talvez tivesse uma chance…

Então era isso. Finalmente colocou para fora. Estava completamente apaixonada pelo mais velho dos Sparda.

Não, aquilo não podia ser real. Ele era uma pessoa desprezível, orgulhoso, cruel; nem mesmo era humano aquela criatura. Talvez fosse por causa da situação delicada em que ele se encontrava agora. Não, também não era isso. Já tinha sido egoísta o suficiente para imaginar se não seria mais fácil se aproximar de Vergil se a criança não existisse. Pensando bem, a única razão para aquele monstro parecer humano agora, era justamente por causa do bebê; ou o sentimento que tinha por Dante.

Provavelmente, era mesmo pelo irmão que Vergil se manteve calmo até agora, pois por mais triste que fosse admitir isso, tanto ela quanto Thirst, e até mesmo Vergil, sabiam que o mais velho só mantinha aquela criança consigo por Dante. Na verdade ele não dava a mínima para a existência do bebê, mas apesar de Dante não ter ideia da situação de Vergil, todos sabiam que Dante nunca aceitaria que Vergil descartasse um filho deles. Dante não era um monstro como o irmão, ele era bem mais humano.

Assim que chegou a biblioteca que ficava ao lado do salão principal, Lady agarrou um livro qualquer e voltou correndo de volta ao terceiro andar onde Vergil estava. De forma alguma daria o “gostinho” de sua ausência como o outro queria.

— Aqui está o livro seu folga… - My Lady se calou imediatamente ao ver que Vergil dormia ali mesmo sentado no chão. – Mas que droga, eu disse para você ir dormir.

Ela se aproximou do albino e se abaixou na intenção de acordá-lo.

Vergil tinha um semblante muito angelical quando dormia. Parecia tão tranquilo e inofensivo, que acabou arrancando um grande sorriso de My Lady sem que nem ela mesma notasse isso. A garota levou uma das mãos até o rosto de Vergil e o acariciou por um tempo até que não resistiu e uniu seus lábios aos dele.

Quando ela se atreveu a abrir os olhos levou um grande susto ao ver os olhos azuis gelo abertos. Lady se afastou devagar. Os olhos estavam assustados e haviam lágrimas neles. Lady ficou em pânico. Não esperava realmente que fosse correspondida, mas ver Vergil naquele estado a deixou magoada.

— Vergil, o que foi… droga fale alguma coisa!

— Da… Dante!

A moça sentiu um terrível frio no estômago, e a sensação só piorou quando se virou dando de cara com Dante, parado ali ao pé da escada com o mesmo olhar de Vergil.



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