História Mais do que melhores amigos - Confused

Anteriormente:

“E se você se casar com um astronauta que te leve a lua eu prometo que ficarei todas as noites observando a lua esperando que volte, mas eu quero ser o seu astronauta, porque eu TE AMO." − As lágrimas de ambos eram de felicidade, a morena realmente amava aquele guitarrista o amava de um jeito tão difícil de explicar, pois era uma coisa que apenas ela sentia é apenas ela sabia. O presente de Simon foi um prendedor de cabelo que ele havia guardado desde que ela esbarrou nele deixando cair de seu cabelo. Ambos sorriram e iniciaram um beijo tão apaixonado que quem olhasse se apaixonaria também.

   O próximo iria ser Alan, o mesmo estava surpreso pois teria de improvisar, uma parte dele queria realmente Âmbar ali, mas a outra precisava de Nina a sua frente.

   Ele respirou fundo e soltou levemente, estava pronto, mas ele não sabia ao certo o que diria. ”

Agora:

— “Eu sei que todos aqui sabem pouco de mim, pois cheguei recentemente, mas o que ninguém em hipótese alguma imaginaria ou saberia sobre mim é por qual motivo eu quis vir pra cá, podem pensar que foi para visitar o lugar ou reencontrar o Simon, mas não foi exatamente pra isso, eu vim aqui para reencontrar uma pessoa que não via a três anos. Eu vim porque ela é uma pessoa especial pra mim, ela tem seus defeitos, mas ela tem tantas virtudes que eles são despercebidos. E eu encontrei algumas dificuldades e confusões no caminho. Mas aqui estou eu firme e forte ao lado da garota que me fez atravessar o oceano pra reencontra-la. Eu te aprecio muito Âmbar. Seu talento, seu sorriso, seu jeito de ser, isso simplesmente me fascina. Eu vim aqui com a intenção de te encontrar, mesmo sabendo que poderia estar com outra pessoa ou que nem ao menos se lembrasse de mim, mas eu vim do mesmo jeito, porque quando se ama de verdade não existe tempo. Claro que aconteceram alguns imprevistos que eu prefiro deixar quieto. — Disse Alan querendo se referir a Nina, que estava prestando atenção em cada palavra que o garoto dizia. — “Nem precisam me falar o quanto eu sou ruim em declarações pois eu já sei disso” — O garoto deu uma leve risada para tentar esconder o nervosismo — “Bom mas enfim, aqui estou, e eu pretendo ficar com você por um bom tempo... Meu presente não é lá essas coisas mas se você me permitir, eu gostaria que cantasse comigo.”

~~ Siento, espero, desespero  no soy yo

   Alan se afastou um pouco do pessoal e buscou o violão que Simon havia emprestado, colocou ele sobre seus ombros e então respirou fundo. A loira já sabia do presente e é claro que ela cantaria com ele... Pois era a música que ele havia escrito a ela a 3 anos atrás.

~~ Soy quien brilla
Mira el rostro de carton
Vienes a quebrar la soledad
Te encuentro despierto
Me llevas a donde vas
Siempre juego con mis reglas

~~Hoy ya no
Tengo todo
Y al tenerlo, no soy yo
Buscando en el amor
Sin condición
Me enredo, te encuentro
Y no se a donde voy

~~Yo soy lo que siento
Te sueño y me pierdo
Si me engaño para estar
Vacio en esta libertad

~~Yo soy lo que siento
Te miro y espero
Dame solo un poco de paz

   As vozes de Âmbar e Alan ecoavam em perfeita sintonia e harmonia pelo grande salão, recebendo vários aplausos e assovios de pessoas que torciam pelo novo casal do Jam & Roller. Alan realmente estava feliz por ter Âmbar ao seu lado, mas, ele estava mais do que confuso. Até horas atrás ele e Nina tinham um belo conto de fadas delicado e romântico pela frente, mas tudo acabara no momento em que Nina decidira que estava apaixonada por Gaston e que Alan era apenas um amigo. O moreno ficou chateado e talvez partira seu coração, mas ao rever Âmbar uma nova chance de amor batera em sua porta, e o garoto desatendo abrira a mesma.

~~Buscando en mi te encuentro
Quiero sentir lo que hay mas alla

Siento y creo
En lo que busco en un lugar
Soy quien quiera
Si me puedo aceptar

~~Tu llegas como el sol
Tan natural
Sencillo era todo
Y tan confuso el final

~~Yo soy lo que siento
Te sueño y me pierdo
Si me engaño para estar
Vacio en esta libertad

Yo soy lo que siento

~~Te miro y espero
Dame solo un poco de paz
Buscando en mi te encuentro
Quiero sentir lo que hay mas alla

Vienes a quebrar la soledad

~~Te encuentro y despierto
Me llevas a donde vas

Yo soy lo que siento
Te sueño y me pierdo

~~Si me engaño para estar
Vacio en esta libertad

Yo soy lo que siento
Te miro y espero
Dame solo un poco de paz
Buscando en mi te encuentro
Quiero sentir lo que hay mas alla

   Alan finalmente terminou a música e eles estavam mais próximos do que nunca, um sentia a respiração do outro, e seus olhares eram penetrantes. Alan inclinou-se mais um pouco chegando assim a centímetros da boca da loira, a mesma já encarava a boca do garoto, ela então se aproximou e selou os lábios. Aquele momento tão esperado por ambos acabara de acontecer, era meio estranho para os garotos que estavam tentando ligar os pontos ainda.    

   Também tinha o Matteo que estava pensando se aquele garoto foi a razão do término de ambos ou do porquê da loira nunca ter mencionado Alan em nenhum momento da relação complicada que tinham.

    É claro que não vamos esquecer da morena de óculos, que se encontrava em estado de choque, ela não podia acreditar naquela cena, estava pensado o que afinal? Que poderia ser ela no lugar da Âmbar? Que alguém como o Alan gostaria de uma menina qualquer como ela? Ela tentava negar esses pensamentos pois ela estava apaixonada por Gaston, certo? E Gaston por ela. Certo? Ela pensava assim, ela lembrava de que não sentia nada por Alan, ou pelo menos tentava não sentir.

   Uma pequena lágrima solitária escorreu pelo seu olho esquerdo, a mesma tratou de limpar antes que Gaston percebesse. Ela estava confusa, pois sabia que o que sentia por Gaston era forte, mas também sabia que tinha algo em Alan que ela buscava a tempos.     Quer dizer, Gaston estava apaixonado por Felicity e Alan havia de apaixonado por Nina, e a garota sábia que ela e Felicity já não eram tão parecidas.

   Alan e Âmbar finalmente se desgrudaram, ainda se encarando só voltaram a realidade após escutarem os aplausos eufóricos da plateia, Âmbar estava vermelha feito um pimentão e Alan estava sorrindo bobo, mas seu sorriso desmanchou ao ver a garota de óculos abaixar a cabeça e limpar mais uma pequena lágrima que havia caído sem querer. Ele desviou o olhar, pois não podia suportar aquilo. Pobre Nina, tão confusa.

— Nina, tudo bem? — A voz preocupada de Gaston soou em seu ouvido.

— Sim, é só tontura. Não estou acostumada com tanto barulho. — Mentiu disfarçando sua tristeza.

— Quer ir para rua? Dar uma volta no parque? Posso te levar se quiser.

— Não, obrigada. Eu tenho que falar com a Luna, desculpa Gaston, não queria estragar o resto do show. — Desculpou-se urgentemente com o garoto.

— Nina, pare de bobagem! Você não estragou nada, só fez com que melhorasse. Esperava te conhecer a tanto tempo e você sempre esteve debaixo de meu nariz. Eu que peço desculpas por nunca ter percebido que você era Felicity.

— Ah sim, claro. Desculpa tenho que ir! — A menina nem sequer esperou pela resposta de Gaston e já saíra correndo em direção ao camarim, onde esperaria sua melhor amiga.

   Nina já no camarim não parava quieta, andava para lá e para cá enquanto mexia em seus dedos em forma de acalma-la, mas eram falhas as tentativas. A cada pensamento involuntário sobre Alan e Âmbar o suor esvaia de suas mãos e o ar de seus pulmões, de forma ríspida e pesada. Mal recuperava o fôlego pois já o colocava para fora.

Passou-se mais alguns minutos até que a porta fosse aberta, e por ela passou uma Luna sorridente e distraída com o mundo. Luna acordou para a vida no momento em que enxergara sua amiga de um lado para o outro em total inquietação.

— Nina? Está tudo bem? — Luna foi rapidamente o encontro de Nina, com o semblante de seu rosto totalmente preocupado.

Luna P.O.V

   Nunca havia visto Nina tão nervosa quanto agora, ela não parava quieta em um lugar por mais de três segundos, seus olhos vasculhavam todo camarim como se procurassem algo que lhe prendesse a atenção. Toda vez que eu lhe perguntava algo ela soltava palavras que pareciam um furacão saindo dentre seus lábios, de forma incompreensível. De vez ou outra ela parava para recuperar o ar e prosseguia com sua inquietação.

— Nina! — Segurei a garota pelos ombros obrigando-a a parar, seu olhar estava perdido e confuso, suas sobrancelhas estavam quase juntas e sua testa totalmente enrugada. — O que diabos aconteceu?

— Como o que diabos?! Alan e Âmbar, Luna! Eles dois! — Disse de forma ríspida soltando o restante de ar que lhe sobrava em seus pulmões.

— O que tem eles? — Eu realmente não entendia como Alan e Âmbar interferiam na vida de Nina, não depois que ela disse com todas as palavras exatas “Eu nunca estive apaixonada pelo Alan e nem vou estar”

— Oras! Eles se beijaram, na minha frente. Alan veio e bagunçou toda minha cabeça e agora no primeiro instante boom!! Ficou com Âmbar em minha frente, como se eu fosse um nada, como se tudo que ele supostamente sentia por mim fosse um NADA! Arghh eu não sei mais o que fazer, Luna. — Fui bombardeada com palavras rapidamente ditas de Nina, demorei alguns segundos para entender o que ela dizia e mais alguns para raciocinar o que ela sentia.

— Mas eu pensei que você não sentisse nada por Alan.

— E não sinto! — Cortou minha fala rapidamente.

— Então por que se importa tanto com ele e Âmbar? — Perguntei fazendo-a sentar-se ao meu lado em um dos puffs que tinha ali.

— Eu não sei — disse desanimada encostando sua cabeça em meu ombro — eu estou em uma verdadeira confusão, sei que sinto algo por Gaston. Mas sei que sinto o mesmo por Alan. Querendo ou não, eles se apaixonaram por mim, e eu por eles. Mas Gaston se apaixonou por uma só versão de mim, ele se apaixonou por Felicity. Enquanto Alan... — suspirou de forma pesada e prosseguiu: — Ele se apaixonou por todas as minhas versões, Nina tímida, feliz, curiosa, todas as minhas Ninas.

   E naquele momento eu percebi que ela — por mais que negasse — estava apaixonada por Alan, e que ela precisava decidir-se entre duas pessoas das quais ela mais gostava: Gaston e Alan. Era triste ver Nina desta maneira, tão confusa e perdida.

— Céus, Nina! — Suspirei passando meu braço por volta de seu pescoço em forma de conforto. Um silêncio se instalou por vários minutos entre nós até que ela quebrasse o mesmo.

— Eu estou tão confusa, Luna. Por que Alan veio justo agora? — Perguntou em voz baixa, quase em sussurro.

— Talvez ele tenha aparecido para você ver que tem alguém que se apaixone pela verdadeira Nina, e não só pela Felicity.

— O que quer dizer com isso? — Ergueu sua cabeça para que pudesse me encarar, apenas dei de ombros lhe oferecendo um pequeno sorriso de canto.

— Bom, você é a Nina. A garota que tem as respostas para tudo, não é mesmo? Por que não me diz então? — Sugeri divertida.

— Talvez seja porque eu não tenho a resposta para isso. — Disse novamente cabisbaixa.

— Então vá procurar. — Disse com um sorriso largo em meus lábios.

— Luna, que tal você parar de me dar paradoxos e me dizer de uma vez, porque desta vez eu não estou raciocinando o que você me sugere. — Disse rapidamente enquanto gesticulava gestos com as mãos, revirei meus olhos para a morena, sério?

— Nunca cheguei a pensar que você seria tão... Luna e eu tão Nina. — Desisti de continuar com minhas insinuações quando a maior me encarava confusa. — Meu Deus, Nina! Eu estou dizendo para se arriscar com Alan, veja o que ele sente por você. Ou melhor! Veja o que você sente por ele. Está na hora de saber por quem esse coraçãozinho está apaixonado — disse divertida apontando para seu peito onde seu coração se encontrava.

— Mas Luna, ele está com Âmbar. Não quero atrapalha-lo mais do que já fiz, e sem contar que estou confusa e isso logo passa. E tem o Gaston, como eu vou troca-lo agora? Ele vai ficar chateado comigo.

— Se ele gosta mesmo de você, vai entender que você precisa de um tempo para pensar e clarear as coisas. E enquanto ao Alan... Bom, eu não posso te dizer nada. Você que terá de tirar suas próprias conclusões. Se o Alan realmente se apaixonou por você, Nina, ele não vai deixar de ter esse sentimento só porque outra pessoa entrou na vida dele de uma hora pra outra!

— Acontece que a Âmbar não entrou na vida de Alan agora. Já eu...

— Já você entrou e fez ele se apaixonar por você, então sem mais delongas, Nina!

Fomos interrompidas pela porta do camarim sendo aberta e ali passando um Alan com o semblante confuso enquanto encarava a mim e a Nina. O silêncio caiu sobre nós de uma forma pesada, olhei para Nina que trocou um olhar cumplice comigo em busca do que dizer ou fazer. Alan continuava parado ainda confuso, e eu não sabia se ficava com Nina ou se deixava o lugar para que os dois conversassem. Optei pela segunda opção, mas teria que inventar uma ótima desculpa.

— Bem, eu já vou indo eu tenho que... — Por que eu tenho que ser tão péssima em mentir? — Tenho que ajudar o Simon, em algumas coisas e então eu... — a porta foi aberta novamente revelando Simon, ótimo! — Simon! Aí está você, eu estava te procurando para te ajudar, você sabe.... Nas coisas.

— Que coisas? — Simon me encarava mais do que confuso, olhando Nina e Alan em seguida, parece que ao fazer isso um estalo ecoou dentro dele e o fez acordar — Ahh! Sim as coisas, eu havia me esquecido. Obrigado Luna, sempre me ajudando. — Tentou dizer da forma mais convincente que podia.

— Bom então vamos! Tchau pessoal a gente se vê — falei rapidamente puxando Simon para fora do camarim e fechando a porta.

— Pode me dizer o que aconteceu? — Indagou Simon, curioso e confuso.

— Coisas de Nina e Alan, ah é uma longa história. Te conto depois. — Puxei Simon para longe dali e fui para o bar.

Alan P.O.V

O silêncio era o tão alto quanto o barulho do nosso show, era perturbador e desconfortável. Nina parecia nervosa, mas não tanto quanto eu. A algumas horas atrás eu tinha absoluta certeza que estava apaixonado por Nina, mas dai ela disse que não sentia o mesmo, e depois, Âmbar. Eu estou confuso quanto a isso, são duas pessoas importantes para mim, eu não quero brincar com os sentimentos de ambas, não quero machuca-las. Mas eu estava disposto a tentar algo com Nina, se ela sentisse o mesmo por mim. Céus! Estou em uma tremenda confusão!

— Acho que temos que conversar — a voz aguda e doce quebrou o silêncio me trazendo de volta a realidade.

— É eu também acho. — Foram as únicas palavras que saíram de minha boca, e novamente, silêncio. Alguns poucos segundos se passaram para que Nina voltasse a falar.

— Me desculpe — a encarei confuso, arqueando uma de minhas sobrancelhas — por te magoar, eu não queria. Céus! Como isso é difícil! Eu estou confusa, okay? Pensei que não sentia nada por você até te ver com Âmbar, e eu não sei o que vai ser agora. Você gosta da Âmbar e eu não sei se vai tentar algo com ela, mas antes de que você e eu sigamos em frente, eu preciso saber. O que você sente por mim, ou o que sentia?

   Foi uma chuva só de palavras que caíram sobre mim, eu ainda estava pensando no que acabara de acontecer e estava mais confuso. Haviam pequenos slides passando dentro de minha cabeça, com momentos meus e de Nina e outros com momentos meus e de Âmbar. Aquela estranha confusão dentro de mim que não saia de jeito nenhum, continuava me perturbando. E um milhão de perguntas sem respostas ecoavam em minha mente: “Ainda sinto algo por nina? ”, “ Mas e Âmbar, o que eu sinto por ela? ”.

— Eu não sei — tais palavras saíram no automático, de forma fraca e baixa. Eu não sabia mais o que pensava ou o que dizia, apenas fazia.

— Como não sabe? Eu só preciso que me diga agora o que sente, porque eu estou confusa. Eu sinto algo por você mas se você não sente mais o mesmo eu... — interrompi a mesma de seguir com sua fala.

— Eu não sei! Eu realmente não sei, eu também estou confuso. Com você, com Âmbar. Com o que sinto pelas duas. Eu olho pra você e vejo alguém que me ensinou a seguir em frente, alguém que me mostrou coisas novas, sensações novas... e eu não acho que isso tenha desaparecido por causa da chegada de Âmbar, mas eu olho para ela e vejo meu passado. A garota pela qual me apaixonei — disse encarando a mais nova, enquanto em aproximava da mesma passando as mãos entre meus cabelos — mas daí eu olho pra você e também vejo a garota pela qual me apaixonei. Droga! Isso é confuso.

— Você me deixa mais confusa ainda! — Exclamou estressada jogando suas mãos para cima, em forma de rendição.

— Você que me deixa! — Disse de mesmo modo, a encarando.

   Naquela fração de segundos encarando ela, eu percebi o que ela acabara de me dizer. E eu sei que o que eu faria poderia confundir-nos mais ainda, mas eu precisava faze-lo. Como se de algum jeito aquilo fosse me esclarecer algo. A chamei fazendo ela me encarar e soltar um “Que foi?!” Nervoso, olhei mais uma vez sua cara confusa antes de puxa-la pela cintura. Trazendo nossos corpos para mais perto, se ela estava confusa antes, agora então...

   Passei meus olhos pela extensão de seu rosto, apreciando cada detalhe de sua face. Olhos, boca, nariz etc. Tudo nela era de tamanha perfeição, eu era um admirador de sua beleza, de sua fascinação por ver uma simples borboleta e seu jeito tímido ao receber um elogio. Apreciava a forma como ela sorria por qualquer coisa, com sua simplicidade e com sua forma de ser. Admirava sua inteligência e sua curiosidade para saber de tudo, apreciava tudo nela.

   E foi ao despertar-me de meus devaneios que a beijei, senti seus lábios tocar os meus de forma tímida e como sempre, curiosa. Aposto que ela estava mais chocada do que eu, pois demorou alguns segundos para corresponder ao beijo. Não era um beijo urgente, tampouco rápido. Ao contrário, era um beijo lento e calmo, mas mais do que profundo, era um beijo que carregava sentimentos fortes. Um beijo cheio de emoção.

   Um beijo onde duas almas apaixonadas se conectavam e se torvam em uma só, lábios que se tocavam de forma linda e sem más intenções. Um beijo que fazia-me arrepiar todos os pelos de meu corpo, uma sensação jamais provada por mim antes. Algo que era aos meus olhos, extraordinário. Sentia uma corrente elétrica passar por todo meu corpo, sentia meus pés e mãos formigarem com tal ato. Era um beijo de paixão, um beijo de rendição.

   Senti o ar se esvair de meus pulmões e tornar-se necessário, então por contragosto separei meus lábios dos da mais nova, com a testa colada na sua, mantendo ainda um contato entre nós. Olhares sendo trocados de forma intensa e desejada, e sorrisos tímidos escaparam de nossas bocas. E naquele instante, eu percebi.... Ainda me encontrava apaixonado por Nina.