POV Ford
Finalmente estava pronta! A máquina que seria a chave para derrotarmos o Larry! Uma máquina que desafiava o próprio Destino... uma máquina maravilhosa, se me permite dizer. Depois de dias de trabalho árduo, dia e noite, eu finalmente podia dizer que nós tínhamos pelo menos alguma chance de ganhar essa guerra. Depois de alguns minutos admirando meu trabalho, que havia sido coberto por mim com uma lona bem grande, eu fui até o banheiro para lavar o rosto. Me olhei no espelho e eu estava, simplesmente horrível. Olheiras profundas e escuras marcavam meus olhos. As rugas de velhice em minha cara estavam mais acentuadas e meu cabelo estava muito mais bagunçado que o normal.
-Antes de ligar a máquina, vou precisar do Dipper e da Mabel aqui. -disse eu.
Fui até o elevador e apertei o botão que levava até a Cabana. Assim que saí do elevador, quase fiquei cego pela claridade, mas consegui suportar. Subi as escadas. Olhei em direção ao sótão, onde era o quarto dos dois. E então, eu os vi...
POV Mabel
Na noite passada eu e o Dipper assistimos quase cinco filmes seguidos. Digo quase porque nem eu e nem ele conseguimos ver o último. E no intervalo entre Como Treinar o seu Dragão e Harry Potter e o Prisioneiro de Ascaban, nós dois brincamos um pouco (notas do autor: aquela carinha que eu não sei fazer). Naquele momento, nós dois estávamos dormindo no sofá, com um cobertor nos cobrindo. Pelo fato de estarmos em baixo de um cobertor de lã, tricotado pela Grande Eu Mesma, em pleno verão nós dois estávamos cobertos de suor. Na noite anterior, a chuva tinha deixado um clima ameno e agradável, mas agora lá fora o sol estava forte. Eu acordei primeiro e me levantei. Minha pele estava toda molhada e o cabelo estava oleoso. O lugar onde eu tinha dormido estava um pouco úmido. Tirei o cobertor de cima do Dipper e liguei o ventilador de teto. Fui direto para o banho. Fiquei lá por um tempo, devaneando sobre algumas coisas... mas principalmente sobre o tal irmão do Bill, o Larry. Eu tinha me esquecido dele completamente, mas, por alguma razão desconhecida, acabei me lembrando. O Bill nunca foi tão quieto assim... talvez a ligação de irmãos demônios não seja tão forte.
Mas, ainda assim eu me perguntava... Será que aquilo tinha sido real ou só um sonho? Eu realmente não sabia dizer. Parecia ter sido real, mas nós nunca mais vimos o Larry então eu realmente não sabia o que pensar.
Alguns minutos depois ( pelo menos eu acho que foram alguns minutos) eu ouvi algumas batidas na porta.
-Mabel, vai demorar no banho?-era a voz do Dipper.
-Não, estou quase acabando. -então eu saí de baixo do chuveiro e me sequei com a toalha de estrela que eu mesma tinha tricotado. Vesti o sweter que tinha levado para o banheiro, junto de um short jeans que cobria até a metade das coxas. Então eu abri a porta do banheiro e lá estava o Dipper, com a sua toalha de pinheiro que eu também tinha tricotado.
-Finalmente -disse ele- Eu sinceramente não sei o que você fica fazendo em baixo do chuveiro por quarenta minutos. - eu olhei pra ele com um olhar pervertido.
-Entre comigo da próxima vez que você vai descobrir.
Ele deu um sorriso tão pervertido quanto o meu olhar e me puxou pra um beijo. Um beijo um tanto quanto... salgado... por causa do suor, mas ainda prazeroso. Nós dois ficamos perdidos no beijo por um tempo, até que... o tivô Ford apareceu do nada e puxou nós dois pelos braços. Eu fiquei assustada pelo movimento repentino, mas assim que percebi o que estava acontecendo... eu acho que nunca fiquei tão assustada em toda a minha vida... olhei para o lado e o Dipper parecia estar na mesma situação... seu rosto estava amarelo, beirando o branco, e eu juro que quase dava pra ouvir o coração dele batendo forte... era isso... acabou... eu... não sabia o que dizer... então só fiquei calada e segui Ford escada abaixo...
POV Narrador
Ford então levou os dois gêmeos até a máquina de salgadinhos, o que deixou os dois sem entender nada. "Por que ele tá levando a gente pro andar de baixo? Achei que ele ia ligar pros nossos pais. Tomara que não..." Pensavam Dipper e Mabel. Ford apertou o botão para o segundo andar, sem dizer nada. Quando as portas se abriram, ele finalmente quebrou o silêncio que havia se instalado entre os três:
-Dipper... Mabel... vocês dois acreditam em Destino?-disse ele, caminhando até uma prateleira próxima e pegando um tubo de ouro com o símbolo do Larry. Os gêmeos se entreolharam.
-C-como assim... destino?- disse Mabel.
-Se vocês acreditam que, na verdade, tudo está escrito... que tudo acontece do jeito... que o Destino quer que aconteça...-disse ele, tirando um antigo pergaminho de dentro do tubo e soprando para tirar a poeira.
-N-não sei...-disse Dipper- A-acho q-q-que nunca parei pra pensar nisso...
-É por que ele existe... e por algum motivo... parece que não está do nosso lado.- disse Ford, colocando o pergaminho em cima da mesa para mostrar aos dois.
Enquanto Ford revelava alguns dos segredos mais sobrios de sua biblioteca para seus sobreinetos, Larry estava no vazio. Literalmente. Ele estava sentado em um trono invisível flutuando no meio do nada.
Algumas poucas luzes podiam ser vistas ao longe, mas logo desapareciam. Eram as almas de pessoas que haviam acabado de morrer.
O demônio estava sentado em seu trono, com um tabuleiro flutuante à sua frente. Nesse tabuleiro podiam ser vistas algumas peças se movendo sozinhas. Mas sempre que alguma dessas peças saía de seu reapectivo quadrado, era parada por uma barreira invisível. Essas peças eram imagens de Dipper, Mabel, Ford, Pacífica, Gideão e do próprio Larry. Ele parecia estar bolando uma estratégia para algum plano malígno.
-Huumm -murmurava ele enquanto montava seu plano. Ele já havia bolado a maior parte, mas faltava um Grand Finale.
-S-Senhor Larry... -disse um outro triângulo, que Larry não havia percebido até o momento. Era um triângulo quase igual a Larry. Tirando a cor. Ele era de um tom vermelho morto, beirando o cinza, com um olho verde, também beirando o cinza.
-O que quer Dave?
-E-eu s-s-só q-q-q-ueria...
-Você só queria o quê? -disse Larry sem tirar o olho do tabuleiro.
-Queria saber quando vamos tomar essa dimensão, senhor. -a voz de Dave era fina e esganiçada. Não como a de Bill, mas como um homem que estava na frente de seu pior pesadelo- Já estou cansado de viver nesse vazio.
-O quinquagésimo sétimo mundo dos mortos é um um bom esconderijo. Por agora. Em resposta a sua pergunta, não irá demorar muito. Mas antes, eu quero me divertir com os mortais. Vou atormenta-los um pouco antes de mata-los. -Então Larry voltou a ficar absorto em seu tabuleiro.
Alguns minutos de observação depois, Larry finalmente fez uma jogada. Ele estalou os dedos e em cima de sua mão a estátua do Bill em miniatura apareceu (notas do autor: era só a estátua, exatamente igual aquela que estava no meio da floresta). Ele a colocou no campo entre Pacífica e Gideão. Logo após essa jogada, ele passou a mão à uns cinco centímetros de distância do boneco vivo de Dipper, que caiu de joelhos e depois se deitou instantaneamente. Larry pareceu satisfeito som sua jogada.
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