História Mais Do Que Irmãos - A Máquina

POV Narrador

Voltando ao segundo andar subterrâneo da Cabana, Ford estendeu o pergaminho na mesa e disse:

-Essa... é a profecia a qual estamos presos...

Dipper e Mabel olharam o pergaminho. Os rostos dos gêmeos ficaram ainda mais brancos do que já estavam.

-Mabel... somos... somos nós... -disse Dipper. De fato, os desenhos do pergaminho representavam, em sua maioria, Dipper e Mabel. De um modo mais específico, diziam respeito ao seu relacionamento.

-Olha! Somos nós dia em que nós... rurrumm (notas do autor: isso foi um pigarro).-disse Mabel, apontando para uma parte do pergaminho que era o desenho dos dois gêmeos sentados na cama se beijando.

-No dia em que começaram a namorar? É, sim, são vocês.

-V-você sabia!?-disseram Dipper e Mabel ao mesmo tempo.

-Eu soube desde que achei esse pergaminho perdido no meio da minha biblioteca.- disse Ford, olhando os dois gêmeos com uma expressão séria no rosto.

-E o senhor não vai contar pros nossos pais... vai?-disse Mabel, esperançosa.

-Não vou... mesmo não concordando com isso, sei que não tenho como separar os dois... isso só causaria dor... e possivelmente causaria a nossa derrota nessa guerra.

-Que guerra? -disse Dipper.

-A guerra contra o Larry. Se vocês dois se separarem, a guerra está perdida. A profecia diz que um dos dois vai derrotar o Larry... Se isso não acontecer, não só a Terra, como todo o Universo estará em sérios problemas.

-Larry? O irmão do Bill?

-Sim... ele não será fácil de derrotar... ele tem, no mínimo, três vezes a força do Bill...

As espinhas dos três estremeceram com as palavras de Ford.

-T-t-três vezes!?

-Sim... se meus cálculos estiverem certos, a máquina que construí no terceiro andar é a nossa melhor chance. Mesmo que seja mínima.

A realidade ao redor parecia mais densa que o normal. O próprio ar parecia sólido para os dois gêmeos. Três vezes... agora estava claro para os dois que o Larry, não só realmente existia, como também seria um problema bem maior que o irmão.

-Que máquina? -Dipper quebrou o silêncio que havia se estabelecido.

-Tudo ao seu tempo. Agora, olhem esse parte específica. -Ford apontou para a parte superior do pergaminho, onde havia um desenho dos dois gêmeos em seu momento íntimo depois da festa alguns dias atrás. A cor do rosto dos dois passou de branco para vermelho- Não! Não essa parte! Essa parte! -Ford apontou para um canto próximo ao desenho, onde haviam algumas escrituras indecifráveis, que consistiam em uma sequência de triângulos maiores e menores, em várias posições diferentes.

-Ãããhh...-disse Mabel, com uma expressão de dúvida.

-Essa é a profecia. Esse texto não tem uma tradução direta para a nossa língua, mas ele fala, basicamente, que dois gêmeos iriam querer ser "mais do que irmãos", entre aspas, e que um deles seria a chave para derrotar essa ameaça. Depois de achar esse pergaminho, fiquei aqui em baixo trabalhando para acabar a máquina... venham comigo. Ela está no andar de baixo. 

Os três então seguiram até o elevador para o terceiro andar subterrâneo. Quando chegaram, o mais velho entrou. O terceiro andar estava mais bagunçado que o normal, com um

-Essa... é a nossa salvação...-disse Ford, enquanto puxava a lona que cobria a máquina, a deixando a mostra. 

POV Gigeão

Nove dias... só mais nove dias e eu teria de volta a minha estrelinha sorridente... naquele momento eu estava na floresta. Eu sempre costumava ir até lá quando precisava limpar a mente. Toda essa historia de outro triângulo demôniaco me deixou meio tenso, então eu estava indo passear pela floresta quase todos os dias. Era um tipo de terapia auto-indusida.

 Naquele dia, decidi tomar uma rota diferente, pra sair um pouco da rotina. Depois de algumas horas andando por aí sozinho, eu comecei a sentir uma sensação de que estava sendo observado. Essa sensação me perseguiu por mais alguns metros de caminhada até  que eu ouvi um barulho nos arbustos... Era um coelho. Bom, não exatamente um coelho, mas um coelhocórneo. Eu balancei os braços em um gesto ameaçador e ele foi embora.

-Chô! Vai embora!

Relaxei um pouco. Mas a sensação ainda continuava. Eu ainda não conseguia identificar o que era, mas havia alguma coisa me observando. Me virei rapidamente pra tras pra ver se conseguia pegar desprevinido quem quer que estivesse me observando, mas eu só vi mato. 

-Eu devo estar ficando louco. É, deve ser iss... antes que eu terminasse a frase, o tempo parou a minha volta. As coisas perderam as cores e eu sabia exatamente o que isso significava. O segundo triângulo interdimencional que eu mais odiava estava chegando. Mesmo já tendo visto essa cena algumas vezes, era difícil acreditar que era verdade. 

-Já?-disse eu. Fiquei animado na hora. Será que ele havia acabado com a sua parte mais cedo?-A Mabel já me ama?

-Ainda não. Não vim aqui por causa do favor que te devo. E sim, por causa do favor que você me deve.

-O quê?

-Quero te cobrar o preço do nosso acordo.

-Espera aí, acho que eu não ouvi direito-eu estava começando a ficar irritado- Você ainda não cumpriu a sua parte do acordo, e quer cobrar o preço?

-Sim. -nessa hora eu cometi um erro: fiquei realmente com raiva.

-O QUE VOCÊ TÁ PENSANDO!? ACHA QUE VAI CONSEGUIR ME PASSAR PRA TRAZ!? ACHA QUE EU SOU IDIOTA!?

-Sinceramente,-disse ele, sem alterar o tom de voz- acho. E também acho que devo lembra-lo que você nâo está em posição de dar ordens e nem de exigir nada. Então, o favor que eu quero é...

-NÃO ESTOU NEM AÍ PRO FAVOR QUE VOCÊ QUER! NÃO VOU FAZER NADA ATÉ RECEBER A MINH... hummhummm -estcutei um estalar de dedos. De repente, eu tentava pronunciar palavras, mas elas não saíam. De repente tudo ficou preto. Era como se alguém tivesse tampado meus olhos e a minha boca.

-Acho que você ainda não entendeu o que está acontecendo. Eu vou tentar resumir para que o seu ínfimo e primitivo cérebro possa entender: Eu mando. Você obedece.

Então, com um estalar de dedos, ele devolveu os meus olhos e a minha boca, que ele havia retirado. Mesmo com a boca de volta no lugar certo, continuei calado.

-Bom... já que essa questão já foi resolvida, vamos para a parte que me interessa. Você vai procurar para mim uma estátua. 

-E-estátua?

-Sim. Uma estátua em forma de triângulo com um olho, que usa cartola e gravata. Está em algum lugar dess floresta. Quanto mais rápido a estátua for encontrada, mais rápido cumprirei a minha parte do acordo.

-Para quê você quer essa estátua?

-Não lhe devo satisfação, mas você ficará sabendo. Essa estátua é de grande importância. Se conseguir acha-la, Mabel Pines será sua. -senti uma mistura de raiva, determinação e talvez um pouco de desejo me invadindo.

-Tudo bem! Eu começ a procurar agora mesmo!

-Ótimo. Quando achar, me invoque, e então eu cumprireu a minha parte.- ele então estalou os dedos e foi embora, me deixando novamente sozinho na floresta com um monstrogigante em forma de coelho me atacando.